O Amanhecer de uma Nova Era

  • Dandap
  • Capitulos 14
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    14
    Capítulos:

    Capítulo 14

    Pela honra da Justiça

    Mutilação, Spoiler, Violência

    - Mu? – Uma voz firme e conhecida soou entre a brisa quente que balançava seus cabelos lavanda, fazendo-o abrir os olhos: A grama alta que balançava de leve, trazendo de longe um cheiro bom de flor do campo, passava pelas três árvores que imperavam imponentes a alguns passos a sua frente, perfeitamente afastadas umas das outras, formavam sombras imperfeitas no chão, pelo sol que se punha a sua esquerda. Bem a sua frente a armadura que agora poderia identificar, facilmente, como a armadura de prata: Flecha, um tanto danificada, principalmente na parte anterior.

    – Mu! Você tem que tentar de novo.

    Fechou os olhos de leve. Lembrava, perfeitamente, de onde estava. Sorriu.

    Sabia o que responderia a seguir: "penso que não consigo", e ele sorriria descrente.

    Como podia, uma lembrança ser tão forte ao ponto de se materializar diante de seus olhos? Suspirou lembrando de como aquele dia fora tão bom. Estava tão feliz por tentar concertar a armadura sem a ajuda de seu mestre, apesar de ele, com toda a paciência, se manter em pé, a alguns metros atrás de si, apenas lhe dando apoio moral. Mordeu o lábio inferior ainda sorrindo.

    Fora a tanto tempo, que parecia ter acontecido em outra vida.

    Mordiscou ainda mais os lábios, antes de se voltar para trás.

    Balançou o corpo antes de decidir completar a acção. Girou no próprio corpo devagar, acompanhando a paisagem verde, iluminada pelo sol que se punha no horizonte, dando detalhes amarelados no gramado mais distante, que vinha graduando para o verde mais intenso a medida que se aproximava. Continuou sua trajectória até encontrar o rosto de seu mestre.

    Se surpreendeu um pouco ao ver o rosto tão enrugado do homem que já mostrava cansaço nos membros um tanto esguios pela idade avançada.

    Ah, sim, ele tinha uma idade tão avançada que nunca pensara alguma vez atingir. Mas seus olhos guardavam a força de um jovem...tão forte e determinado que faria qualquer inimigo pensar duas vezes antes de atacar.

    Começava a lhe agradar estar ali.

    - Penso que não consigo – Sussurrou enquanto sentia um nó na garganta.

    Shion sorriu com uma expressão única, em que seus olhos violetas se iluminavam meio a dúvida brincalhona, repleta de compreensão.

    Esse facto fez o Cavaleiro de Aries alargar o sorriso, enquanto deixava uma lágrima escapar de um dos olhos.

    "Eu poderia ficar aqui para sempre" – pensou convencido.

    Foi quando um ponto brilhante, atrás de Shion lhe chamou a atenção. Apurou a visão: uma cabra pastava. Em sua mente tentou relembrar daquela cena.

    A grama, as arvore, agora, atrás de si, assim como a armadura de flecha e seu mestre ali parado a espera. E atrás dele a grama que já voltava a uma cor verde escura, bem tratada, pois o sol só mostrava uma pontinha de sua luz a aquela lembrança tão boa, onde não se preocupava com batalhas. Aquilo era algo novo, aquela cabra não constava naquele plano...não conseguia se lembrar dela, ali pastando tranquila.

    Mirou, novamente, Shion que permanecia passivo lhe fitando do mesmo lugar. Voltando-se novamente para a cabra que agora, parava de pastar e lhe fitava.

    Seus olhos tão vivos brilhavam em sua direcção, parecendo lhe puxar para mais perto.

    Estreitou os olhos desconfiado. Ela não pertencia a aquelas lembranças. Então o que fazia ali?

    Pensou em dizer algo para Shion, mas este parecia não mais estar a lhe fitar, olhava algo atrás de si. Com o reflexo se voltou, se surpreendendo com sua própria imagem de criança, debruçada sobre uma parte da armadura. Contrariado percebera que não mais era aquele menino. Suspirou derrotado pela fatal constatação de que não poderia ficar ali.

