Ovelha Negra

  • Nahemah
  • Capitulos 14
  • Gêneros Darkfic

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 5

    Capítulo 5.

    Álcool, Drogas, Estupro, Hentai, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Mutilação, Sexo, Suicídio, Violência

    Capítulo 5.

    O alvorecer despontava em mais um novo dia, as gotas caiam calmamente do céu tingido de cinza escuro, o vento açoitava os cabelos negros do moreno trazendo consigo o cheiro da maresia, o píer onde estava ficava no subúrbio oeste de Tóquio, o local é um ponto comum de drogados, mas a maior fama vinha por ser um lugar de desova de corpos. Meia dúzia de policiais uniformizados e detetives à paisana estavam reunidos em volta de um cadáver totalmente vestido, tombado na margem do rio, o corpo tinha sido jogado de qualquer jeito, e a cabeça balançava de modo fantasmagórico na água, seguindo os caprichos da maré.

    Olhava friamente para o corpo, não tinha um mínimo interesse com aquele traficante morto, ainda estava ali por ter sido o primeiro a chegar à ocorrência, e como o primeiro a chegar teve seus privilégios perante a cena do crime, recolheu a maior parte das drogas encontradas no local para si, iria decidir o que fazer com ela mais tarde. Observava o encarregado, Hyuuga Neji, do Esquadrão de Homicídios, terminando os procedimentos oficiais, ninguém tinha permissão de se aproximar do corpo até que as fotos fossem tiradas, e ele fazia anotações sobre o local do crime enquanto os policiais procuravam qualquer prova por ali. As mãos da vitima tinham sido enroladas em sacos plásticos transparentes. A alguns metros dali a médica-legista, Mitashi Tenten, terminou seu exame, levantou-se e sacudiu a areia das calças. Olhou para os dois detetives encarregados. O detetive da Narcóticos, Uchiha Sasuke, era um lindo moreno de aparência profissional, nada fugia dos olhos calculistas dele, era competente, com uma ficha impressionante. O detetive Hyuuga Neji era um moreno de lindos olhos perolados, era uma pessoa brilhante com modos tranquilos de quem já tinha visto de tudo. A Mitashi se encaminhou até os dois.

    – Ele é todo seu Neji – falou a morena.

    – O que nós temos? – perguntou o Hyuuga.

    – A causa óbvia da morte é a garganta cortada, passando direto pela artéria carótida. As duas patelas estão arrebentadas, e parece que algumas costelas estão quebradas. Alguém trabalhou direitinho nele – sorriu sarcástica.

    – E a hora da morte? – voltou a perguntar o moreno de olhos perolados.

    Tenten olhou para a água que batia na cabeça da vitima.

    – Difícil dizer. Acho que ele foi jogado aí depois da meia-noite. Eu lhe dou o relatório integral quando nós o levarmos para o necrotério.

    O Hyuuga voltou sua atenção para o corpo. Paletó cinza, calça azul-escura, gravata azul-clara, relógio caro no pulso esquerdo. Neji se ajoelhou e começou a revistar os bolsos da vitima, não encontrando nada se virou para perguntar a opinião do Uchiha.

    – O que acha Sasuke?

    – Não acho nada, homicídios são com você – respondeu indiferente o moreno.

    – Eu sei disso – flou a contra gosto o perolado, nunca gostou de trabalhar com o Uchiha, ele era indiferente a tudo – Sua equipe não achou drogas?

    – Achou três quilos de cocaína – disse Sasuke tirando um cigarro do bolso e o levando aceso aos lábios – Esse cadáver deve ser mais um traficante fracassado. Bom, tenho trabalhos a resolver. Boa sorte detetive – se despediu dando as costas.

    – Não suporto esse homem – bufou a morena de coques.

    – Você não é a única – disse o Hyuuga sorrindo cúmplice.

    O Uchiha caminhava lentamente até o seu carro, um conversível preto, tragava o cigarro com calma aproveitando o efeito tóxico da nicotina, a fina chuva que caía deixava, em sua opinião, tudo mais sombrio, mas o moreno sempre foi atraído pelo sombrio. Seu olhar que antes estava no céu escuro recaiu sobre o homem loiro de terno preto alinhado encostado no capo de seu carro.

    – E ai teme? – perguntou o loiro.

    – Esta tudo sobre controle Naruto – respondeu Sasuke jogando fora o cigarro – Juugo levou a droga?

