Aragon

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    12
    Capítulos:

    Capítulo 11

    O Despertar

    Álcool, Linguagem Imprópria, Spoiler, Violência

    Lucy P.V.O

    – Quatro meses depois~

    Já fazia quatro meses desde que eu cheguei á Tenebra,e quatro meses que tirei Aragon, e até agora meus poderes não despertaram. Coisa que já era para ter acontecido.

    O primeiro mês foi basicamente para me recuperar eu fiz um belo estrago no meu tornozelo. É claro que eu não fiquei parada, aprendi muitos feitiços, como LightShadow que ataca ou bloqueia o oponente usando a luz ou ás sombras presentes na hora da batalha (foi a Shinobu quem criou a técnica , com base em pergaminhos antigos.). E aprendi muitos outros que serão mostrados mais tarde.

    Os outros três meses eu tentei inutilmente fazer com que meus poderes despertem, é claro que isso aumentou bastante a minha força, eu tenho uma resistência vinte vezes melhor do que antes, posso convocar quatro espíritos de uma vez, e usar Uranometria três vezes. Uma parte dos meus sentidos já apareceram.

    Mas nada de poderes despertarem, isso é tão frustrante. Shinobu disse que era apenas uma questão de tempo, não era para demorar tanto. Eu sinto que estou deixando ela e os outros decepcionados.

    Desde o primeiro instante que eu me juntei aos NE eles foram tão gentis, tirando a parte em que eu quase fui morta por um bolinho, fora isso eles foram ótimos.

    Eles são como uma verdadeira família. Um dia durante a noite eu ouvi uma conversa da Shinobu com o Ayako.

    Flash Back

    Eu estava me concentrando, tentando ler as pessoas igual à Shinobu faz. Na verdade foi o Noriko quem sugeriu.

    “Se Dragões Elementares podem ensinar magia, então porque nós não podemos ensinar nossos dons?” ele disse.

    Então depois de muita concentração consegui captar uma grande fonte de medo e frustração no andar de baixo. Me concentrei mais um bocado juntando o que Shinobu me ensinou, e concentro um pouco de poder mágico nas orelhas, para aumentar a minha audição e finalmente consigo ouvir.

    –O que você acha das habilidades dela? - pergunta uma voz feminina.

    –São boas, ela aprende rápido, mas ela só se tornará verdadeiramente forte quando os poderes despertarem. - responde o homem.

    Ótimo, Shinobu e Ayako em uma conversa noturna. Deve ser algo pessoal para não chamarem os outros, hum Noriko não vai gostar nem um pouco.

    –É sobre isso que eu quero conversar com você - diz Shinobu, pera Shinobu pedindo conselhos?? Deuses vai chover diamantes (Shine bright like a diamond! *-*). - Eu estou preocupada.

    –Exatamente com o que? - pergunta Ayako

    –Com os poderes dela. Eu já tentei de tudo, mas eles não despertam. - diz Shinobu angustiada.

    –Oras, você não é a paciente?

    –Não é hora para brincadeiras Ayako! - ela exclama irritada - O que eu devo fazer?

    Há uma pausa, e um suspiro, até que finalmente ele fala.

    –Você pode ser paciente, e treina-la ela por mais tempo. Pode ser que o poder desperte, ou então...

    –O que? - pergunta Shinobu

    Pausa dramática.

    –Ou então pode ser que eles nunca despertem.

    Parei de prestar atenção fazendo com que eu não possa mais sentir ou ouvir. Cerrei meus punhos e trinquei meus dentes.

    Será possível meus poderes nunca despertarem? Que eu nunca fique forte? Que eu desaponte todos? Que todo o trabalho de Shinobu seja em vão?

    Isso definitivamente não vai acontecer.

    ~FlashBack Off

    E agora estou eu aqui, uma garota ficando desesperada, toda suada, jogada na grama nas margens do Rio Uada (latim a gente se vê por aqui.), com uma maldita espada de madeira na mão.

    Yuu me deu ela, dizendo que era para eu me acostumar, treinar, e eu tenho que conseguir empunha-la antes de empunhar Aragon. O que é difícil, eu só consegui uma instrução básica sobre espadas com o Taikun, mas a Rei o pegou me orientando, e digamos que ela o puniu seriamente, dizendo que eu teria que aprender sozinha.

