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Ao sair da Corporação Cápsula, Bulma ainda estava com o rosto afogueado, por conta da excitação por estar tão próxima de Vegeta. “Meu Kami, que diabos aconteceu ali? Pensei que o Vegeta me mataria! Ai, Bulma você é uma tonta por ficar desse jeito quando está com ele.. E aliás, ele te odeia.” Ela se recriminava em pensamento. “Yamcha, cadê você? Se você não me largasse tanto tempo sozinha, isso não estaria acontecendo...”.
Ela andava até a esquina buscando se recompor, quando percebeu que tinha esquecido o estojo de cápsulas. “Droga, não trouxe nenhum carro, nem moto, nem avião. Vou ter que pegar um táxi.” Ela tomou o primeiro táxi que passou e se dirigiu ao apartamento de Yamcha. Dentro do táxi, ainda estava pensando no que acontecera antes de sair, quando avistou Pual em uma lanchonete.
- Pual! – Gritou ela para o lado e de fora do carro. E virando-se para o motorista – Senhor pare aqui, por favor!
- Mas moça, ainda falta para chegar aonde você pediu.
- Eu sei senhor, mas preciso falar com uma pessoa antes. O senhor se importaria de me aguardar um pouco? – e estendendo um maço de dinheiro para o motorista, perguntou: - Isso aqui é o suficiente?
- Cla... Claro... – O motorista nunca tinha visto uma jovem com tanto dinheiro antes – Estou as suas ordens!
E descendo do carro foi em direção à lanchonete em que Pual estava.
- Pual! – gritou ela.
- Bulma?! – espantou-se ele.
- É, sou eu. Onde está aquele miserável do Yamcha?
- O Yamcha? Err... Ele... – Pual estava visivelmente embaraçado. – O Yamcha está na casa do Mestre Kame, Bulma – mentiu sem segurança.
- Ah, na casa do Mestre Kame... – disse ela irônica – Sei...
- É sim, ele está treinando junto com o Kuririn, hoje de tarde mesmo falei com ele por telefone... – disse ele ficando cada vez mais nervoso.
- Tá bom Pual, vamos parar com o teatro. – disse ela aborrecida. – Eu sei que isso é uma mentira das grandes. Liguei pra casa do mestre hoje e há um mês ninguém tem notícias do Yamcha! Onde é que ele está?
- Bulma...
- Vamos Pual, você está me fazendo perder a paciência! – gritou ela – Por acaso está no apartamento?
- Não! – disse ele de forma desesperada. - No apartamento não!
- Ah, não está no apartamento, não é... – disse ironicamente – Esse Yamcha me paga!
Ela entrou no táxi novamente e ordenou:
- Senhor, continue o nosso caminho!
- A senhorita manda. – disse o motorista.
- Bulma! – gritou Pual. – Droga, se a Bulma descobrir que o Yamcha está dando uma festa... – dizia ele pra si mesmo – Tenho que ligar pro mestre Yamcha...
***
Depois de passar dois meses treinando no deserto, Yamcha decidiu que era hora de voltar, em primeiro lugar para treinar na cidade, e depois para cumprir a promessa feita à Bulma. Sim. Ele havia se decidido: iria pedir Bulma em casamento. Lembrou-se do que Goku tinha dito no dia em que o jovem misterioso revelou sobre a ameaça dos androides: “Bulma, desejo que você tenha um filho muito saudável”. Era hora mesmo de casar e forma uma família com ela. “Mas antes, tenho que aproveitar mais um pouquinho a vida de solteiro, hehehehehe”. Antes de voltar para a cidade, Yamcha passara na casa do Mestre Kame, como fora confirmado por Kuririn na conversa com Bulma. Porém, no dia do retorno à Cidade do Oeste, Yamcha recebeu ligação de um dos seus antigos colegas do baseball, convidando-o para uma festa em um dos clubes mais badalados da cidade. No intuito de “aproveitar mais um pouquinho a vida de solteiro”, ele acabou aceitando e quando se deu conta estava ali, em meio à festa, bebidas e mulheres – que não eram poucas. Durante quase um mês, Yamcha viveu uma vida desregrada com a desculpa que seria uma espécie de despedida do solteiro e também como uma forma de aproveitar a vida caso não conseguissem vencer os androides. Aquela festa em seu apartamento não era diferente. Estavam lá os amigos do baseball e algumas garotas de programa contratadas por eles. Ele já tinha decido que aquela seria a última farra da qual participaria, no dia seguinte iria até a Corporação Cápsula e pediria Bulma em casamento. A aliança já estava até comprada, guardada na gaveta de cabeceira em um pequeno estojo de veludo azul. Por isso ele escolheria a garota mais bonita entre as que contrataram para ter sua última noite de sexo descompromissado. A escolhida foi uma bela garota alta de cabelos castanhos, olhos verdes e corpo escultural, que embora fosse jovem, era uma das moças mais experientes dali. Enquanto a festa acontecia em seu apartamento, Yamcha estava afundado no corpo da sua escolhida.
