Não tenho nada específico para dizer hoje, a não ser agradecer pelos comentários que tive no capítulo passado, já já eu respondo!
Tenham uma ótima leitura!
Lucy POV on:
– Levy-chan ficou perfeito! -Elogiava minha amiga enquanto caminhava maravilhada, ao espaço feito especialmente para as crianças.
– Que bom que você gostou, na verdade eu não fazia ideia do que fazer, tive até que procurar sugestões em alguns sites. -Levy se juntou para mais próximo de mim, no espaço nem tão pequeno, que agora certamente era um cantinho adequado para a “hora do conto”. A azulada mexia em alguns livros infantis enquanto eu a olhava com um sorriso enorme em meu rosto.
Nem mesmo Juvia sabia do que Levy fizera, a mais alta me falou que ao entrar na biblioteca ficou de queixo caído pelo trabalho bem feito. E por fim acabou por decidir fazer surpresa para mim.
– Vocês querem que eu busque vocês aí, ou irão se mexer de uma vez? -Escutei a ruiva gritar pelo meio das mesas, com tom bravo em sua voz. Eu logo senti um frio na espinha, olhei rapidamente para Levy e percebi que a mesma teve uma reação semelhante a mim. Sem pensar muito, saímos da salinha e em seguida, eu fechei a porta decora de E.V.A, Me perdendo em alguns segundos por ali, enquanto admirava as diversas cores misturadas.
– Acho que Lucy vai passar a morar na biblioteca a partir de hoje. -Juvia brincou enquanto ria baixinho pela minha empolgação exagerada, fiz bico e me juntei a elas em uma das mesas redondas.
Felizmente as garotas acabaram por desistir sobre o interrogatório desnecessário, a primeira impressão que eu tive ao ser arrastada por todas elas, até o prédio da biblioteca, foi de total desespero, mas fiquei surpresa depois de me dizerem que tudo era uma brincadeira, e que minha nova amizade com o sexo oposto, não passava de uma desculpa para camuflar a novidade feita para mim.
Sorri com a atenção que elas tiveram aos detalhes em tão pouco tempo, enquanto eu apreciava o céu alaranjado através das janelas do segundo andar.
– Você ouviu o que Juvia disse? -A azulada me perguntou enquanto batia de leve em meu braço fazendo com que eu batesse meu queixo na mesa, que antes estava sendo bem apoiado por minha mão.
– Credo Juvia! Você podia ser mais delicada, sabia?
– Juvia não tem culpa se você é surda. Loira burra... -Escutei ela murmurar as últimas duas palavras enquanto cruzava os braços emburrada, soltei um risinho pela situação. Por mais que ela tivesse me insultado.
Era sempre assim, no final do dia nós nos reuníamos na biblioteca e falávamos de diversos assuntos da vida alheia. Às vezes líamos em grupo livros que disponibilizavam apenas para professores e alunos do Médio. Acho que nunca vou esquecer o momento em que estávamos viciadas em “Belo Desastre”.
– O que você queria Juvia-chan? -Perguntei com uma voz doce tentando acalmá-la, tenho quase certeza que ela está “nas regras”.
– Agora já não importa mais. -Deu um fim no assunto e foi até as janelas com um semblante sério e postura de durona. Anos de convivência me diziam que aquilo não passava de fingimento.
Olhei para Erza e Levy que já não se pronunciavam mais, a baixinha mexia no celular, enquanto a mais alta comia uma fatia de bolo de morango. Não fazia ideia de onde ela arranjou um, mas minha indignação era maior ao ver que as duas ignoravam totalmente algumas regras da biblioteca.
– Erza, onde você arranjou isso?
– Desatualizada querida? A lanchonete desse ano está com uma enorme variedade de lanches, incluindo essas fatias deliciosas de bolo, nada saudáveis. -A ruiva falava sem me olhar nos olhos enquanto brincava com o garfo de plástico ao cortar um pedaço do grande morando que se perdia ao meio do recheio.
– Vou buscar um pra mim então! -Respondi levantando de maneira desajeitada da cadeira, minhas esperanças logo morreram quando Erza soltou um som estranho por estar de boca cheia.
– A cantina fechou. -Me mostrou um sorriso vitorioso após engolir o doce. - Eu guardei um pedaço na geladeira da sala dos professores, para comer quando conseguisse uma folguinha, mas infelizmente o trabalho não me deu trégua, então tive que comer aqui mesmo...
– Meninas vocês nem imaginam o que...
– Na me interrompa quando eu estiver falando!