    Eu tentei aprender sozinha, eu não desisti nem um momento no treinamento, nem quando o Takeshi mandou que eu levantasse uma pedra que pesa duzentos quilos, e que ficasse parada enquanto ele me atingia com um raio, não desanimei nem quando a raposinha me mandou dar 500 voltas em torno do território deles (só para constar o território dos NE é maior que o Ki do Goku), em uma hora e ainda por cima usando pesos com cerca de 100k, é claro que eu não consegui nenhuma delas, e eu ainda nem contei com o treinamento da Rei (lê calafrio.).

    É claro que eu não ia desistir só porque esse pedaço de madeira pesa mais que eu, todo o dia em que eu passava treinando eu pensava amanhã é o dia, mas no dia seguinte quando eu finalmente começava a treinar, eu não conseguia, era como se meus braços tivessem se transformado em geleia. Mas ai eu descobri que toda a noite quando eu ia dormir, Yuu trocava a espada por uma mais pesada, ai eu me revoltei e pedi ajuda, e isso é claro resultou na minha punição atual.

    Treinar, treinar e treinar até que eu consiga empunhar essa coisa sem cair para trás, o que é difícil esse troço pesa mais que aquela pedra, e se não conseguir eu não vou poder ver Aragon.

    Não faz sentido, então me deixe explicar, Shinobu decidiu que até que eu desperte meus poderes, e saiba usa-los bem, Aragon vai ficar longe das minhas mãozinhas, ela fica no templo dos Dragões NE, sim eles tem um templo em casa, o mesmo fica no subterrâneo, mesmo assim não deixa de ser estranho, eles tem cada coisa dentro de casa. E eu ainda não descobri todos os segredos daquela casa, tenho que ver o que me espera.

    Enfim ela fica no templo, e todo o dia antes do café eu vou lá vê-la, quando eu volto do treino eu tento descer para vê-la mas Shinobu não deixa falando que é um lugar sagrado e que tem medo que meu suor possa derreter as escrituras sagradas, e que se isso ocorresse Ayako iria explodir todas as dimensões, então eu a vejo antes de dormir também, é tão bom tê-la em minhas mãos, mesmo não vendo o Kenshin eu sinto como se pudesse entender tudo sobre ela desvendar todos os seus enigmas, as vezes eu perco a noção do tempo, e só o recobre horas depois quando alguém percebe a minha falta e vai me chamar.

    É tão pouco tempo que eu passo com ela, ficar longe é difícil, eu sei que são os instintos de Dragão e que devo aprender a controla-los, mas só de pensar em deixa-la só de imaginar perde-la meu peito arde em chamas.

    Levanto rapidamente, eu não posso pensar nisso, tenho que me concentrar no treinamento, pego minha "espada" e golpeio o ar.

    Direita, esquerda, bloqueia, gira, golpeia, direita, esquerda, eu não consigo levanta-la acima de um metro, acho que seria mais fácil levantar o Droy do que essa coisa. Aperto com força o cabo da espada, as lembranças inundam a minha mente, se controle Lucy, você já superou isso, você é melhor que isso.

    Faça o que Shinobu te ensinou, inspire, respire, relaxe, não pense, apenas inspire, respire, relaxe.

    Ótimo já me sinto melhor, abro os olhos repito meus movimentos, direita, esquerda, bloqueia, gira, golpeia. Sempre me lembrando de inspirar, respirar, e relaxar.

    Tento dar um giro, e golpear com a espada, eu perco o equilíbrio, mas consigo fincar a espada no chão antes de me esborrachar, a adrenalina de quase cair no lago é tanta que tenho que parar um instante, meus braços doem, eu estou a mais de três horas tentando isso, e ainda não consegui ergue-la totalmente, eu sou realmente um fracasso, uma Maria - ninguém que sempre decepciona as pessoas, eu..... mas isso é totalmente esquecido quando vejo um borrão rosa refletindo na água. Prendo a respiração.

    Péssima ideia.

    1...

    2...

    3...

    Substituta. Fraca. Inútil. Patética. Ridícula.

