Oi meus chuchus
Capítulo 03: Four years later.
Autora POV on:
– Ah... Eu preciso de seis na cor rosa e mais oito em azul. -A moça dona de cabelos dourados, fazia um pedido complexo pelo telefone, enquanto digitava e abria diversas páginas no seu computador de trabalho.
Manhattan havia se tornado uma cidade renovada em tão pouco tempo. Agora o que mais se via em qualquer lugar que se passasse, eram crianças de variadas idades. De certo modo, isso explicava o fato de o monitor de Lucy ter 14 janelas abertas, com fotos de bebês recém-nascidos.
– Você... Poderia repetir? -A loira fez uma cara não muito agradável ao escutar o preço final de todas as roupinhas personalizadas, que ela queria comprar e dar de presente para alguns conhecidos que há pouco tempo se tornaram pais. Ao escutar novamente o número alto, certificou-se que estava em um beco sem saída, já que não era o tipo de pessoa que costumava dizer não.
Para sua sorte seu telefone que estava em cima da mesa, começou a tocar. Sorriu tanto pelo nome da pessoa que lhe ligava quanto pelo motivo que agora tinha, para a fuga da situação que se encontrava.
– Ok senhor, só um minutinho, tenho outra ligação. Retornarei assim que possível. -Afirmou uma mentira tentando ao máximo manter o tom de voz dócil, era comum gaguejar nesses momentos. - E aí? -Encerrou a ligação e rapidamente pegou seu celular com a mão direita, enquanto a esquerda abria o almoço, comprado há alguns minutos, por uma colega que sentava em sua frente.
– Você está vendo o que eu estou vendo? -Era Natsu do outro lado da linha, ele perguntou de um modo brincalhão e a loira tratou de negar sem entender do que o assunto se tratava. - Olha sua caixa de entrada. -Dito e feito. Lucy direcionou sua mão para o mouse e assim clicou na aba em que seu email estava aberto. Depois de atualizá-lo, uma mensagem da Erza apareceu no topo.
“Primeiro cocô do Ryan no penico.”
– Meu Deus. Bem ousado! -Soltou uma risada alta sem se importar muito com a presença de seu chefe em uma sala a poucos metros de si. Mas não havia como evitar, afinal, o que o pequeno menino tinha feito se parecia muito com um órgão genital masculino.
– Pois é. Eu estava almoçando! -O rosado deixou suas gargalhadas se soltarem pelo outro lado da linha fazendo companhia a loira.
– Isso é milho? -Lucy se aproximou da tela para focar o olhar em um ponto amarelo enquanto já franzia a testa e formava uma careta em seu rosto alvo.
– Ah muito obrigada, meu apetite voltou com tudo. -Natsu respondeu ironicamente, Lucy soltou uma risadinha fraca pelo nariz e depois de alguns minutos conversando, pousou delicadamente o dedo indicador na tela, desligando a ligação.
[...]
– Uma morte e lenta e sofrida, ou ver o amor da sua vida ter uma morte lenta e sofrida por doença. Que tal isso? -Natsu e Lucy caminhavam na Rua de Brooklin que já se encontrava bem escura, se não fosse iluminada por postes de luz. Os dois tinham costume de fazer perguntas desse tipo, desde que começaram a estudar juntos, na sexta série. Inclusive tivera uma vez em que a loira ligou ao rosado, às quatro da manhã, para questionar se ele preferia ter uma morte com tubarão ou jacaré.
– A. Com certeza alternativa a. É pior ficar sem a pessoa amada, e com certeza, me livraria da morte lenta e sofrida. -A loira respondeu de imediato e com o tom de voz normal, apontando não estar de brincadeira.
– Como?
– Eu daria algum jeito com morfina. -Lucy deu de ombros e Natsu assentiu com a cabeça, às vezes até se surpreendia com a inteligência da amiga. Concluiu que não deveria duvidar de seu QI somente pela cor clara de seus cabelos.
Lucy começou a balançar de leve as diversas sacolas com presentes de embrulho infantil. Definitivamente, as crianças davam muito mais trabalho do que imaginavam e ela não era maluca ao ponto de ir à casa de algum pequeno, com as mãos abanando. O motivo para o qual estavam indo em um local diferente nessa noite, era que nenhum dos amigos dos dois poderia sair e comemorar a data que marcava aniversário da loira, então Erza resolveu oferecer a própria casa para realizarem uma festinha entre eles.
