Antes do reencontro.

Tempo estimado de leitura: 4 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 3

    Um dia sinistro.

    Hentai, Heterossexualidade

    Riel voou com Liria no colo pelo céu de Lion e Riel sorria ao olhar para a garota, mas logo ele avistou o local. Era uma construção antiga feita em um tipo de cristal muito raro e caro, tinha a forma de pontas que se cruzavam e uma entrada com duas portas de vidro, teias de aranha e animaizinhos rastejantes estavam ali. Os últimos raios de sol tocavam as pontas do castelo mostrando um brilho cintilante dando uma beleza exótica ao lugar.

    Liria e Riel pousaram de frente ao local.

    Riel a colocou no chão com cuidado e ouviu:

    - Que lugar é esse? – ela perguntou olhando o azul claro do cristal da construção, algumas ervas daninhas grudadas nas pontas e o chão feito em um delicado porcelanato branco que agora estava marrom pela poeira. Algumas árvores meio ressecadas em volta do castelo e uma cratera em frente ao mesmo com uma ponte em madeira com alguns buracos de traças e roída de cupim.

    Possivelmente a cratera de um rio ou um pequeno lago que agora estava seco.  

    - Não sabe que lugar é esse? – perguntou ainda encarando as duas portas.

    - Não faço ideia – ela encarou desconfiada.

    - Esse lugar foi um castelo de um rei de Lion – ele estava orgulhoso de ter descoberto o lugar.

    - Explica isso direito, Riel – Liria passou por ele e ficou a frente dele.

    - Depois de te conhecer no baile eu pesquisei mais sobre a família real e descobri que existe esse lugar, então vim aqui conhecer e ver se ele realmente existia.

    - O que a minha família tem com isso? – ela perguntou voltando os olhos para aquele lugar que dava certo medo.

    -Tudo, pois aqui pode ter morado um tatatatatatatatatatatatatatataravô seu – ele abriu os braços, animado. - Eu descobri uma lenda desse lugar.

    - Fala de uma vez, Riel – ela começou a ficar impaciente.

    - Está bem, eu vou dizer. Menina impaciente – ele riu para logo em seguida a olhar com obscuridade. – Diz à lenda que aqui foi onde o primeiro rei viveu.

    - Sério? – ela comentou empolgada. – Então vamos entrar lá para ver.

    - Espere! – ele mantinha o mesmo olhar e a segurou em seu braço a fazendo olhar para ele.

    O que fez Liria perder o ânimo rapidinho.

    – Ainda tem mais... – Riel fez uma cara sinistra e Liria deu um passo atrás, mas ele não soltou o seu braço.  

    - A lenda diz que o rei era um ser egoísta, mesquinho, que se achava superior a tudo e a todos. Ele governou o nosso povo com mãos de ferro e aço. Lion foi um planeta frio e desolado por causa desse rei. As pessoas passavam fome, frio, sede para que o rei pudesse cada vez mais ter a sua herança aumentada.

    - Nossa! Quanto materialismo – Liria comentou olhando o castelo do lado de fora.

    - Sim, isso é verdade, mas a senhorita poderia me deixar contar o resto.

    - Claro! Estou curiosa, apesar de estar um pouco assustada – ela ficou um pouco mais próxima dele.

    Riel fez uma cara mais séria, e seus olhos pesaram ainda mais e ele continuou:

    - Certo dia o rei enlouqueceu por ter tanta riqueza e não ter ninguém em volta dele. Então ele ficou desolado, perdido e desamparado, o povo pedia para ele sair do poder por não aguentarem mais aquela vida medíocre que eles vivam. Por causa disso ele fechou os portões e as portas para que ninguém mais pisasse no seu precioso castelo junto com o seu precioso tesouro e cada vez mais ele foi se trancando e se trancando dentro do castelo, até que um dia ele subiu em uma montanha de moedas e dinheiro e colocou o seu pescoço em volta de uma corda e antes de saltar daquela montanha ele proferiu palavras que diziam: “Aquele que pisar dentro do meu castelo, ou tocar qualquer bem material que me pertence encurtara o seu tempo de vida e morrerá, pois amaldiçoou aquele que pisar em meu território. Sua doença não terá cura e sua vida não durara no máximo dois anos e meio”.