    As lembranças passam pelos meus olhos e nublam minha mente, aperto o punho da espada e em um giro rápido ataco.

    Ouço uma exclamação de surpresa, ele desviou do meu golpe, rapidamente ataco novamente, meus olhos estão fechados mas eu continuo atacando.

    Direita, esquerda, direita, esquerda.

    Ouvi um pequeno farfalhar das folhas, mas não me importei, continuei atacando, e a pessoa se esquivando.

    –Ei, ei Luce calma.

    Luce? Parei de atacar.

    –Está ficando boa nisso Luce.

    Senti a raiva subindo mais forte, trinquei os dentes, apertei mais o punho da espada, abri meus olhos, eu via tudo borrado, mas era o suficiente para ver fios de cabelo rosa, voltei a atacar, tentei acertar seu pescoço, ele parou com o braço, girei e mirei no seu flanco.

    "Luce vamos em uma missão?"

    Meus olhos já estavam cheios de lágrimas, e a única coisa que eu pensava era: Ataque- o, acerte o faça pagar, por tudo.

    Pare! PARE. Se fosse "ele", já teria revidado, não iria ficar fugindo, ele nunca foge. Eu não sou fraca, não vou deixar que isso me controle, não vou deixar que o Caos tome conta do meu corpo e mente.

    Recuo, me distanciando da figura borrada e rosa á qual eu tentava matar. Então era isso que eles estavam me escondendo, claro, era tão obvio, o Caos ainda residia em mim, é claro como eu pude ser burra o suficiente ao achar que depois de ter sido tocada três vezes por ele, iria simplesmente sumir.

    Senti todos os músculos do meu corpo fraquejarem, então era isso que eles não queriam que eu soubesse, é claro, talvez pensassem que se eu soubesse disso, meus poderes nunca despertariam, senti meus músculos enrijecerem novamente, e percebi que quem eu atacara estava caminhando em minha direção.

    –Não se aproxime. - eu sussurro

    –Calma, eu não vou te morder - disse soltando risinho, e continuou se aproximando.

    Não chegue mais perto, tento dizer mas a voz não saia, tento recuar mas não vou muito longe, meu corpo está pesado parece chumbo, do mesmo jeito não teria para onde ir, logo atrás de mim está o Rio Uada, e não quero morrer afogada.

    –Francamente o que há com você? - disse a pessoa a minha frente, seu corpo emitia um calor "familiar", prendi a respiração.

    Não é ele, não é ele, não é ele. Ergui minhas defesas, não iria perder o controle.

    –Você é estranha....Luce.

    Você é estranha....Luce.

    Você é estranha....Luce.

    Meu último fio de auto- controle se rompeu, agarrei com força a "espada", sentindo meus músculos vivos novamente.

    –CALA A BOCA DRAGÃO ESTÚPIDO. - eu gritei e voltei a atacar.

    Luce vamos formar um time? Cale a boca. Dou um golpe.

    Luce você é estranha! Cale – se. Outro golpe.

    Luce vamos em uma missão? Cale a boca, golpe. Cale a boca. Golpe. Cale a boca. Golpe.

    Luce somos....

    Sinto um golpe, e meu corpo é lançado e atinjo uma árvore.

    Ai. Abro os olhos, e vejo um borrão castanho, pisco e vejo um rosto a poucos centímetros de mim, seus lábios se moviam, mas eu não entendia o que dizia.

    Sinto uma ardência no lado esquerdo do meu rosto, e percebo que a pessoa me deu um tapa.

    Olho atentamente para a pessoa a minha frente, tinha o rosto familiar, mas quem era mesmo? Parecia perigosa, e parecia furiosa.

    –Levante-se. – ela disse.

    –O que? – eu murmuro

    –EU DISSE LEVANTE-SE! – Ela grita, pegando no colarinho da minha camiseta e me jogando do outro lado.

    Senti os espasmos por todo o lado, mas continuei deitada me sentindo esgotada, o que aconteceu?

    –Se acalme Maya, está tudo bem.

    Maya, então foi isso que aconteceu, abro meus olhos, e a vejo em pé ao meu lado, o que aconteceu, porque ela parece tão... tão furiosa?

