Aqui está o começo do Arco: "Mamoru".
Espero que gostem.
Há 5 anos atrás, num planeta distante, que não passava de um deserto gigantesco, aquecido pelo calor infernal de três Sois e que já fora o lar de uma das raças mais poderosas do Universo, os Taiyo. Nesse inferno onde só sobrava areia, uma figura usando um manto negro para se proteger da poeira, surgia pelas dunas.
O homem caminhava pelo deserto como se o calor não lhe causasse qualquer incómodo. Alguns minutos depois, decidiu encostar-se na sombra de um rochedo solitário, para beber água.
Quanto este retirou um velho cantil que levava à cintura, uma faca foi apontada à sua pessoa.
“Dá-nos toda a comida e bebida que tiveres.” Ordenou uma criança Taiyo que aparentava ter uns 12 anos, de olhos azuis, cabelo loiro com algumas madeixas verdes e que usava roupas muito desgastadas, enquanto apontava uma velha faca à garganta do homem que tinha acabado de conhecer.
“Não fazia ideia de que a criminalidade começava tão cedo.” Falou o homem levantando-se despreocupadamente, ignorando a arma afiada do seu assaltante. “Pelo teu olhar posso dizer que não estás a fazer isto apenas por ti, não é?”
“Eu tenho que alimentar o meu irmão, portanto obedece!” Respondeu o jovem com um olhar determinado e ameaçador.
“Estás a falar deste irmão?” Perguntou o homem com um sorriso cheio de dentes afiados, batendo no rochedo onde antes estava deitado, este se desfez em pequenas pedras como se fosse feito de vidro. Revelando atrás dele, uma criança Taiyo, que aparentava ter uns 8 anos, de olhos vermelhos, cabelo verde com uma franja loira que quase lhe tapava o olho direito e que também usava roupas desgastadas.
“Maldito!” Gritou a criança mais velha, pensado que aquele estranho podia fazer mal ao seu irmão.
Então correu na direção do misterioso homem, que era sem dúvida um Taiyo, empunhado a sua faca, mas num piscar de olhos, o homem tinha desaparecido do seu campo de visam, assim como a faca das suas mãos.
“Tens coragem, mas o teu ataque tinha imensas aberturas, contra um guerreiro experiente terias morrido em menos de nada.” Avisou o estranho, que agora se encontrava atrás do garoto loiro.
Quando este se virou, o homem atirou-lhe a sua faca para o lado dos seus pés, para que a pegasse de volta.
“Queres tentar oura vez? Vou tentar pegar leve.” Falou o Taiyo mais velho, desembainhando uma katana japonesa que levava às costas.
“Nunca vi uma espada assim.” Comentou o garoto de olhos azuis começando a temer o seu adversário, enquanto o seu irmão mais novo estava tão assustando que nem se conseguia mover.
“Foi um amigo que me deu, quando eu visitei a Terra, é um lugar muito interessante.” Explicou o viajante encarando a reluzente lâmina da sua espada com uma certa nostalgia. “Queres mesmo enfrentar-me? A mim pareces-me um pouco assustado.
“Não importa! Eu irei proteger o meu irmão mesmo que isso custe a minha vida!” Respondeu o garoto colocando-se numa posição de ataque.
“Por acaso és idiota?” Perguntou o estranho num tom infantil que acabou, por momentos, com toda a tensão que tinha sido construída.
“O que queres dizer com isso?” Indagou o jovem irritado e com uma veia a pulsar na testa, enquanto o Taiyo mais novo soltou um pequeno sorriso ao ver a reação do seu irmão mais velho.
“Se tu morresses ao proteger o teu irmão, então ele ficaria muito triste. É isso que queres?” Inquiriu o homem aproximando-se lentamente.
“Claro que não, mas não posso fazer mais nada.” Respondeu o garoto hesitando um pouco devido à dúvida.
“Porque não proteges a tua vida juntamente com as dos que queres proteger? Assim podem ser felizes juntos.” Explicou o misterioso Taiyo passando ao lado do jovem, deixando-o sem palavras.
