Sétimo ato -– Tohzuki Suzuya -– Câncer
– Por Paola Tchébrikov
Ela sempre havia sido a única garota entre nós e isso, sem dúvida, era algo que teria grande efeito em nós, as pessoas ao seu redor. Na realidade, ela sempre conseguiria a atenção de todos para si sem precisar fazer muito, porque o jeito dela era encantador.
Ela era doce, era pura, desde pequena sempre se destacou por seu comportamento firme e gentil, e ela estava sempre conosco e não com eles, era por isso que eu me esforçava tanto para mantê-la segura, feliz, sempre sorrindo.
Ah, aquele seu sorriso! E o que dizer de seu jeito avoado? Ela estava sempre perdida em pensamentos, e acabava sempre se metendo em confusão, e nós sempre tínhamos que cuidar dela – eu gostava de fazê-lo.
Eu senti ciúmes quando ele apareceu, eu queria que os olhos amendoados dela brilhassem de admiração apenas para mim. Queria que seu sorriso gentil acabasse sempre vindo parar em minha direção e que eu pudesse estar para sempre em seus sonhos.
Porque ela era perfeita, apenas por isso, que eu queria que ela nunca crescesse, que o tempo nunca passasse, que as coisas nunca mudassem. Eu queria que ela nunca me esquecesse, que nunca se casasse, ou que a felicidade não a achasse.
Eu queria ser seu tempo, sua felicidade, queria que ela se casasse comigo: alguém que sempre esteve com ela. Eu só queria poder lhe dizer meus sentimentos, poder mantê-la perto de mim – de preferência entre os meus braços e no alcance das minhas mãos.
Ela era como uma flor rara, cuja essência sempre encantaria quem a sentisse. Seus gestos gentis, sua preocupação adorável, seu modo de pensar fofo e inocente. Ela era e sempre seria uma menina, e eu amava aquilo nela.
Mas eu não podia revelar meus sentimentos, porque ela apenas me via como um irmão mais velho. Sê-lo era a minha bênção e minha condenação, mas, mesmo assim, eu nunca deixaria de amá-la.
Yahisa Tsukiko, você nunca será esquecida.