Karen e seus companheiros seguiam o jovem dragão pelos esgotos, até uma rachadura no cano, grande o bastante para todos passarem. Passaram pela rachadura, chegando a uma espécie de caverna subterrânea. Continuaram seguindo por uns 500 metros até uma grande abertura na caverna, com água limpa e bastante espaço.
- Pronto... Aqui vocês podem deixar a Náiade se recuperando. Sei que estão cheios de perguntas, eu estou aqui para respondê-las... Descansem e se recuperem.
- Obrigada... –Disse Ravena, entrando no lago e afundando-
- Eu tenho uma pergunta –Karen tomou a dianteira- Por que está nos ajudando? Você é um dragão, não é? Não deveria nos devorar em vez de nos ajudar?
- Como eu disse... –Sentou-se perto do lago- Sou filho de Apolo, deus do Sol. Sou um meio-sangue como vocês... Eu estou seguindo vocês desde a luta contra Cratos. Meu pai, pediu para cuidar de vocês enquanto estivessem nos arredores da Cidade dos Dragões. Aqui não é território para Meio-sangues.
- Seu pai? Ah ta, por que Apolo se importaria conosco? – Disse Dan, indo até o lago e bebendo a água-
- E por que você não fez nada pra nos ajudar na luta? Ou quando o Agnus tentou me molestar?! Por que não fez nada se estava olhando esse tempo todo?!
- Que fique bem claro que eu não te molestei... –Sussurrou Agnus-
- Abaixe a voz Karen, filha de Pã. Eu tinha meus motivos pra não interferir. Primeiro... Eu não posso interferir em missões de três pessoas, caso vocês não saibam, três é o numero sagrado. O que me diz que um de vocês quatro não vai voltar dessa missão. Segundo, meu pai pediu que eu não me mostrasse pra vocês. Apolo raramente interfere em missões, mas parece que dessa vez o Olimpo inteiro está se mobilizando... Além do mais, tem uma irmã minha envolvida nessa história...
- Como assim, uma irmã sua? Um dragão?
- Não, uma meio-sangue, filha de Apolo... Elas e chama Judy. É uma garota de cabelo roxo e óculos de Snowboard... Ela é minha irmã... Ela foi corrompida por uma semideusa... Kash acho que era seu nome... E se revoltou contra o Olimpo...
- Kash? Nunca ouvi falar, ela nunca foi pro Acampamento-Meio sangue não é? –Perguntou Dan, enquanto limpava seu rosto-
- Ninguém nunca ouviu falar dela, isso que é o estranho. Procurei saber sobre ela, mas ninguém nunca a viu nem ouviu falar dela. Só sei que ela tem cabelos vermelho fogo e seus olhos são azuis como o oceano... Mas só a vi uma vez, quando ela veio buscar a minha irmã...
Karen fez uma cara horrorizada assim que ouviu a descrição da garota e deixou Physis cair no chão.
- O que houve?
- Eu... Eu já vi essa garota antes... Na minha visão, na entrada do submundo!
- Que visão é essa? –Perguntou Agnus enquanto se sentava e espreguiçava-
- Eu tive uma visão, algum tempo atrás, de uma garota como ele descreveu... Ela estava com um “pequeno exercito”, na entrada do submundo...
- Isso é sério... –Disse Ravena, saindo do lago em forma de água- Temos que nos apressar, se essa é a garota que tem o Velocino, temos que segui-la.
- Sim... Isso vai ser complicado. Báshura, você não pode ajudar não é?
- Não, vocês já tem gente demais... Só... Me façam um favor. Se encontrarem minha irmã, digam que eu estarei esperando por ela... –Disse apontando para uma rocha enorme- Depois dessa rocha está o túnel que leva pra fora da cidade. É a rota mais usada pelos Meio-Sangues que vem pra cá...
- Mas e tem uma rocha enorme bloqueando o caminho? Como vamos passar por lá?! –Disse Agnus exaltado-
- Eu sei, foi bloqueada por um ciclope que chegou a entrar aqui... Eu posso levanta-la, mas vão ser só por alguns segundos, vocês devem passar nesse tempo. Estão prontos?
- Sim...
Todos se prepararam. Báshura foi até a rocha e com muito esforço a levantou
- Agora, passem todo! Já! –Disse Báshura, enquanto suas pernas começavam a fraquejar-
Sem dizer nada, todos correram pela abertura criada pelo jovem dragão e sem olhar pra trás seguiram pelo túnel. Só ouviram um forte rugido vindo de onde ele estava e viram que a rocha já estava em seu lugar. Continuaram correndo sem parar até o fim do túnel, onde avistaram a luz do sol. Haviam saído em uma ferrovia. Dan olhou pra trás e fez um sinal, uma garra colocada na frente do peito, em sinal de respeito e para dar sorte para o seu novo amigo. Estavam todos sorridentes, pois agora sabiam o que deveriam fazer. O que os aguarda nessa jornada em busca do Velocino?