“Então vai perdoar o meu irmão mais velho?” Perguntou o Taiyo de olhos vermelhos timidamente.
“Eu não tenho necessidade de fazer isso.” Respondeu o homem agachando-se perto da criança e acariciando-lhe os seus desarrumados cabelos. “Ele não fez nada errado, simplesmente agiu como um samurai.”
“Samurai? Eu não sei o que é isso, mas mais importante. Quem é você?” Indagou o garoto mais velho.
“Esqueço sempre de me apresentar.” Falou ele levantando-se e embainhando a sua espada. “O meu nome é Tokegawa Hideo. Bem, acho que está na hora de eu continuar a minha viagem, até a um próximo assalto, rapazes:”
“Espere, Tokegawa-san.” Pediu o garoto loiro, fazendo com que o velho samurai parasse. “Eu sei que é pedir muito para alguém que acabei de conhecer. Mas como você disse, o meu estilo de luta tem muitas aberturas. Portanto, por favor me treine para que eu seja capaz de proteger os outros! Me torne um samurai!”
“Digam-me, vocês têm família?” Perguntou Tokegawa sem se virar para as crianças.
“Não, estamos sozinhos desde que nos lembramos.” Respondeu o Taiyo mais jovem entristecido.
“Entendo. Então vocês também.” Murmurou o velho Taiyo virando-se lentamente para eles e esboçando um sorriso e olhar desafiantes. “Têm mesmo a certeza de que é isso que querem? Depois não vão poder desistir.”
Os dois irmãos entreolharam-se e sorriram confiantes, enquanto respondiam em uníssono. “Claro!”
“Muito bem, então sigam-me.” Falou Tokegawa, voltando a seguir o seu caminho. “A partir de hoje, os vossos nomes serão, Mamoru e Koi. E vocês serão os meus discípulos. Não!… Serão os meus filhos.”
–----------------------------------------(Flashback Off)--------------------------------------------
No QG do Shinsengumi, era dia de limpeza e o grupo liderado por Hijikata ficou encarregado do armazém, que estava mesmo a precisar de uma limpeza a fundo.
“Vice-comandante, esta caixa não está no inventário.” Avisou um dos policiais, apontando para uma gigantesca caixa de titânio reforçado, com imensos avisos para não abrir.
“Sim, essa é a caixa que o Tokegawa-san pediu para nós guardarmos. Sinceramente, não acredito que o Kondo-san aceitou fazer isso, sem ao menos saber o seu conteúdo.” Explicou Hijikata pousando a sua mão sobre a caixa.
“Agradecia que não pose-se as mãos nesta caixa, não lhe é permitido.” Falou uma voz misteriosa, fazendo com que todos os policiais levantassem a guarda.
“Quem está aí?” Indagou o vice-comandante demoníaco levando as mãos até à pega da sua espada.
“Aqui em cima! Já nem se pode meditar em paz.” Respondeu o dono da voz, revelando que estava em cima da caixa.
“Desce já! Este lugar é interdito a civis!” Ordenou Hijikata desembainhado a sua espada.
“Estou indo.” Respondeu o misterioso visitante saltando de cima da caixa e aterrando à frente de vice-comandante, casando uma nuvem de poeira. “Mas eu não sou um civil normal.”
Quando a nuvem se dissipou, revelou um jovem que devia ter uns 17 anos, que vestia umHakama, com a parte inferior azul-escura e com a parte superior azul-clara e com desenhos de nuvens, carregava consigo uma katana dentro de uma bainha branca, o seu cabelo era loiro, mas no final do seu rabo-de-cavalo os seus cabelos tornavam-se verdes, os seus olhos azuis e semelhantes aos de um réptil e os seus dentes afiados revelavam que ele era sem dúvida um Taiyo.
“Quem és tu.” Inquiriu Hijikata apontando-lhe a sua espada.
“O meu nome é Tokegawa Mamoru.” Apresentou-se fazendo uma leve vénia. “Estou aqui para visitar o meu sensei.”