    Voltou-se para a cabra que permanecia lhe fitando. À passos hesitantes caminhou silenciosamente pelo gramado, onde já não mais batia a luz do sol, deixando para trás a imagem do senhor e da criança, percebendo que nada daquilo voltaria a se materializar diante de seus olhos, evitando assim a olhar para vazio que se formava a cada paço que dava. A escuridão não deixava que visse onde pisava, sendo apenas iluminado pelas fortes estrelas que presenciavam sua chegada perto daquele animal que não se movera de onde estava. Não teria medo?

    Se perguntou cedo de mais, visto que quando estava a alguns passos o animal se moveu bruscamente e pareceu recuar.

    Mu estranhou. Agora recuava, após destruir uma lembrança tão boa?

    Os seus passos, agora decididos, eram barulhentos no grama que amolgavam sob seus pés, mas não pode se concentrar nisso, pois que a cada passo que dava em direcção ao animal, mais rapido ele recuava. Estreitou os olhos se sentindo um pouco frustrado com aquela situação. Apertou o passo, sendo imitado pelo animal mais a frente. Se apreçou mais e mais até perceber que já corria para alcançar o animal assustadisso, que acompanhava seu ritimo...para... o nada.

    Assustou-se parando bruscamente e girando rapidamente no próprio corpo para ver onde estava. Nada! Era onde estava. Não havia mais grama, nem o solo pouco regular, nem arvores, nem o velho homem e a criança. Estava na mais absoluta escuridão onde imperava o silencio. Voltou-se rapidamente tentando ver onde estava o animal que perseguia a pouco, tendo uma ligeira vertigem com o movimento, mas nem se quer cambaleou.

    "Mas onde estou?" – Sua indagação mental ecoou por todos os lados, surpreendendo-o. Duvidou se apenas pensara naquelas palavras, ou se de facto a pronunciara.

    - O que você está fazendo? – Um sussurro feminino, distante, parecia aflicto, enrompeu no local, tomando posse de sua mente o fazendo olhar freneticamente para todos os lados – Acorde!

    Estreitou os olhos, ainda na busca da dona da voz que ainda ecoava em sua cabeça. Virava hora para um lado hora para o outro alternando o olhar para cima ou para baixo. "Inutil", pensou, pois que se se encontrava na mais completa escuridão, sozinho. Aquela frase só poderia ser fruto de sua imaginação, assim como o bip longinquo que começava a lhe irritar, pois vinha a aumentar gradualmente, a medida que a escuridão era consumida a partir de cima por uma luz que ia se intencificando em um ponto qualquer sobre sua cabeça, atraindo sua atenção para cima.

    A pupila diminuia enquanto as palpebras começavam a serrar, quando a luz já intensa o envolveu de tal forma, que fechara com força os olhos.

    A luz forte parecia incidir directamente em seus olhos, dificultando a tarefa de os abrir. A sensação de se estar de pé era abandonada pelo acolchego quente nas costas e na parte de tras da cabeça enquanto via cores que em sua palpebra iam e voltavam alternando entre o verde e o vermelho. . Logo sua consciencia voltava juntamente com a dor intensa dos musculos de seu corpo. Aquela dor tão caracteristica de se estar vivo, apesar de sobrar uma pequena duvida.

    Lembrava vagamente o que acontecera: a batalha contra o deus rio fora tão assirrada que era a lembrança mais viva em sua mente, juntamente com o corpo, que ao seu ver estava morto no chão...

    Espremeu os olhos que formavam figuras abstratas, perdendo-as na escuridão, enquanto sua boca soltava um involuntario gemido.

    - Está tudo bem agora – A voz doce e calma invadiu seus ouvidos, fazendo-o ter a certeza que não abandonaria os seus, enquanto a guerra estava no começo.

    Tentou mover os labios antes de tentar abrir os olhos mas só agora se dera conta que parte de seu rosto estava dormente, não conseguindo nenhum de seus intentos.

    - Não se mova – A voz parecia preocupada – Você ainda está sobre o efeito da anestesia. Estão pessoas lá fora a espera que acordasse, irei chama-las.

    Novamente tentou falar sem exito, ouvindo passos apressados se afastarem, abrindo alguma porta a sua direita. Em seguida novos passos se aproximaram. Não sabia dizer quantos eram, mas todos pararam quase ao mesmo tempo, perto de onde estava deitado.

