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Liria olhava pela janela, um olhar perdido vendo o céu escurecer lentamente, sentia que tinha algo errado, mas por alguma razão não se lembrava, sua cabeça estava confusa e tinha um noivo que não se lembrava dele também, suspirou fundo e ouviu alguém bater a porta.
- Entre! – ela estava séria e olhando um ponto qualquer no céu.
- Filha! – Luia a chamou e Liria olhou para ela. – Esta tudo bem?
- Sim mamãe, apesar de que aprece estar faltando algo em mim, e ter um noivo que eu nem sei quem é – ela estava triste e com a voz embargada.
- Filha, você esteve doente, perdeu a memória, aos poucos ela volta – Luia mentiu com dor no coração. – Além do mais, sabe das nossas tradições.
- SABE QUE EU ODEIO ESSA TRADIÇÃO IDIOTA! EU NEM CONHEÇO O RAPAZ! - ela saiu com raiva pela janela.
Luia suspirou fundo e olhou o ponto vago que ela tinha deixado.
“Essa menina ficou pior depois de eu retirar as memórias dela”. Luia pensou saindo do quarto.
****
Liria sobrevoava o céu de Lion e viu a área onde os laboratórios de ciência ficavam. Ela ia todos os dias ali para aprender e adorava aquele lugar.
Sorriu ao olhar a parte um pouco mais isolada do castelo, aterrissou e procurou o seu professor pelos laboratórios, viu um homem de cabelos meio esbranquiçado, com um jaleco branco olhando um painel a sua frente.
- Professor! – ela o chamou.
- Liria! Que bom que veio! Eu quero me ajude nesse cálculo aqui - apontou para o projeto em sua frente.
- Ah! E fácil, fácil, professor! – ela mostrou como se calculava aquelas formulas tão complicadas para o professor.
- Não sei a quem puxou, mas você é um gênio! – ele admirava sem estar surpreso, pois já sabia da genialidade da moça.
- Obrigada professor – ela agradeceu com um sorriso meio triste.
- Liria pode me acompanhar, quero lhe mostrar uma coisa que você vai adorar – o professor estava entusiasmado e viu o rei chegando.
- Pai! – ela o viu o homem pousar em seguida.
- Oi filha! Achei que sua mãe estivesse com você – ele aterrissou vagarosamente enquanto falava com ela.
- Ela estava, mas eu a deixei, sozinha, pois ela ainda está com aquela ideia de noivo e noivado.
- Mas filha...
- Não começa pai! – ela fechou o semblante e já ia saindo com raiva.
- Espere filha! – ela parou e olhou para o pai. - Vamos ver o que o seu professor quer te mostrar.
Liria suspirou fundo e virou-se de volta, sua curiosidade era maior que qualquer outra coisa.
- Então Liria, vai ficar ai só me olhando! – ele sorriu a ela. – Eu havia pedido a sua mãe para te acompanhar até o laboratório, mas percebi que você veio antes por causa de brigas bobas.
- Não é briga boba, papai... – ela o encarou e começou a caminhar em direção a ele. – Como eu vou me casar com alguém que eu não conheço? Nem sei realmente se o escolhi no dia do meu aniversário. – ela cruzou os braços e bufou.
- Filha, mesmo assim é uma tradição, você está perto dos dezesseis anos, ainda tem tempo de conhecê-lo, além do mais Soa e de boa família.
Liria suspirou fundo fechou o semblante e resolveu não argumentar mais, pois sua curiosidade era maior que ficar com raiva e sair dali deixando de ver o que eles iriam mostrar para ela.
Ela acompanhou o pai e o professor até uma espécie de hangar onde o professor abriu a grade porta que se dividiu em duas dando a plena visão da nave que era um pouco oval com dois propulsores meio elevados com uma espécie de metal formando quase asas redondas, mais dois propulsores por debaixo da nave, meio escondidos, três rodas imensas ligadas a um tipo de cilindro de metal bem grosso deixando à nave a amostra com todo o seu resplendor.
