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Tempo estimado de leitura: 47 minutos
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18 visualizações e nenhum comentário? Ohh, tudo bem, fico triste, mas mesmo assim, obrigada aos que leram, espero que tenham gostado :3
Ainda não conseguir editar parágrafos nos capítulos, e nem sei se isso tem aqui, por isso vou deixar como está. Se alguém souber como fazer, me avisem. Ficaria muito agradecida.
Bom, a aqui vai o segundo, é uma shortfic, por isso eu queria saber o que vocês acham, por que ela já já acaba.
Boa leitura.
Despertei num espasmo assustado, sugando o ar pela boca desesperadamente, como se meus pulmões estivessem se inundando em água. Minha primeira reação foi levantar de onde estava num salto, para logo depois me por a gritar desesperadamente. Agachei-me no chão, tapando os ouvidos e me balançando para frente e para trás. As imagens passavam em minha mente como balas, repetindo freneticamente o exato momento do rugido de energia negra e maligna, que consumiu minha carne como um demônio possesso.
– Luce! – ouvi Natsu gritar e rapidamente ele me envolve em um abraço quente, muito diferente da frieza cálida que eu senti eu seu corpo quando o toquei.
Parei de berrar, me limitando a soluçar entre murmúrios de pavor, abraçando-o de volta, mesmo que desajeitadamente. Só então percebi que estava em meu quarto e Happy sobrevoava nossas cabeças com um olhar preocupado.
Tudo o que eu vi e senti, não havia passado de um sonho.
O abracei mais forte, querendo senti-lo por completo, como se a qualquer momento o pesadelo fosse virar realidade a frente dos meus olhos, e eu o visse naquele estado deplorável novamente. Meu corpo inteiro tremia à medida que eu intensificava o choro e ele me aperta mais em seus braços, murmurando que estava tudo bem. Mas as imagens ainda continuavam vindo em minha cabeça. Toda Fiore em ruínas, a Fairy Tail destruída, vários de meus companheiros mortos, e principalmente, a personificação do mal, o Dragão negro que nos matara. Mas nada daquilo tinha acontecido e Natsu estava aqui, eu estou aqui. Estamos todos bem.
É nisso que quero acreditar.
– Você teve um pesadelo? – perguntou Natsu, afagando minha cabeça carinhosamente.
Me limitei a me afastar do seu peito e olhá-lo nos olhos, acenando um sim. Eu quero olhar seu rosto. O rosto másculo, mas ainda assim com feições infantis, que agora transmitia preocupação para comigo. Os tão famosos cabelos rosados, mais espetados que o normal, e os olhos ônix, que na verdade eram de um verde musgo brilhante. Aquele era meu Natsu.
– Lucy, você me deixou com um galo na cabeça – afirmou Happy choroso, sentando ao meu lado com aquele jeito fofo enquanto acariciava o calombo que se sobressaía entre suas orelhas felpudas.
Aquele era um gato maldito, que me perturba de todas as maneiras possíveis, mas ainda assim era uma parte de mim. O peguei de surpresa, o incluindo num abraço triplo. Natsu estranha minha reação.
– Luce, você está muito abalada mesmo.
– Ela deve estar naqueles dias que as mulheres ficam sensíveis – conclui Happy, com a voz abafada entre meus seios, enquanto eu ainda o apertava.
Eu quero senti-los, para ter absoluta certeza de que esse não é um sonho, e aquele pesadelo ao qual eu estava fosse o mundo real.
– Tudo bem, me desculpem. – digo envergonha, com as bochechas coradas. Levanto-me do chão, limpando dos olhos os últimos resquícios de lágrimas. Não tinha motivos para chorar, estamos todos bem.
– Você me acordou num susto. – comenta Natsu, coçando a nuca.
Franzo o cenho e só então percebo as cobertas enroscadas no chão, provavelmente por eu ter derrubado os dois que dormiam ao meu lado na cama, quando acordei desesperada. Aí então me recordo do sonho, ficando vermelha da cabeça aos pés. Eu havia beijado Natsu e ambos tínhamos declarado nosso amor. Ai meu Kami, que vergonha. Como se isso fosse acontecer...
– V-vou me arrumar pa-para irmos para Guilda. – digo tentando não gaguejar, escondendo meu rosto de costas, enquanto pego minhas roupas na cômoda. Depois disso corro para o banheiro, deixando os dois com cara de vento.