    A rua secundaria atrás do píer estava vazia, o que era normal para aquele horário do dia, mas mesmo estando sozinhos não ousavam falar alto, pois a massa de policias não estava tão longe assim.

    – Quantos quilos conseguiram do defunto? – disse o Naruto.

    – 200 quilos de cocaína – falou o moreno observando o movimento da rua.

    – Só isso? Esperava mais – resmungou o loiro – E ai o que quer fazer? Vender ou vamos deixar entra nós mesmos?

    – É claro que vamos vender, dobe.

    – Certo. Vai aparecer na boate hoje?

    – Não, tenho um compromisso mais tarde – sussurrou o Uchiha desativando o alarme do carro.

    – Vou deixar a droga com Juugo, ele vai vender lá na boate mesmo – suspirando Naruto desencostou-se do carro – Ah, antes que eu esqueça, cuidado com a Akatsuki, querem sua cabeça numa bandeja.

    – Hun – sorriu sarcástico – Que venham.

    Sasuke ligou o carro e saiu pela rua de paralelepípedos com velocidade, não tinha pressa para chegar a lugar algum, mas dirigir abaixo de setenta não era para ele. Seus pensamentos vagavam para o dia em que chefiou a invasão a um dos postos de comando da Akatsuki matando o líder deles Orochimaru, um sorriso de escárnio brotou no canto dos lábios do moreno, foi tirado de seu devaneio pelo toque do celular no bolso direto, olhou para o visor e soltou um sonoro suspiro.

    – Alô? – saudou frio.

    – Sasuke-kun você vai, não é? Não se esqueceu? – interrogou uma voz aguda do outro lado da linha.

    – Não me esqueci, e vou sim Karin – bufou irritado.

    – Obrigada Sasukinho! Vê se não se atrasa, te vejo assim que chegar. Tchau meu amor – se despediu manhosa a mulher na linha.

    – Tchau Karin – desligou Sasuke.

    Parou no sinal de trânsito encarando a cor vermelha do objeto, estava tendo uma manhã tranquila, mas sempre existe alguma pessoa que o irrita, conscientemente ou não. Pessoas como Karin eram do tipo que só de respirar o tiravam do sério, mas a mulher tinha seus momentos de fazê-lo relaxar, e isso era mais um motivo para suporta-la. Estava para fazer um favor para ela e seus pais, por que estes não tinham coragem fazê-lo, mas sua estava fazendo aquilo por que sua curiosidade reluzia para o tal encontro de mais tarde.

    ***

    Abriu os olhos devagar como que para prolongar a sensação de torpor do sono, sentou na cama elevando os braços acima da cabeça se espreguiçando, colocou os pés descalços no chão frio sentindo um calafrio arrepiar sua pele, levantou-se e foi em direção ao seu único lugar de vislumbre do mundo de fora daquele lugar, a janela. O céu nebuloso muitas vezes representava a tempestade de sentimentos e conflitos que carregava dentro de si, mas não hoje, hoje era o dia em que iria sair. Hoje era o dia em que deixaria de observar o mundo lá fora por sua pequena e gradeada janela. Hoje era o dia em que sepultaria seu passado de uma vez. Uma vida iria começar de novo, uma vida normal com trabalho, faculdade, uma casa etc. Ainda não tinha aceitado a ideia de morar com Mahiro Haruno, seu pai, mas seria apenas por um ano, tinha ficado cinco anos presa naquele lugar, um estranho não iria atrapalhar seus planos.

    A porta abriu-se em um rompante, uma loira de aparência rude entrou com uma bandeja em mãos, mas ao contrário do que a rosada esperava, ela não foi embora depois de colocar a bandeja com remédios em cima da cama. Observando a sobrancelha arqueada da rosada a enfermeira se pôs a explicar.

    – Dra. Shizune está lhe esperando.