– E você? -Retornou o assunto quando se deu por conta que a curiosidade não pulasse esse momento.
– B. Eu prefiro viver. -Natsu respondeu indiferente, chutando uma pedrinha em sua frente. Lucy abriu sua boca incrédula com a sensibilidade do rosado.
– Sério que você prefere ver o amor da sua vida morrer?
– Bom não iria ser legal... Mas antes ela do que eu. Ainda me restam bons e longos anos de vida. -Lucy resolveu não interferir, não podia repreendê-lo ou fazê-lo mudar de ideia, já que não tinha nada do que ver com isso. O assunto morreu, porém o silêncio que ali se instalou era agradável, já que se sentiam seguros e confortáveis com a presença um do outro.
– Será que estamos atrasados o bastante? -Assim que cessaram os passos em frente a uma casa, com o mesmo número que indicava no pequeno papel que estava sobre as mãos do rosado, Lucy se sentiu insegura e rapidamente, percorreu um leve friozinho em sua espinha.
– 35 minutos? Acho que é o bastante. -Natsu pouco se importou, subiu os pequenos degraus estreitos e logo apertou a campainha. Com receio, a loira subiu ficando ao seu lado. Passou-se um tempo e ninguém venho lhes atender, impaciente o rosado novamente levou sua mão até o botão, porém antes que o pressionasse, os dois tiveram uma visão desagradável.
Erza abriu a porta com uma expressão facial de quem não se sentia muito feliz, fora isso estava ofegante e seus cabelos da cor Scarlet estavam totalmente bagunçados. Era possível se enxergar também em sua blusa branca, uma mancha que se parecia com xixi. Lucy lamentou pela situação, provavelmente à ruiva estava trocando fraldas.
– Ainda não estamos prontos. -Disse apenas isso, ao menos os cumprimentou. Mesmo assim, voltou em direção à sala, deixando a porta aberta para que Natsu e Lucy a acompanhassem. Logo que puseram seus pés no piso coberto com um carpete marfim, escutaram gritos de criança se alastrando pelo local. - Ryan! Amor, você pode sossegar um pouquinho? -A ruiva se abaixou e ficou a altura do garoto que imediatamente parou de correr pela sala. De repente ela se levanta bruscamente e começa a gritar. - JELLAL! Pode vir aqui um instante, por favor!?
– Eu estou cagando!– A voz do homem respondendo soou abafada por estar do outro lado de uma porta a poucos metros dos três adultos, no momento seguinte, foi possível enxergar uma veia saltar da testa de Erza enquanto a mesma já serrava seus dentes impaciente.
– É mesmo? Natsu e Lucy já estão aqui, ENTÃO SAIA!
– Oi pessoal!– Jellal não se importou e saudou os amigos recém-chegados, Natsu e Lucy rapidamente trocaram olhares desconfiados, mas trataram de abrirem um sorrisinho com o intuito de amenizar a situação.
– Oi Jellal... -Responderam em conjunto.
Em seguida um choro alto de bebê foi ouvido por todos os presentes, Erza pediu para que Natsu e Lucy ficassem de olho no pequeno Ryan enquanto fosse ver o que havia acontecido com Katy, o mais novo bebê da família Fernandes.
Enquanto Erza caminhava com passos rápidos até o quarto de Katy, a campainha começou a tocar desesperadamente, no mínimo era Juvia. E Lyon... Acabou por ocorrer alguns problemas que envolveram a azulada. Até onde todos sabiam os dois não haviam casado, somente ficaram naquela relação de conviver juntos e ter uma família. Era um assunto delicado, somente Erza e Lucy sabiam cada detalhe do que Juvia enfrentava todos os dias.
Quando tudo finalmente se ordenou, os seis adultos se juntaram a mesa e deram início a janta. Parecia mais como um velório, já que ninguém falava nada. Os filhos da ruiva e do azulado foram postos para dormir, entre eles, só se encontrava Davi, o bebê de três meses da família Vastia, que por ironia, começou a chorar.