    - Mu – Reconhecera de imediato a voz clara de Aldebaran – Vai ficar tudo bem.

    - Hmmm – Fez ainda tentando abrir a boca. Esse simples acto o fez lembrar que não adiantava tentar. A garganta queimou, enquanto se apercebia que seus olhos pareciam pregados. Suspirou desanimado.

    - Não se preocupe – Ah, aquela voz forte e firme que tão bem conhecia entrou em seus ouvidos e pareceu que relaxou seus músculos, diminuindo a dor. Sem saber porque sentiu um nó na garganta, e o humido nos olhos pareciam ajudar em uma espece de lubrificante deixando uma fresta de imagens não definidas passar um pouco por entre as palpebras semi-fechadas.

    Shion mordeu o labio inferior ao ver que uma lágrima escorria no canto do olho direito de Mu, escorregando rapidamente pela tempora e molhando o cabelo cor lavanda, esparramado no travesseiro.

    - Tudo ira ficar bem – Dissera por fim, após uma longa hesitação e, tal dito lhe fez sentir o coração apertar. Iriam ficar bem, mesmo?

    Perdera os pensamentos quando vira em um gesto curto e cuidadoso: Aldebaran estendeu a mão e segurou o pulso do Cavaleiro de Aries com uma delicadeza inesperada de tamanha estrutura. Pela primeira vez que entrara no quarto com Shion, olhava para seu rosto, tão tenso...tão preocupado.

    Endurecera as feições.

    A verdade é que apos muitas batalhas, muitas perdas para chegar a um objectivo, só agora começava a lhe pesar nos ombros a responsabilidade por aqueles homens. Antes, por mais que tentasse, nunca os vira como humanos e, sim, como Cavaleiros, como se a definição deste ultimo não implicasse na definição do primeiro. Mas após a chegada de Mu e Saga algo se fez dentro de sua alma com a mesma compaixão que tem pela humanidade em geral. Esta humanidade que pode evoluir de qualquer forma, mas sempre dentro dos limites frageis de sua existencia... sempre vuneravel. Apenas agora conseguia ver: Cavaleiros não passavam de homens! Ele, o Grande Mestre, também era capaz de sucumbir, pois era feito da mesma materia.

    Engoliu a saliva sonoramente ao constatar o estado do Cavaleiro de Aries.

    Santuário de Athena

    O salão do 13º templo estava absorto em um profundo silêncio, mesmo tendo no grande espaço quatro pessoas. A fraca luz do luar que entrava da janela lateral parecia deformar o rosto de Saori que se retorcia um pouco devido a pensamentos tortuosos. Próxima do trono dourado e bem ornamentado do Grande Mestre soltou um sonoro suspiro acordando a Shaka e Aioros que permaneciam ali a comando de Shion, no patamar mais abaixo.

    A lembrança da chegada de Mu, quase sem forças para se mantes em pé, carregando um Saga inconciente e muito ferido causava arrepios em Aioros.

    -Flash Back-

    Os olhos claros de Shaka se abriram de imediato ao ouvir a exclamação surpresa de Aioros que se encontrava ao seu lado.

    A imagem prenchera seus olhos, mas não conseguia processar a mensagem que toda aquela situação lhe passava.

    O homem de cabelos cor lavanda tinha o corpo curvado, cambaleante, enquanto o braço de Saga estendido sobre os ombros do mais novo lhe dava um pequeno apoio...um apoio fragil e inseguro, pois não dera tempo que corressem para amparar a queda de ambos corpos ensanguentados.

    Mu tentou mover os labios antes que seu corpo cambaleasse e tombasse para frente juntamente com o outro apoiado em seus ombros. A armadura, ou o que restava dela fez um barulho estranho ao chocar com o chão.

    Não conseguiram se mover. A sombra rápida que passou ao seu lado gritando o nome do que acabara de cair se mostrou nitida como Athena quando encontrou os dois corpos. Shion foi o segundo a mover-se. A sua veste esvoaçou com furia, enquanto corria até Saga, o agarrando com cuidado. Disse algo em aflição, enquanto Athena ajeitava Mu em seus braços. Mas não prestava atenção nessa segunda cena. A imagem que tomava sua atenção era Saga de olhos abertos. Sua íris voltada, quase toda, para cima. Nos braços de Shion tinha um braço colocado sobre o peito da armadura danificada, enquanto o outro se estendia pelo gramado. Sangue começava a se acumular em baixo de seu corpo.