    –ESTÁ TUDO BEM IGNEEL? VOOCÊ ESTÁ SANGRANDO! EU VENHO AQUI E ENCONTRO ESSA VADIA TE MACHUCANDO, E VOCÊ AINDA ME DIZ QUE ESTÁ TUDO BEM.

    Apoio o meu peso nos meus cotovelos e vejo Igneel com a testa sangrando. Pela Mavis santa o que aconteceu? Espere, ela disse que eu fiz isso? Eu não me lembro disso, mas o que eu estava fazendo, ah sim, fugindo do fantasma do Natsu, então na verdade era o Igneel, e depois tudo ficou preto, e então meu corpo foi lançado. Mas tem algo mais no intervalo do tempo, era uma sensação raiva, ódio, e vontade de matar. Um arrepio passa pelo meu corpo.

    –E- eu que fiz isso? – Eu sussurro.

    –CALA A BOCA! – Maya grita – E eu mandei se levantar.

    –Maya pelo grande se acalme. – diz Igneel.

    Ouço um baque ao meu lado e vejo a minha espada de madeira, na ponta estava cheia de sangue. Tremi.

    –Pegue. – Maya diz se afastando.

    – O que? – eu digo.

    –Pegue essa merda que você usou para abrir a cabeça do Igneel, e venha lutar comigo. – diz Maya.

    Espere isso é loucura. Eu não quero fazer isso, meu corpo está pesado, eu quero me deitar e dormir por uns cinco anos.

    –Igneel... – eu começo – Me desculpe.

    Vejo uma luz indo em direção a minha barriga. Gemo. Minha barriga começa a doer, coloco a mão sobre o local e sinto algo quente escorrendo, sinto um cheiro de ferro e água, sangue. Maya me atacou.

    –Não peça desculpas para ele. – ela diz, o tom calmo e calculista, repleta de raiva. – Se levante agora, levante e me enfrente, ou está com medo de pagar pelo que você fez ao Igneel?

    Um rosnado rompe pela clareira. – Por favor, eu sou o rei dos Dragões de Fogo posso me defender de uma adolescente.

    –Deixe Igneel. – diz Syrene, desde quando ela está aqui? – É uma coisa que ela tem que resolver.

    Tento me levantar, droga, isso doeu, e desde quando Syrene está aqui, ou melhor desde quando todos estão aqui? Shinobu e os outros estão aqui também.

    Olho para eles. Todos estão aqui, e estão com raiva, eles querem interferir, mas não podem.

    “Está tudo bem.”, eu penso sorrindo. Eles devem ter entendido, pois dão um passo para trás, mas não relaxam.

    Concentro poder mágico na mão direita, e a coloco a mão sobre o ferimento, e sussurro:

    – Sanando Sanctórum. – Esse é um feitiço de cura nível alfa, que Ayako me mostrou em um de seus livros, por ser de nível alfa é bem fácil de aprender. Isso não vai curar totalmente, mas vai parar o sangramento.

    Me levanto segurando a minha “espada”, é pelo jeito vou ter que lutar.

    –Então resolveu levantar Ursinho, achei que ia ficar encolhida e chamar pela mamãe. – diz Maya – Talvez ela vá te ouvir lá da Terra.

    Viro em direção á Maya, ela está com uma expressão impaciente, e com muita raiva, fico surpresa que tenha tempo para o sarcasmo.

    – Desculpe eu estava tirando um cochilo. – eu respondo, eu sei que não posso ganhar essa luta, mas pelo menos não vou deixar ela me provocar.

    Eu me lembro de um dia ter perguntado para eles, de um jeito de vencer Maya com o meu nível atual, e eles disseram que era impossível.

    “Escute Lucy, Maya foi treinada desde criança, até antes dos Dragões encontra-la, ela era treinada pela mãe que era uma espadachim nível ômega, ela treina há anos, estratégias, corpo a corpo, feitiços, não tem como você vence-la agora, o máximo que pode fazer é levantar e lutar pela sua honra...”

    Levantar e lutar pela minha honra, isso parece bem apropriado. Olho em direção á Igneel, ele está aflito. Dou um sorrisinho apático e digo:

    –Desculpe mesmo Igneel.

