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- O que aquele verme inútil veio fazer aqui? – indagou ele ameaçador.
Bulma levantou a cabeça e o olhou com os olhos marejados. Estava triste, confusa e agora assustada pelo jeito rude de Vegeta, embora já estivesse acostumada com os modos grosseiros dele. Diante do silêncio dela, ele insistiu:
- Anda terráquea, responde! – gritava ele.
Ela franziu a testa, juntou toda coragem que pode, e se levantou desafiando-o:
- O que te interessa Vegeta?! Esta é a minha casa, não se esqueça disso! Quem vem ou deixa de vir aqui é problema meu! – e tentando provocá-lo disse com uma cara maliciosa: - Está com ciúme, é?
- Grrr! Maldita! Como ousa falar com o príncipe dos saiyajins desse jeito?! Eu nunca sentiria ciúme de um inseto insignificante como você. Você não passa de uma mulher insolente e vulgar, que se embriaga e sequer consegue se manter em pé!
Ela ficou estática. Ele foi direto ao assunto e essa era a hora certa de perguntar o que havia se passado naquela madrugada.
- Olha Vegeta, já que você falou... – ela estava envergonhada, mas precisava saber o que tinha acontecido – Você quer me explicar o porquê de eu ter acordado na sua cama de uma forma... Como posso dizer... Comprometedora? – ela olhava para baixo, com a face levemente enrubescida.
Ele também enrubesceu. Embora estivesse tenso com a pergunta dela, manteve a altivez. Além disso, não podia imaginar que ela não se lembrasse de nada do que ocorrera ali. “É melhor que ela não lembre. Assim ela não fica pensando besteiras”.
- Como assim? Você não lembra terráquea? – disse ele ironicamente. Definitivamente tinha o controle daquela situação.
- Nã... não. – disse ela com os olhos arregalados.
- Você chegou embriagada e caiu na piscina. Eu te tirei de lá e levei para o meu quarto, porque o seu estava trancado. Depois te deixei lá e fui treinar nas montanhas. Agora chego aqui e te encontro como um inseto derrotado aí no chão – contou ele omitindo o amasso e as preliminares do sexo malogrado.
- Foi... Só isso? Quer dizer... Nós não... Eu estava sem roupas...
- Você não lembra? Como é vulgar mesmo... Qualquer um poderia fazer o que quisesse e você não iria nem saber. Da forma deplorável em que você estava... Não sei como ficou sem suas roupas. O que aconteceu eu já disse: te larguei lá e fui embora. Se quer saber eu jamais me aproximaria de você com esse fim. Você é uma vulgar de raça inferior.
- Então... Você me salvou? – dizia ela ignorando a ofensa dele - Quer dizer... Eu iria morrer afogada! Mas você me salvou...
- Não diga besteiras! Só te tirei de lá porque se você morresse naquela piscina não iria mais construir outros equipamentos para mim. Tenho que vencer os androides, esqueceu?
- Ah, claro, os androides... Mas de qualquer forma, te agradeço Vegeta.
- Humfp... Idiota! Fique sabendo que se isso se repetir vou te deixar morrer! – e percebendo o silêncio dela que estava visivelmente constrangida, indagou aparentando indiferença: - Ontem você chegou gritando o nome daquele verme... Afinal o que aconteceu?
- O Yamcha? Ah, não me fale mais dele... – os olhos dela voltavam a se encher de lágrimas – Aquele desgraçado...
- O que ele fez?! – perguntou ele cerrando os punhos, pois achava que Yamcha tinha abusado dela.
- Ele estava com outra. – dizia ela derrotada. Vegeta foi ficando mais calmo – Depois de tantos anos... - ela sentava no sofá, levando as mãos à cabeça.
- Ora deixe desse melodrama! – Dizia ele irritado. – Lembre-se que temos coisas muito mais importantes para fazer, os androides esqueceu? E se sobrou alguma dignidade em você deixe de ficar desse jeito por um verme infiel. Vocês terráqueos acham que, nós os saiyajins, somos cruéis e insensíveis, mas pelo menos nós somos o que somos. Agora você terráqueos são falsos e ficam mascarando sua personalidade. Vocês são uns idiotas...
- Ah, Vegeta se você vai ficar aí chamando a minha raça de idiota, me dê licença que eu vou subir...
Ela desviou dele e tentava subir as escadas, mas ele foi mais rápido e se colocou na frente dela.
- Escute garota terráquea: prepare a minha nave que amanhã irei partir.
- Partir? Mas pra onde? – indagava ela com ansiedade.
- Vou treinar em um planeta desabitado qualquer. Aqui, com todas essas complicações e babaquices humanas não consigo manter o foco.
- Mas Vegeta...
-Faça o que eu mandei se você não quer morrer! – rosnava ele.
- Tudo bem... – disse ela conformada. Depois de tantos acontecimentos ela não tinha mais forças nem ânimo para discutir.
Vegeta sabia que precisava se afastar dali se não quisesse ceder aos encantos de Bulma. Além disso, precisava aumentar a intensidade do treinamento para ficar mais forte. Na verdade, ele conseguia lidar com as “complicações e babaquices humanas”, o que ele não tinha controle era o desejo que tinha por ela. “Não mil vezes não” pensava ele. Tinha que ir embora. Pelo menos por tempo suficiente para tirá-la da sua cabeça.