“Cada vez temos visitas mais estranhas.” Comentou Hijikata embainhando de novo a sua espada e acendendo um cigarro.
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Nesse momento, em Yoshiwara, Tokegawa caminhava descontraidamente pelas ruas, quando de repente foi rodeado por mulheres da Hyakka.
“Passasse alguma coisa, senhoras?” Perguntou ele.
“Tokegawa Hideo, você está preso por utilização dos diversos serviços de Yoshiwara sem pagar!” Exclamou uma das mulheres.
“Parece que foi apanhado, não posso fazer nada a não ser render-me.” O velho samurai disse levantando os braços. “Hey, aquilo não é um grupo de homens a molestar uma jovem senhora inocente?”
Quando todas as Hyakkas se viraram para a direção que Tokegawa estava a apontar, este começou a correr na direção contrária.
“Ele enganou-nos!”
“Apanhem-no, rápido!”
Então o grupo de mulheres que se encarrega da segurança de Yoshiwara começou a perseguir o trapaceiro Taiyo.
“Podem correr à vontade! Nunca me vão apa…” Antes de poder terminar a sua frase, Tokegawa adormeceu enquanto corria.
“Quem é que adormece no meio de uma perseguição e continua a correr?” Comentou uma das Hyakkas.
Enquanto o Amanto continuava a correr e a dormir, alguém lhe pregou uma inesperada rasteira, que o desequilibrou e o fez cair de cara no chão, acordando-o.
“Hã? O que aconteceu?” Indagou Tokegawa confuso.
“Estás preso.” Afirmou Tsukuyo, a autora da rasteira.
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Numa pequena sala, rodeado por mulheres da Hyakka que o vigiavam, Tokegawa aguardava pela sua punição.
“Bem, Tokegawa Hideo, também conhecido por T, tens uma imensa quantidade de dívidas em Yoshiwara e deves paga-las a todas.” Falou Tsukuyo entrando na sala com alguns papéis na mão e um olhar severo.
“Bem… A verdade é que não tenho dinheiro nenhum.” Respondeu Tokegawa demonstrando um certo nervosismo.
“Entendo. Nesse caso a tua punição será a castração.” Sentenciou a Cortesã da Morte pegando numa reluzente kunai.
“Sinto muito! Por favor, me perdoe!” Pediu o velho samurai Amanto fazendo uma enorme vénia. “Prometo que pago a dívida… Um dia.”
“Tarde de mais. Segurem-no!” Ordenou Tsukuyo e assim fizeram as Hyakkas.
“Desculpem a intromissão, mas isso pode ficar para outra altura?” Pediu Gintoki entrando na sala.
“Não me avisaste que vinhas. Agora estou trabalhando.” Falou Tsukuyo baixando a kunai.
“Desta vez não vim aqui para te levar em mais um encontro ou algo assim. Vim por ele.” Respondeu Gintoki apontando para o agora aliviado Taiyo.
“Me salvaste, Gintoki.”
“Então ele é teu conhecido?” Indagou a loira.
“Sim, ele é…”
“Sou como um pai para ele, não é, Gintoki?”
“Não, nunca pensei em ti dessa maneira.” Respondeu o albino cutucando o nariz.
“Isso foi cruel, Gintoki.” Comentou Tokegawa chorando de forma exageradamente dramática. “Não me admira que cada vez apareças menos!”
“Afinal podes continuar com o que estavam a fazer, Tsukuyo. Eu volto depois.” Falou Gintoki com uma pulsante veia na testa.
“Espera! Não me deixes!” Implorou o Taiyo.
“Tudo bem, podes levar este idiota, desde que ele não volte a por os pês em Yoshiwara.
“Muito obrigado, Cortesã-da-Morte-chan.” Agradeceu o velho samurai levantando-se e indo para perto do albino.
“Desculpa o incómodo.”
“Não têm problema, mas vais ter de me compensar, mais tarde.”
“Acho que posso fazer isso agora.” Falou o albino pegando a cintura de Tsukuyo e dando-lhe um beijo de surpresa.
