Pokémon Ree laii

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 3

    Capítulo 002 - Cadastro

    Álcool, Nudez, Violência

    Capítulo 002 ? Cadastro

    - Consegue me ouvir? ? disse alguém ao meu lado.

    Ao acordar, um jovem aparentando uns dezesseis anos, de cabelos pretos partidos ao meio, sustentados por óculos de aviador de lentes arredondadas, jaleco branco, camiseta de algodão verde água modelo gola em v, e uma calça jeans vermelha procurava algo em um kit de primeiros socorros.

    - Sim. ? ao tentar levantar senti uma fisgada na coxa direita, forçando a me deitar novamente no sofá de couro sintético cinza fosco com estampas vermelhas. ? Infelizmente, não muito bem.

    - Sinto por isso. ? sua expressão demonstrava preocupação. ? Isso pode arder um pouco.

    Pegou um chumaço de algodão embebedando em um líquido ocre fétido, passando delicadamente na palma da minha mão esquerda. Segurei a respiração por um instante, a dor se intensificou, cessando em seguida.

    - Acho que isso resolve. ? seu timbre de voz era suave ? Ou você se machucou em outro lugar?

    - Senti uma pontada na perna. ? apontei para o local, felizmente não parecia ser um ferimento grave.

    Ergui a calça empoeirada, evidenciando no local uma vermelhidão leve. Ele pegou uma lata de spray, espirrando o fluido na região lesionada atenuando a dor.

    - Melhorou. ? disse sorrindo.

    - Ótimo.

    Guardou os vidros dentro do estojo branco com uma cruz vermelha na superfície, levando-os até a outra sala.

    Observando bem, a sala de estar estava coberta de fuligem e objetos quebrados. Próximo ao hall de entrada, uma cratera destacava-se. A porta havia sido arrancada e nesse momento me lembrei o que havia me levado a desmaiar.

    O sofá, na verdade era inteiramente vermelho; a tela da televisão atravessada por uma estaca metálica, a mesa de centro tombada, revistas, papéis, fios, cabos, parafusos, dentre outras parafernálias espalhados para todo canto.

    - Tive um pequeno incidente com a máquina de transporte Pokémon. ? disse ao ver minha curiosidade ? Ela sobrecarregou, e tentei levá-la para fora, mas não foi em tempo, embora eu tenha conseguido me safar ileso.

    - Isso acontece com todo mundo, não é mesmo. ? ele riu aproximando-se de mim. ? Você não odeia isso.

    - Claro. Tracey Sketchit. ? disse estendendo a mão para mim ? Você deve ser a treinadora novata que veio buscar o seu primeiro Pokémon, estou certo?

    - Sim. ? nos cumprimentamos solenemente. ? Julliane Cerule, de Cerulean. Muito prazer.

    - Cerule? ? olhou-me intrigado ? Por acaso você conhece Andrews Cerule, renomado cientista especializado em pokémons aquáticos?

    - É o meu pai. ? disse surpresa.

    - Adorei o último artigo que ele escreveu sobre a relação dos pokémons gelo com a água. Deixe-me lembrar o título. Huummm!

    - ?Água, elemento de transformação?.

    - Isso mesmo. Foi incrível. A maneira como ele redigiu o texto, conseguiu captar a essência do estudo em todos os seus aspectos. Além disso, trouxe muitas informações relevantes e pertinentes para nós observadores Pokémon.

    - Eu sei. ? falei um pouco encabulada.

    - Desculpe. Eu costumo me empolgar um pouco ao falar deste universo científico.

    - Não se preocupe. Estou acostumada.

    - Então. ? disse constrangido. ? Se quiser tomar um banho?

    - Seria bom. ? ri para descontrair.

    - Pode vir por aqui.

    Próximo a cratera e a escada havia um banheiro em azulejos brancos, box em vidro temperado, um aroma de pinho exalando.

    - Fique a vontade. Vou arrumar isso, pelo menos o que puder. ? apontando para a bagunça.

    Limpa e perfumada das flores das berrys cherri, assim como no limiar do dia, coloquei as roupas reservas. Neste ritmo não teria mais roupas limpas para vestir, ou ia andar com uma mala gigante por aí.

    - Certo. Se estiver disposta, podemos fazer o seu cadastro. ? disse ao nos encontrarmos em uma sala um pouco mais aconchegante.

    - Vamos. ? falei num tom empolgado.

    - Me acompanhe.

    Fomos para um corredor espaçoso, adentrando a terceira porta a esquerda. Uma tela de computador imensa fixada à parede branca na sala redonda, o piso em cerâmica champanhe e uma mesa de mogno embutida com duas cadeiras giratórias de plástico de poliamida reforçada.

    - Sente-se. ? oferecendo a cadeira da esquerda.

