Posso saber onde se encontram meus leitores queridos? Sentindo falta de vocês :c
Tenham uma boa leitura!
Autora POV on:
– Você tem um três?
– Não... Você tem um sete?
– Não tenho. Ah Natsu que jogo chato! –Lucy atirou suas cartas para o alto e suspirou lentamente, logo depois repousou sua cabeça no colo do rosado que logo foi verificar as cartas da loira. Haviam pegado um baralho na entrada do Hotel para descontrair o momento de tédio e tensão.
– Luce sua vaca, eu iria ganhar! –Soltou sem perceber as palavras e no momento em que voltou a olhar o rosto dela pareceu congelar, certo medo era visível apenas por sua expressão.
– Muuu!
– O quê? –Natsu fez a pergunta sem compreender o que ela acabara de fazer, obviamente esperava ser um pouco espancado, mas se sentia aliviado ao perceber que nada de mais iria acontecer.
– Você me chamou de vaca e eu mugi seu retardado.
Lucy encerrou o assunto e assim ficaram em um silêncio calmo. Natsu começou a acariciar os cabelos da loira, que já mantinha os olhos fechados apreciando a ação. Plue estava deitado um pouco perto dos dois, se deliciando enquanto roia um tipo de biscoito para cachorro que continha um formato de osso, ganhou-o de presente do rosado, já que o mesmo queria pelo menos amenizar o ódio que o cão sentia por ele. Enquanto a moça supostamente “fugiu” Natsu aproveitou e foi ao mercado novamente.
– Natsu como você me achou? –Lucy se levantou e sentou-se de frente novamente para o rosado.
– A Erza me ligou dizendo que você estava estranha e...
– Como assim ela te ligou? Desde quando você tem o número dela?
– Ciúmes loira? –Natsu mostrou um de seus típicos sorrisos pervertidos fazendo com que ela corasse, tropeçando em suas palavras ela logo tratou de negar.
– I-idiota! N-não fuja do assunto! –Tacou-lhe uma almofada e o mesmo começou a rir.
– Você sabe que eu tenho meus contatos. –O modo convencido de falar não fez com que a curiosidade de Lucy amenizasse, ela apenas continuou encarando o rosado esperando uma resposta que pudesse se encaixar. Ele percebeu que não conseguiu aquietá-la, então logo suspirou voltando a falar. –Ela me deu o número dela caso alguma coisa acontecesse com você e eu ela precisássemos nos falar.
– Quando foi isso? Não me lembro...
– Credo Luce pra que todo esse interrogatório?
– Ah, vai saber! Não quero que você roube minha amiga do Jellal.
– Ah sim, bem capaz que eu vou fugir pra bem longe com um demônio ao meu lado. –Falou calmamente e alguns segundos, foi o que bastou para que os dois se pusessem a rir descontroladamente.
– Que maldade Natsu! Mas eu não falei pra ela onde eu estava, como você me achou? –Repetiu as palavras, sua insistência em saber não foi embora em meio as risadas que já tinham parado. –Só não vai me dizer que estava me seguindo. –Fez bico.
– Claro que não, mas a ruiva me falou que você é viciada no Facebook e tinha feito um check-in há poucos minutos. Aí ela me passou seu nome, eu te achei e fui até lá de taxi.
– Entendi... –Se remexeu um pouco no sofá e novamente o silêncio predominou o local. –Ai!
– Você ainda está com dor? –Demonstrou uma feição preocupada e já estava a levantar a blusa da garota, ele havia feito um curativo para que não ocorressem mais problemas. Além de tudo não foi nada de mais.
– Não eu só encostei. –Tirou rapidamente à mão do rosado e de repente tudo ficou escuro.
– Que merda faltou luz. –Natsu se levantou a procura de seu celular para que pudesse usá-lo como lanterna, Lucy estava com o seu, mas o mesmo já não funcionava, pois tinha uma rachadura enorme na tela. Logo que voltou para o sofá sentiu algo em sua perna, focou a luz nesse local e viu que era Plue pedindo pra subir e se juntar a eles. Pegou-o quase recebendo diversas mordidas e logo o jogou em cima da loira.
– Luce, posso te perguntar uma coisa?
– Claro.
– Seu sobrenome é mesmo Heartfilia? –Mesmo que não houvesse muita claridade ao ponto de conseguir ver seu rosto, ele a sentiu estremecer e ficar desconfortável. Se fosse outra situação, ele mudaria de assunto, mas era uma coisa que realmente precisava saber.
– Sabe Natsu, eu não gosto nenhum pouco de falar sobre isso, mas acho que você é uma pessoa que eu possa falar a verdade.
– Que bom que você sabe. –O mesmo apenas ficou sério esperando sua resposta.
– Eu sou sim a herdeira dos Heartfilia, mas... Não é como eu fosse me aproveitar disso. Acho que você deve ter raciocinado isso, já que tenho um emprego.
