Pois é... O último capítulo não teve nenhum comentário... Estou brava com vocês u-u
Enfim, tenham uma ótima leitura! -por que eu sou uma pessoa muito querida-
Lucy POV on:
– Querida, se arrume, pois hoje nós teremos visitas! –Um homem loiro engravatado entrou no quarto da garota já abrindo as cortinas revelando o belo dia. Certamente tinha empregados para que fizessem isso, mas ele certificou-os que curtiria cada momento com sua linda filha que possuía somente seus quatro anos.
– Quem é papai? –O mesmo sorriu vendo a pequena coçar os olinhos e bocejar. Sentou-se a cama e afagou sua cabeça.
– Um amigo do papai... Ele tem um filho, o que você acha de brincar com ele? –O sorriso da menina logo apareceu iluminando seu rosto angelical levantou animada da cama e rumou para seu closet, escolheu uma roupa fofa no qual não sabia vestir. Seu pai riu e ajudou.
~☆☆☆~
– Qual seu nome? –O menino que aparentava ter a mesma idade da loirinha e parecia ser extrovertido, tentava tirar a timidez da garota que estava atrás da perna de seu pai.
– Lucy... –Respondeu em tom inaudível e um pouco ruborizada. O Garotinho estendeu a mão e sorriu largo.
– Legal Luce! Vamos brincar?
– Espera! Qual seu nome?
– Meu nome é...
Acordei de imediato ofegante e me sentindo apreensiva. Fazia anos que não tinha esse sonho. Mesmo sendo em todas as noites e nunca consegui me lembrar do nome do garoto, nem mesmo conseguia ver seu rosto. Somente escutava a voz fofa e infantil.
Ainda tinha meus olhos fechados por que a preguiça me preenchia no momento, mas sabia que tinha que levantar. Senti que estava sobre o colchão macio do Hotel e fiquei intrigada, não me lembro de como nem quando cheguei. Logo uma dor de cabeça horrorosa veio com tudo. De cara amarrada sentei-me e fiquei olhando ainda mais desconfiada para o quarto.
Roupas espalhadas para todos os cantos enfeitavam o cômodo, olhei para meu corpo e um fino lençol branco me cobria. Tive uma ideia do que poderia ter acontecido e senti meu estômago embrulhar por estar assustada, virei lentamente à cabeça para meu lado apertando ainda mais o pano contra meu corpo desnudo e tive a sensação de tomar um choque.
– Kyaaaaaaaaah!
– O que foi? Cadê a barata? Eu sei que ela voa, mas deixa que eu mato Luce! –Natsu levantou rapidamente desorientado, corei imediatamente ao perceber que eu não era a única que estava pelada. Com as mãos nos olhos comecei a xingá-lo de todos os nomes até que percebesse a situação real. –Luce... O que aconteceu?
Lentamente descobri meus olhos e vi sua face corada e seu corpo (as partes pra ser mais exata) já coberto. Abaixei a cabeça e coloquei minhas mãos nela, literalmente me desesperei e não acreditava no que estava acontecendo. Levantei-me e rumei para o banheiro, nem olhei para seu rosto novamente, mas sentia que ele estava tão confuso quanto eu.
Parecia que tudo girava em minha volta, me sentia enjoada e a dor de cabeça parecia cada vez mais aumentar. Com muito esforço eu tive flashes da noite anterior na festa, caiu à ficha do por que tudo ter terminado assim, eu bebi muito depois de discutir com Natsu. E ele fez o mesmo.
Algo quente e líquido escorria em minha pele abaixo dos olhos. Uma lágrima solitária e silenciosa caiu, dando abertura para muitas outras logo após. Não sou tão inocente, sei bem o que aconteceu, mas não choro por que transei com ele. Acho que isso seria normal para qualquer pessoa que tivesse em meu lugar, quando estamos pelo efeito do álcool não temos controle.