- Você vai voltar Vegeta? – perguntou ela tristemente.
- Vou. E quando eu voltar quero equipamentos novos para treinar.
- Claro vossa alteza... – respondeu ela com ironia com o semblante visivelmente irritado.
Ela tomou um banho, se trocou e começou imediatamente a preparar a nave para a viagem de Vegeta. Ele a observava enquanto ela trabalhava. Estava com uma bermuda jeans curtíssima e um top azul tomara-que-caia e por cima o jaleco da Corporação Cápsula aberto. Estava tão... Ele não saberia descrever. O fato é que ele se sentia excitado quando a via com aquelas roupas. Decidiu tomar um banho antes que seu membro reagisse à visão.
Depois do banho deitou em sua cama e ficou olhando para o teto. Pensava em sua vida: no seu planeta que não existia, na frustração de não ter conseguido derrotar Goku, na raiva de estar naquele planeta e nela... Embora os lençóis tivessem sido trocados, o cheiro dela havia permanecido no quarto. Sentia raiva de estar completamente tomado de desejo por uma mera mulher de raça inferior. Sempre que deitava para dormir fantasiava que fazia sexo com ela em todas as posições possíveis. Estava mergulhado nesses pensamentos quando a própria abriu a porta do quarto dele lentamente.
- Vegeta... Posso entrar?
- O que você quer? – respondia ele rispidamente.
- Nossa que grosso! – disse ela aborrecida. Ela entrou no quarto. – Queria te avisar que a nave está pronta. Já programei a rota inicial até a saída da atmosfera terrestre e depois você programa o lugar exato para onde você vai.
- Já? Hum... Tudo bem. Agora saia – o cheiro dela impregnava mais o quarto ainda.
- Custa agradecer, hein?
- Saia imediatamente daqui! – ordenava ele. Estava se contendo absurdamente para não fraquejar.
- Vegeta você não precisa ser tão grosso comigo! Eu estou passando por um momento difícil e mesmo assim, passei o dia preparando aquela nave pra você!
- Olha aqui! Já te disse uma vez e repito: você não faz mais do que a sua obrigação! – dizia ele se aproximando lentamente dela.
Todas as vezes que Vegeta se aproximava dela, ela sentia uma leve excitação sexual. Pensar na possibilidade de ter dormido com ele deixava seus hormônios a mil, mas como ele mesmo havia dito, ele jamais se aproximaria dela. Agora que ele chegava mais perto, sentia seu corpo esquentar, a face enrubescer. Mesmo assim recuava com medo de que ele a machucasse. Ele por sua vez, se sentia cada vez mais atraído pelo cheiro que ela exalava. Era como frutas silvestres: doce e forte. Sem ter mais para onde recuar ela encostou na parede e para a sua surpresa, sentiu o corpo dele colar no dela. Ele aspirava o pescoço da terráquea, sentindo-se mais embriagado. Sem pensar em mais nada, e levada pela excitação, Bulma o beijou. Ele ficou surpreso e sem ação no primeiro momento, mas depois correspondeu. O beijo aos poucos tomou uma forma desesperada. O jaleco dela caiu no chão fazendo com que seus corpos tivessem mais contato. Ela pode sentir a excitação dele comprimindo sua intimidade. As mãos dele já passeavam pelo corpo dela, apertando-lhe as nádegas e os seios por cima da roupa. As mãos dela, por outro lado, apertavam a nuca do saiyajin, com mais força à medida que a excitação dos dois aumentava. Ele desceu a blusa dela, exibindo os seios fartos e empinados que ele se pôs a sugar. Ela o guiava institivamente para cama na qual os dois deitaram e continuaram a sessão de carícias. De repente, Vegeta tomou consciência de que aquilo tudo seria arriscado demais e parou imediatamente o que estava fazendo. Ele a tirou de cima de si e levantou rapidamente.
- Vá embora! – ordenou ele.
- Mas... – murmurou ela ainda com os lábios inchados pelos beijos vorazes do saiyajin.
- Saia logo daqui! – ele insistia.
A ordem dele era tão incisiva que ela não conseguiu rebater. Colocou a blusa no lugar e saiu sem falar mais nada. Estava pensando que loucura fora aquela. Como ela pôde se atrever a beijá-lo? Ele deveria estar desejando a sua morte naquele momento. Correu para o quarto e se trancou. Já deitada na cama, chorou. Ainda estava sentida pelo o que aconteceu com Yamcha e mais ainda agora pelo que aconteceu com Vegeta. Além de ele decidir ir embora, ele a rejeitou, isso depois dela achar que estava sendo correspondida. “Acho que ele só quis brincar comigo... Desgraçado!”. Ela chorou, até adormecer.
***
Em seu quarto Vegeta utilizava todo seu autocontrole para não ir atrás dela. Aquilo era o limite o qual conseguiria suportar. Depois de tomar banho e arrumar o que seria necessário para a viagem no espaço, decidiu que não esperaria até o outro dia para partir. Antes de sair, porém, não resistiu e foi até o quarto dela. Percebendo que a porta estava trancada, voou até a sacada, onde encontrou a janela aberta. Ao entrar viu que ela dormia, e percebeu que ela havia chorado. Sentiu-se irritado por tê-la feito chorar, embora dissesse para si mesmo que não se importava. Sem acordá-la, pegou a nave e partiu em direção ao espaço.