    "Por Zeus" – pensou ao constatar que Saga poderia...

    -Fim do Flash Back-

    - Quem poderia deixar um cavaleiro de Ouro naquele estado? – Aioros murmurou inconsolado.

    - Um deus! - Dois poderosos cosmos energia, reluzentes, entravam imperiosos pelo Salão, atravessando sobre tapete vermelho que se estendia da porta até o trono do grande mestre alguns degraus acima do nível de quase todo o salão. A cada passo directo e firme das duas figuras que se aproximavam, mais pasmos se mostravam os rostos dos presente.

    Nunca pensara ver tais figuras diante de si. Nunca mais.

    Athena que se encontrava em pé diante do trono dourado, caiu pesadamente sentada para tras, não escondendo tamanho espanto. Os que na frente desta se encontravam com suas armaduras douradas abriram caminho. Dos dois, Shaka era o unico que não reflectia tamanho espanto.

    Os dois recém chegado não tiraram os olhos da moça sentada no trono. Quando estavam suficientemente próximos da escada, apoiaram ao mesmo tempo e com uma rapidez, controlada e certa, um joelho no chão, baixando a cabeça em forma de respeito a figura que Saori Kido representava.

    - Vocês...são...

    - Orfeo de Lira – Se adiantou aquele com armadura clara e brilhante. Seus olhos claros radiavam um sombra de tristesa no canto direito, no qual Athena não pode deixar de perceber.

    - Albion de Cefeu – O loiro dissera. Ao contrario de seu parceiro conservava uma vivacidade digna de um jovem mas, com um brilho nos olhos de acções maduras, tipica de alguem de longa experiencia. Athena não poderia deixar de se perguntar como poderia isso ser, se havia morrido tão jovem.

    A armadura azul ganhava um brilho mas intenso com o reflexo da luz da grande lua, que chegava até o interior da majestosa construção.

    - Como pode isso ser? – Aioros disse num sussurro um tanto alto, atraindo a atenção de Orfeo.

    - O trato com os deuses traria apenas aqueles que protegem as doze casas – Shaka disse estreitando os olhos. Apesar de todo seu conhecimento aquela situação, que ia desde a derrota de Saga e Mu até a aparição fantastica daqueles dois cavaleiros lhe fugia completamente.

    - Athena – A voz do Cavaleiro de Lira ecoou novamente no grande salão – Não há tempo a perder. A Deusa que deveria ser protegida por Hades fora entregue aos filhos de Oceano.

    De imediato Athena saltou do trono.

    - Hades...

    - Hades...nos traiu! – Fora Eunomia a se manifestar, mostrando alguma emoção que Shaka não sabia se era apenas supresa ou um misto desta com repulsa. – Temos que partir.

    - Não juntas – Uma voz doce ecoou no recinto, chamando a atenção de todos para a porta a direita do trono. Dali se mostrou Eos, de vestes reluzentes. De passos leves e decididos se prostou perto da deusa da Sabedoria, do outro lado de onde estava a Ordem.

    - Eos – Athena não parecia surpreendida desta vez – Zeus sabe do acontecido?

    - É por isso que me faço presente – A loira iniciou fitando os dois cavaleiros presentes. Não mostrava indiferença como da outra vez. Parecia incomodada com a presença de Shaka e Athena não pode deixar de perceber.

    - O que há?

    - Uma das Horas, para junto de Febo deve ir, sem que isso comprometa o Santuário. A outra, directo ao Olimpo, será protegida por todos os imortais. – Proferio Eos, sem nunca tirar os olhos do Cavaleiro loiro, que começava a ficar desconfiado. – A vós, Cavaleiro Dourado – Se dirigiu a Sagitario que com altivez, mas sem nunca mostrar desrespeito a entidade celeste, fitou a bela deusa – Deveis acompanhar a Paz juntamente com mais três de seus companheiros, ao templo de Apollo, O Fleicheiro. Mais três acompanharam Eunomia de belas feições, para no Olimpo ser recebida com grande alegria pelos de mais.

