Olá!
Estou postando essa fic aqui, pois achei que teve uma boa repercussão para uma "primeira vez" no mundo das fanfictions. Sei que o fandom de Kuroshitsuji nesse site não é tão grande, mas mesmo assim gostaria de tentar!
Kissus!
Anos, milênios, a eternidade. Este é o tempo que Sebastian foi fadado, se não amaldiçoado, a servir Ciel. Desde aquele belo e fatídico dia, aquele que marcou a transição de humano para demônio do conde, Sebastian tornara-se mais calado e recluso do que o habitual, provavelmente pensando nos séculos que passará, séculos de servidão, ou escravidão, termo no qual o antigo demônio possivelmente acreditava ser o mais correto para representar o longo período que vinha adiante. Ciel não o culpava. Sabia que servir a alguém sem receber nada em troca deveria ser extremamente importuno.
Depois da transformação, os demônios saíram da mansão para viverem na Itália, onde ninguém saberia a verdadeira identidade de Ciel, a de cabeça da família Phantomhive. Lá, em sua casa de verão que havia herdado da família de sua mãe, o conde estava planejando como seria sua vida dali em diante, afinal, mesmo fazendo parte de uma das famílias mais influentes da Europa Vitoriana, havia perdido quase tudo.
Enquanto organizava seus pensamentos conflituosos, ouviu a batida na porta ricamente confeccionada. Sabia que era Sebastian, afinal os dois estavam sozinhos na mansão, e o demônio jamais deixaria outra pessoa entrar sem a prévia autorização de Ciel.
— Entre
— Com licença, Jovem Mestre, mas... Eu poderia falar com você? – Disse Sebastian.
Ciel franziu a testa. Estranhou o fato de o mordomo querer conversar com ele, já que Sebastian normalmente nunca revelava seus sentimentos - provavelmente porque não tinha.
— Tudo bem – Concordou o conde.
O demônio mais novo levantou-se da cadeira, saiu do escritório e acompanhou Sebastian para onde quer que fosse. Era o atual quarto de Ciel. Mais uma vez estranhou. O que ele queria em seu quarto? Sebastian abriu a porta para Ciel entrar no cômodo e, enquanto o conde olhava as janelas paralelas à porta, tentando adivinhar a causa do estranho comportamento de seu mordomo, ouviu o gentil "clique" da tranca e sentiu mãos firmes empurrando-o para a cama.
— Se-Sebastian..? O que está...
Antes de terminar a frase, Sebastian virou Ciel para ficar de frente a ele e sentiu os lábios de seu mordomo nos seus. Depois que eles se afastaram, o conde perguntou:
— Por que fez isso, Sebastian?
— Porque, agora que serei obrigado a ficar com você para o resto da eternidade e não tenho nada a perder, quero que essa seja minha recompensa. Tudo bem para você, Jovem mestre?
Não houve resposta. Apenas o som dos lábios dos demônios encontrando-se quando o conde trouxe o rosto de Sebastian para perto do seu, ansiando para que a distância entre os dois pudesse ser preenchida.
— Jovem mestre...
— Sebastian. Isso é uma ordem. Apenas por essa noite, seja meu mestre!
Mais uma vez, não teve resposta. Apenas o sorriso de Sebastian – o primeiro sincero que já dera ao longo de sua vida – foi a mensagem necessária para representar o que os dois estavam pensando:
"Sim, meu lorde".