Liria viu a nave e seus olhos brilham diante dela, ela tocou o metal e sentiu uma energia vindo da mesma.
- Essa nave... Ela tem uma vida? – ela perguntou sentindo algo nela, curiosa e querendo confirmar o se era verdade o que ela sentia.
- Sim Liria, ela tem uma alma e junto dessa alma uma inteligência artificial – o professor falou vendo a empolgação da moça.
- Isso é incrível! – Liria exclamou a tocando. – Posso vê-la por dentro?
- Claro que sim! – o professor olhou para ela e sabia exatamente o que ela queria. – Rind abra a escotilha!
- Sim – a voz robótica soou de dentro da nave e a escotilha começou a abrir lentamente com uma escada para dar acesso para dentro da nave.
Liria mal esperou abrir e entrou na nave, logo percebeu que havia um compartimento e puxou a gaveta vendo um espaço com um acochado macio e uma luz esverdeada piscando.
- Isso é um compartimento de junção para que à nave, possa ir mais rápido? – ela perguntou olhando o professor aparecer.
- Sim é – ele a viu muito empolgada. – Mas não temos noções dos efeitos que podem causar.
- Ual, isso é de mais! – Liria ainda olhava o compartimento, depois ela fechou a gaveta e olhou para o painel de controle encantada com tantos botões.
- Liria, essa é a Rind, uma nave feita em faze experimental.
- Olá Rind! – Liria o cumprimentou. – É um prazer conhecê-la.
- Majestade, o prazer é todo meu – a voz robótica soou.
O rei olhou para nave e não disse nada.
- Quando posso dar uma volta nela, pelo espaço? – Liria estava ansiosa.
- No momento certo, filha – o rei tocou o seu ombro. - Agora vamos, pois está ficando tarde.
- Está bem, pai! – ela olhou tudo em volta e se despediu da nave.
Rind respondeu educadamente e viu a ela sair da nave. Havia percebido que ela havia o esquecido, havia percebido que ele nunca mais voltaria a ocupar o coração dela, mas ele estava feliz, pois um dia ele poderia acompanhá-la pelo espaço negro carregado de pontinhos brilhantes.
Liria saiu voando junto com o seu pai pelo céu de Lion e quanto isso Rind pensou: “Ela nunca mais saberá quem eu fui...”.
Na manhã seguinte Liria se preparava para mais uma aula e ela viu o rapaz se aproximar dela enquanto ela passava pelo corredor.
- Liria, está indo para aula de artes marciais?
- Estou – ela estava fria com ele.
- Bom... Eu tenho que ir junto com você, sabia? – ele sorriu a ela, mas ela nem o olhou.
- Eu sei, mas infelizmente eu tenho que aturar a sua presença.
- É tão ruim assim, ficar ao meu lado? – ele perguntou pegando na mão dela.
Liria finalmente o encarou, seus olhos cinza e cintilantes penetraram os olhos amarelos dele.
- Eu não tenho nada contra você, Soa, mas eu não me vejo como uma mulher ao seu lado, não sei como eu te escolhi, não me lembro de como foi, me desculpe.
- Podemos nos conhecer de novo, talvez eu... – ele puxou mais a mão dela para um abraço súbito, mas Liria o empurrou e disse:
- Nunca mais me toque ou eu não me responsabilizo por mim – ela ficou com raiva o encarando. – Outra coisa, foi você que me deu esse colar? – ela mostrou a pequena fada em um cordão brilhante em seu pescoço. – Não ouse mentir, pois eu saberei. – ela o encarava processa.
- Não fui eu – ele foi sincero a olhando.
- Sabe quem foi? – ela perguntou um pouco mais calma e voltando a caminhar.
- Não faço ideia – ele a acompanhou um pouco mais distante.
- Ótimo! Pelo ao menos foi sincero, agora ande logo já que tem mesmo que acompanhar as aulas.
- Está bem! – ele ficou um pouco triste, mas não desistiria, pois Soa era o melhor partido para Liria, pelo ao menos na cabeça dele.
