Ovelha Negra

  • Nahemah
  • Capitulos 14
  • Gêneros Darkfic

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 8

    Capítulo 8.

    Álcool, Drogas, Estupro, Hentai, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Sexo, Suicídio, Violência

    Oii como vão??

    Aqui está mais um capítulo de Ovelha Negra!!

    Espero que gostem!!

    Capítulo 8.

    “Havia policiais por todo o apartamento, do banheiro vinham os reflexos de luz da câmera do legista, os homens uniformizados andavam pela casa apressados esquecendo-se por completo das duas crianças que se mantinham em pé no meio da pequena cozinha.

    Sentia sua mão dormente, mas não reclamava, seu irmão soluçava cada vez mais alto e apertando cada vez mais sua mão. Lágrimas continuavam a escorrer pelo rosto da rosada, e nada mais denunciava a dor que era sentida por ela. Sakura levou a mão livre ao tecido da blusa que usava a apertando como que para parar a dor que a consumia aos poucos, sentia-se vazia.

    - Sakura-chan? – murmurou o pequeno ruivo contendo os soluços.

    - Hn? – resmungou o olhando.

       Obrigou seus lábios a repuxarem um sorriso que não o assustasse ainda mais, acabou falhando miseravelmente. Gaara estava ainda com o pijama do Darth Vader que a mãe o tinha vestido, em um dos braços agarrava com força um urso de pelúcia de forma protetora, já a outra mão estava ocupada com as gélidas da irmã.

    - Mamãe morreu, não é? – perguntou o ruivo olhando um policial saindo do banheiro com alguns sacos plásticos com toalhas manchadas de vermelho.

    - Sim, ela nos deixou – respondeu secando o rosto com a mão livre.

    - E o papai? – apertou o urso mais forte contra  o peito.

    - Ele também – falou Sakura se lembrando das palavras de sua mãe.

    “Seu pai foi embora e nunca vai voltar.”

    - Você vai me deixar também, Sakura-chan? – soluços começavam a lhe escapar novamente naquela trágica noite.

          Sakura ajoelhou-se ficando de frente para o ruivo, secou-lhe as lágrimas de forma terna, beijou-lhe a testa de forma que conseguisse passar segurança.

    - Nunca Gaara-kun – murmurou olhando profundamente nos olhos inchados pelo choro do irmão um ano mais novo.”

        Já fazia algumas horas que estava acordada, pensava e repensava sua vida até aquele momento, e foi assim que aquela memória lhe fez divagar por alguns minutos. Ironicamente foi após aquelas palavras que eles foram separados. Aquela promessa ainda fazia seu coração se apertar. Sentou-se apoiando as costas na cabeceira da cama e olhou a sua volta, o quarto mantinha-se escuro, pouca luz transpassava a cortina preta de tecido leve. Mirou o relógio digital que estava ao lado do abajur na mesinha ao seu lado, este lhe dizia que já se passava das onze da manhã. Seu sono sempre foi leve, pois precisava ficar atenta a qualquer movimento suspeito, mas desde que foi internada e tratada com calmantes fortíssimos, seu organismo ficou desregulado e agora faltava hibernar de tanto que dormia. Bufou ao pensar naquele hospital.

            Era estranho, mas a rosada não sabia o que iria fazer quando se levantasse. Um vazio a dominou. Passou as mãos pelos cabelos pensando no que fazer, tinha tantas coisas para arrumar antes de partir para o tão sonhado “recomeço” de sua vida, decidiu começar pela visita a uma pessoa. Levantou-se meio cambaleante indo até o banheiro, no caminho acabou batendo o dedinho.

    - Merda! – praguejou alto.

    Assim que saiu do banheiro vestiu jeans preto básico, uma blusa de manga cumprida vermelha e tênis, ajeitou os cabelos deixando os soltos mesmo. Tinha pensado em jogar os presentes de seu “pai” pela janela, mas repensou e decidiu aproveitar tudo, torrar cada centavo que podia. “Quem sabe ele não me manda embora!” pensou Sakura enfiando o cartão de crédito e celular no bolso dianteiro do jeans, quando iria sair avistou um chaveiro com três chaves acopladas, além de um pequeno controle, julgou ser a chave do carro que Mahiro falou, pegou ela e saiu do quarto.

        Saiu pela porta percebendo o quão silenciosos eram os moradores daquela casa, preferiu assim, desceu as escadas que a levaram até a mesma ampla sala da noite passada, estava vazia. Sakura começava a achar que realmente estava sozinha na mansão quando finalmente ouviu burburinhos, como se fossem risadas femininas, vindos do lado de fora da enorme porta de correr que separava a sala da área da piscina. Aproximou-se olhando para fora, viu Karin e Kurenai juntas conversando com outra mulher numa mesa ao lado da piscina, riam feito Hienas.