    Liria gritou e o abraçou com medo.

    Riel riu alto, mas gostou do abraço.

    - Deixa de ser boba é só uma lenda.

    - Você me assustou – ela continuou abraçada a ele.

    Riel correspondeu e continuou.

    - A lenda diz que ele proferiu essas palavras aos gritos e o seu corpo está dependurado com a corda no pescoço.

    - Eu não entro ai nem morta – ele o abraçou mais.

    - Liria é só uma lenda, não há razão para temer – ele a olhou fundo nos olhos, depois de erguei o rosto dela, para olhá-lo. – Não me vai dizer que está com medo de uma mera lenda de mil e alguma coisa lá trás.

    - Não estou com medo, eu estou com frio – ela estufou o peito, se soltou dele e começou a andar em direção a porta.

    - Não é o que parece as suas pernas estão bambas. Dá para ver daqui – ele gargalhou.

    - Cale-se Riel, e vamos de uma vez.

    Riel riu e eles foram em direção à porta do castelo.

    - Não tem como entrar Liria, está trancado.

    Liria o olhou com o seu jeito sapeca e disse:

    - É quem disse que eu não sei destrancar portas, e sem usar meus poderes.

    - Droga, eu me esqueci que você é uma cientista – ele se afastou um pouco.

    - Agora é você que está com medo.

    - Não estou com medo – ele protestou. – Abra logo, essa porta.

    Liria tirou o grampinho da roupa e enfiou na fechadura e começou a fuçar.

    - Liria, eu acho melhor não.

    - Ue, por quê? – ela ergueu a sobrancelha e enfiou o grampinho.

    - Nosso povo sabe magia, vai que é verdade – ele se afastou um pouco.

    - Ora Riel, não foi você que disse que era apenas uma lenda.

    Riel suspirou fundo.

    - Eu sei o que eu disse, mas e se...

    - Vamos, seja homem – ela escutou um estalo da fechadura. – Já destranquei, agora vamos – ela pegou na mão dele e empurrou a porta lentamente, foi entrando e o puxando.

    - Cuidado com as palavras Liria, ou posso te provar que eu sou homem – ele deu um sorriso meio malicioso.

    Liria percebeu que tinha dito de mais e soltou a mão dele meio temerosa.

    - Não precisa... – ela começou a caminhar por um corredor meio escuro, mas dava para ver os lustres em ouro puro todo com voltas e cada volta uma lâmpada.

    Nas paredes quadros sujos de poeira, mostrando pouco à imagem, muitas teias de aranha espalhadas pelo teto, pelos lustres, pelos portais e portas.

    Liria esperou Riel e segurou no braço dele. Um morcego voou em direção a eles e ela gritou e abraçou-o. Riel correspondeu, também tinha certo medo, afinal era um lugar desconhecido e que até agora só tinham visto moveis bem antigos e cobertos por lençóis sujos de poeira, folhas velhas e insetos mortos que caiam das teias de aranha.

    Os dois andavam abraçadinhos e iam a um corredor com varias pilastras com uma sequência de portas.

    Eles olhavam atentamente de um lado para o outro, como se estivesse à espera que algo acontecesse.

    O vento soprou, surgiu um uivo grande e forte dentro do castelo. Liria parou e ficou por trás do jovem com medo.

    - Esse castelo é assustador – ela o abraçou mais.

    - Você que quis entrar – ele caminhou sentido ela abraçada a ele e trêmula.

    - Eu sei... – ela continuou andando de braços dados com ele, quando chegaram a uma sala com uma mesa enorme e varias cadeiras em madeira de lei, copos, talheres e pratos sobre a mesa, os mesmos cobertos por poeira e cisco, teia de aranhas entrelaçavam os copos e talheres e Riel viu um quadro coberto de poeira e aproximou-se dele soltando um pouco de Liria.