– Cala a boca, nós já entendemos que só você tem bolo aqui. -Levy repreendia Erza enquanto tentava falar. Fiquei com medo pela baixinha, já que a ruiva não era uma pessoa tão civilizada, digamos assim, mas por algum motivo desconhecido Erza se calou enquanto colocava vagarosamente o garfo em sua boca, mantendo uma expressão surpresa em seu rosto. Acho que no fim, o motivo era pela cara nada bonita que Levy fazia.
– O que nós não sabemos? -Juvia resolveu voltar a se sentar a mesa enquanto olhava para a outra azulada de maneira curiosa.
– O Gajeel chegou bêbado em casa ontem.
– Como assim? -Perguntei apavorada, até onde sabia, ele não era alcoólatra ou algo do tipo...
– Ele simplesmente chegou tarde do trabalho e não atendeu nenhuma de minhas ligações. Vários pensamentos surgiram em minha mente, cheguei até ficar preocupada. -Levy falava com certa raiva na tonalidade de sua voz, enquanto girava seu Smartphone entre suas mãos, no meio da mesa lisa e branquinha.
– E então? -Erza deu sinal para que a baixinha prosseguisse, após ter feito uma breve pausa em sua fala. Todas nós estávamos atenciosas no assunto.
– Então, por volta das oito da noite ele chegou em casa, cambaleando de mais e falando palavras sem nexo algum. Fora o cheiro de álcool extremamente forte que o impregnava.
– Juvia não entende por que ele fez isso...
– Se você me deixasse terminar talvez saiba. -Levy ironizou depois de suspirar. - Então eu comecei a xingá-lo de diversas coisa até que tive de levar ele ao chuveiro...
– Hmm já sei. Você não resistiu e teve que entrar junto em sua brincadeira! -Erza se intrometeu deixando a azulada totalmente corada, eu e Juvia não conseguimos nos conter e acabamos por soltar altas risadas.
– Se você soltar mais alguma piadinha, eu juro que faço você vomitar o bolo que comeu e esfregá-lo em sua própria cara. -A baixinha soltou e um medo me preencheu. Pensava que só a Juvia estava de TPM.
– Continua. -Eu disse as outras assentiram juntas.
– E então ele disse que não havia bebido e que era para nós conversarmos direito em casa. -Fiquei sem entender muita coisa e confirmei que não era a única após ver o rosto de Erza e Juvia. -“Vamos conversar direito em casa, agora abre essa porta por que tá chovendo pra caramba aqui fora amor, pelo amor de Deus”. -Levy especificou enquanto imitava a voz grossa de Gajeel, explodi em risos ao entender que ele se referia ao box do chuveiro.
– Por que tudo isso? -Erza perguntou com dificuldade na fala pela falta de ar em culpa as risadas.
– Greve de sexo. - Respondeu simplesmente enquanto nós cessávamos a crise de riso para fitá-la incrédulas. - Ele se esqueceu de comprar ração para o Lily, que quase passou o dia com fome, se eu não tivesse o alimentado com leite. -Tratou-se de explicar melhor a situação e logo um silêncio reinou no local, por chegarmos a um assunto delicado. Fitei as janelas impedindo que pensamentos impuros invadissem minha mente, percebi que já estava escuro.
– Acho melhor irmos para casa, sair na rua há essa hora é um pouco perigoso. -Disse enquanto pegava minha bolsa e logo as meninas concordaram.
Natsu POV on:
Passei pela entrada e cumprimentei o porteiro, fui direto para a escada sem pensar em usar o elevador, já que o mesmo estava estragado. Sentia-me cansado e dolorido, fora que meu estômago protestava ficar mais um minuto sem ser alimentado. Suspirei ao olhar as horas em meu relógio, acabei perdendo o ônibus por sequer ter me informado o horário que passavam, acho que terei de comprar um carro...
Cheguei à frente da porta de meu apartamento e logo tirei a chave do bolso, por precaução tentei abrir antes, para ver se ela estava mesmo trancada. Felizmente me pareceu que a babá era mesmo confiável, precisava prestar atenção em mínimos detalhes e muitos se confirmaram após eu estar ciente de que não coseguiria abrir a porta sem a ferramenta que destrancava a fechadura.
– O que você acha de colocar mais um pouco de vermelho aqui? -Deparei-me com a seguinte cena, Virgo e Nathan estavam de joelhos no chão, a mulher olhava atenciosa para a meu filho, que no momento desenhava em uma folha de papel. - Nathan olha quem chegou! -A babá falou animada e o pequeno nem parecia ter percebido minha chegada, quando colocou seu olhar em minha direção abriu um sorriso e veio correndo até a porta de entrada.