***
Hoje até me juntei a Natsu em sua mania de chutar a porta, chamando toda aquela atenção e gritando. Talvez eu ainda esteja muito emotiva, pois fui abraçando todos que eu via pelo salão, atraindo muitos olhares confusos e divertidos. Só em pensar que eu tinha visto o prédio da Guilda destruído e meus amigos morrendo, me dá calafrios e a vontade de chorar chega novamente. Mas quero sentir cada um, sentir que estão todos bem.
– Hoho! – exclama o Mestre, quando eu o pego para um abraço em cima do balcão. Até deixei aquele velho tarado tacar a cara nos meus peitos se aproveitando da situação.
– Mestre! – Mira o repreende atrás do balcão, o puxando de volta pela gola da camisa. Ela lhe envia um olhar maligno. – Não se aproveite!
– Só estava retribuindo o ato. – garante ele com as feições inocentes, voltando a bebericar sua cerveja.
Rio.
– Tudo bem Mira, hoje estou muito feliz!
– Posso saber por quê? – pergunta gentilmente, enxugando algumas canecas. Já a tinha abraçado também, abracei até a Charlie, que mesmo soltando seus resmungos entediados, ficou corada com minha atitude.
Dou o meu melhor sorriso para a albina.
– Por que eu estou com a minha família!
Ela retribui o sorriso para mim. Nessa hora as portas se abrem novamente, revelando uma azuladinha baixinha que tanto amo. Corro até ela como se não houvesse uma amanhã.
– Levy-chan! – grito me jogando em cima da coitada que se assusta. Caímos no chão, causando muitas risadas pelo salão.
– Lu-chan? O que deu em você? – ela ri, retribuindo meu abraço ao mesmo em tempo que massageia a bunda dolorida pela queda.
– Eu? Nada, só estou feliz, não pode?
– Claro que pode!
– Então vamos conversar, estou com saudades!
A arrasto para um mesa qualquer e nos sentamos, pedindo à Mira dois sucos para tomarmos enquanto conversamos. Depois que ela trás nossos copos, Levy toma um gole antes de falar.
– Saudades? Mas nos vimos ontem!
Fico envergonhada.
– É, mas é que... Sei lá! – não queria contar a ela sobre meu pesadelo – Só quero ficar mais perto dos meus amigos.
– Tudo bem, então. – ela ri e joga os cabelos para trás e começa a sugar a espuma do suco com o canudinho, antes de tomar o líquido.
Foi aí que me deu uma sensação estranha de Déjavu. Sabe quando você tem a sensação de que já passou por aquilo antes? É uma coisa estranha, que você só sente que já viveu, no exato momento em que a ação está sendo executada. Só que surpreendentemente eu estou prevendo as coisas além, pois eu já sabia que logo em seguida ela iria me perguntar como ia a construção do meu livro, antes mesmo de ela fazê-lo. Como uma premonição bizarra. E quase tive um treco quando ela me perguntou:
– Como vai o desfecho do seu romance, Lu-chan?
O suco de laranja que estava em minha boca passou pela minha garganta como uma pedra, enquanto eu ainda mantinha uma face surpresa. Mas como...? Eu realmente previ o que ela iria perguntar? Não sei... A visão de ela me perguntando aquilo apenas veio em minha cabeça, e logo em seguida o ato foi consumado. Eu estava assustada demais para falar qualquer coisa.
– Está tu bem, Lu-chan? Parece que viu um fantasma! – afirma ela preocupada, mas eu não conseguia pensar em nada no momento. Pois aquela sensação de Dejavu havia voltado novamente.
Pasma, olho ao redor da Guilda cheia de gente. Até que sinto meu corpo tremer, como se minha alma quisesse se desprender de mim. Tal qual como o horrível pesadelo que tive. Sinto-me desfalecendo, mas de repente algo me puxa de volta, fazendo com que a sensação passe. Pelo canto do olho posso ver Levy falando alguma coisa, preocupada comigo, mas eu não consigo escutar nada, pois toda minha atenção foi direcionada de repente para o outro lado do salão, onde está Natsu discutindo alguma bobagem com Elfman.
E eu sabia o que iria acontecer em seguida.
A cena passa rápido em minha cabeça, num lampejo e logo em seguida vejo acontecendo bem diante dos meus olhos, ao qual nem ao menos piscam. Gray passa por perto dos dois, mas sem querer acaba derrubando uma caneca de cerveja em cima de Natsu. O rosado pergunta por que ele tinha feito aquilo, e Gray diz que não foi por querer. Até que Elfman afirma que provocar é coisa de homem, e logo os três estão brigando num bolo, que aumenta mais e mais à medida que as outras pessoas pulam no meio da briga.