    Liria aproximou-se também e viu o rapaz passar a mão e viu a imagem de um homem com cabelos amarelados e uns fios pratas sobre o mesmo, uma coroa bem desenhada, e como na pintura parecia ser joias das mais raras do planeta, como shouken que era uma pedra extinta em Lion, seus olhos avermelhados passavam medo.

    - Ele era o rei de antigamente? – perguntou Liria.

    - Pelo que a pintura indica, sim – ele o olhava fixamente as letras pequenas debaixo da foto, com o nome do rei e outras um pouco menores.

    - Será algum antepassado meu, que inventou essa tradição idiota de casamento.

    - Talvez... – Riel olhava fixamente o quadro como se algo chamasse a atenção dele.

    - Tudo bem, Riel? – ela perguntou passando a mão na frente de seus olhos.

    - Sim – ele tirou a mão dela delicadamente. Em seguida passou mais a mão e tirou o restante da poeira, mas alguns lugares ainda ficaram marcados por causa do tempo.

    Riel viu uma escrita no quadro que o deixou intrigado e leu em voz alta.

    “- Se um dia alguém ler essa mensagem e por que conseguiu entrar em meus domínios. Aquele que entrou em meu castelo com inteligência e sabedoria; sairá com uma doença que aparecera em até dois anos e meio, mas ela pode ocorrer antes desse período. A pessoa partirá desse mundo levando consigo um planeta que um dia fora a perdição e o abandono de todos os seres”. – Riel sentiu um frio percorrer a espinha e abraçou Liria.

    - Melhor irmos Liria, seu pai deve estar preocupado com você – ele a envolveu de uma forma que Liria se assustou e afastou.

    - Eu queria explorar mais – ela se afastou um pouco e sentiu um vento frio soprar, a coruja piou anunciando que a noite havia caído.

    Liria sentiu um fio percorrer a espinha e começou a ficar meio trêmula. Estava começando a concordar com Riel.

    - Eu sei Liria, mas agora e melhor irmos, já está ficando tarde, se acontecer algo com você quem vai para forca sou eu – ele falou e ouviu um grito alto.

    - O que foi – ele olhou para ela preocupado.

    - Um rato! – ela o pulou em seu colo.

    - Não me mata de susto... – ele fez cara de tédio. – Um por que está com tanto medo de um mero ratinho? – ele sorriu, há colocou no chão e os dois caminharam em direção à saída e logo viram que a noite havia chagado.

    - Melhor trancar a porta de novo – ela virou-se para porta e viu o homem da foto diante dela, seus olhos arregalaram-se e ela tentou dizer:

    - Ri...el... olha... – ela tentou fazer com que ele se virasse, mas não deu tempo.

    Ela ia caindo desmaiada no chão, quando ele a segurou.

    - Ei Liria! Fala comigo! – ele tentou fazer com que ela reagisse. Então a pegou no colo e a tirou dali deixando a porta do castelo aberta, levou ela para mais distante o possível.

    Riel parou em um lago, repousou Liria no chão e pegou um pouco de água e passou no seu rosto.

    - Vamos Liria, achei que fosse corajosa – ele fazia massagem cardíaca enquanto passava água no rosto dela.

    Ela não queria acordar, ele começou a ficar preocupado.

    - Droga Liria, o seu pai vai me matar – ele abaixou-se e começou a fazer respiração boca a boca nela, quando ela começou a abrir os olhos que estavam verdes e viu o que ele tava fazendo.

    Mexeu a perna e deu uma joelhada no meio das pernas dele

    - AU, LIRIA! – ele gritou levando as mãos ao local e abaixou em dor.

    - Bem feito para você – ela levantou e encarou. – Quem mandou me beijar a força quando eu estava desmaiada.

    - Eu... Não estava te beijando... – ele custava a falar. – Eu... Estava tentando te reanimar... Nunca ouviu falar de respiração boca a boca não... – ele falou com certa raiva e a encarou com as mãos em meio às pernas caído de quatro sobre a grama verde que rodeava o lago amarelo.

    - Desculpe... – ela abaixou e tocou no rosto dele.

    Riel se sentou ainda com as mãos em meio às pernas.