    - Vejo que acordou. Precisa de alguma coisa?

        A rosada se virou dando de cara com Chiyo sorrindo gentilmente, sorriu de volta dizendo:

    - Não obrigada.

    - Tem certeza? – voltou a perguntar a empregada prestativa.

    - Bem, poderia me levar à garagem?

    - Vai sair? Sem comer nada? – pareceu preocupada.

    - Não estou com fome, obrigada – sorrio.

    Chiyo deu de ombros e seguiu pela casa com Sakura no seu encalço. A garagem, que nada tinha de pequena, abrigava quatro carros e três motos esportivas. Sakura retirou a chave do bolso e acionou o alarme com o pequeno controle, o carro que respondeu ao seu chamado mostrou-se ser um Audi R8 de cor preta.

    - Obrigada – agradeceu à senhora.

    - Tudo bem criança. Se cuide.

    Caminhou até o carro, o abriu e sentou-se olhando para o volante. Ligou o carro o sentindo estremecer abaixo de si, como a porta da garagem estava aberta teve apenas de sair. Um sorriso brotou nos lábios da rosada enquanto deslizava pelas movimentadas ruas de Tóquio, lembrava-se muito bem de quem a ensinou a dirigir. Suspirou ao lembrar-se de Sasori, este foi sua primeira paixão, ele sempre a protegeu, sempre fazia questão de ir nas “missões” com ela, e por isso e tudo mais se sentia muito grata a ele.                

    Dirigia distraidamente observando como tudo parecia colorido em comparação com aquele hospital enlouquecedoramente branco. Depois de alguns minutos uma loja lhe chamou a atenção, esta era toda colorida de rosa, verde e branco. Do lado de fora se podiam ver lindos arranjos florais em vasos de cerâmica, estacionou cuidadosamente no meio fio, quando saiu do carro Sakura obsevou por um momento o letreiro da loja, este estava pintado de um verde claro chamativo, já o nome era colorido de rosa escuro. “Ela adorava tulipas” pensou a rosada entrando na floricultura, o sininho na porta alertou sua entrada, do lado de dentro do balcão estava uma loira organizando algumas flores.

    - Posso lhe ajudar? – lhe sorriu a loira.

    - Ah, sim. Eu queria algumas tulipas – falou enquanto se aproximava do balcão.

    “Não pode ser!” pensou a loira arregalando os olhos. Nunca imaginou encontrar Sakura assim, era inacreditável. “Será que ela se lembra de mim?” perguntou-se colocando uma mecha loira atrás da orelha.

    - Sou Ino – disse encarando a rosada em expectativa.

    - Ah, tudo bem – falou Sakura franzindo o cenho. “Por que ela esta me olhando assim?” – Então, tem tulipas?

    - Na verdade não tenho tulipas – Ino murchou o sorriso desanimada – Mas posso...

    - Não valeu! – agradeceu a rosada saindo da loja em seguida.                

    “Testuda ignorante!” xingou a loira irritada vendo Sakura entrar em um carro estacionado em frente a loja.

    ****

    Passou por pelo menos mais três floriculturas até arranjar o pequeno buque de tulipas brancas amarrados em fita vermelha no banco do passageiro. Os portões negros estavam abertos quando se aproximou a pé, afinal não podia entrar em um cemitério de carro, caminhava lentamente entra as inúmeras lápides, a terra fofa afundava a cada passo. “Que grande final você levou mamãe” lamentou amargurada observando o estado lastimável em que se encontrava o cemitério. Andou pelo menos por trinta minutos até achar a lápide que levava o nome de sua mãe. Suspirando pesadamente ajoelhou-se depositando o buque de tulipas frente à lápide que tinha a seguinte gravação talhada na pedra:

    Haruno Hirome

    “Amável mãe de espírito forte” 

    Sakura traçava com as mãos a inscrição perdida em devaneios. Mas foi trazida subitamente à realidade por um formigamento na nuca sentindo-se vigiada. Levantou rapidamente a procura de alguma coisa suspeita, balançou a cabeça frustrada quando nada encontrou, deveria estar ficando paranoica. Ficou mais alguns minutos olhando para a pedra acinzentada que era a lápide até decidir ir embora. Quando se virou, a fim de ir para o portão principal, um estampido quebrou o silêncio sepulcral do lugar, Sakura se virou rapidamente procurando a origem de tiro que passou ligeiramente perto de sua cabeça. Encontrou o que procurava a dez metros de si, a figura vestida de preto da cabeça aos pés escondia a face sobre um grande capuz, este ainda mantinha o braço estendido com a arma apontada para a rosada, a única coisa que a separava por completo era uma estátua de um anjo, suas asas a protegiam.