Isso definitivamente é uma coisa normal na Fairy Tail, mas eu vi todos os detalhes, até que o que eles iriam dizer, antes mesmo de acontecer. Fico tão apavorada que tenho uma vertigem.
– Lu-chan! – exclama Levy se pondo ao meu lado rapidamente e impedindo que eu venha ao chão. O resto do pessoal está muito ocupado para perceber meu mal estar repentino.
– Eu... estou bem. – afirmo sorrindo torto, tentando acalmá-la. Levy assume uma careta irritada e me empurra um pouco, para sentar ao meu lado.
– Você quase desmaiou, eu vi. O que está acontecendo?
Felizmente o mal estar vai passando ao poucos, como também minhas estranhas visões. Suspiro aliviada, deixando o assunto de lado, pelo menos por enquanto. E também, não posso sair falando o que aconteceu, certamente me chamariam de louca.
– Não é sério, está tudo bem Levy-chan – sorriu dessa vez mais confiante. – Vamos, o que estávamos conversando mesmo?
A azulada franze as sobrancelhas, obviamente não acreditando no meu teatro. Mas se dá por vencida e sorri, voltando ao que dizia:
– Perguntei como vai o seu romance! Sabe que quero ser a primeira a ler, não é?
Faço uma cara de quem se lembra e preparo minhas idéias para conversar sobre meu livro. Mas aí então, minha mente fica em branco. Vasculho minha cabeça a procura de um sinal, mas nada encontro. Eu não me lembro de absolutamente de nada sobre meu romance. Sobre o que é, quantas páginas tem, ou até os nomes dos protagonistas. Absolutamente nada. Mas como? Como posso não me lembrar de uma coisa ao qual passei tanto tempo me dedicando? O pânico começa a me invadir, mas aí me lembro que Levy ainda espera minha resposta, com uma careta confusa pela minha hesitação. Sorriu para contornar a situação:
– Vai indo muito bem, mas eu não vou contar nada, se quer saber. – ela faz bico – Quando eu terminar é claro que você vai ser a primeira a ler!
– Espero mesmo.
Internamente fico aliviada por ter conseguido disfarçar. Como isso aconteceu? O que está acontecendo comigo? Primeiro o sonho, que só de pensar me dá medo, depois as visões do que iria acontecer, e agora isso? Eu preciso saber o que há comigo e vai ser agora!
– Levy-chan, tenho que ir – digo fazendo a maior cara de decepção. Levanto-me do banco – Tenho umas coisas para arrumar em casa.
– Está certo, depois conversamos então. Até mais! – nos beijamos na bochecha e saio rapidamente da Guilda.
Assim que ponho os pés na rua começo a correr. Meu coração está disparado, estou ficando assustada com todos esses acontecimentos. Nunca vi nada parecido, mas com certeza deve ter alguma explicação. Subo as escadas do prédio rapidamente, entrando como um furacão dentro de casa. Vou até a escrivaninha e abro a gaveta, pegando a grandes quantidades de folhas em ordem: Meu romance. A primeira página está em branco, onde deveria estar pelo menos um título ou algo do tipo. Mas se havia eu não me recordo. Sento no chão e respiro fundo, abrindo a primeira página.
Meus olhos começam a ler rapidamente, até que minha garganta fica seca e meu coração quase sai pela boca. Descrente e desesperada, começo a folhear as páginas freneticamente, não acreditando no que estou lendo. O que existe ali, não é o meu romance. É uma espécie de diário ao qual eu escrevo tudo o que acontece comigo. Existem datas para cada fragmento, até que percebo que mais para frente as datas estão a frente das de hoje.
Então era naquilo que eu vinha trabalhando, sem mesmo perceber? Aquele era meu romance?
Foi aí que eu liguei tudo. As visões futurísticas que tive hoje, junto com a sensação de Déjavu. Eu já sabia o que iria acontecer, por que eu já tinha escrito aquilo naquelas folhas. Mas mesmo assim, não deixa de ser uma premonição. Como eu sabia de tudo aquilo? Existem coisas escritas em datas que ainda estão para vir! Então chego numa página, a última delas, e para mim parece que o tempo congelou. Leio o que está escrito com minha própria letra, não acreditando no que estou vendo.
E daí eu percebo tudo, o que ficou óbvio depois de ver todas essas coisas. O sonho que eu tive nada mais foi do que uma previsão do futuro. E que está prestes a se realizar mais rápido do que eu imaginava.