O autor deste texto, Paola Tchébrikov, diante de seus direitos impressos na lei brasileira, Lei 9.610/98, proíbe a divulgação de seu trabalho por terceiros, com ou sem permissão. Qualquer tentativa será previamente relatada ao dono do site, e o autor, punido. Sobre universos usados, marcas de roupas, comidas etc, dá-se os créditos aos seus devidos criadores. O texto está adaptado ao Novo Acordo Ortográfico. Qualquer erro pode e deve ser relatado ao autor.
Pervertido
… porque faz parte de sua essência …
– Por Paola Tchébrikov
Yui fugira mais uma vez daquele vampiro que tanto atormentava-a.
Bitch-chan.
Bitch-chan.
Bitch-chan.
Com seus olhos verde-água, seus cabelos vermelhos com o fogo e sua personalidade risonha e pervertida, Rayto era capaz de enlouquecer, não que Yui fosse tão afetada assim.
Ela era muito boba para isso. Mas sabia muito bem que ele era um pervertido.
Todas as vezes em que ele atacou-a abertamente, mostrando o quanto era insistente, não dava para contar. Na vez em que deitou-a em uma mesa na igreja e mordeu-lhe a parte interna da coxa, e na vez em que dividiu o sangue da garota com o irmão mais velho, mordendo-a em lugares nada inocentes. Era explícito que ele era pervertido.
Aquilo incomodava Yui, porque deixava-a sentindo-se estranha.
Ele estava sempre com aquele sorriso falso e aquela voz horrível, demonstrando uma alegria que não sentia, e estava sempre lá, dizendo-lhe muitas coisas, e brincando com ela como se fosse algo muito divertido. E talvez fosse, afinal, ela possuía reações muito significativa e excêntricas, quer dizer, ela nem possuía muitas reações, o que tornava-a única e fácil. Fácil demais para aqueles vampiros.
Rayto não estava interessado nela, embora, algumas vezes, ela tenha dito coisas que podiam ser classificadas como bonitas, ou reagido ao seu temperamento com certa antipatia. Mas era tudo muito frágil e patético. Muito parecido com ela.
Fora ele quem contara que seu pai era um político quando ouviram, em uma entrevista em um telão aleatório na rua, a citação do nome Sakamaki Tougo. Também contara que odiava-o.
Naquele momento ele estava amedrontando-a e perseguindo-a, assustando-a. E Yui, patética como era, caía nas artimanhas dele como uma abelha é atraída ao mel. Ela era uma tola e isso divertia o vampiro, que podia fazer o que quisesse com ela.
Aliás, desde que ela entrara naquela mansão todos faziam o que queriam com sua pessoa. Bebiam seu sangue, mordiam ou lambiam sua pele, jogavam-na de um lado para o outro como uma boneca insignificante.
Era tudo muito irônico e muito calculado. E Yui não conseguia fugir de seu destino. Como Rayto dissera, Deus não a ajudaria a se livrar das garras dele ou de seus irmãos. E não ajudou mesmo, o que apenas tornava a existência dela mais tola e fútil.
Era só uma menina, e era tão boba. Era feita de gato e sapato, mas nada podia fazer.
Porque estava presa na teia dos Sakamaki’s.
Era só uma tola humana.
Tsukiyo no shijima wo kirisaki
Oikakereba oikakeru hodo kanjita kakushin
Masaka no famu fataru (Fatal Fame)
Madowasareta wana ni wakitateba
Kumifuseta tenohira ni
Kirameita gin no kurosu wa
Shigyaku no kiwami sa
(Mr.SADISTIC NIGHT – Hikaru Midorikawa & Kousuke Toriumi)