Mais um, sem cerimônia aqui em cima por hoje :v
Boa leitura!
Natsu POV on:
O dia estava cinzento e bem frio, havia neve por todos os cantos da rua e por isso tinha poucas pessoas por ali, e claro, elas estavam tão agasalhadas que de certa forma ao ver parecia difícil para andarem. Eu e Luce estamos parados olhando do outro lado da rua, o prédio no qual estamos hospedados, a questão agora é como por o saco de pulgas branco pra dentro do Hotel.
– Luce não tem como, deixe esse bicho aí e vamos entrar, já pensou se você pega um resfriado com esse frio?
– Natsu cala a boca, eu não vou deixar ele aqui. Se eu posso pegar um resfriado imagina essa coisa fofinha aqui? –Ela não desistiu em nenhum momento deixar o cachorro e ir embora, e além disso, ela brincava com o pequeno animal sem pensar em nenhuma forma de me ajudar.
Foi então que eu vi uma mulher com uma coisa nos braços enrolada entrar no mesmo lugar que queríamos estar, ela estava longe, mas mesmo com a quantidade de carros passando eu consegui ver o que era. E isso foi o que eu precisava. Tirei o casaco e atirei pra loira, que me olhou sem entender.
– Enrola o casaco no bicho, e não deixa aparecer nada dele.
– Como assim Natsu? E não chama de bicho como se não fosse nada de mais. –Bufei. Se não fosse isso eu estaria atirado no quarto, ou até quem sabe fazendo alguma coisa bem mais interessante com a Luce.
– Eu vi uma mulher entrando lá com um bebê no colo, já que esse “adorável cãozinho” ainda não latiu, é bem provável que as pessoas não desconfiem de nada. –Qualquer um perceberia o tom de ironia na minha voz, Luce bufou e virou o rosto em minha direção, reprovando minha “brilhante idéia”.
– Nem pense nisso! Imagina nós dois entrando no Hotel com um bebê... Natsu se isso um dia acontecer de verdade entre lá dentro sozinho, me ponha em um hospício ou deixe simplesmente um caminhão passar por cima de mim, por que pra ter um bebê com você eu estaria com certeza completamente maluca. –Ela falou isso tudo como se estivesse me consolando enquanto batia de leve a mão no meu ombro, como se eu quisesse que isso acontecesse.
– Você tem idéia melhor dona loira?
– Já disse pra não me chamar de loira seu imbecil.
– Tá chega, não tem outra opção Luce. Eu só quero entrar no quarto e descansar. –Escutei ela bufar pela milésima vez e soube que se deu por vencida.
Atravessamos a rua e ela fez o que eu pedi, não sei se as pessoas achariam estranho por que provavelmente a temperatura estava abaixo de zero e eu estava somente com uma blusa de manga curta, se atrair muitos olhares não vai dar nada certo. Optamos subir as escadas já que muita gente usa o elevador, e se o cachorro latir ou fizer algo do tipo, iriam nos expulsar de lá.
Mas assim que coloquei o pé no primeiro degrau da escada, uma das moças da recepção chamou nossa atenção e eu soei frio.
– Ah, com licença... Vocês estão com um bebê? –Lucy me olhou com desespero demonstrando que não sabia o que fazer, eu também estava tão desesperado quanto ela, mas tinha que fazer algo. Então eu resolvi responder da mesma forma rígida que tinha como postura no trabalho, se alguém estivesse em nossa situação e fosse um bebê de verdade mesmo, seria um desaforo fazer tal pergunta.
– É claro que estamos com um bebê, é o nosso filho. Algum problema com isso? –Percebi que a mulher ficou sem graça após eu falar com o semblante sério.
– N-não claro que não senhor, é que nenhuma de nós se lembra de vocês dois com uma criança. –Fui até o balcão onde elas trabalham mais sério ainda, elas me deram uma oportunidade e eu com certeza iria usá-la.
– Ah claro, falando assim muitas pessoas podem perceber como vocês devem administrar bem seus trabalhos. –Depois disso só faltou à mulher levar um tapa na cara e eu falar: “toma vadia!” obviamente não iria fazer isso. Ela abaixou o olhar e respondeu envergonhada.
– Desculpe novamente senhor, não iremos mais causar incômodos novamente. Qualquer coisa é só chamar.
– Que assim seja. –Me virei para Luce que olhava incrédula a cena, a fizela voltar para a direção da escada e resolvi me aproveitar. –Vamos querida. –E assim dei um tapinha na bunda dela.
– Natsu, você me paga! –Escutei ela sussurrar e eu comecei a rir baixinho.