Diferente dessas pessoas, eu jurei que nunca mais faria algo desse tipo. Eu me machuquei muito uma vez e não queria que isso acontecesse de novo, mas aconteceu. Apaixonei-me por um cara que sem eu saber, queria só sexo. Quando ele finalmente teve o que queria simplesmente me “chutou”. Nunca mais confiei em algum homem ao ponto de ter sentimentos a mais por ele.
Abri o chuveiro e deixei escorrer água por longos minutos, fiquei perdida em meus pensamentos e com medo do que estava por vir. Não sei se ele está orgulhoso, já que era evidente seu desejo por mim, mas também não sei se ele está confuso ainda e não acreditando assim como eu.
Natsu POV on:
Permaneci no quarto durante uns 15 minutos apenas olhando para a parede da cor creme do quarto enquanto escutava o barulho da água do chuveiro escorrendo. A princípio, como de costume, eu realmente queria passar uma noite com Luce, mas essa necessidade sumiu após ter que conviver com ela.
Eu percebi que ela ficou assustada quando compreendeu o que aconteceu, obviamente eu também fiquei por que nem me lembro de nada. Passo a mão em meio aos meus fios rosados e suspiro alto, me levantei da cama e coloco uma roupa qualquer. Apesar de tudo, não posso ficar assim o dia todo.
Abri a porta do quarto e vi Plue deitado no chão logo em frente, quando sentiu minha presença se levantou e veio a meu encontro e eu somente observava cada movimento seu. Cheirou minha calça e se sentou olhando para meu rosto, com as orelhas de pé e a cabeça tombada para o lado presumi que sentiu o cheiro de sua dona misturado com o meu, e estava curioso para saber o que aconteceu.
Fui à cozinha fazer alguma coisa pra comer, o desânimo não saia de mim e eu ficava estressado por isso. Sei que a loira se sente da mesma forma que eu, quando finalmente estávamos tendo um clima confortável tudo desaba. Na festa até onde me lembro, eu e ela discutimos, antes da festa também tínhamos brigado, mas antes de tudo isso ela tinha me beijado. Será que agora vai ser assim sempre? Vamos sempre estar com esse clima chato? Queria pelo menos ser seu amigo, por que sei que ela é uma boa pessoa. Mas parece que isso não vai ser possível.
Tomei um comprimido para que passasse a dor de cabeça, não era muito forte por que já me acostumei, escutei os passos se aproximando de mim, de forma lenta. Olhei pra trás e a loira parecia arrasada, sua franja cobria o rosto e usava uma roupa larga. Passou por mim e não dirigiu nenhuma palavra indo até a porta de entrada.
– Oe Luce aonde você vai?
– Não te interessa!
– Se eu não me interessasse não estaria te perguntando. –Parou de caminhar e pôs seu olhar em minha direção, sua face raivosa me fazia não a compreender, desse jeito até parece que eu tinha a estuprado, mas eu acredito que sei menos do que ela.
– Por que você está agindo como se fosse meu dono? Ontem na festa eu te falei que eu não tenho que te dar satisfação nenhuma! Me esquece, vá correndo contar para seus amigos que conseguiu o que queria! Vai lá adicionar meu nome na listinha de quem você já comeu, enquanto isso eu fico o mais longe possível de você. –Gritou todas as palavras me deixando de certa forma triste, e parece que meu coração se despedaçou em meu peito quando vi algumas lágrimas nos cantos dos seus olhos.
– Até parece que faria isso... –Minha voz foi morrendo enquanto ela já fechava brutalmente a porta.
–--X ♥ X---
Lucy POV on:
Andava a passos lentos e calmos tentando esvaziar minha mente, me sentia arrependida por ter tirado férias e conhecido Natsu. Não posso pensar desse jeito dele por que apesar de tudo, é uma pessoa legal. Mas só de pensar no que fizemos eu fico me julgando. Não é sua culpa e nem minha, eu ainda sou jovem e tenho direito de me divertir, mas é como se essa oportunidade sumisse de dentro de mim.