    - Eu poderia te curar, mas não posso estou sem os meus poderes – ela abaixou a cabeça sentindo-se culpada.

    Riel a olhou com raiva e se levantou.

    - Poderia me deixar estéril, sabia?

    - Eu já pedi desculpas – ela aproximou dele.

    - Você quase me mata de preocupação desmaiando daquele jeito, depois me faz isso? – ele falou com raiva e começou a andar com dificuldades.

    - Eu pedi desculpas, Riel – ela o fez parar. – Eu não lembro o que aconteceu – ela abaixou a cabeça e olhou o chão.

    - Vamos para casa, ou vamos arrumar mais encrenca e dessa vez será com os seus pais e com o meu – ele já ia sair voando quando sentiu uma mão lhe segurar.

    - Você ainda não me desculpou.

    - Liria, não é hora para isso – ele virou-se para ela ainda tinha raiva pelo o que ela fez.

    - Enquanto você não dizer que me desculpar, eu não vou com você.

    - Ótimo, fique ai – ele já ia levantar voou quando sentiu as mãos dela segurar o braço dele firmemente.

    - Droga Liria! O que há com você? – ele a encarou envolvido com os braços dela. - Você não vai me desculpar? – ela estava com algumas lagrimas nos olhos.

    - Mulheres... – ele bufou. - Acha mesmo que pode me manter assim? – ele perguntou e depois puxou o braço com certa brutalidade. – Você é péssima sabia? Ainda mais fraca desse jeito, parece uma mulher comum – ele a viu sentada e algumas lágrimas caiam de seus olhos.

    - Ótimo! – ela fungou e mais lágrimas caíram dos olhos dela. – Vá de uma vez e me deixa aqui! O que está esperando? – ela passou as mãos no rosto e desabou.

    - Ei... Eu não quis te ofender – ele aproximou-se dela e sentou-se ao seu lado. – Não parece a Liria determinada que eu conheço.

    Ela desviou o rosto do dele e olhou para um ponto qualquer.

    Riel suspirou fundo e aproximou-se mais dela.

    - Eu te desculpo se...

    - Se... – ela voltou o olhar para ele e viu que os olhos cinza azulados penetravam os verdes dela.

    Ele sorriu de orelha a orelha e a encarou fundo nos olhos verdes dela e a segurou firme ela sua cintura e a puxou a beijando.

    Liria foi pega de surpresa e ficou olhando ele a beijar e tentando entender o que estava acontecendo, mas no fim ela fechou os olhos e correspondeu.

    Os dois se afastaram e Liria o sentiu ainda abraçado a ela.

    - Desculpe Liria... – ele a soltou e se levantou e começou a caminhar.

    Liria ficou olhando perdida, ainda estava sentada e também se levantou e foi atrás dele.

    - Por que me beijou? – ela parou do lado dele e começou a caminhar.

    - Como você é lenta, Liria – ele enfiou as mãos no bolso e olhou para o céu. – Achei que fosse mais esperta.

    Já havia algumas estrelas.

    Liria o acompanhava e ficou sem entender, afinal ela ainda não entendia o que sentia então ele a encarou e disse:

    - Por que eu gosto de você muito mais que uma amiga, mas eu acho que você não me vê da mesma maneira.

    Liria parou do lado dele e virou o rosto para o lado dele:

    - Não ponha palavras na minha boca – ela desviou os olhos e olhou o céu. – Você não sabe o que eu sinto – ela parou na frente dele.

    Riel que não entendeu, mas logo entendeu, deu um sorriso e a pegou no colo, a sentiu envolver os braços no pescoço dele. Ele deu impulso para sair voando e disse:

    - Então eu posso pedir ao seu pai, para nós namorarmos?

    Liria revirou os olhos e deu-lhe um beijo no rosto.

    - E você ainda pergunta.

    - Claro ue! Não sei se vai querer – ele deu os ombros e aumento a velocidade em direção ao palácio.

                O vento ia balançado o cabelo dos dois e o silêncio os acompanhou enquanto eles iam voando. Liria se sentia protegida nos braços de Riel. 


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!