Décimo primeiro ato –- Miyaji Ryunosuke –- Escorpião
– Por Paola Tchébrikov
Eu observava o esforço dela e sentia cada vez mais vontade de fazer as coisas. Sabe, me esforçar mais?
Ela estava lá, esforçando-se para limpar o chão, treinando sua mira, mas, ao mesmo tempo, parecia não estar. Ela fazia várias coisas ao mesmo tempo – era do clube de arco e flecha, secretária no Conselho Estudantil e trabalhava na enfermaria –, mas, nunca, nunca estava indisposta.
Ela era a representação da força interior e da delicadeza. Seus olhos cor de chocolate e sua pele clara, que era um convite aos dedos de qualquer homem, faziam-na ser tão bela e desejável.
Ela era como uma rosa: delicada e única.
Quando se excedeu no treinamento, e eu descobri sem querer como estava seu ombro, Inukai e eu falamos com o Senpai para que ela fosse liberada dos exercícios.
Porque sabíamos que, se dependesse dela, fingiria que nada estava acontecendo e sofreria sozinha.
Ela era assim: não queria preocupar ninguém, nem que as pessoas tivessem pena dela.
Eu admirava-a por isso.
Sentia por ela um carinho tão profundo que poderia considerá-la uma irmã mais nova se aquele sentimento estranho não me consumisse quando ela estava perto.
Ou se o meu coração não disparasse.
No fundo, bem lá no fundo, eu queria ser forte como ela.
Apesar de tudo, do futebol, do arco e flecha, a minha vontade era de vê-la feliz e sorrindo. Ser o único para ela. Saber que eu era especial.
Sua força de vontade, sua personalidade e sua sutileza atraía a atenção de todos, aliás, não havia um rapaz no colégio que não a admirasse. E não era porque ela era a única menina entre nós, mas sim porque, apesar de conversar com todos, e estar entre nós, ela era inacessível.
Ela estava lá, nos dando sua atenção, mas ao mesmo tempo exigia silenciosamente que não nos aproximássemos muito. Ela não nos dava qualquer sinal de que possuía algum interesse romântico.
Aliás, ela era muito inocente. Eu gostava disso.
Yahisa Tsukiko, o seu arco é firme e sua flecha fatal.