– Preciso te falar uma coisa, mas prometa que não vá se assustar.
– Por que eu me assustaria? –Mesmo que ela tinha um sorriso no rosto, já se sentia um pouco intrigada, não era qualquer um que ela podia confiar, já aconteceu de pessoas se aproximarem dela somente pelo dinheiro.
– Eu sou o dono da empresa Dragneel. –Natsu resolveu falar de uma vez antes que ela descobrisse de outra forma, compreendia muito bem o que ela pensava no momento. Com ele não era diferente, por mais que fosse mulherengo, sempre tomou o cuidado de não se revelar.
– Então quer dizer que...
– Somos rivais. –Disse por fim, os dois estavam sérios, porém não seria como seus pais. Não entrariam em guerra ou começariam a se odiar, estavam convivendo com seu inimigo sem saber, por isso acabaram por se tornarem amigos. Começaram a rir despreocupados, não seria um sobrenome que definiria aos dois que não poderiam ter contato se quer.
– Eu não acredito! Se meu pai souber disso contrata um exército pra te matar, mesmo que a culpa de tudo seja desse Hotel. –Lucy afirmou divertida, porém sem mentir. Natsu resolveu entrar na brincadeira.
– Eu tenho a melhor segurança particular querida, por mais que seu pai a contratasse pra me matar ela não faria isso mesmo que pagasse fortunas.
– Ela? Por acaso é uma mulher?
– Quem sabe com o tempo você não descubra?
– Você é muito chato! Eu sou muito curiosa tá bom? –Fez bico e cruzou os braços, mas logo voltou a falar. – Ei, que tal nós conhecermos melhor? Eu sempre tive vontade de saber quem realmente era o herdeiro dos Dragneel’s.
– Só se você falar sobre você também.
– Fechado, quem começa?
– Pode ser eu, já que não tem nada de mais. Tive uma vida normal a não ser pelo dinheiro, frequentei uma das melhores escolas de Tókio por um tempo, me mudei pra Los Angeles por alguns conflitos sociais depois de me formar em administração, assumi a empresa do meu pai.
– Você teve conflitos sociais? –Lucy perguntou receosa, não iria forçá-lo a falar muito neste momento, já que também tinha coisas que não queria falar.
– Eu não me sinto confortável em falar disso. –Ficou sem graça e mexeu um pouco em seus cabelos rosados, a loira confirmou com a cabeça e compreendeu que era sua vez.
– Diferente de você, eu nunca estudei em uma escola mesmo que isso sempre foi meu sonho desde pequena. Felizmente consegui convencer meu pai a me colocar em uma faculdade, escolhi fazer medicina, mas por fim tranquei.
– Por quê? –Lucy mordeu os lábios e o rosado entendeu que falou algo que não devia. –Se não quiser falar, não irei lhe obrigar.
– Não, está tudo bem... Na verdade minha mãe faleceu naquela época e eu fiquei muito mal por isso, não sentia vontade de fazer nada e então meus estudos foram prejudicados.
– Entendi... Eu sinto muito. –Mais uma vez o silêncio desconfortável reinou, mas Natsu conseguiu alguns arrumar alguns assuntos para que isso não acontecesse novamente. –Qual área da medicina você iria se especializar?
– Pediatria! –Lucy sorriu enquanto apertava Plue em seus braços.
– Você gosta de crianças então?
– Sim, muito!
– Mas você iria ver elas doentes, por que não resolveu então ser professora, sei lá...
– Você tem razão, eu até não me importaria em trabalhar em algo que não ganhasse muito dinheiro, mas a falta de médico em todo o mundo prejudica bastante a sociedade, e eu gostaria de poder ajudar os pequenos, independente do que tivessem.
– Você é bem humilde Luce. –O rosado falou com um sorriso bobo enquanto acariciava os cabelos dourados da moça.
– Não entendo por que muita gente julga aquelas pessoas que tem boa vida, eu daria tudo para fazer com que o mundo melhorasse a cada dia.
– Eu te entendo, pode não parecer, mas eu não fico me gabando por ter dinheiro. –Os dois se encararam por alguns minutos até que a loira começou a rir. Natsu acompanhou mesmo que o motivo da graça fosse ele. Estava tudo bem até que eles escutaram um barulho que deixou a loira constrangida.
– Luce, você está com fome? –Perguntou travesso deixando ela cada vez mais sem graça.
– Cala a boca e faça algo pra comer!
– Eu estou pronto, tá afim?
– Nem morta seu pervertido! –Lucy jogou Plue no chão para que pudesse iniciar seus socos fracos ao peito do rosado, o mesmo se divertia despreocupado até que envolveu a loira em um abraço e sussurrou em seu ouvido.
– Vamos lá fazer miojo!