    Peloponeso – As margens do rio Alfios

    Os olhos, atentos, percorreram o local sem perder nenhum detalhe. As águas violentas continuavam seu curso com grande estrondo, deixando o som do vento fraco, que balançava as ervas verdes escuras mais próximas, inaldivel. Mais afastado a grande cratera que se formara durante a batalha de seu irmão contra o Mensageiro dos Deuses, estava repleto de ervas daninhas que se entrelaçavam até o centro, tentando curar a ferida feita na Grande Mãe, que com certeza anseava por ver seus filhos libertos da escuridão.

    Seus cabelos loiros esvoaçaram para frente dos olhos, o fezendo bufar pela segunda vez enquanto retirava o resto dos fios que lhe maxucaram os olhos escuros.

    - De todos que do castelo de Oceano se banqueteiam, nunca pensei que tu fosses aquele que trairia os de sua especie – Murmurou voltando-se para o rio, como se esperasse que este lhe desse alguma resposta – O que esta deusa tem para que te vires contra nós...

    - Não encontrarás resposta alguma diante deste leito, irmão – Uma voz groça veio de trás, fazendo Aqueloo voltar-se de imediato. Sorriu de leve ao mirar figura tão imponente: Os cabelos curtos, ondulados e negros, deixavam os olhos de um limpo azul, sobressair na face magra. Os labios finos, e nariz afilado se impunham num semblante serio e altivo, que combinava com a estatura enorme.

    - Estrímon - Aqueloo enchera a boca para pronunciar o nome daquele que mais apreciava entre os irmãos.

    - Não mostrai ainda alegria, Aqueloo - A voz preocupada não foi indiferente ao outro que rapidamente transformou sua expressão - Ao que venho não agradará. Amniso pereceu diante dos guerreiros de Athena.

    Esperar resposta ao que fora dito era inútil, e Estrímon sabia. Sabia que no intimo de Aquerloo algo se revirou como uma cólica, ao ve-lo franzir o nariz. Subestimara os mortais a tal ponto de ignora-los completamente e, isso começava a ser uma pedra no seu sapato.

    Com um suspiro alto, voltou-se no próprico corpo, enquanto estreitava o olhar, que voltava a mirar a corrente do rio.

    - Escutai, engenhoso filho de Oceano – Estrímon iniciou, sem ver reação do outro – se do paradeiro das restantes divindades, sebeis, porque desta forma te afligi com a perda da Justiça. Que ao Templo de Athena nos desloquemos e tomaremos o que é nosso.

    - Não cures de se exaltar Glorioso Estrímon – A voz de Aquello saiu mais doce que o esperado – Que é vez da peça branca se movimentar, sendo que não há casas para tal, terá que seguir o caminho que previ.

    - Qual seria este? – Estrómon indagou interessado.

    Aqueloo voltou-se para o irmão com um sorriso enigmático.

    - Logo verá...

    Em algum lugar...

    Até onde poderia ir a vontade humana e sua ansia pela vida? A vontade de sobreviver induzia até a mais rasca criatura a actos impensados.

    Não conseguia definir bem o porque deste pensamento agora que se encontrava em um local tão solitário e onde trevas o rodeavam.

    Conseguia ouvir ao longe as ondas que quebravam nas rochas escuras lá em baixo de onde se encontrava sentado. Seu corpo nu, não sentia frio ou calor. Nem uma brisa lhe tocava e considerava que este facto não era, necessariamente, desconfortável.

    Foi quando, como que por passe de magica tudo ia tomando forma: o horizonte avermelhado surgira tingindo a escuridão e o azul escuro que se estendia lá em baixo, vindo na direcção dos seus pés, mas não conseguia ver onde acabava pois percebera que estava no alto, sentado em um rochedo de grande dimensão, onde era irregular e negro. Estava em um local tão conhecido quanto poderia se lembrar.

    As cores foram se tornando mais nitida a medida que sua memória reconstruia cada passo que dera naquele local, na companhia do seu irmão gemeo. Evitara tanto retornar ali, fugira tanto que agora parecia que tinha levado um soco em seu estomago.