    - Obrigado. ? sentei-me, secretamente feliz por não ter de explicar ao professor o que havia ocorrido para ficar estropiada daquela forma. ? Aliás, o professor Carvalho? Irei encontrá-lo depois?

    - Sinto dizer, mas ele não se encontra em Pallet. ? sibilou digitando no teclado. ? Ele teve um compromisso de última hora, mas ele cuidou pessoalmente do seu caso.

    - Entendo. ? disse desanimada.

    - Podemos começar?

    - Claro.

    - Nome? ? seus dedos tocavam as teclas em uma velocidade incrível, enquanto as palavras surgiam no computador.

    - Julliane Cerule.

    - Idade?

    - Doze anos.

    - Filiação?

    - Andrews Cerule e Sunli di Castel.

    - Naturalidade?

    - Cerulean, região de Kanto.

    Os espaços iam sendo preenchidos com os dados que eu fornecia.

    - Ok. ? um papel saía da impressora, enquanto Tracey carregava um aparelho.

    No computador surgiu um aviso, encerrando o processo de inscrição.

    Identidade confirmada. Julliane Cerulle. N° 389-456-247-62.

    - Aqui está a sua pokédex. ? entregou um objeto retangular branco com detalhes em azul. ? Neste aparelho, você encontra diversas informações dos pokémons que avistar ou pegar durante a sua jornada. Acoplado ao software, instalamos informações técnicas dos pokémons que for capturar, dados em tempo real dos seus box, inclusive a pokédex funciona como um cartão eletrônico para se registrar em competições oficiais da liga Pokémon.

    - Certo. ? estava ficando ansiosa. O momento para escolher o meu Squirtle estava se aproximando.

    Tracey me entregou um pacote com papel de presente, e depois continuou a digitar alguma coisa no teclado.

    - Abra. ? disse sem olhar para mim.

    - Esta bem.

    Comecei a abrir o embrulho com os dedos trêmulos de excitação, e me deparei com um envelope, um livreto da liga Pokémon e uma pokebola dentro de uma caixa de bambu.

    Decidi começar pela carta. Reconheci a caligrafia na mesma hora.

    "Minha querida,

    Infelizmente não pude estar presente neste dia tão especial. Saiba que estou torcendo por você. Sei que se sairá muito bem.

    Com amor,

    Pai"

    Sabia que meu pai não iria me decepcionar. Ele prometeu que de alguma forma estaria comigo nesta jornada. Não sabia como, mas agora percebia. A pokebola. Uma compacta esfera vermelha e branca continha o meu aguardado Pokémon.

    Segurei o objeto, acionando a sua abertura. Um jato brilhante transformou-se em algo sólido, palpável.

    - Mud. ? três barbatanas alaranjadas nas bochechas, corpo pequeno e azulado, nadadeira no topo da cabeça, quatro patinhas gordinhas, graciosos olhos castanhos e uma cauda azul clara.

    Nunca tinha visto um Pokémon tão fofo. O envolvi em um abraço apertado, rodopiando alegremente pela sala.

    - Está tudo bem? ? alguma coisa queria conversar comigo, mas agora eu estava curtindo única e exclusivamente o meu primeiro Pokémon.

    - Que coisa mais lindinha. ? meus olhos cintilavam como fogos de artifício, iluminando os céus com suas cores vibrantes.

    - MUD! ? uma cabeçada liberou o miúdo Pokémon de meus braços.

    - Você o estava sufocando. ? Tracey rindo da situação. ? Ele apenas revidou.

    - Às vezes eu tenho esses lapsos de consciência. Desculpe-me, ahn...

    Nunca tinha visto aquele Pokémon.

    - Use a pokédex. ? disse Tracey apontando para o aparelho em cima da cadeira.

    Mudkip, Pokémon peixe da lama. Consegue detectar mudanças sutis na água e no ar funcionando como um radar, determinando o que ocorre ao seu redor.

    - Isso é extraordinário, Mudkip. Quer dizer... Perdoe-me pelo meu entusiasmo exagerado. Eu não queria ter feito isso. Gostaria que fôssemos amigos, se você quiser, é claro.

    Ele piscou para mim desanimado, como se não estivesse entendo o que eu dizia. Mexeu a cabeça para o lado e aconchegou-se no chão.

    - Bom. ? Tracey pegou minha pokebola, retornando Mudkip. ? Seu pai nos enviou esta caixa há três dias com recomendações específicas para você. Ele disse que ficaria feliz com o Pokémon que ele escolheu para você. E pediu para cancelar o pedido dos iniciais de Kanto.

    - Não importa. Eu adorei essa coisa fofucha. Não troco por nada. ? falei apressadamente, esquecendo-me da tartaruga tão sonhada.

    - Espero que aproveite a convivência com os seus novos companheiros. Desculpe-me pelo ocorrido e boa sorte em sua jornada. ? disse depositando a pokebola em minhas mãos.