“Já disse para não fazermos isso em público.” Tsukuyo disse envergonhada.
“Assim é que se faz, Gintoki.” Felicitou Tokegawa batendo nas costas do samurai, desequilibrando-o e fazendo com que ele, por acidente, apalpa-se os seios de Tsukuyo.
“O que pensas que estás a fazer, pervertido?” Gritou a loira completamente rubra e socando Gintoki com tal força que este foi contra Tokegawa e os dois quebraram a parede da sala, aterrando no meio da rua.
“Velho, só me causas problemas.” Reclamou Gintoki saindo da cratera por eles formada.
“Acho que tens razão.” Concordou Tokegawa rindo.
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Nesse momento, no Shinsengumi, Hijikata levou Mamoru até Kondo para o apresentar.
“Então você é o filho e o discípulo do Tokegawa-san. Prazer em conhece-lo, eu sou Kondo Isao, o Comandante do Shinsengumi.”
“O prazer é todo meu, Gorila-dono.” Cumprimentou o jovem Taiyo educadamente.
“Ele me chamou de Gorila, não foi?”
“Já que você é quem manda aqui, eu queria perguntar uma coisa.” Falou Mamoru ignorando o comentário de Kondo e lanchando ao mesmo um olhar severo. “Por que razão aquela caixa está num lugar como este?”
“Bem, foi o Tokegawa-san que nos pediu para o fazer.” Respondeu o Gorila.
“Como sempre o Sensei foi demasiado desleixado.” Suspirou o loiro e depois falou com o máximo de seriedade. “Algo como aquela caixa devia estar pelo menos num local de segurança máxima.”
“O que está naquela caixa é assim tão importante?” Questionou Hijikata.
“Sim, Hijikata-dono.” Assentiu Mamoru. “Na verdade o Sensei colocou-vos a todos em perigo, por a ter escondido aqui.”
Aquilo chocou os dois altos escalões do Shinsengumi, o que poderia estar naquela caixa para que os pusesse a todos em perigo?
“Este cheiro!” Falou Mamoru levantando-se de repente, com a sua katana embainha na mão.
“Que se passa, Mamoru-kun?” Perguntou Kondo preocupado.
“O que ele faz aqui?” Indagou o Taiyo, ignorando o comandante e saindo a correr.
“Ele deve ter pressentido alguém.” Supôs Hijikata.
“Será um ataque inimigo?” Indagou Kondo.
“Porquê? Porquê?” Pensava Mamoru enquanto corria pelos corredores. “Tem alguém neste lugar que tem um odor semelhante ao daquele desgraçado!”
Mamoru continuou a correr até chegar ao balneário. Então desembainhou a sua katana e cortou a porta, mas quando entrou, ficou completamente surpreendido ao encontrar Kagura se trocando.
“Uma ga-ga-garota!” Gaguejou o jovem Taiyo corando.
“Sai daqui, pervertido!” Gritou a jovem Yato furiosa chutando Mamoru para longe, fazendo-o aterrar no pátio.
“A minha cabeça.” Queixou-se Mamoru levantando-se com uma mão na cabeça. “Com aquela força deve ser uma Yato.”
“Ei, o que pensavas que estavas a fazer, maldito?” Perguntou Sougo apontando a sua espada para o loiro.
“Eu não estava a tentar espiar, só cometi um erro.” Respondeu Mamoru.
“Bem, não importa se foi um erro ou não, agora estás preso.” Falou capitão do Shinsengumi prendendo o suspeito.
“O que significa isto? E eu ao menos mereço um advogado!”
“Já o apanhaste, Sádico?” Falou Kagura, já vestida, passando através do buraco na parede, feito pelo corpo de Mamoru.
“Sim, agora explica quem raio és.” Ordenou o sádico policial chutando a bunda do algemado samurai, fazendo-o cair de cara no chão.
O Taiyo, um pouco corado ficou encarando Kagura de uma forma desconfortável durante alguns minutos, depois sentou-se de joelhos, voltado de costas para ela e apresentou-se. “O-o meu no-nome é To-Tokegawa Ma-Mamoru.”
