Silence

Tempo estimado de leitura: 7 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Mangas Compridas

    Homossexualidade, Nudez, Sexo

    Descobri o site recentemente e decidi vir aqui, conhecer novos ares e postar alguma coisa minha por aqui :3 Essa fic está sendo super importante para mim, então espero, sinceramente, que alguém leia e goste :3

    Não fazia muito tempo desde a chegada do verão. A temperatura agradável do clima mais ameno, aos poucos, tornava-se verdadeiramente sufocante. Aquela noite, em particular, estava realmente quente. Ainda assim, aquele estranho rapaz continuava a usar camisas que iam até seus pulsos. Por baixo do cabelo escuro, pequenas gotículas de suor podiam ser notadas, tal tipo de vestimenta não era nada agradável.

    Buscar passar despercebido não era uma tarefa simples. Mesmo que mantivesse sempre a cabeça baixa e se sentasse sempre no mesmo cantinho escondido da sala, aquela não era uma presença que podia ser ignorada com facilidade. Aquele rosto tão belo, de feições delicadas, contrastava de maneira brusca com a expressão nunca satisfeita daquele rapaz. Lee Taemin não parecia em nada o tipo de pessoa que os outros procuram para começar uma amizade. E ele gostava assim, gostava de estar afastado.

    As mãos de Taemin escondiam o rosto levemente ruborizado. A respiração se tornava um pouco dificultosa com o passar dos segundos e era quase impossível para ele prestar atenção ao conteúdo ministrado pelo professor. Felizmente, ninguém se importaria o suficiente para se virar e notar que alguma coisa estava errada com ele. Pelo menos era o que ele pensava.

    Havia alguém que mal podia desviar os olhos do rapaz que usava roupas tão quentes em uma noite daquelas. Na verdade, Jinki mal conseguira deixar de prestar atenção àquele garoto desde que iniciaram o curso. Era difícil explicar o que tanto lhe prendia nele, mas simplesmente não era capaz de evitar.

    O loiro investigava com atenção cada reação daquele que provavelmente estaria passando mal no momento. Teve vontade de ignorar o professor presente e ir até Taemin, perguntar se ele estava bem. Porém, findou por não fazer. Não tanto pela aula que estava sendo ministrada, afinal, diferente do mais novo, Jinki era o tipo de pessoa que passava sem ser notada. Mas sim por não ser capaz de adivinhar qual seria a reação do outro a esse tipo de atitude.

    Assim que a turma foi liberada, Taemin foi um dos primeiros a deixar a sala de aula. Buscava, acima de tudo, um pouco de ar puro, precisava respirar. De tão apressado que estava, nem ao menos notou que era seguido por alguém. Foi para o lugar em que sempre costuma se refugiar: o terraço. Jinki já imaginava que ele iria até lá, era engraçado como já até conseguia prever algumas atitudes do garoto.

    Taemin realmente não estava passando bem, sentou-se no chão, apoiando a cabeça entre as mãos e respirando pesada e profundamente. Jinki permanecia imerso nas sombras, apenas a observar aquele que era fracamente iluminado pelo luar. Quando começara a observar com tanta insistência? Não era capaz de lembrar o momento em que isso se tornou algo que fugia totalmente de seu controle.

    Os minutos se passavam lentamente e Taemin continuava com aquela batalha violenta com os próprios pulmões que pareciam não querer absorver a quantidade necessária de oxigênio. Jinki queria se aproximar, queria ajudá-lo, mas seu corpo parecia não entrar em acordo com sua mente. Só foi perceber que era hora de voltar à classe quando viu que o outro se levantava.

    Estava prestes a se virar e seguir seu caminho sem ser notado, mas, antes que pudesse fazer isso, viu algo que realmente o assustou: Taemin caiu, apagou. Por reflexo, correu até ele, no intuito de impedir o baque com o chão, mas não foi rápido o suficiente. Examinou-o com calma para averiguar se não sofrera alguma lesão grave com a queda. Não era normal que alguém desmaiasse assim, talvez o devesse levar até a enfermaria. Sim, seria o melhor a ser feito.

    Pegou-o, com cuidado, em seus braços. Taemin era bem mais pesado do que parecia, foi realmente uma tarefa árdua o tirar do chão. A cabeça do jovem desacordado pousou sobre o ombro de Jinki, que pôde sentir a diferença de temperatura entre eles. Aquela camisa pesada provavelmente teria o aquecido demais.

