O homem e a morte.

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    Capítulos:

    Capítulo 3

    O céu que sangrava.

    Mutilação, Violência

    Quando aquela chuva cessou, há minha frente estava aquele homem, ao meu redor havia trabalho e sobre nossos pés havia sangue. Eu tinha trabalho a fazer, ele tinha uma mulher a enterrar, pela primeira vez eu não era o unico a ter trabalho a fazer. Eu buscava alma por alma enquanto imploravam "por favor tenha piedade de minha alma", "não me leve" e a que mais me enojava "Eu não mereço morrer". Não entendia porque tanta suplência, eu estava lá apenas para fazer meu trabalho, e como havia dito a vocês antes, uma vez que alguem me encontre significa que essa pessoa perdeu o direito de continuar viva. Um jeito talvez cruel de encontrar o fim, porem o mais realista possivel.

    Eu passei muito tempo até terminar meu trabalho e quando finalmente o terminará, aquele homem ainda estava lá, cavando aquele buraco com suas próprias mãos naquele deserto de sangue, uma areia grossa e firme que machucava suas mãos que já sangravam mas ele não parava, não conseguia imaginar a dor que aquele homem sentirá e continuava a sentir. Era mais facil ele simplesmente a deixar jogada naquele inferno que se passava ao redor, afinal, eu já levará a alma daquela linda mulher, aquele corpo era apenas um objeto inanimado, como um boneco, mas mesmo assim ele continuara a cavar até que suas mãos não suportassem mais e então finalmente ele parou. Um grande buraco, talvez ele achará que aquele seria um enterro digno daquela amavel mulher a quem o derá pela primeira vez esperança de um mundo feliz, ou talvez um buraco tão fundo para que jamais escorresse sangue por aquela mulher novamente.

    Após colocar gentilmente o corpo dela dentro da cova ele a enterrou naquele deserto impiedoso, se manteve por um tempo sobre o tumulo dela, suas mãos tremiam, não conseguia saber se o motivo era ter cavado aquele buraco até que suas mãos não suportassem mais dor, o mais provavel era que ele estavá traumatizado com a morte da mulher a quem amava, mas ele era um homem diferente dos que havia encontrado até então, talvez  suas mãos tremessem por causa daquela familiar sensação de matar pessoas. Isso é algo que não saberei, ele fechou firmemente suas mãos até que parasse de tremer e finalmente levantará e seguirá e frente, lá estavamos nós vagando novamente em direção a destruição naquele mundo sem salvação e sob aquela lua, ela nunca estará tão grande como daquela vez,  porem sua luz sempre branca e forte havia sumido dando lugar a um vermelho intenso e hipnotizador, talvez  fosse porque nossas retinas estarem manchadas por sangue, ou talvez fosse porque naquela noite, não apenas aquele deserto havia sangrado, mas tambem o céu.


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