    - Obrigado e não se preocupe. ? expus os meus sentimentos de forma clara para que desaparecesse sua expressão preocupada. ? São essas vivências que tornam a vida interessante. Poucos treinadores começaram suas jornadas com portas voadoras em seu encalço.

    - É verdade. ? riu amavelmente. ? Você poderia ser uma observadora Pokémon, tem perspicácia e um ótimo senso de humor.

    - Quem sabe? Vamos ver até onde o acaso pode nos levar...

    Avancei pelo corredor em direção a saída, acenando um breve adeus.

    - Julliane, espere! ? gritou correndo até mim. ? Esqueci de passar o número de contato com o laboratório para esclarecermos qualquer dúvida que possa ter. E algumas pokebola extras para pegar alguns pokémons. Não se esqueça de enfraquecê-los primeiro.

    - Ah, sim. ? peguei na mochila a pokegear e guardei as cinco pokebolas.

    - Boa viagem! ? Tracey se despediu enquanto uma mariposa, um rato ou coelho azul de orelhas enormes e um gafanhoto verde com foices em vez de mãos se aproximaram dele. ? Boa sorte.

    - Obrigado. ? gritei descendo pela colina verdejante.

    Me permiti almoçar em um pequeno restaurante na rua principal de Pallet antes de sair por aí sem rumo.

    O lugar era agradável, a comida bem temperada e o atendimento formidável. Ao ir ao caixa pagar a conta, um panfleto sobre a bancada me chamou a atenção. Grand Circo Fogo Vermelho*. Um lagarto vermelho enorme de asas cuspia fogo pela boca, no formato de uma tenda, em um vulcão expelindo lava. Bastante intenso.

    - Ah, vejo que ficou interessada com o circo? ? disse a jovem do caixa, mascando um chiclete. ? Só que ele já partiu.

    - Humm. Que pena, né? ? entreguei o dinheiro em suas mãos. ? Deve ter sido incrível.

    - Foi muito emocionante. ? ela devolveu o troco, enquanto guardava na carteira. ? Os pokémons faziam apresentações lindíssimas e algumas arriscadas também. Eu adoro tudo que envolva esse universo. Você é treinadora, não é?

    - Acho que sim. ? disse desconcertada, sem saber bem o que eu era.

    - Ta afim de uma batalha.

    - Agora?

    - Sim. ? disse mascando sem parar. ? Topa?

    - Tudo bem.

    Ela saltou do balcão, mostrando que vestia uma calça de listras horizontais amarelas e azuis, uma blusa de algodão branca e um avental branco do restaurante. Os cabelos loiros encaracolados na altura dos ombros, destacando os seus olhos cor de avelã.

    - Venha por aqui. ? indicou os fundos da casa. ? Podemos batalhar no gramado. Uma batalha de um contra um, valendo uma potion. A propósito, me chamo Moira.

    - Julliane. Ok. ? me posicionando de um lado. ? Será minha primeira batalha.

    - Que bom. ? deu pulinhos de satisfação. ? Você deu muita sorte. Eu também sou novata e estou tentando melhorar. Será uma ajuda mútua.

    - Então vamos começar? ? disse mais aliviada de não ser a única inexperiente. ? Mudkip, vai.

    - Arrase, Meowth.

    Dois jatos brilhantes se transformaram em dois adoráveis Pokémon. Um elegante gato dourado pálido com seu rabo marrom em forma de caracol lambendo sua pata direita esfregando com a esquerda uma jóia dourada no topo de sua cabeça. Seus olhos grandes astutos não eram muito convidativos. O pequenino Mudkip sentou-se na grama alta, bocejante. Demonstrava tédio.

    - Scratch! ? a garota gritou e o gato mostrou as garras cortando a grama ao seu redor, comprovando como estavam afiadas.

    - Miau! ? miou ferozmente mirando a face de Mudkip.

    - Saia daí. ? berrei desesperada.

    - Kip. ? rolou pelo matagal escapando do ataque.

    - Use é... Mud-slap! ? mais aliviada consegui ordenar um ataque. ? E... Vamos ver... Evite ser acertado por essas garras, Mudkip. Pode ser perigoso. Está bem.

    - Growl. ? embalou a garota assim que terminei de falar. Percebi que deveria ser mais breve em minhas ordens.

    O bichano miou alto zunindo em meu ouvido; Mudkip parecia acuado, mas ainda continuava com ar de desânimo. Ele jogou a cauda contra o chão jogando terra nos olhos de Meowth.

    - Miaaaaaaaa. ? ele esfregou os olhos desnorteado. ? Niarrrrrrrr. ? rugiu raivoso, ameaçando com suas presas.

    - Use bite! ? a garota proferiu balançando seu cabelo freneticamente.