“Mas que cara estranho.” Comentou Sougo.
“Ei, porque estás a falar dessa forma? E olha para as outras pessoas quando te estás a apresentar!” Repreendeu Kagura.
“N-não é q-que e-eu fique de tal forma tímido na presença de uma garota, que nem consiga falar o-olhado para e-ela ou algo assim. Não pensem errado!”
“Ele parece ser bem irritante.” Comentou Kagura.
“Já agora, qual é a tua relação com o Kamui?” Perguntou Mamoru ficando sério de repente.
“Como sabes que eles estão relacionados?” Indagou o capitão da 1ª divisão do Shinsengumi desconfiado.
“Fácil, o odor deles é muito semelhante, quase me confundiu.” Revelou Mamoru.
“Então és um daqueles pervertidos com fetiche por odores.” Supôs a ruiva.
“Não sou esse tipo de pervertido!” Gritou o loiro ainda de costas para Kagura.
“Ele não desmentiu o facto de ser um pervertido.” Okita comentou.
“Mas sim, é verdade. O Kamui é o meu irmão. Por que é que estás interessado nele?”
“Eu odeio todos os Yatos, sem exceções. Em especial o Kamui, pois foi por causa dele que eu perdi o meu irmão mais novo.” Respondeu Mamoru com uma expressão de ódio, que não foi notada por Kagura e Sougo, pois ele estava de costa para os dois. “É por isso que eu jurei vingar-me e mata-lo!”
“Kagura-chan! Okita-kun! Olá!” Cumprimentou Mizuki animadamente, chegando com Shinpachi, acabando com o desconfortável clima.
“O que vocês estão a fazer aqui?” Perguntou Kagura.
“Bem, o Toshi-kun me pediu para encontrar o Tokegawa-san, mas como o meu senso de direção é um pouco ruim, tive de pedir ajuda ao Shinpachi-kun e ao Onii-chan, que por acaso já o encontrou e disse para nós os esperarmos aqui.”
“Isso não foi um pouco longo demais?” Comentou Shinpachi com uma gota de suor atrás da cabeça.
“Mas foi mais efetivo que um Flashback, não achas?” Respondeu Mizuki com um ar intelectual. “Então este é que é o Mamoru-kun? Olá, o meu nome é Mizuki.”
“O-o-olá, é u-um pra-prazer co-conhecê-la, Mi-Mizuki-dono.” Cumprimentou Mamoru de costas para eles.
“Qual é o problema dele?” Indagou Mizuki confusa.
“Ele é apenas demasiado tímido quando o assunto é garotas.” Explicou Tokegawa do cimo do muro do QG do Shinsengumi, de onde saltou, causando uma pequena nuvem de poeira.
“O velho sempre gostou de entradas exageradas.” Falou Gintoki entrando de forma normal.
“Sensei, ainda bem que chegou. Queria falar com você.” Falou Mamoru levantando-se e quebrando as algemas sem fazer muito esforço.
“Ele quebrou as algemas assim tão facilmente? Ele deve ter-se deixado prender para assim impedir conflitos desnecessários. Deve ser bem inteligente.” Pensou Sougo observando o estranho Taiyo.
“Estás algemas quebram-se assim tão facilmente? Nossa, se eu soubesse disso, podia ter-me libertado antes.” Falou Mamoru acariciando os seus pulsos.
“Retiro tudo o que disse! Ele é apenas um idiota.” Pensou o capitão do Shinsengumi.
“O que me querias dizer, Mamoru?” Perguntou Tokegawa com o seu típico ar descontraído.
“Sensei! Como você pode esconder a caixa num lugar destes? Dessa forma não deve demorar muito para eles a descobrirem. Você tem de ser mais responsável!” Repreendeu Mamoru.
“Pronto, tem calma. Eu tive as minhas razões para o fazer.” Explicou Tokegawa tentando acalmar o seu aprendiz.