    Sakura tomou seus remédios inúteis, colocou seus sapatos brancos acolchoados e junto com a enfermeira caminhou pelos corredores, antes passou no banheiro dos pacientes tomando um banho frio e escovando os dentes, quando chegou ao escritório da morena a porta já se encontrava aberta, lá dentro uma Shizune atrapalhada tentava telefone, assinar papéis e andar no mesmo tempo. Escutou a enfermeira loira ao seu lado bufar com a imagem, entrou assim que a médica assentiu, ouviu a porta ser fechada atrás de si, sentou na cadeira e esperou que ela desliga-se o telefone. Shizune assinava papéis da soltura da sua paciente de cabelos róseos com um grande sorriso repuxando os lábios, estava feliz pela menina. Sua assinatura era a única que faltava, o diretor Minato já havia assinado um dia antes como que para se livrar de ter que ver a rosada, sempre achou estranho esse comportamento de Minato com Sakura, ele era amável com os pacientes do hospital, mas quando o assunto era a paciente 805 a tensão dele era quase palpável. Balançou a cabeça se livrando desses pensamentos, ela como médica de Sakura estava feliz pela sua paciente, a morena desligou o telefone. Olhando Sakura a sua frente uma curiosidade surgiu na sua mente, se sentiu uma adolescente quando certa vez perguntou se a cor dos cabelos dela era natural, e qual não foi sua surpresa ao saber que eram, mas agora sua curiosidade era sobre o corte, Sakura sempre os manteve curtos, nunca soube o porquê.

    – Sakura, antes de começar a nossa conversa, posso perguntar uma coisa? – falou a morena curiosa.

    – Pode – respondeu a rosada estreitando o olhar duvidosa.

    – Por que você corta o cabelo?

    Sakura a encarou surpresa pela pergunta inocente, mas a resposta verdadeira não era nada inocente, ela mantinha o cabelo na altura da nuca desde que entrou para a Akatsuki, facilitava com a luta corporal e não atrapalhava nos serviços sujos que fazia. Tocou seus cabelos lisos com os dedos, como sempre os manteve curtos acabou que se acostumou com eles assim, mas agora podia deixa-los crescer, nunca se imaginou com eles grande. Ficaria bonito?

    – Não sei, sempre os deixei assim – falou sincera – Ficaria bonito se eu os deixasse crescer?

    – Oh, ficaram lindos! – disse a morena alegre.

    – Acho que vou deixa-los crescer, não é? – perguntou a rosada se divertindo com a ideia.

    – Ah, devia com certeza! – Shizune olhava para a menina a imaginando com madeixas longas. Suspirando resolveu iniciar a conversa, a última que teria com Sakura, assim esperava – Bom, hoje é o dia, como se sente?

    – Me sinto como se fosse explodir de ansiedade – confessou Sakura sorrindo imensamente – As hora parecem não passar.

    – Elas vão passar não se preocupe – murmurou rindo da impaciência da rosada – É normal estar assim, afinal você esta aqui há cinco anos.

    – Cinco anos, quatro meses e dez dias – suspirou Sakura.

    – Bom depois dessa conversa você já vai poder sair daqui – Shizune viu os olhos verdes ganharem vida – Vou começar falando do novo psiquiatra, Sai falou disso?

    – Sim, disse que ele fará relatórios sobre mim.

    – É verdade, ele os enviará para mim, pois sou a médica responsável por você. Qualquer sinal de piora, qualquer de que você é um risco, você volta entendeu?

    – Não vou ser um risco – falou com firmeza a rosada.

    – Não estou afirmando nada, mas se ele ver que você realmente não dá para o convívio na sociedade, você irá voltar para cá – Shizune a olhava seriamente.

    – Certo. Quem é ele? – perguntou Sakura curiosa.

    – Uchiha Itachi, ele é um ótimo médico, para ser sincera é um dos mais geniais que conheço – disse a morena corando levemente – Suas consultas são duas na mesma semana, ela vão ser nos dias de segunda e quarta-feira, a duração das consultas e o horário ele decide.

    – Certo. Shizune eu poderei trabalhar, não é? Quer dizer, não vou precisar ficar em casa?

    – Não querida. Você está saindo daqui para se reintegrar à sociedade, poderá entrar trabalhar, entrar na faculdade – falou a morena sorrindo gentil – Você terminou o ensino médio?

    – Sim, terminei o ensino médio com 15 anos, sempre fui boa no colégio. Terminei um ano antes de ser enviada para cá.

    – Sério?! Poderá fazer a faculdade que quiser assim que sair daqui.