    Suas presas ficaram mais evidentes focalizando o abdômen de Mudkip.

    - Mudkip, tackle. ? a adrenalina percorria todo o meu corpo, alertando meus instintos.

    Ele arremessou o corpo na face de Meowth, nocauteando-o. Mudkip aterrissou no gramado olhando para mim balançando a cauda de um lado ao outro.

    - Parece que você ganhou. ? a garota retornou o seu Pokémon e aproximou-se de mim com um frasco nas mãos. ? Acredito que isso seja seu agora.

    Aceitei a potion. Minha primeira batalha e minha primeira vitória.

    - Foi uma ótima luta ? disse sem esconder minha alegria. ? Seu Meowth deu trabalho.

    - Ah, que isso. Seu Mudkip que é demais. Além de ser muito raro nessa região.

    - Falando nisso. ? agachei-me próximo a ele acariciando suas bochechas. ? Você é mais incrível do que eu imaginava.

    - Mud. ? ele sorriu para mim animado lambendo a minha mão machucada.

    - Isso faz cócegas, hahahahaha! ? sentei ao chão para brincar um pouco com o meu primeiro companheiro.

    As árvores agora faziam sombra para mim, protegendo-me do sol forte. Escorada em um carvalho vistoso, observando as nuvens, me sentia como elas, após conseguir minha primeira conquista. Folheava o livreto da liga Pokémon analisando algumas possibilidades. Já tinha feito isso, mas não consegui me decidir qual profissão seguir. Todas me pareciam extremamente importantes para liberar todo o potencial de um Pokémon.

    Aproveitei para traçar uma rota no mapa da pokegear.

    - Na... ? um pio espalhava-se pelas copas como em um estúdio acústico.

    - Esse som não me é estranho. ? levantei com cuidado e receio.

    Olhos enigmáticos pousaram a minha frente. Senti um misto de raiva e satisfação. Raiva do ser que roubara minha comida a pouco e me deixara como um farrapo humano. Satisfação de poder acertar as contas com a ave em forma de bola.

    - Você voltou. ? disse maliciosamente. ? Agora será nas mesmas condições.

    Apontei a pokedex em sua direção para saber contra o quê eu iria batalhar.

    Natu, Pokémon pequeno pássaro. Por possuir asas muito pequenas não consegue voar e geralmente busca comida no chão, mas salta grandes alturas para fazerem ninhos mais seguros. Seus olhos sempre estão apreciando algo.

    - Parece que o ladrãozinho de comida gosta de comer no chão, mas precisava me roubar? ? peguei minha pokebola liberando um entediado Pokémon.

    - Muuuuuuuuuuuuud. ? disse bocejante.

    - Tackle. ? ele olhou para mim chateado.

    Algo estava errado.

    - Natuuuuu. ? o passarinho avançou em Mudkip bicando as suas barbatanas.

    - Mudkip use tackle. ? ele bateu a cauda na asa direita de Natu jogando-o nas rochas incrustadas ao carvalho. ? Isso aí!

    Natu ergueu-se voltando a bicar o pobre Mudkip. Ele parecia cansado. A luta anterior poderia tê-lo esgotado as forças, ainda não estava acostumado com o ritmo das batalhas.

    - Mudkip, coragem. ? disse animadamente.

    Ele sem ânimo espirrou água pela boca em alta pressão. Acertou o pássaro derrubando-o novamente, desmaiando.

    - Isso! ? joguei uma das pokebolas que Tracey me deu, sugando Natu para o seu interior.

    A pokebola começou a se mover piscando em intervalos regulares, cessando após um tempo. Um estouro ao longe espantou Mudkip, fazendo-o se acolher a mim. Segurei em meus braços o seu pequeno corpo azul tremulante. Peguei a pokebola com o pequeno pássaro trapaceiro, guardando em minha mochila; levei-a as costas indo para o local onde ocorreu a detonação.

    Em passos acelerados em meio à floresta, cheguei a uma clareira. Galhos arrancados, vegetação torrada, um riacho enlameado e um garoto ensangüentado ao centro. Senti minha espinha congelar. Tapei os olhos de Mudkip, regressando-o a pokebola. Não queria que visse tamanha violência.

    Andei alguns passos em direção ao centro, cambaleando, fui forçada a ajoelhar na grama chamuscada. Soluçando em meio ao suor frio, lancei o conteúdo de minhas entranhas para fora. Lágrimas escorriam descontroladamente de meus olhos cor de água. Vacilante, o meu corpo imóvel tinha que ajudar aquele pobre garoto.

    - Vai. ? arfei mordendo o lábio inferior, liberando um filete de sangue.

    Consegui controlar meus movimentos, contudo não sabia o que poderia fazer. Se ainda houvesse algo a ser feito.


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