*******
Alguns meses se passaram e os povos de Lion viviam tranquilos achando que Freeza iria os deixar em paz, mero engano, pois o lagarto estava apenas esperando o momento certo de sair do planeta e ir até o povo que os seus soldados tiveram tanto trabalho ao tentar dominar aquele mero planeta.
Sorriu ao olhar mais uma vez o painel, onde piscava o pequeno planeta mostrando que ele não estava muito distante dali.
- Imperado! A sua nave esta pronta podemos partir.
- Ótimo Dodória! Não vejo a hora de ver fogos de artifícios pelo céu – a maldade estampada em seus olhos, o ódio daquele povo transbordava pelo seu ki em torno de si. – Vamos, pois quanto mais rápido nos chegarmos mais a festa será de grande estilo – ele caminhou lentamente a frente de Dodória e encontrou Zarbon no corredor pronto para acompanhá-lo, mas Freeza tinha que deixar uma coisa clara antes de partir.
Foi até o quarto do rei Vegeta e entrou sem bater vendo ele e a mulher, juntas na cama e sem ao menos se importar disse:
- Cuide do planeta enquanto eu estiver fora e sem gracinhas, entendeu bem?
- Sim, sua malvadeza – o rei o reverenciou com o lençol em volta de si e viu Freeza saindo do seu quarto.
Com o barulho o pequeno Vegeta acordou assustado e começou a chorar.
Rei Vegeta cerrou o punho e olhou a porta com o cenho franzido, estava com raiva de ter que seguir ordens daquele ser, mas foi esse o acordo que eles fizeram e desde que ele não mexesse com o seu filho ele o obedeceria.
Aria levantou e foi até o berço olhar o seu pequenino, o garotinho já tinha um ano e mais de meio e ela pensava na hipótese de dar um irmão a ele, mas era uma hipótese a ser pensada, já que o seu marido não era um sayajin fácil de lhe dar.
***
Freeza logo chegou a sua nave e deu um sorriso de canto, dentro de sua cadeira especial e entrou na mesma acompanhado de Zarbon, Dodória, alguns soldados de elite e também as forças especiais Ginyu.
Sua tropa estava pronta, e sabia que seus desejos perversos se realizariam.
******
Liria estava dentro da nave fazendo alguns estudos e aperfeiçoamento nela, ela se sentia bem junto com Rind, pareciam se conhecer a muito tempo, mas ela não sabia nem por que e nem de onde, só sabia apenas que a nave tinha uma alma nela que a tornava uma inteligência artificial em meio ao monte de ferros e parafusos.
Liria estava anotando algumas coisas diante do painel de controle quando ouviu a voz robótica.
- Não deveria estar com o seu noivo, majestade? – ele perguntou com dor no coração.
- Essa tradição me da nos nervos, Rind, ainda mais com aquele filhinho de papai, não sei onde eu estava com a cabeça para escolher ele na festa do meu aniversário de quatorze anos – ela continuou a anotação.
Ao ouvir essas palavras Rind se sente feliz, mesmo sabendo que ela não sabe quem ele é, pois suas memórias sobre ele não existiam mais.
- Liria! – ela ouviu o seu nome e sabia exatamente quem era.
- O que quer Soa? – ela perguntou sem olhar para trás.
- Eu estava te procurando, você sumiu, tínhamos aulas de ciências juntos.
- Eu estou fazendo a minha parte, não vou ficar grudada em você o tempo todo – ela estava fria, sem a menor vontade de olhá-lo e ainda anotando.
Ele suspirou fundo e disse:
- Sabe que não pode fugir da tradição, sabe que temos que nos casar.
- Eu sei, mas isso não quer dizer que eu tenho que ficar o tempo todo com você, além do mais esse casamento só vai acontecer daqui a alguns anos, espero até lá ter encontrado alguém que não seja você.
- Por que não gosta de mim desse jeito? Eu nem te fiz nada – ele aproximou dela.
- Não é você Soa, é essa tradição idiota – ela suspirou fundo, além do mais, será impossível eu te amar, só por ser uma espécie de casamento arranjado – ela colocou a prancheta em cima de uma mezinha que tinha dentro da enfermaria da nave.
