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Bruto
… porque faz parte de sua essência …
– Por Paola Tchébrikov
Olhos vermelhos e cabelos albinos, distante e quieto, bruto. Era assim que Sakamaki Subaru era.
Yui não possuía uma boa convivência com ele. Aliás, com qual dos irmãos ela possuía uma boa convivência? Boa para ela, claro.
Mas Subaru era, de todos, o que ela menos tinha contato. Ele intimidava-a com seu jeito bruto, usando sempre um tom de voz ameaçador e socando paredes, oferecendo-lhe lâminas capazes de matar vampiros.
Ele era um ser estranho.
De todos foi o que menos instigou a curiosidade de Yui. Ou talvez foi o que mais instigou-a por manter-se sempre distante? Não dava para saber, afinal, Yui era tão patética e flexível que mal reação tinha, imagina opinião?
Ela era uma garota fraca, ingênua: o tipo de mulher perfeita para ser a refeição dos irmãos Sakamaki. Quanto menos esperta ela fosse, mais fácil era fazê-la deles.
Subaru não estava interessado verdadeiramente em ter um lanche fixo. Achava-a patética e sabia que ela não sobreviveria muito naquela casa. Tentara mandá-la embora, mas ela era ingênua demais, não percebendo a chance de ouro que perdia nem o perigo que era continuar ali.
Odiava aquele tipo de pessoa. Quer dizer, humanos já eram patéticos por si só, mas se eles são tapados o suficiente para não notar o perigo, então Subaru sentia vontade de persegui-los e mostrar a eles o quão tolos eram.
Yui era a mais tola dos tolos. Merecia todo o mal que a sobrepunha.
Era frágil, boazinha e incapaz de sobreviver à malícia das pessoas – principalmente dos vampiros, mais especificamente daquela família.
Mas, afinal, não estava realmente interessado. Se ela era uma idiota, ele não tinha nada a ver. Melhor: não tinha nenhuma responsabilidade sobre ela e suas ações mal pensadas.
Aquela garota só poderia atrapalhar suas vidas. Sua presença naquela casa causava tumulto entre os irmãos e instigava suas rivalidades – que existiam desde muito cedo.
Ela era um problema, um veneno, e seu sangue doce, forte e quente deixava vampiros alucinados, loucos para perfurar-lhe a pele e sugar todo o seu sangue, saciando-se por completo. Vê-la desfalecer e sua pele quente e branca tornar-se pálida e gelada era um prazer; morrer ao ter seu sangue sugado deveria ser uma honra para poucos.
Ela merecia aquilo, a morte lenta e dolorosa. Mas não seria Subaru o causador dela. Podia até ser meio bruto e cruel, mas não tinha qualquer interesse naquela humana inútil e fraca.
Tsukiyo no shijima wo kirisaki
Oikakereba oikakeru hodo kanjita kakushin
Masaka no famu fataru (Fatal Fame)
Madowasareta wana ni wakitateba
Kumifuseta tenohira ni
Kirameita gin no kurosu wa
Shigyaku no kiwami sa
(Mr.SADISTIC NIGHT – Hikaru Midorikawa & Kousuke Toriumi)