Décimo ato ?- Hoshizuki Kotarou ?- Libra

Décimo ato –- Hoshizuki Kotarou –- Libra

– Por Paola Tchébrikov

Aquela garota despertava o pior e o melhor de mim.

Ela se parecia muito com ela, ao ponto de eu segui-la com os olhos de um lado ao outro enquanto ela estava na enfermaria.

Aliás, eu a admirava por sua determinação. Ela era do Conselho Estudantil, participava do grupo de arco e flecha e ainda trabalhava na enfermaria como minha ajudante.

Seus olhos sempre muito brilhantes e sua alegria natural me lembravam alguém que fora muito importante para mim. Ela brilhava como o sol, e sua presença trazia diversão aos meus dias.

Aliás, não era apenas eu que gostava dela, os alunos e até outros professores admiravam-na, não só porque ela era a única garota no colégio, mas porque ela era uma boa influência para os garotos que, na idade de quererem se envolver com garotas, conviviam com uma atenciosa, bondosa e motivada, que sempre lhes incentivava ao seu modo.

Eu gostava dela como um beija-flor gosta de flores.

Ela ma atraía como uma mariposa é atraída à luz.

Meus dias ao lado dela passavam de modo lento e rápido ao mesmo tempo, e eu bagunçava a enfermaria apenas para que ela passasse algum tempo ali comigo.

Implicava com ela, dizendo que seu chá era horrível, mas sempre bebia várias xícaras, apenas pelo prazer de vê-la sorrir ao me oferecer mais.

Ela era um amuleto de sorte, quer dizer, sentir-se feliz era a maior sorte que uma pessoa podia ter. E mesmo que ela me fizesse lembrar-me de coisas tristes, eu ainda queria vê-la dia após dia.

Eu sabia que ela já havia me visto chorar, afinal, eu sempre sonhava com aqueles dias felizes e tristes, e ela sempre estava lá na enfermaria quando eu acordava, disposta, sorrindo e dando sermão porque eu, novamente, bagunçara todos os livros que ela arrumara no dia anterior.

Eu não conseguia evitar de querer senti-la no mesmo local que eu.

Eu não sabia se gostava dela como ela era ou se gostava apenas porque ela lembrava muito aquela menina, que a vida injustamente deixara a morte levar.

Eu só sabia que a queria ao meu lado.

Yahisa Tsukiko, o seu sorriso é resplandecente como o sol que nasce toda manhã.