Alma Gêmea: Destinados

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    Capítulos:

    Capítulo 1

    Contínuo

    Acompanhem mais uma jornada da vida de Lucy e Dan/ Anne e Alex!

     - É big, é big, é big é big é big; É hora, é hora, é hora é hora é hora. Rá-ti-bum! Lucy e Dan! Lucy e Dan! - cantavam os adultos e gritavam as crianças pouco antes de eu e Alex apagarmos as velas pelos nossos pequenos filhos, que acabavam de completar um ano.

    Um ano de nossa maravilhosa vida. Um ano de nossa eterna felicidade. Nada e ninguém podia ter uma vida melhor que a nossa.

    Ver Alex feliz conversando com os amigos e os gêmeos brincando na piscina de bolinhas que instalamos no jardim me faz sentir totalmente realizada. Há um ano sou a pessoa mais feliz do mundo. E sinto que continuarei feliz por muito mais tempo.

    25 anos depois -------------------------------------------------------------------------------------------

    - Não esqueceu nada, não é? - Alex me questionava com a sua cara de interrogação enquanto eu repetia a lista de objetos para mim mesma.

    - Não, está tudo aqui. - sorri pra ele e recebi o mais belo sorriso de volta. Mesmo depois de tantos anos o meu amor por Alex não havia diminuído um breve milésimo. Pelo contrário – a cada dia eu achava que o amava cada vez mais.

    Entrei no carro e ele deu partida. Era aniversário de 26 anos de Lucy e de Dan, e nós daríamos uma festa surpresa no jardim da casa de Lucy. Casa de Lucy... pois é, eles cresceram. Ambos casaram, têm suas próprias casas e os próprios empregos. Não são mais aqueles bebezinhos que precisavam de nossa ajuda para apagar as velinhas. Pelo contrário.

    A esposa de Dan, Maria, estava esperando a minha primeira neta. Ela já estava no 9º mês, e estávamos todos ansiosos pela chegada de Rebecca.

    Já Lucy preferia esperar mais um ano, uma vez que os negócios de Benjamim, seu marido, estavam indo tão bem que no momento seria impossível cuidar de uma criança no meio de tantos outros deveres.

    Nós já tínhamos tudo sob controle. Tudo combinado. Nossos “comparsas” estavam segurando os dois na casa de Dan para que nós chegássemos primeiro e terminássemos a decoração da festa. E principalmente porque nós levaríamos o bolo.

    Já estávamos mais que atrasados, então pedi a Alex que aumentasse a velocidade. Ele reclamou enquanto passava por algumas sinaleiras, mas eu pedi novamente. Então, ao entrar numa rua larga que parecia pouco movimentada, ele pisa fundo no acelerador. Mas algo acontece – algo que nenhum de nós esperava – e que fez com que a nossa última atitude fosse arregalar os olhos e unir nossas mãos. Tentei gritar, mas não deu tempo. O tempo não voltou atrás.

    Quando vi, estava de pé observando nosso Santa Fé prata, absolutamente engolido de frente por um caminhão de carga gigante. Meu coração falseou por um segundo, enquanto eu tentava segurar as lágrimas. Mas elas caíram logo que eu lembrei-me de que não deveria estar só. Onde estaria Alex?

    - Está tudo bem. - uma voz masculina se dirigia a mim calmamente. Não era Alex, sua voz eu reconheceria de longe. Então, quem era?

    Virei-me para descobrir quem proferiu tal absurdo diante da situação em que eu me encontrava. Mas logo meu princípio de raiva se esvaiu quando vi seu rosto. Ele era alto, moreno; os cabelos castanho-escuro caíam sobre os olhos de mesma cor. Havia uma luz branca e forte ao seu redor, algo que nunca havia visto antes. Ele olhava pra mim tão intensamente que parecia conhecer meus segredos mais profundos.

    - Venha aqui. Está tudo bem. - ele estendeu sua mão, na esperança que eu a pegasse sem nenhuma objeção, mas eu estava preocupada demais para isso.

    - Onde está Alex? - pergunto, observando seu olhar surpreso diante de minhas palavras.

    - Não se preocupe. - ele balança a cabeça com um olhar de afeição.

    - Onde está Alex? - pergunto novamente, já um tanto alterada, apesar da sensação de paz que ele emana.

    - Não se preocupe. Você sempre irá encontrá-lo. - ele diz, enquanto pega minha mão e me leva contra minha vontade para dentro da luz branca.

    Não posso evitar – aquela luz me chama como um ímã -  mas eu precisava ver Alex e saber se ele estaria bem. O estranho homem me olha com um pequeno sorriso nos lábios, mas seus olhos o traem demonstrando pura tristeza. Eu estava me sentindo cada vez mais sonolenta, e, a última coisa da qual me lembro é de que adormeci desejando mais do que tudo na minha vida encontrar Alex.


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