    Não teve tempo de pensar, apenas de correr a toda velocidade entre as lápides antes de o segundo tiro ecoar no cemitério. Não era ingênua a ponto de não saber o porquê de estar correndo; o porquê da tentativa de assassinato, afinal tinha sim feito inimigos durante o tempo em que esteve na Akatsuki. Sabia que iria enfrentar problemas, mas não pensou que seria tão cedo! Os tiros ainda ricocheteavam no ar enquanto avançava na porta de seu carro, arregalou os olhos quando viu pelo reflexo do vidro a figura negra se aproximando com a arma em punho, se abaixou a tempo, o vidro estourou acima de si.

    - Droga! – resmungou quando se pôs a correr pelas ruas, verificando por cima do ombro a distância entre eles.

    Parou em um beco escuro, a luz do sol não era forte o suficiente para iluminar o local, olhou para os lados à procura do seu perseguidor, mas a figura negra já não a seguia mais. “Quem era aquele doente?!” perguntou-se lembrado que ele atirava sem se importar com as outras pessoas que estavam na rua. Puxava o máximo de ar que conseguia, tentava recuperar o fôlego perdido, começava achar-se fora de forma, seus músculos pareciam queimar pelo esforço. Respirando profundamente saiu do beco escuro, mirava desconfiada as pessoas que passavam por si, algumas delas a olharam de forma estranha quando deu um pulo pelo susto que levou ao sentir o celular vibrar em seu bolso, puxando o para fora observou ser uma mensagem de um número desconhecido: “Vou mata-la.”. Ficou em choque por alguns segundos olhando para a tela do aparelho. Quando em fim se recuperou procurou a sua volta alguém suspeito, mas milhares de pessoas a sua volta usavam celulares. “Ótimo!” bufou irritada.

         Resolveu continuar a pé, deixaria para pegar o carro depois. Andava sem rumo até que avistou o parecia ser um bar, a construção parecia ser velha, as paredes do lado de fora pintados de preto fosco carregavam vários pôsteres fixados, o grande letreiro em neon, agora desligado, dizia Nara’s Bar. Convencida a beber alguma coisa, passou pela entrada observando o local que não estava cheio devido ao horário, mesas com quatro cadeiras cada uma estavam espalhadas horizontalmente, o balcão de madeira escura ficava de frente para as mesas, por de trás do balcão podia se ver várias prateleiras com todo o tipo de marcas e cores de bebidas. O local era mantido a meia luz, deixando o ambiente meio escurecido, foi até o balcão sentando-se em um dos bancos acolchoados, deu um suspiro audível ao ver sua imagem refletida no espelho do outro lado do móvel, seus cabelos estavam para todos os lados, mais parecia um ninho cor-de-rosa, tentou ajeita-los com os dedos, tentando os deixar mais apresentáveis. Sua mente voava em vários pensamentos tenebrosos, pensava em quais pessoas teriam tanto ódio a ponto de mandar mata-la de uma hora para outra.

    - Dia difícil? – perguntou uma voz a tirando de seus pensamentos.

      Sakura procurou o dono da voz e encontrou um moreno alto de cavanhaque, seus cabelos castanhos escuros estavam presos em um rabo de cavalo alto, ele estava com uma blusa verde que destaca seus ombros largos, repousados em um dos ombros estava um pano de prato.

    - Você não faz ideia – bufou a rosada sorrindo de canto.

    - Talvez... – falou ele rindo suavemente – Quer alguma coisa? – perguntou secando um copo e batendo o no balcão.

    - O que me recomenda? Vodka?

    - Vou fazer algo especial para você rosada – sorriu o moreno – Eu mesmo inventei.

    - Sakura, me chame de Sakura – disse apoiando as mãos no balcão.

    - Como quiser. Sou Shikamaru Nara.

    Shikamaru recolheu algumas garrafas e misturou seus conteúdos, colocou no copo um líquido de cor azulada, estendeu para a rosada sorrindo de canto, parecia desafia-la. Sakura recebeu o copo meio hesitante, mas aceitando o desafio virou o copo e tomou em um único gole a bebida, esta se mostrou adocicada, mas depois de uns segundos seu sangue pareceu borbulhar nas veias, seu corpo esquentou subitamente, mas do mesmo jeito que veio a sensação passou.“Uau!” pensou a rosada repousando o copo de frente ao moreno.

    - Então o que achou? – perguntou Shikamaru.

    - Incrível – sussurrou meio rouca – Já tem nome?

    - Não. Ainda não pensei em nenhum – confessou o moreno se abaixando e pegando outro pano para limpar o balcão – Fazer novos arranjos de bebidas é como um hobby para mim. Dar nomes para as minhas criações é trabalho de Hinata, não sou bom em dar nomes para coisas. Mas o bar anda tão cheio ultimamente que ela não consegue pensar em nenhum. Precisamos de uma nova balconista.

