Terceiro ato -– Nanami Kanata -– Peixes
– Por Paola Tchébrikov
Eu só queria poder protegê-la, só isso. Queria que ela sempre tivesse aquele sorriso gentil nos lábios, seu humor agradável e preocupado com tudo e com todos sempre estivesse presente. Queria que ela não precisasse se forçar a nada, que fosse feliz ao seu modo.
Eu só queria o seu bem. Mantê-la longe do perigo e saudável era como uma obrigação, piscava com tanta intensidade na minha mente que tudo o que não fosse ela eu ignorava.
Quando desaparecia, ou estava triste e aérea, meu coração apertava. A dor de vê-la quieta e pensativa era tanta que eu queria poder transferir seus sentimentos ruins para mim, eu passaria pelo sufoco de suportar a dor dela e por ela, faria sem hesitar.
Sua vozinha indecisa e infantil anos atrás nunca saiu da minha mente, ela era como uma sirene a fazer-me lembrar-me do quão bom fora tê-la ali comigo. Seu positivismo e sua força de vontade me inspirava a manter-me firme também.
Quando ela me dava algo, um presente de aniversário ou quando saía em alguma viagem, eu sorria. Era tão bom saber que, mesmo longe, ela ainda pensava em mim, importava-se comigo.
Tanto que, quando eu vi, já me sacrificava para vê-la bem. Já abria mão dos meus prazeres para vê-la sorrir divertida, com bom humor.
E, quando eu comecei a lutar, minha única meta era protegê-la com todas as minhas forças. Era para passar a ela segurança e conforto, vê-la viver livre e alegremente, sem se preocupar com pormenores…
Eu sempre escondi os meus sentimentos dela, ainda escondo e, talvez, nunca os conte. A única coisa que desejo é ficar ao seu lado enquanto me for possível, enquanto eu ainda tiver fôlego de vida, acima de minhas dores e doenças, debilidades. Só o que importa é vê-la e tê-la feliz o máximo possível.
Yahisa Tsukiko, sua presença é muito importante na minha vida.