–-- X ♥ X ---
– Que nome você vai dar pra coisa Luce? –Sentei ao seu lado com duas canecas e a entreguei uma com chocolate quente. Ela segurou com a mão esquerda e tomou um gole, em seu colo estava o saco de pulgas dormindo, e ela acariciava o pelo branquinho do animal.
– Natsu você quer escutar mais uma de minhas ameaças? Se tratar mais uma vez o Banzé com indiferença eu juro que não vou avisar.
– Banzé? Credo Luce que nome feio! Pelo amor de Deus você me fez ter todo aquele trabalho pra trazer o bicho pra cá e agora me fala que o nome dele é Banzé? –Ela me olhou com uma cara que parecia àquelas crianças que iriam chorar, era só o que me faltava.
– Você tem razão... –Pensou um pouco olhando pro nada e me fitou divertida e empolgada. –Que tal Plue?
– Plue... Plue está bom. –Sorri pra ela e acariciei sua cabeça, tomei de uma vez só meu chocolate quente e coloquei a caneca na mesinha de centro que tinha a frente do sofá. Depois de alguns segundos ela fez o mesmo.
– O que vamos fazer agora Natsu? –Sorri pra ela de modo pervertido. –Olha bem o que você vai falar. –E então ela me olhou com cara de bunda.
– Sabia que aqui tem um Ps3?
– Mentira? –Percebi que ela se alegra fácil, não sabia que ela gostava de vídeo games e nem que por dentro era uma criança. –Kyah, vamos assistir alguns filmes??
– Se você tiver algum...
Seguimos o resto da tarde olhando filmes. Assistimos “Atividade Paranormal” até o terceiro, e como já estava ficando tarde Luce colocou “As Branquelas” pra descontrair. Folgada de uma forma que eu jamais pensei que ela seria eu fiquei o tempo todo sentado enquanto ela ficou deitada no sofá inteiro com a cabeça em meu colo. E com o Plue junto, claro.
Depois disso tudo ela disse que eu fiquei encarregado de arrumar comida pra jantar, fiquei indignado por que ela ainda me mandou pra sair atrás de ração. Como eu iria entrar com ração no Hotel? Resolvi então passar no mercado, comprei um pequeno saco de ração pra filhote e algumas coisas pra fazer a janta. Às vezes eu gosto de cozinhar, mesmo que isso pareça gay.
Trouxe também um agrado pra dona Lucy e o cachorro, peguei uma bolinha de borracha pra diversão em momentos que podem ser de tédio. Paguei tudo e voltei pro Hotel, Quando entrei no quarto, vi a Luce ainda “babando” no cachorro em cima do sofá, até que hoje ela ficou mais calma por causa do Plue.
– O que você trouxe?
– O que você pediu sua estranha. –Uma veia saltou de sua testa e ela foi atrás de mim pra cozinha. –Fiz um macarrão simples que a Luce adorou e ficamos conversando na mesa sobre diversas coisas.
– Até que você cozinha bem Natsu, já pode casar.
– Hm, então só falta marcar a data, enquanto isso podemos ir treinando, de preferência começando pela lua de mel.
– Cala a boca idiota! –Resmungou com o rosto vermelho. Escutei meu celular tocar na sala e fui ver o que era.
– Tá bom, lava a louça e vai dormir. –Peguei o aparelho e vi na tela a foto de uma albina com cabelo curto, era mensagem, que nojo. Deitei no sofá e apaguei.
Lucy POV on:
Folgado! Deixa mil e uma panelas sujas e eu tenho que lavar... Pelo menos ele fez algo gostoso.
– Kyah! –Soltei um gritinho quando senti algo na minha perna, olhei com receio pra baixo e vi que era o Plue. Coitado, deve ter se assustado já que me olhou tombando a cabeçinha pro lado. Enxuguei minhas mãos e abaixei até ele, percebi que tinha algo na pequena boca do cãozinho, ele me deixoueu tirar e então dali surge um celular babado.
Não era o meu, então devia ser do Natsu, dei uma espiada na sala e vi que ele dormiu no sofá. Olhei novamente pro celular em minhas mãos e depois para Plue, como havia terminado de secar e guardar a louça. Peguei meu “bebê” em um braço enquanto apertava o botão do meio do celular do Natsu, vi que tinha uma mensagem e rumei para meu quarto sem fazer barulho.
Fiquei empolgada por que vi as seguintes letrinhas na tela do aparelho Android
“Deslize a tela para desbloquear.”
Kyah! Não tem senha!