    Lugar maldito que só trouxe sofrimento, desde que abandora o irmão a própria sorte, no final daquele penhasco escuro e solitario. Sabia que atras de si estava o templo do Deus dos Mares, mas não conseguia compreender o porque de voltar ali. Estaria morto novamente, pretes a experimentar os tormentos de um traidor? Mas se quer tinha passado pelo templo dos juízes do inferno...

    O cheiro daquela imensidão salgada começava a lhe enjoar. Definitivamente estava prestes a ser castigado... e precentiu isso quando as pedras miudas que dominavam o chão daquele local começaram a fazer ruido com passos largos e tensos que se aproximavam. Não virou para ver quem era, apenas limitou a espera de um ataque forte, que não veio e, isso deixou-o ainda mais apreensivo, não podendo controlar o calafrio que estremeceu seus membros.

    - O que temes Cavaleiro – A voz grave fez Saga fechar os olhos com temor, com o único pensamento que surgiu – "Kanon"

    Era assim que seria seu castigador? Na forma de seu irmão?

    - Não sou seu irmão – Essa resposta sem pergunta fez o Cavaleiro abrir, rapidamente, os olhos e se voltar enquanto levantava. A surpresa o fez desequilibrar e, se não fosse um braço forte lhe segurar teria caido do rochedo para o mar que se mostrava tenebroso lá em baixo.

    Seus olhos agora voltaram-se para o que lhe segurou. Outro identico.

    Poderia afirmar que era sua própria imagem duplicada a lhe fitar com iteresse. Estremeceu. Estaria ainda vivo e enlouquecido.

    - Você não enlouqueceu, Cavaleiro Saga – O que lhe segurava acegurou-se que o homem nú não desequilibrasse novamente. – Nós não somos você – Disse com um sorriso deboxado que em tudo lembrava Kanon.

    - Tembém não somos Kanon – O outro disse serio, parecia irritado com a confusão.

    Mas como não te-la, se em tudo eram parecidos.

    - Poderiamos ser não é...

    - Não temos tempo para esse tipo de brincadeira – O primeiro recriminou o outro brincalhão.

    - Quem são vocês? – Saga, também, pareceu não gostar do que estava se passando, pois estava confuso, o que fez o segundo perder o sorriso e suspirar.

    - Nós somos aqueles que te protegem, desde que vestiu a nossa armadura – O segundo disse calmamente.

    - Sua armadura...? – Saga sussurou estreitando os olhos.

    - Eu sou Castor – Disse o primeiro colocando uma das mãos sobre o peito, surpreendendo Saga. – E ele é Pólux – Apontou para o irmão que voltou a sorrir. - Saga não há tempo...

    - Onde estou? – Indagou de repente estreitando os olhos. Ainda tinha a duvida se estava morto.

    - Você não está morto – Pólux se aproximou colocando uma mão no ombro largo de Saga – Mas em breve pode estar.

    - O que quer dizer...

    - Eles estão nos caçando. Virgo já está com eles...

    - Os filhos dos titãs – Saga interrompeu Castor, pensativo.

    - Virão atras de todos – Pólux fechou a cara – Não restara nenhum.

    - Não descuraram de vocês, Cavaleiros de Athena. Os filhos de Oceano sabem que podem ser barrados pela vossa força. – Castor parou por segundos, pensativo. Saga balançou o corpo impaciente, mirando a reação do outro que olhava para o céu de forma alienada.

    Silencio...

    - Castor...?

    - Shhhh – Pólux fez estreitando os olhos – Começou – Sussurou.

    - O que começou? – Saga imitou o sussurro do outro.

    - Você precisa voltar – Castor fez de repente assustando os outros dois – Rápido – Completou se aproximando e estendendo o dedo indicador na testa de Saga.

    Uma dor intensa fez o Cavaleiro de Gemeos fechar os olhos com força, e um apito imcómodo susrgiu em seu ouvido, a medida que os musculos se contraiam de forma dolorida, fazendo este soltar um gemido estridente. Não enchergava nada, mas sabia que de alguma forma estava de volta.

    Continua...


    Somente usuários cadastrados podem comentar! Clique aqui para cadastrar-se agora mesmo!