– Yo garotão! -Abaixei-me para que ficasse em sua altura, enquanto abria os braços para que ele pudesse se grudar em mim.
– Papai shenti sua falta! -O rosado gritou em meu ouvido, mas eu apenas ignorei a pontada que me desconfortava, enquanto o pegava no colo.
– Eu também. Virgo-san, muito obrigada por cuidar de Nathan. -Agradeci a rosada que logo se reverenciou em minha direção, dizendo que não foi nada de mais, e logo ela tratou de se retirar. O pequeno fez um pouco de birra até entender que a veria no dia seguinte, mas felizmente conseguimos mantê-lo no controle.
– Coruja legal. -Chutei o que conseguia entender de seus rabiscos coloridos, enquanto largava o pequeno na almofada em que estava sentado. Ele rapidamente me olhou de cara feia e começou a resmungar.
– Não é uma coiuja papai! -Sentei no sofá suspirando pesado quando percebi que acabei de entrar em um beco sem saída, o rosado parecia inconformado enquanto olhava para o seu desenho pensando que eu não havia gostado. - Oia! -Levantou-se de maneira tão rápida que quase acabou caindo, se eu não tivesse o segurado. Foi em minha direção e praticamente enfiou a folha em meu rosto.
– Calma meu filho, o papai enxerga bem de longe. -Afirmei ao pequeno que se aquietou, olhei por alguns segundos em seu rosto e depois para o desenho, soei frio ao ficar encabulado, sem saber bem o que falar. - É bonito... -Passei a mão no rosto do garotinho que parecia ansioso por uma resposta, deixei a folha no sofá e o peguei novamente no colo. -Vem, você precisa tomar banho.
– Não queio!
– Você sabe que seu banho já venceu. -Brinquei com ele enquanto fazia cosegas em seu pescoço. Ele ria alto e eu aproveitava a situação para levá-lo ao banheiro sem que o mesmo percebesse. Abri a porta e coloquei-o no chão da pequena peça, abri a torneira da banheira minúscula e logo tirei as roupas do garotinho suado. - Brincou bastante hoje?
– Xim! -Afirmou enquanto esticava os braços de maneira empolgada, ri de sua reação e coloquei uma de minhas mãos não água, para me certificar que a temperatura estava adequada.
– Pronto, já pode entrar.
– Mas eu não queio papai... -Nathan murmurava com um sorriso travesso no rosto, bufei discretamente e fechei a torneira, despejei um pouco dos sais de banho que havia dentro do armário da pia e por fim, fiz uma proposta com o pequeno.
– Tudo bem, vai lá no seu quarto e pegue um brinquedo pra você, mas não pode demorar, se não perde a graça. -Enrolei o rosado na toalha que logo saiu correndo até seu quarto, rindo descontroladamente, não demorou muito tempo e ele apareceu ao meu lado novamente.
– Aqui! -Mostrou-me um pequeno potinho, que eu não fazia ideia de onde ele havia tirado, peguei sua toalha e a pendurei no ganchinho da parede para depois colocá-lo dentro da água.
– Ah... Pra que isso? -Perguntei incerto e ele logo encheu o pote levando em minha direção, em seguida.
– Por que você vai tomar xá. -Arrepiei-me com a ideia de meu filho. Sabe, tomar água com sabão não é muito gostoso.
– Ah, mas o papai não está com sede. -Tentei fazer com que ele se esquecesse do assunto enquanto começava o ensaboar, mas ele insistia para que eu tomasse tudo. Literalmente. - Olha ali Nathan! É um macaco? -Menti drasticamente para o pequeno que parecia ter acreditado no que eu dizia, seus olhos brilharam e ele virou em direção para o lado que eu apontava. Rapidamente joguei o liquido na pia para que não fizesse barulho na banheira, com o impacto da água caindo.
– Onde? -Virou novamente seu olhar até mim, sorri sem graça e o entreguei a pequeno pote enquanto terminava de tirar a espuma de seu corpo.
– Foi embora. Você é muito lento sabia? -Brinquei com o pequeno que fez bico, rapidamente eu apertei de leve seu nariz para que ele soltasse uma gargalhada. Alguns minutos se passaram e ele já estava totalmente limpinho, pedi para que ele puxasse o tampão para que a água saísse pelo ralo, mas para minha surpresa ele acabou me contrariando. -Vamos filho, você tem que sair.
– Não queio!
– Mas não era você que não queria entrar? -Fiz a pergunta e ele logo se calou, sabendo da resposta. Ri de leve e o enrolei na toalha para que pudesse o levar até seu quarto.
E assim seria por vários outros dias.