Paro enfrente a vitrine de uma loja qualquer e observo meu reflexo, moletom cinzento largo, calça jeans e meu coturno. Cabelos soltos e olhos sem expressão. Olho pra cima e pequenas bolinhas brancas caem de lentamente do céu. Não sentia frio nem calor, não sabia o que fazer nem o que queria fazer e não sabia como conviver com Natsu a partir de agora. Isso era o ponto mais importante.
Vejo a tela do meu celular, 19:32, desconfiava que era essa hora por que as ruas se encontravam escuras e eram iluminadas pelos postes de luz. Muitas pessoas voltavam bem vestidos dos trabalhos, algumas lojas já fechavam inclusive a que eu estava parada em frente. Estava entediada mexendo no Facebook e como tenho mania de dar check-in eu logo o fiz. Resolvo ligar para Erza, estava com problemas e sempre que isso acontecia ela resolvia. Além disso, me consolou em todos os momentos difíceis e eu precisava desabafar, minha cabeça estava muito confusa.
– Yo Lucy!
– Yo Erza... –Falei com desânimo e acho que ela percebeu, voltei a andar enquanto segurava meu celular à orelha. Percebi que estava perdida e não sabia o que fazer.
– O que aconteceu? Você está bem?
– Ah é que...
– Erza com quem você tá falando meu amor? –Escutei a voz de Jellal do outro lado e entendi que não era uma boa hora, às vezes nada acontece como a gente espera.
– Erza eu vou desligar, talvez amanhã eu te ligue. Mande um beijo pro Jellal.
– Espera Lucy, pode falar por que eu... –Desliguei não me importando com o que ela faria, de forma alguma queria atrapalha-los. Percebi que estava entrando em um beco escuro e resolvi voltar, não faço ideia de onde estou, mas acho que se eu seguir os locais no qual eu passei antes conseguirei chegar ao Hotel. Queria pegar um taxi, mas não tinha dinheiro.
Senti meu braço ser puxado com força e eu logo me assustei, não precisei me virar por que alguém já tinha feito isso. Meus olhos ficaram arregalados e uma expressão de pânico apareceu em meu rosto. Na minha frente havia três homens altos e fortes, um tinha um cigarro na boca, mas mesmo assim o sorriso sacana estava estampado. Outro estava com um óculos escuro e uma jaqueta de couro e o último era loiro e tinha um gorro na cabeça impossibilitando-me de ver seus olhos.
– Vejam só que loirinha bonitinha! E pelo visto tem dinheiro... – O de óculos arrancou o celular da minha mão e ficou olhando, fiquei parada sem conseguir me movimentar, meu coração batia tão rápido que pensei que poderia explodir.
– Será que podia nos emprestar uma grana, loira? Aí quem sabe você possa se livrar sem nenhum arranhão? –O homem que tinha o gorro passou a mão em meu rosto e os outros riram.
Meu celular foi arremessado em minha direção e eu sem reação, deixei-o cair.
– Tira a senha! –O terceiro homem que fumava, se pronunciou, minhas mãos tremiam, mas eu não falava uma palavra se quer, abaixei-me para pegar o aparelho em minhas mãos e acabei caindo por que levei um chute no estômago.
– Passa a grana! –Percebi que o mesmo cara que queria meu celular tirava lentamente uma faca do bolso traseiro de sua calça, soei frio e perdi minhas esperanças. Não veria mais ninguém que conhecia por que certamente estaria morta.
– E-eu... E-estou sem dinheiro... –Falei sem encara-los enquanto desbloqueava meu celular, estava a tirar o cartão de memória, mas o cara que fumava tirou-o de minhas mãos.
– Não mocinha, queremos do jeito que está. –Falou enquanto fui levantada contra minha vontade por um deles. O cara da jaqueta escura lambeu meu pescoço e eu tremi, sentia nojo e muito medo. Nunca me arrependi tanto do que eu fiz hoje.
– O que você acha de brincar com nós, gostosa?
– Acho que vai ser divertido...
– Imaginem os gritos! –Eles conversavam entre si como se eu não estivesse ali, mas mesmo assim continuavam me olhando enquanto um deles me segurava.