    Desceu cautelosamente os degraus até a enfermaria. Certamente perderia o próximo horário, mas era por uma boa causa. Assim que a claridade do corredor se fez presente, Jinki pode constatar a vermelhidão no rosto do outro. O que aquele garoto tinha na cabeça para usar aquele tipo de roupas em um dia tão quente?

    Ao entrar no pequeno cômodo vazio, não demorou a deitar Taemin em uma daquelas macas. A enfermeira surgiu, preocupada, em poucos segundos. A temperatura do rapaz parecia realmente perigosa, precisariam a diminuir.

    – Você, tira essa camisa dele! – Ordenou a senhora, aflita, enquanto pegava uma pequena bacia e uma toalha de um armário. Jinki ficara estático ao ouvir aquilo. – Rápido, garoto.

    As mãos foram um pouco hesitantes até a barra daquela peça tão pesada, puxando-a com calma para cima. O coração de Jinki acelerava conforme a pele branca do abdome magro era revelada. Reprovou, mentalmente, a si mesmo, não devia ter pensamentos como aqueles em um momento como esse. Retirou a camisa do garoto, deixando-o despido da cintura para cima.

    A respiração de Taemin ainda estava muito rápida e seu corpo muito quente. O mais velho lhe tocou o braço, descendo lentamente com o intuito de tocar a mão do outro. Mas seus movimentos foram cessados antes mesmo de passarem para o antebraço. Aquele garoto... Jinki realmente não podia acreditar no que via.

    Várias marcas se faziam presentes naquele braço, marcas que se assemelhavam a cortes feitos propositalmente na região. Ambos os braços estavam na mesma situação, constatou depois. Não teve muito tempo de o examinar, pois a enfermeira voltou logo, afastando-o dali.

    A senhora passava a toalha molhada pelo corpo de Taemin, no intuito de o refrescar. Jinki permanecia estático, apenas a observar tudo aquilo.

    – Você pode voltar para a sua sala. Ele está bem, provavelmente acordará logo. – Informou a enfermeira.

    – Eu posso ficar? – Pediu Jinki, meio inseguro. – Queria ficar até que ele acordasse, ter certeza de que ele vai ficar bem.

    – Você é amigo dele?

    – Quase... – Sabia que era uma mentira, afinal, nunca trocara nem meia palavra com Taemin. Nem ao menos sabia como era sua voz. – Posso ficar? Por favor...

    – Tudo bem, fique. – Cedeu, por fim, indo para o outro cômodo.

    Jinki sentou-se em um banco ao lado da maca em que o outro estava. Sua mão foi até a dele, segurando-a. Mesmo que não fosse muito, queria estar com ele. Estava preocupado. Voltou a examinar aquelas marcas tão profundas feitas na pele alheia. Algumas aparentavam ser mais recentes, outras mais antigas, mas todas passavam a Jinki um sentimento de profunda tristeza. Queria saber o que se passava com aquele garoto.

    Seus dedos deslizaram levemente por aqueles arranhões, aquilo deveria doer, não? Nunca o desejo de entender Taemin fora tão forte dentro do outro. Não entendia como podia se sentir tão ligado a um total desconhecido, mas, ainda assim, estava.

    – O que você está fazendo? – A mão em contato com a sua fora puxada abruptamente. Taemin acordara. Vendo-se daquela forma, buscou esconder os próprios braços da melhor forma que podia. Então essa era a voz dele? Jinki acabou por sorrir com isso. – Por que você está rindo? Alguma coisa parece engraçada?

    – Desculpa. – Pediu, sinceramente. – Eu... Bem... Você desmaiou no terraço e eu te trouxe até aqui. Você está bem?

    – Isso não te diz respeito. Agradeço a ajuda, mas já pode ir embora.

    – Tem certeza?

    – Eu estou em uma enfermaria, não é mesmo? – Taemin estava um pouco nervoso. Não queria ninguém próximo a ele, aquilo era um incômodo.

    – Eu... – Jinki não queria sair, não queria deixar o outro sozinho, estava verdadeiramente preocupado. – Eu posso te acompanhar até sua casa, se quiser. Você pode estar fraco ainda e...

    – Eu já disse que você pode ir. Apenas vá.

    Jinki resolveu não contrariar. Mesmo que desejasse estar com o mais novo, não podia forçar uma aproximação que outro não desejasse. Ainda assim, continuava aflito. Aqueles cortes não deixariam seus pensamentos por um segundo.


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