***
Dentro do táxi Bulma estava furiosa. Tinha certeza que Yamcha estava na cidade e pelo nervosismo de Pual, provavelmente ele estava em seu apartamento. O que ela não entendia era o porquê de ele não procurá-la assim que voltou. Yamcha teria que explicar aquilo muito bem.
Ao chegar ao destino, ela dispensou o motorista, mas não sem antes pagar uma boa quantia por ele ter esperado por ela durante a conversa com Pual. Agora ela estava ali em frente ao edifício onde fica o apartamento de Yamcha. Era uma edificação simples, mas charmosa localizada no centro da Cidade do Oeste. Ali viviam poucas famílias, os moradores eram em sua maioria, solteiros, por isso eram comum darem festas regadas a muita bebida. Bulma não gostava muito que Yamcha morasse ali, por julgar que a vizinhança não era “confiável”, mas fazer o que? Era ali que ele podia pagar. “Se pelo menos ele fosse morar de vez com comigo na Corporação Cápsula...” pensava ela. Ao entrar no hall do edifício, imediatamente foi reconhecida pelo porteiro.
- Senhorita Bulma? – perguntou ele assustado.
- Olá Gopal. Vim ver o Yamcha. Ele está aí? – perguntou ela decidida.
- O senhor Yamcha? – ele estava nervoso. Sabia que ela era namorada de Yamcha e que ele havia contratado prostitutas para a festa que estava dando. – Err... O senhor Yamcha...
- Ele está ou não está?! – gritou ela.
- Si-sim...
- Então estou subindo! – disse ela irritada.
- Mas senhorita...
- O que foi? Não posso? – a irritação dela era tão explícita que Gopal não ousou contrariá-la.
- Não é isso senhorita... – ele continuava nervoso – É que...
Antes de terminar o que tinha para dizer, Bulma entrou no elevador deixando Gopal sem saber o que fazer.
***
Pual tentava de todas as formas entrar em contato com Yamcha, mas era em vão. Devido ao barulho da festa ninguém ouvia o telefone que tocava insistentemente.
- O Yamcha está perdido... – dizia Pual pra si mesmo.
***
Ao entrar no corredor Bulma ouviu o barulho da festa. Para completar a irritação dela, percebeu que o barulho vinha da casa de Yamcha. Ela tocou a campainha repetidas vezes. Quando já estava quase desistindo, um homem estranho abriu a porta e ficou olhando para ela dos pés a cabeça com um olhar de cobiça.
- Onde está o Yamcha? – perguntou ela irritada com a situação.
- Yamcha! – gritou o homem para o interior do apartamento – Chegou mais uma princesa para alegrar a nossa noite! – e dizendo para Bulma – Entre princesa, você é muito gostosa sabia?
Ela entrou tentando se desvencilhar do anfitrião que tentava beijá-la. Quando viu de que tipo de festa se tratava, ficou estática tentando encontrar Yamcha no meio de toda aquela sem-vergonhice. Sem conseguir localizá-lo, foi até ao som e puxou a tomada. Todos olharam espantados para ela.
- Onde é que está o Yamcha?! – gritava ela.
- Qual é piranha? – dizia o homem que a recebeu – está estragando a nossa festinha... Vem cá que o que o Yamcha te dá eu também posso – disse ele puxando-a para si. – Vem, que você vai esquecer o Yamcha rapidinho, hehehehe.
Ela tentava se soltar, quando sem pensar acertou um chute nos “dotes” do homem, fazendo-o largá-la imediatamente.
- Vagabunda! – gritava ele se contorcendo de dor – Você me paga!
- Vagabunda é a sua mãe! – gritava ela – Você não sabe quem eu sou? Eu sou Bulma Briefs! Onde está aquele maldito do Yamcha?!
Ao ouvir o nome “Bulma Briefs” vindo da sala, Yamcha sentiu um arrepio na espinha e correu imediatamente para verificar o que estava acontecendo. Ficou apavorado ao ver Bulma no meio da sua sala, gritando por ele. Ela por sua vez, não pode acreditar quando viu Yamcha ali parado só de cuecas e com uma mulher só de calcinha e sutiã vindo atrás dele.
- Bu-Bulma! – exclamou ele estarrecido.
- Yamcha... – dizia ela lutando contra as lágrimas que teimavam em querer saltar de seus olhos – Como você pode... – e juntando toda a raiva que sentia naquele momento perguntou: - Mas que diabos é isso Yamcha?!
- Bulma... Eu-eu... Eu posso explicar... -
- Você não vai explicar nada! – e saindo do apartamento sem olhar para trás – disse – Nunca mais eu quero te ver!