“Ainda bem que chegou, Tokegawa-san.” Falou Hijikata apoiado na parede do QG, acendendo um cigarro. “Temos algumas perguntas para lhe fazer.”
“Entendo.” Respondeu o velho Taiyo olhando ao seu redor. “Mizuki, Kagura-chan, Shinpachi-kun, levem o Mamoru numa volta pela cidade, para ele a ficar conhecendo.”
“Porque temos de fazer uma coisa chata como essa?” Reclamou Kagura cutucando o nariz.
“Sim, a ultima coisa que eu quero é ser guiado por uma Yato.” Mamoru também reclamou, mas virado de costas para Kagura e Mizuki.
“Acho que vocês me entenderam errado. Eu não pedi, eu disse para irem.” Falou Tokegawa com um sorriso amigável, mas emanando uma aura ameaçadora.
“Bem, então estamos indo.” Mizuki disse apreçada, arrastando Kagura e Mamoru, enquanto Shinpachi os seguia.
“Bem, vamos falar num sítio mais apropriado.” Propôs Tokegawa descontraidamente.
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Então, na sala de reuniões do Shinsengumi, estavam Kondo, Hijikata, Sougo, Tokegawa e Gintoki.
“Porque é que eu também estou aqui?” Indagou o albino entediado.
“Decidi que também está na hora de tu saberes.” Respondeu Tokegawa com tal seriedade que Gintoki ficou atento.
“Então explique-nos, Tokegawa-san. O que está dentro daquela caixa e quem são as pessoas que a querem?” Questionou Kondo.
“Quanto ao seu conteúdo não posso revelar nada, vocês vão ter de confiar em mim.” Respondeu o samurai Amanto. “Mas quem está interessado nela é o 13º esquadrão dos Harusame.”
“Pensei que os Harusame só tivessem 12 esquadrões.” Falou Sougo desconfiado.
“De certa forma é verdade. Apesar de fazerem parte dos Harusame, o 13º esquadrão funciona de uma forma mais discreta e independente, mas é sem dúvida o esquadrão mais perigoso dos Harusame, incluindo o antigo 7º esquadrão que era apenas composto por Yatos. Mas o maior perigo de todos é o seu capitão, tanto a sua força como a sua mente são algo que não deve ser subestimado.”
“O que mais sabe sobre ele?” Indagou Hijikata libertando uma pequena nuvem de fumaça.
“Diz-me, Gintoki. Ainda te lembras dos Enmi?” Perguntou Tokegawa, aparentemente ignorando a questão do vice-comandante.
“Claro, aquilo causou-nos imensos problemas.” Respondeu Gintoki, estranhando a pergunta do velho samurai.
“Como já devem saber, os Enmi eram na verdade nano-robôs parasitas que tomavam o controle do corpo do seu hospedeiro. Mas esse tipo de tecnologia não aparece do nada.”
“O que queres dizer com isso, velho?” Perguntou Gintoki começando a ficar sério.
“Bem, eu estou querendo dizer que o capitão do 13º esquadrão criou os Enmi, mas na verdade eles eram apenas um protótipo defeituoso para algo pior.” Respondeu Tokegawa voltando ao seu ar descontraído.
“Como é que sabe tanto sobre o líder de uma organização secreta sobre a qual o Bakufu não sabe nada?” Perguntou Hijikata desconfiado.
“Bem, ele é o meu…” Tokegawa acabou adormecendo antes de terminar a frase.
“Não adormeças nas partes mais importantes!” Gritaram Kondo, Hijikata, Gintoki e Sougo.
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Nesse momento, do cimo de um edifício, alguém observava o grupo de Mizuki, a partir de uns binóculos.
“Então aquele é o discípulo do Tokegawa que eu tenho de eliminar. Espero que não seja difícil, não quero perder o meu dorama.” Falou um jovem de 19 anos, com a tatuagem de um 13 por baixo do olho esquerdo, com cabelo negro e olhos castanhos, que usava roupas chinesas e um guarda-chuva vermelho-escuro para se proteger do Sol.