- Eu sei Liria, mas você ao menos podia tentar me conhecer – ele aproximou dela. – Você ao menos podia conversar melhor comigo - ele insistia, pois tinha esperanças de ela gostar ao menos um pouco dele, mas parecia em vão.
Ela virou-se para ele e ficou frente a frente:
- Sobre o que quer falar? – ela o encarou sem medo.
-O que você gosta de fazer? Ou algo relacionado à hobbins, algo nesse sentido – ele a encarou com intensidade. – Quero dar uma volta com você, algo assim – ele se aproximou um pouco mais.
Ela suspirou fundo, desviou o olhar do dele e passou por ele saindo do local.
- Está bem. Eu vou te dar a chance de me conhecer melhor, mas não espere muita coisa, Soa.
- Sério! – ele viu-a de costas para ele, mas seus olhos cintilavam de alegria.
- Sério! – ela virou-se novamente para ele – Vamos nos ver daqui a duas semanas na praça perto do castelo.
- Por que daqui duas semanas?- ele ergueu a sobrancelha tentando entender.
- Eu vou ter que ajudar o professor em umas coisas aqui no laboratório e não terei muito tempo antes disso.
- Entendo – ele da um sorriso satisfeito afinal tinha conseguido ao menos um encontro com ela. - Combinado então – ele a deixa ali e saí com uma esperança pequena em seu coração.
- Ufa! – ela passa a mão na testa. - Esse cara é muito chato – comenta-a revirando os olhos.
- Não gosta mesmo dele, majestade? – perguntou Rind
- Me chame de Liria, Rind e sim eu o odeio, ainda não sei como o escolhi – ela sorri. – Porém eu vou ter que conhecê-lo – ela revirou os olhos mais uma vez. – Mas será um tédio total – ela encara o painel de controle. – Bom, nos vemos depois – ela o deixa ali e sai da nave pensando em tudo e tentando se lembrar, mas nada vinha em sua mente.
***
Os dias se passavam rapidamente e logo venceram as duas semanas.
Liria estava sentada na fonte perto do castelo olhando o céu esperando Soa. As nuvens acinzentadas, o céu meio roxo e o sol levemente avermelhado dizendo que estava chegando o fim da tarde e dando espaço à noite pouco a pouco.
Soa a viu sentada com o olhar perdido em um ponto qualquer do céu, suspirou fundo e aproximou-se.
- O céu de Lion é bem colorido – ele sentou-se ao lado dela com um sorriso.
- Como será o céu dos outros planetas? – ela tentava imaginar.
- Não faço ideia – ele tocou a mão dela, mas ela tirou. – Aonde quer ir?
- Vamos fazer um jogo, se acertar nos meus gostos eu vou deixar você pegar, na minha mão, me beijar, o que acha?
- Eu gostei do jogo – ele se levantou e a encarou. – Aceito o desafio.
Liria sorriu travessa, e sabia que seria fácil dizer que não gostou do local.
Soa também sorriu e sabia que ela pensava, já que sabia da fama dela ser esperta.
- Vamos Liria! – ele saiu levantando voou e ela foi atrás dele.
Soa parou no ar olhando para todos os e viu um galpão perto da escola de ciência e tecnologia e voou até lá. Liria o acompanhou e ele pousou e Liria fez o mesmo. Não entendeu o que ele queria ali, mas o seguiu lentamente.
Soa abriu a grande porta de madeira e entrou, Liria o seguiu e viu varias partes de ferros, fios, alguns pedaços de robôs mau montados, como se fosse um lugar de sucatas velhas sem utilidade.
- Como você sabe desse lugar? – ela perguntou entrando e vendo várias sobras e sucatas que poderia ser utilizada para muitas coisas no planeta, seus olhos brilhavam ao olhar.
Soa sorriu um sorriso malicioso, aquele galpão fazia parte das terras de sua família, eles haviam emprestado para o rei para guardar as quinquilharias, era próximo aos laboratórios e a escola de tecnologia e ciência.