    Ouve um trincar dos dentes, e Maya diz:

    – Pare com essas desculpas patéticas, e olhe para o seu inimigo.

    Não olho em sua direção, mas sinto ela se aproximando.

    “... mas caso precise lutar contra ela, Lucy, escute bem o primeiro golpe é essencial, ela não esperara uma reação rápida, e vai querer bater em você com as próprias mãos, ela com certeza não atacará com força total, o que é bom de certo modo, então reaja rapidamente, eu não posso te dizer o que usar, mas na hora você saberá acredite.”

    –Desculpe mesmo.- eu sussurro para o nada.

    –NÃO PEÇA DESCULPAS. – Maya grita, ela aumenta a velocidade.

    3..... “Use todo o seu poder disponível.” Concentro todo o meu poder magico na mão;

    2.... “Pressinta um ataque padrão da parte dela, e pense em algo adequado.” Fecho meus olhos e vejo, na boca, ela tentará me acertar na boca;

    1... “E quando ela estiver perto de te acertar, bloqueie e revide.” É acho que peguei o jeito.

    –CrystLight. – Eu digo, e em um movimento rápido acerto o punho dela que iria quebrar os meus dentes.

    CrystLight é um feitiço nível alfa, que bloqueia e ataca o oponente, geralmente seria um feitiço fraco, mas não há apenas raiva em Maya, a força dela vem da raiva, não há estratégias, apenas força bruta.

    Abro os olhos e pulo para trás, ela está surpresa. E parada no mesmo lugar.

    –Você só tem raiva. – eu sussurro – Esse é o seu erro.

    –E quem é você para falar sobre erros? – ela pergunta, e no instante seguinte ela está na minha frente, e depois só sinto a dor em meu tornozelo.

    Grito. Droga, ela não é a única que tem um ponto fraco.

    –E o seu ponto fraco é falar demais. – ela diz

    Ela me golpeia com as mãos vazias, sem magia, sem arma.

    Dois socos no estômago, e um chute na perna, é isso que ela precisa para me derrubar.

    Eu estou no chão, com tudo dolorido, eu não quero me levantar, mas eu preciso.

    Finco a espada no chão, e uso ela como apoio. Vejo os rostos de todos, eles tinham algo como incômodo, pena? Droga eu prometi a mim mesma que não iria deixar ninguém olhar assim para mim novamente.

    –Sabe eu acho que o Dragneel tinha razão. – Maya começa. – Você é fraca e patética.

    Fraca e patética. Fraca e patética. Fraca e patética. Fraca e patética.

    Fraca e patética. Fraca e patética. Fraca e patética. Fraca e patética.

    Fraca e patética. Fraca e patética. Fraca e patética. Fraca e patética.

    Três palavras, apenas três palavras foram necessárias para desabar tudo, aquelas três palavras fizeram minhas fortalezas desabar.

    E então tudo ficou escuro.

    ~Geral PVO~

    Todos assistiram quando Maya disse aquelas palavras, e quando Lucy desmaiou, mas ninguém moveu nenhum músculo, do outro lado da clareira, os Dragões NE se controlavam para não intervir. Aiya soluçava no ombro de Takeshi.

    –Quer saber já chega. – sussurrou Shao, avançando um passo.

    –Espere. – diz Shinobu, colocando o braço na frente, impedindo o avanço de Shao.

    –O que foi Shinobu, olhe o estado dela. – completou Shao – Pensei que você seria a primeira....

    –Sinta isso. – interrompe Shinobu

    –Sentir o que? – pergunta Taikon, com a mandíbula trincada.

    –Essa sensação. – ela responde. – Que vem dela.

    Todos voltaram a atenção para a garota caída, que já começava a se mexer, e lentamente ficava de pé.

    A tentativa foi frustrada, pois seus pés a traíram quando foi dar um passo em direção a Maya, e ela caiu no chão.

    –Não aguento mais. – diz Koushirou

    –Isso é patético. – diz Shao se desvencilhando do braço de Shinobu.

    –Espere. – diz Rei, o segurando. – Eu também sinto isso. Apenas veja.

    Eles retrocederam, e com os punhos cerrados observaram, pedindo uma reação, mas a única resposta que receberam foi um sopro do vento.