– Ah... Posso colocar ele com a Katy? -Juvia se pronunciou timidamente enquanto pegava o pequeno de forma desajeitada, da cadeirinha onde estava.
– Claro querida! -Erza sorriu passando confiança a amiga, enquanto apreciava um gole de suco.
– Ele está bem, deixe-o aí. -Lyon afirmou com a cara fechada, como se não estivesse demonstrando preocupação.
– Se eu colocá-lo lá, ele vai dormir! -Juvia parecia já estar com pouca paciência, levantou o tom de voz tentando mostrar a realidade para o parceiro. O homem se irritou, largou os talheres de suas mãos logo cruzando seus braços.
– É choro de fome, só dê a mamadeira. -Depois de bufar, dialogou enquanto fazia gestos com a mão direita, como se tivesse razão.
– E por que você não da? Por uma só vez você poderia fazer isso. -Já era possível ver lágrimas se acumulando nos olhos de Juvia, que havia passado a gritar, assustando ainda mais o bebê.
– Está tudo bem eu dou, não tem nada de mais! Parece até que estuprei para ter um filho... -Foi o ápice, Lyon se levantou e pegou a criança dos braços da azulada. Ninguém sabia o que fazer, Juvia deixava algumas lágrimas escorrerem de seus olhos, tentando não soltar nenhum ruído. Lucy e Erza resolveram acalmar a amiga se levantando da mesa, deixando apenas Natsu e Jellal em um silêncio perturbador.
[...]
Já se passavam das onze da noite, Natsu e Lucy voltavam de trem para casa. Por mais que não quisessem, ainda permaneciam em um clima pesado por conta da discussão que presenciaram há pouco tempo atrás. Lyon acabou por sair da casa dos Fernandes sem ao menos dar uma satisfação, deixando a companheira e o bebê desorientados.
– Sabe qual e a pior parte que eu não consigo enfrentar? -Lucy chamou a atenção do rosado, que no momento olhava para um ponto fixo no chão.
– O afrouxamento da vagina? Que você tenha medo de seu parceiro não querer mais transar, já que agora virou uma sacola e... Ah desculpa, é que... -Natsu realmente era um caso perdido, a loira olhava para ele sem ao dizer uma única palavra, estava surpresa, ele pensava naquilo até mesmo nesses momentos?
– A parte mais difícil é que dizem que você acaba gostando mais do seu filho do que a pessoa que decidiu ficar...
Começaram a discutir sobre essas questões até o momento em que chegassem ao apartamento, em que agora ambos moravam. Adentraram no local que, por causa do horário, se encontrava apenas com o porteiro presente, quase dormindo em pé.
– Então você não quer ter um filho? -A loira deduziu que esse seria o desejo do rosado, após prestar atenção em cada palavra que lhe dizia.
– Ta me tirando? É claro que eu vou ter um filho, de qualquer forma. -Natsu deu de ombros enquanto apertava o botão do elevador.
– Eu também... -Lucy deu a última palavra, ficaram então em silêncio, ambos refletindo sobre o assunto mentalmente, enquanto esperavam as portas metálicas se abrirem.
– Por que a gente não faz isso logo? -O rosado propôs após alguns segundos, por mais que estivesse com receio de suas palavras, não era uma má ideia.
– O que?
– Nós nos amamos, confiamos uns nos outros, somos responsáveis, temos bons empregos. E também sentimos atração um pelo outro... -Sorriu de canto olhando profundamente nas íris achocolatadas dos olhos da loira.
– Seria perfeito... -Lucy se prendeu do mesmo modo em que Natsu a encarava, consequentemente, acabou balbuciando as palavras em tom baixo, sem que percebesse onde havia chegado.
– Então vamos logo! -O rosado parecia ter se empolgado, puxou com delicadeza o braço da amiga, guiando-a para dentro do elevador, logo pressionou o botão do 12º andar com um sorriso grandioso em seus lábios.
– Espera... A-agora? -Lucy deixou um tom avermelhado tingir sua pele quando se deu conta do que tinha se metido. Sentiu uma tensão lhe atingir inteiramente, ficou nervosa. Não sabia o que esperar do lado pervertido do rosado, que ainda não conhecia muito bem.
– Nesse momento, loira.