|
Tempo estimado de leitura: 17 minutos
l |
Muitos estavam animados, outros aparentavam terem sido obrigados a estar ali, após chegarmos a terra, os caminhões e tanques que navegaram conosco tomavam as rédeas de nos levar ao leste da Romênia, onde mais tropas e armamento nos esperavam.
Um capitão, conhecido como Rassour, um apelido tanto quanto incomum, não sabíamos o seu verdadeiro nome, mais sabíamos que ele não era italiano, nem eu, cuidava de dividir os postos de cada soldado para a viagem em terra. Desde o inicio já havíamos sido avisados de que a guerra estava e todo lugar e que não estaríamos seguros até chegarmos à base da Romênia.
Uma viagem tensa, atenção acima de tudo, um movimento nas árvores, arbustos pelo caminho era motivo para um tiroteio ao vento. Sabíamos que a munição era pouca pra quantidade de soldados e armas, mais todos prezavam a vida, e não estavam dispostos e morrer com facilidade.
Entre todos me destaquei por um motivo pessoal incomum, sem medo, perambulei muito por ai para ter medo de morrer agora, não seria uma arma, muito mesmos um homem que me faria ter medo a essa altura.
Passaram-se dois dias de viagem (6 de Maio de 1915). Todos permaneciam com o mesmo humor de sempre, fui designado a viajar e lutar junto a um dos Tanques, numeração 49-119, tripulação oito pessoas, um perito em tanques dirigindo e sete na artilharia. Pelo céu, um pouco esfumaçado, calculava que horas poderiam ser aparentemente pelo leve escurecer, já eram seis horas de tarde. Hora marcada em todos como o primeiro Desafio.
Uma luz é avistada ao horizonte, todos ficam alerta e apagamos tudo que poderia chamar a atenção, mesmo com todos preparados para a batalha, não tínhamos informação do tamanho da tropa inimiga, logo conseguimos avistar a bandeira Austríaca, e a sirene toca.
-GO, GO, GO!!!
Esses foram os primeiros gritos que ouvimos quando todos começaram a correr, esse foi o primeiro desafio. Tiros passavam por todos os lados, rapidamente entramos no tanque e começamos a armá-lo, apesar de um pouco lerdo, era muito eficaz, e causava um grande estrago, dois dos soldados presentes tomaram posto nas metralhadoras externas, enquanto os outros carregavam e preparavam o canhão principal, por minha vez tomei conta da metralhadora interna, e com pouca visibilidade do terreno atirava frente ao inimigo.
Mesmo tempo pouca visão do que acontecia, pude ter certeza de coisa como corpos passando como balas a frente do tanques a cada bomba, granada lançada em nossa direção, ali estava eu, sem sentimento, sem remorso, nem pena, a cada tiro um sentimento de poder me tomava e me alegrava, vi inúmeras explosões e mortes, o que só me motivava a cada vez atirar mais.
Por uma brecha na lataria pude ver um tiro acertar em cheio a cabeça do soldado na metralhadora a minha direita, éramos o terceiro tanque na linha de frente em ataque, muitos outros davam cobertura, foram quatro horas, quatro horas de adrenalina. Nos destroços austríacos encontraram alguns registros não destruídos, a pequena tropa que nos atara, era apenas de meros mercantes viajando para a Macedônia, essa fora a sua ultima viagem.
Passaram-se mais dois dias de Viagem até finalmente chegarmos à Romênia, nossa tropa não havia mudado muita coisa em relação à quantidade desde o confronto com os mensageiros austríacos, mais nada comparado ao que encontramos na Romênia. Um numera cinco vezes maior de soldados, isso era o que nosso capitão Rassour acreditava ter.
Foram muitos anos vagando e procurado algo que até hoje não consegui possuir, uma pessoa com poder, uma pessoa forte, forte o suficiente para o que eu a opusesse, não tenho certeza mais posso encontrá-la meio a tantos. O exame de Sobrevivência e a minha avaliação iria começar nada mais seria brincadeira, a Guerra começou pra nós.