    Sakura sorriu diante dessa ideia, fazer faculdade, trabalhar, iria realmente começar uma vida nova. Planejava fazer tantas coisas quando fosse embora dali, mas sabia que teria problemas com a Akatsuki, afinal ainda era um membro da organização, esperava falar com o Orochimaru sobre isso o mais rápido possível, outro problema seria convencer os principais membros de que não seria um problema ela sair, mas esperava que eles considerassem seriamente o assunto por que ela não iria aceitar um não, Sakura estava decidida a sair eles querendo ou não.

    – Sakura – chamou Shizune a olhando ternamente – Eu queria que soubesse que nunca duvidei de você. Quando você chegou aqui eu percebi o quanto a ainda era inexperiente, a cada recaída e evolução sua eu criava novas experiências na minha área, saiba que você é o caso mais difícil que eu já peguei. No começo eu apenas te olhava como mais uma paciente disfuncional, mas você me provou ser diferente dos outros, você é uma pessoa boa, carinhosa e alegre. Sempre vou torcer por você, você tem o meu carinho e apoio tanto como médica, como de amiga – a morena finalizou com uma lágrima rolando por seu rosto.

    – Eu agradeço por tudo o que fez por mim Shizune, eu seria ainda aquela garota fria e rebelde que entrou aqui há cinco anos se não fossem as seções de terapia que tive com você – Sakura sorriu sincera, ela não tinha palavras suficientes para agradecer à morena.

    Shizune limpou o rosto com um sorrido terno nos lábios, alcançou uma caneta em meio aos vários papéis espalhados pela mesa, anotou rapidamente num pequeno papel em branco seu número. Levantou da cadeira caminhando até o armário no canto direito da sala o abrindo, voltou ficando em pé ao lado da rosada com uma sacola colorida em mãos.

    – O que é isso? – perguntou Sakura a sacola de cores vibrantes.

    – Você não quer sair com essa roupa, quer? Comprei uma roupa mais apresentável, achei que iria combinar com você – disse a morena estendendo a sacola – E aqui esta meu número, me ligue se precisar.

    – Obrigada Shizune, por tudo você sabe – a rosada pegou sacola e levantou, e num impulso abraçou a morena.

    – Boa sorte – sussurrou no ouvido de Sakura.

    ***

    Andava pelos corredores com uma pressa que era estranha para a calma que emanava daquelas paredes, a despedida da Shizune ainda fazia sue olhos marejarem, já estava vestida com o vestido que ganhará da morena, este era de um tecido leve e florido em cores brancas e vermelho sangue, ela tinha acertado o tamanho direitinho, as alças finas sustentavam bem seu busto que ficava justo nele, da cintura para baixo o vestido afrouxava até um palmo acima do joelho. Quando foi trazida para o hospital Sakura não trazia nada além de sua roupa do corpo, então saia dali do mesmo jeito que entrou, a enfermeira a guiava até a entrada do hospital, suas mão suavam, a adrenalina corria solta pelo seu sangue.

    Quando a porta foi destravada e aberta a primeira coisa que sentiu foi a brisa gelada enchendo seus pulmões, as gotas gélidas começaram a molhar seu rosto lentamente causando pequenos choques elétricos contra sua pele quente, fechou os olhos apreciando a simples chuva que caia, abriu calmamente os orbes esverdeados olhando para o céu cinza, passou os olhos pelo gramado do jardim que sempre foi apreciado no alto da sua janela por ela, e foi apreciando o jardim no topo da entrada do hospital que seus olhos se chocaram com olhos tão escuros quanto a meia-noite. Sakura sentiu um arrepio gélido percorrer seu corpo por inteiro, o homem a poucos metros de si tinha uma postura tão altiva que chegava a ser imperioso, desceu lentamente os degraus da escada com medo de escorregar, sentia homem analisar todos os seus movimentos. De longe não podia dizer como seria a sua aparência a não ser os olhos, mas tinha que admitir que o moreno com seus 1,80 de altura era lindo, ombros largos mais proporcionais por de baixo da jaqueta preta, cabelos pretos em um corte arrepiado que lhe caia pela face alva. Sakura passou alguns segundos admirando o homem, mas assim que voltou seu olhar para os negros olhos dele foi que percebeu como ele a encarava, olhava para ela com se fosse superior e quisesse distância.

    – Sou Sasuke, vim te buscar – pronunciou o moreno frio roucamente, fitando a rosada intensamente.

    – Isso eu percebi. Sou Sakura Haruno – a rosada sorriu sarcástica para ele, nunca se rebaixou perante ninguém não iria começar agora.


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