– Por favor... Deixem-me ir embora! –Implorava de olhos fechados já sentindo as lágrimas escorrerem em meu rosto e escutei eles rirem novamente.
– Não precisa chorar, vamos deixar você viva, mas só se você for querida e obediente... –Enquanto o homem de óculos me segurava, o loiro começou a tirar meu moletom e eu fiquei desesperada. Como o destino da gente é irônico, se tivesse aceitado o que aconteceu entre mim e Natsu, provavelmente nem nos falaríamos, mas eu estaria segura e não seria estuprada.
–Natsu... –Murmurei sem pensar, me sentia culpada por ter brigado com ele antes de sair, como disse antes, ele não tinha culpa.
–Hey loira safada, estamos em três, mas você está chamando por mais um?
–Você não acha que já somos suficientes? –Um deles me perguntou e eu fiquei olhando com muito medo, sem abrir minha boca. –Responde idiota! –Senti uma facada em minha cintura e quase caí com a dor.
–Parece que ela não vai responder...
–Com tanto que possamos escutar seus gemidos por mim não tem problema.
–Vamos começar logo por que eu já estou enlouquecendo só de pensar.
Jogaram-me contra o muro do beco e eu gemi de dor, chorava em silêncio e rezava para que eles me matassem. Não queria os sentir fazendo coisas comigo, não queria os ouvir falando coisas sujas pra mim, não queria ser mandada a fazer coisas para eles. Eu preferia que fizessem isso com meu corpo sem vida. Mas uma parte de mim ainda tinha esperanças de conseguir fugir.
– Eu vou primeiro! –O home que fumava veio em minha direção e começou a beijar meu pescoço, fechava os olhos com força e me controlava para não fazer nenhum barulho ou movimento, a faca estava em sua mão, já sentia ela de leve em minha perna.
–Quero ouvir sons gostosos saindo de sua boca, loira. –O mesmo falou e forçou meu rosto ao encontro do seu, logo subiu uma das mãos para dentro da minha blusa, passando a mão em um dos meus seios, mas foi um toque rápido.
–Larga ela. –Escutei uma voz grossa e familiar, aparentava estar com raiva e logo um urro de dor foi ouvido. Abri os olhos novamente sem acreditar, o cara foi ao chão e um pouco perto de mim eu enxerguei a cabeleira rosa.
Sorri e fiquei muito animada, Natsu apareceu no meio do nada no momento que eu mais precisava, não sabia como ele me encontrou, mas não estava nem aí por que me sentia segura, apenas com sua presença.
–Hoho, será que esse é o sujeitinho pelo qual ela chamou o nome? –A risada estranha me deu calafrios, me lembrei de que ele estava com uma faca e havia mais dois, se eles tivessem armados Natsu não sairia vivo.
Só sei que tudo foi muito rápido, sentia muita dor e percebi que estava perdendo bastante sangue. Natsu dava socos e chutes nos três, não sei como, mas nenhum conseguia machucá-lo chorava um pouco ainda por que estava assustada e sentia minha visão ficar turva. Encolhia-me cada vez mais no canto da parede enquanto via Natsu deixar os três desmaiados, até que ele se abaixou até mim.
–Luce como você é idiota, é a segunda vez, você sabe! Da primeira eu fui junto, mas já pensou se eu não tivesse aparecido aqui o que aconteceria? Espera... Não na verdade, não pense! –Eu percebi que ele estava nervoso, mas eu estava feliz por que ele estava comigo. Envolvi seu pescoço em meus braços e o abracei, ele ficou sem reação, mas logo me correspondeu.
–Obrigada por tudo Natsu...
–Não me agradeça. –Ele falou enquanto colocava a cabeça entre meu pescoço. –Só me prometa uma coisa, por favor, não dificulte as coisas, independente do que aconteça sempre confie em mim.
Segurei seu rosto em minhas mãos e dei um selinho logo depois sorrindo.
– Sempre!