    E eles não eram os únicos que observavam, do outro lado, Syrene e cia observavam o grupo se perguntando quando viriam a acudir a garota caída.

    Eles pareiam gostar bastante dela, ou talvez nem tanto... pensa Maya.

    Shinobu cerra os punhos com a afirmação e pensa Vamos lá Lucy. Por favor.

    –Olhe lá. – sussurra Rei. – O cabelo dela está se mexendo.

    E estava mesmo, os fios loiros voavam sob a luz do crepúsculo.

    –É o vento. – sussurra Taikon

    E voltavam a observar impacientes, enquanto o cabelo e a grama voavam de um lado para o outro, suas pálpebras tremiam, e então a luz bate em seus olhos impedindo a visão, mas quando conseguem enxergar novamente eles veem.

    Seus olhos estavam laranjas. Não aquele laranja berrante, mas da cor do crepúsculo.

    –Isso também foi o vento? – pergunta Rei com sarcasmo.

    Mas ela não foi respondida, todos estavam observando a garota que abria a boca e parecia ter algo a dizer, mas som nenhum saiu, parecia que estava engasgada, como se algo impedisse as palavras, ela abre de novo, o vento sopra mais forte agora, fazendo todos os presentes olharem em sua direção e em uma explosão espetacular, dois Dragões de poder mágico irrompem pela sua boca.

    –Isso é....

    Sim. Dois Dragões um amarelo como o dia e outro azul como a noite, e juntos eles formavam um único ser de uma cor laranja crepuscular que rondaram a garota até entrar novamente nela, sumindo em suas costas.

    A explosão ganhou a atenção de todos, que estavam paralisados, incapazes de pensar em qualquer outra coisa senão: o que vai vir depois?

    Mas eu acho que você já sabe a resposta caro leitor, assim como sabe quem faz o primeiro movimento.

    Maya saí de seu transe e se aproxima ficando a cinco passos da garota, e diz:

    –Belo truque, pena que não vai funcionar.

    Em um piscar de olhos Lucy estava em pé, em frente a Maya, e no instante seguinte, tinha usado pela primeira vez um feitiço Dragon Slayer.

    Seu punho envolto de uma luz laranja, atingiu em cheio a boca de Maya. A princesa no entanto não gostou muito da ação pois uma vórtice de vento acertou a loira de lado.

    Essa não se deu por vencida, pois avançou, e as duas trocaram socos, chutes em uma velocidade incrível.

    A princesa foi atingida pelo Bater asas do Dragão da noite e se desequilibrou. E então a loira deu um pulo para trás, puxou uma grande quantidade de ar, e soltou um rugido, uma grande quantidade de poder mágico amarelo saiu de sua boca e atingiu o lugar aonde se encontrava uma Maya atordoada.

    No entanto quando a poeira baixou, lá estava uma Maya sem ferimentos, e uma Syrene com as orbitas saltadas que acabara de bloquear o ataque. Ela parecia furiosa, e provavelmente tinha muito a dizer, mas a única coisa que saiu de seus lábios foi:

    –Como.....?

    A loira parecia ter recobrado a consciência, pois olhou atordoada para sua sensei, não parecia estar entendendo algo, olhou para uma Maya machucada e quando abriu os lábios para talvez perguntar: O que aconteceu? Ou Fui eu? Mas o que saiu foi:

    –Quem é a fraca agora?

    E então seu corpo caiu para trás, em um movimento rápido de Noriko, foi impedido de atingir o chão.

    Lucy tinha desmaiado.

    ~Lucy PVO~

    Estava escuro, mas ela conseguia ver uma sinueta em sua frente, estava quieto, mas ela conseguia ouvir vozes ao longe. Parecia quase irreal, mas ela sentia algo quente batendo em seu rosto.

    Foi abrindo seus olhos, mas voltou a fechar, tinha muita luz, ela nunca viu tanta luz junta antes. Tentou de novo e deu de cara com um tosto masculino a poucos centímetros dela.

    –Olá princesa. Vejo que acordou. – diz o homem.

    Em um sobre salto, meu punho acerta seu rosto, e ele saí voando pelo cômodo, acertando o que eu acho que é a parede.