    Sakura ouvia tudo parcialmente, sua cabeça ainda girava ao perigo que correu ou ainda estava correndo, mas foi inevitável não olhar para Shikamaru quando viu a oferta de emprego sendo jogada em seu colo. Ele a olhava esperando alguma resposta.

    - Contrata qualquer um que entra nesse bar? – questionou risonha.

    - Não. – respondeu simplesmente.

    - Então? Por que quer me contratar? – continuou duvidosa.

    - Gostei de você.

    - Hn, não sei... – estreitou os olhos.

    - É tão difícil acreditar em mim, Sakura?

    Essa frase pareceu tão familiar, como se alguém já tivesse dito isso a ela. Balançou a cabeça dispersando esses pensamentos, precisava focar na conversa com Shikamaru, desconfiava dessa oferta de emprego jogada dos céus, mas não era como se não soubesse se defender, conseguiria mata-lo apenas com as mãos. Acenou afirmativamente com a cabeça, resolveu aceitar a proposta.  

    - Tudo bem, aceito.

    - Ótimo. Começa amanhã a partir das sete da noite. Não se atrase – murmurou Shikamaru assumindo uma pose profissional – Nossa chefa não tolera atrasos.

    - Pensei que fosse você o dono? – falou franzindo o cenho em confusão.

    - E sou. Mas Temari é quem organiza as coisas por aqui – disse com descaso.

    - Quem é Temari?

    Nesse momento uma loira de postura firme apareceu por de trás do balcão, seus cabelos estavam presos apenas por um pequeno diadema preto. Ajeitava o avental quando chegou ao lado do moreno.

    - Shika seu preguiçoso, não pedi para colocar as caixas no depósito? – pronunciou fuzilando o moreno com seus olhos verdes escuros.

    - Estou ocupado – respondeu ele reprimindo um bocejo – Não está vendo, estou atendendo uma cliente, que amanhã vai começar a trabalhar por aqui.

    - E você quem é? – perguntou Temari olhando para a rosada.

    - Sakura. Shikamaru me contratou – disse sorrindo para ela.

    - Que bom, já estava na hora. Hinata coitada parece uma barata tonta quando isso aqui lota – enquanto Temari falava Shikamaru ia saindo sorrateiramente – Não adianta fugir Shika, você vai ajeitar aquelas caixas – a loira virou-se subitamente para ele que pego de surpresa paralisou no lugar, mas dando um suspiro resignado foi até o fundo do bar – Preguiçoso – resmungou – Bom, te vejo amanhã Sakura. Não se atrase!

    - Tudo bem. Até – acenou com a cabeça         

    Assim que saiu Sakura chamou um taxi, pegaria o carro depois, por hora voltaria para a mansão. Olhando pela janela do carro percebeu que anoitecia, puxou o celular do bolso e assustou-se quando viu que já era seis e pouco da noite, aproveitou também e apagou a mensagem que recebeu horas antes. Encostou a testa no vidro frio da janela, suspirou pesadamente.

    - Dia difícil? – pronunciou o motorista.

    - Você não faz ideia – disse respondendo pela segunda vez aquela pergunta no dia.

    ****

    - E então? – ecoou uma voz rouca e fria alto.

    As luzes coloridas dançavam pelas paredes dificultando sua visão quase que por completo, mas sabia que ele ainda estava ali, a sensação perturbadora reinava naquele pequeno espaço escuro da boate, sabia que os olhos frios dele ainda estavam sobre si. O suava frio, mas não era pelo ambiente abafado onde corpos e mais corpos se esfregavam um no outro perecendo brigar pela pista de dança.

     - Fiz o que mandou, assustei-a – teve que falar alto ou ele não ouviria, a música pulsava dificultando a conversa.

    - Continue assim. Pode machucar ela, mas nunca mata-la, ouviu?

    - Sim.

    - Se matar, eu mesmo dou cabo de sua vida – rosnou ferozmente.

    - Não vou mata-la, sabe que eu não consigo – disse passando as mãos na blusa que usava secando o suor frio que brotava nelas.

    - E cuidado. Sakura não é estúpida, se ela souber quem é você, vai te matar.

    - Tudo bem, vou tomar cuidado.

    - Vá embora.

    Acatou imediatamente a ordem, abrindo espaço entre os corpos dançantes saiu em disparada pela entrada, a noite gélida lhe recebeu de braços abertos quando em fim se livrou daquela sensação perturbadora que era estar de frente para ele. Andava sentindo o corpo pesado, mas sabia que era apenas a arma depositada no cós da calça. 


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