- Mas Bulma, deixa eu explicar!
Ela já desceu correndo pelas escadas com as lágrimas já lhe inundando a face. Yamcha ficou na sala sem saber o que fazer, ainda sem acreditar que Bulma estivera ali. Quando se deu conta que a perderia para sempre se não fizesse algo, correu atrás dela. Ela já estava na rua quando ele conseguiu alcançá-la. Ele a segurou pelo braço e disse:
- Bulma eu te amo! Me ouça, por favor! Deixe-me explicar! – dizia ele só de cuecas no meio da rua.
- Explicar o que Yamcha?! Que você estava trepando com uma piranha lá em cima? – dizia ela furiosa – Ou que você estava há um mês na cidade sem entrar em contato comigo? Pra quê Yamcha? Pra sair com essas garotas? Se for por isso, elas podem ficar com você todinho pra elas...
- Não é isso Bulma, por favor, vamos conversar com calma – pedia ele.
- Eu já disse que não quero ais saber de você! – O choro vinha novamente – Você me traiu, me humilhou e aquele seu amigo lá em cima tentou abusar de mim.
- O que? Aquele maldito vai se ver comigo...
- Tanto faz Yamcha – dizia ela chorando – Não importa. Está tudo acabado. E agora é de vez!
- Não diga isso Bulma, por favor!
- Adeus Yamcha! – disse ela indo embora.
Ele ficou no meio da rua apenas de cuecas e arrasado.
***
Bulma ainda não conseguia acreditar que Yamcha foi capaz de traí-la. Tantos anos, tantas coisas passaram juntos. Ela foi até outro planeta só para buscar as Esferas do Dragão para ressuscitá-lo! Enfrentou tantos perigos em Namekusei, quase morreu nas mãos dos soldados de Frezza. E agora ele faz isso? Ela não conseguia entender. Ainda desorientada com a descoberta, tomou um táxi qualquer que passava na rua. O motorista perguntou:
- Pra onde é moça?
- Para qualquer lugar onde eu possa tomar um bom porre!
- Hum... Acho que já sei para onde levá-la – disse o motorista percebendo se tratar de um caso de decepção amorosa.
- Ótimo... – dizia ela baixinho encostando a cabeça no vidro do carro e se afundando no assento.
***
Já passava da 2h da manhã quando Vegeta despertou de um sonho. Outra vez sonhava que possuía a terráquea que o fazia perder o resto de paciência que tinha. Ficou indignado consigo mesmo quando percebeu seu membro ereto por causa de mais um sonho erótico que tivera com ela. “Maldição!” pensava. Levantou-se e foi até ao banheiro. Precisava de um banho frio para acalmar a tensão que estava sentindo. Enquanto estava debaixo do chuveiro, pensava: “Pra onde aquela vulgar foi vestida daquele jeito? E ainda não chegou até essa hora? Será que foi se encontrar com aquele inseto?” pensava ele referindo-se a Yamcha. “Ela diz que é fêmea dele, mas se comporta como uma qualquer! Maldição! O que você está dizendo Vegeta? Você não tem nada a ver com isso! O seu objetivo é destruir Kakaroto! Não pode deixar essa mulher te enfeitiçar desse jeito. Além disso, ela deve estar na cama com aquele inseto!”. Ele não conseguia disfarçar para si a raiva que tinha de Yamcha por este ter direitos sobre ela, embora ela fosse muito decidida e não se deixasse controlar por ninguém. Mesmo não querendo, não deixava de pensa nela. Foi interrompido dos seus devaneios quando escutou gritos vindos do lado de fora da Corporação Cápsula. Ele sabia muito bem de quem eram aqueles gritos.
***
Depois de beber muito mais que estava acostumada, Bulma tinha os sentidos alterados e mal conseguia ficar em pé. O barman precisou colocá-la dentro do táxi, pois ela não conseguiria sozinha. O taxista a levou direto para a Corporação Cápsula, endereço que ela disse depois de muita insistência dele. Ao pagar pela corrida, ela tirou outro maço de dinheiro e entregou todo a ele. A quantia era muito mais do que valia a corrida.
Ela andava com dificuldades e quase não conseguiu acertar a senha de acesso para entrar em casa. Quando conseguiu entrar no território da Corporação, não conseguiu evitar a lembrança da traição de Yamcha e começou a chorar. Quando a raiva lhe subiu a cabeça novamente, começou a gritar:
- Yamcha, seu desgraçado! Você me paga! Eu te mato com as minhas próprias mãos e não permito que ninguém te ressuscite! E se ressuscitar, eu te mato novamente!
Ela chorava e o xingava com vários nomes e palavrões enquanto andava em direção à casa. Quando passou perto da piscina, parou. Por um momento ficou contemplando o azul da piscina iluminada. Sem mais forças de se manter em pé, caiu na piscina, desacordada.