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Fraca
… porque faz parte de sua essência …
– Por Paola Tchébrikov
O ser humano é fraco por natureza.
Mas Komori Yui era um caso perdido.
Para os vampiros, a vida de um humano era miserável e infeliz, sendo repleta da maldade do mundo deles, pelo egoísmo, pelos conceitos ridículos e, principalmente por doenças curáveis ou terminais.
Eles eram tão patéticos que sequer sobreviviam a um século.
Deprimente.
Passavam anos e anos em conflitos, preocupando-se com trivialidades, procurando o tal do amor e da felicidade, gastando suas vidas com coisas supérfluas e, no fim, voltavam ao pó de onde, sinceramente?, nem deviam ter saído.
E Yui era tão fraca quanto qualquer humano normal.
Incapaz de defender-se, livrar-se do perigo ou resistir, a garota fora parar nas mãos dos irmãos Sakamaki, com seu destino traçado e com seu fim decidido: a morte.
Todos os seus problemas sempre foram simples, quer dizer, pareciam complicados demais até um fator crucial começar a surgir: Cornélia.
A mulher esbelta e bela, com pele pálida e personalidade decerto distorcida, fizera um enorme estrago na vida da bela e jovem Komori. Fora por culpa da estranha vampira que Yui vira cenas do passado, descobrindo segredos sobre os irmãos vampiros e atraindo suas irritações. Também fora por culpa da própria que ela, inicialmente, fora parar naquela mansão.
Era tudo para que ela fosse uma noiva para o sacrifício. Obra de Richter.
Mas quem imaginaria que a fraca, boba e patética Yui, no fim, acalantaria os corações inutilizáveis dos irmãos Sakamaki? Que faria aqueles belos rapazes curvarem-se diante de seu sangue? Doce. Quente. Talvez viciante?
Yui não entendia, mas sabia que tudo aquilo fazia ela excitar-se e que aqueles rapazes causariam sua queda – ou sua ascensão.
Não possuía um preferido, embora fosse mais ligada a uns do que a outros por maior convivência.
A prova de que eles sentiam certa afeição por ela era o modo como reagiram à sua morte. Todos ficaram em estado de choque, incapazes de entender porque ela cravara o punhal antivampiros em seu próprio peito.
O modo como Subaru culpara-se por ter dito a ela para matar a si mesma, se não era capaz de matá-lo; o modo como Raito atirara fogo nos restos de Cornélia e no tio Richter; o modo como Reiji mostrara a solução para a quebra do ritual que daria seu corpo à vampira ambiciosa e como Kanato retirara de dentro de Teddy um frasco com o sangue de sua mãe. Os olhares obstinados de Shuu sobre ela e o mais preocupado de todos, Ayato, questionando a todos e procurando um modo de trazê-la à vida.
Yui tornara-se importante, tornara-se agradável aos rapazes, tornara-se forte, tornara-se vampira…
Lutara contra seu destino e vencera.
Não era mais boba, fraca e ingênua.
Bem, talvez nem tanto.
Tsukiyo no shijima wo kirisaki
Oikakereba oikakeru hodo kanjita kakushin
Masaka no famu fataru (Fatal Fame)
Madowasareta wana ni wakitateba
Kumifuseta tenohira ni
Kirameita gin no kurosu wa
Shigyaku no kiwami sa
(Mr.SADISTIC NIGHT – Hikaru Midorikawa & Kousuke Toriumi)