    Observo o local, tinha paredes azul escura com pequenos pontos branco que representavam as constelações, e no teto tinha a imagem de um grande dragão de duas faces uma azul e a outra amarela, aquele era o meu quarto.

    –Vejo que deu uma lição em Shinji. – diz voz.

    Na porta lá estava ela, Shinobu vestindo um vestido de cetim azul escuro.

    –Como eu cheguei aqui. – Eu pergunto.

    Me assusto aquela voz, não era a minha, mas era. Estava diferente mais suave.

    –Nós te trouxemos aqui, depois que você desmaiou. – ela responde.

    Eu desmaiei? – pergunto confusa – Eu ando fazendo muito isso.

    Ela solta ri, um som musical e agradável, observando bem agora eu percebo o quanto de detalhes tinha perdido, sua voz tinha um som mais suave do que eu pensei, algo muito além da sabedoria. Seu rosto tinha uma bondade oculta, ela era mais linda do que jamais pensei.

    Mas não foi a única coisa que perdi, os detalhes do dragão no teto, os sons que os outros faziam, a água saindo da torneira, o som do vento batendo nas árvores, o cheiro da comida de Miki, o cheiro de Shinobu que era o cheiro de uma rosa da meia noite. Eu conseguia ver até o pó voando.

    –Aquilo foi real. – eu afirmo

    –Foi.

    Eu havia sonhado com isso, enquanto estava desmaiada. Pelo jeito então foi verdade, mas então...

    –Aquilo que saiu de mim foi....

    –Foi o seu poder que estava dormindo, ele despertou, pelo jeito faltava um empurrãozinho.

    –Maya. – eu deixo escapar.

    –Ela está bem. Sem nenhum arranhão.

    –Então isso é resultado do despertar dos poderes? – eu pergunto mudando de assunto, não quero falar de Maya.

    –Veja por si só. – ela diz me entregando um espelho de mão.

    Pela santa Mavis, meus olhos estavam laranjas, da cor do crepúsculo, mas também tinham pontos azuis escuro e amarelo claro.

    Meus cabelos continuavam loiros, mas em um tom mais brilhante, e tinha mexas azuis escuras. E meu rosto parecia diferente de certo modo.

    Sentei e senti alguma coisa em minhas costas, jogo o cabelo para frente, e passo os dedos pelo local, sorte que a camisola era aberta nas costas, espero que não tenha sido Shinji que tenha me trocado.

    –Foi Aiya fique tranquila. – diz Shinobu pegando o espelho da minha mão, e colocando na altura da minha coluna.

    Lá vi refletido a figura de dois Dragões um azul escuro e outro amarelo, juntos eles se entrelaçavam e formavam a figura de um única Dragão laranja, da cor do crepúsculo.

    Era lindo, passei os dedos pelo local, eram escamas, mas não eram ásperas, eram suaves.

    –Vejo que a pirralha acordou. – diz Takeshi.

    Viro em direção a porta e vejo, Miki e Jiro com duas bandejas repletas de comida, Aiya, Arashi, Koushirou, Ayako, Rei, Noriko Takeshi, Yuu, Hokuto, Taikun, Shao, Megumi, todos olhando para mim.

    –E vejo que Shinji aprontou. – diz Arashi.

    –Ela o nocauteou. – diz Shinobu.

    –UHU impressionante. O que mais você vai conseguir fazer quando estiver treinada? – pergunta Megumi.

    –Vai ser interessante. – afirma Hokuto.

    –Mas antes é a hora da comida. – diz Miki enfiando a comida na minha boca. Não sei o que era, mas é muito bom.

    Agora que eu percebi estou morrendo de fome.

    Comi as duas bandejas de comida, cada coisa mais gostosa que a outra. E quando terminei todos estavam antônimos e Shinji tinha acordado.

    –É uma dama forte e com um grande estômago.

    –Claro ela passou duas semanas dormindo imergumêro. – diz Noriko.

    Duas semanas foi o tempo que os meus poderes demoraram para mudar o meu corpo e despertar meus sentidos.

    –Mas agora começa a diversão. – diz Rei.

    É agora sim, a verdadeira batalha começa agora.


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