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Acordei bem cedo, assim que os primeiros raios de sol bateram no meu rosto. Estava cansada devido à terrível noite de sono. Todos os meus sonhos, ou melhor pesadelos levam a um único caminho e pessoa. Sasuke enclausurado naquela sela escura e fria e com o seu corpo coberto de ferimentos. Essas imagens não saiam da minha cabeça.
Comi qualquer coisa rápida e saí para a rua. Devido à hora matutina a vila estava deserta. Óptimo para pôr a minha ideia em prática. Corri o máximo que pude em direcção à prisão da vila.
Quando lá cheguei o guarda cumprimentou-me e perguntou-me o que estava a li a fazer. A primeira coisa que me veio à cabeça foi abate-lo, deixa-lo desmaiado ou algo do género, mas isso chamaria muito a atenção, foi quando me lembrei de uma desculpa que certamente não levantaria suspeitas.
Sakura- Bom dia. - Cumprimentei o guarda que continuava à espera que eu dissesse o que estava lá a fazer. – O Sai pediu-me para vir cá buscar uns processos. Como só estava livre agora cedo resolvi passar por cá. – O guarda olhou-me desconfiado, mas mesmo assim mantive-me firme.
Guarda- Ele não me falou de nada.
Sakura- Eu sei, ele só se lembrou ontem à noite e eu disse que não tinha problema, que bastava ele dizer-me onde estavam e vinha cá buscar.
Guarda- Muito bem… - Suspirei aliviada. – Eu acompanho-a. – Gelei ao ouvir essa última parte.
Sakura- Não é preciso. Eu sei onde eles estão. Alem disso aqui a entrada não deve ficar sozinha. – Ele me olhou por uns instantes e logo concordou comigo, deixando-me entrar.
Dirigi-me rapidamente para a ala onde sabia que eram as celas. Os corredores eram longos e mal iluminados. Conforme passava pelos corredores os presos iam-se aproximando par a me verem passar, alguns chamavam, outros batiam freneticamente nas grades e outros apenas assobiavam. Caminhava olhando para dentro das celas, virei um corredor e nada de encontrar Sasuke. Andei mais um pouco e virei novamente noutro corredor verificando todas as celas. Quando cheguei ao fim do corredor verifiquei a ultima cela que havia.
O meu coração falhou umas quantas batidas, foi como se tivessem tirado o chão debaixo dos meus pés. Sasuke estava sentado no chão. Os seus olhos estavam vendados e os seus braços acorrentados a uma parede e erguidos. Levei a mão à boca para abafar o choro.
Tirei um gancho do meu cabelo e comecei a trabalhar na fechadura para a abrir. O pequeno barulho que fiz ao destrancar a porta, fê-lo virar o rosto na minha direcção.
Entrei lentamente e fui-me aproximando. A cela era bastante escura e húmida. Estava nervosa, não sabia qual seria a reacção dele quando soubesse que era eu quem estava ali.
Sasuke- Quem está aí? – A sua voz soou fraca, quase como um sussurro. Eu nada disse aproximei-me e aninhei-me à sua frente.
Apesar de não me ver o seu rosto estava virado na minha direcção, era obvio que havia seguido o som dos meus passos ao aproximar-me.
Agora perto podia vê-lo perfeitamente estava sem camisola. O seu corpo estava bastante ferido. Algumas das ferida estavam praticamente a cicatrizar, mas tinha outras que ainda estavam bastante abertas. O seu rosto continuava perfeito um pouco mais magro mas ainda assim perfeito. Aproximei a minha mão um pouco a medo. Ele não se mexia. Quando finalmente cheguei ao seu rosto fiz-lhe uma pequena carícia fazendo-o estremecer e suspirar.
Sasuke- Sakura?! – Aquilo me surpreendeu. Como é que ele sabia que era eu? – Sakura, és tu? – Perguntou pela segunda vez, senti as lágrimas escorrerem pelo meu rosto. Aproximei-me um pouco mais a fim de retirar a venda dos seus olhos.
Sakura- Sim, sou eu. – Disse contendo o choro, e retirando por fim a venda. Ele me olhou com um pouco de dificuldade e confuso.
Sasuke- O que fazes aqui? – Já deveria esperar essa pergunta vinda dele.
Sakura- Soube o que aconteceu e tinha que te ver!
Sasuke- Porquê? Depois de eu quase te ter morto!
Sakura- Shuuu. – Pus o meu dedo sobre os seus lábios, aquelas palavras doíam-me e as lembranças ainda mais. – Isso é passado, agora o importante é que estás aqui. – Era verdade. Eu ainda o amava e estava disposta a tudo para ficar a seu lado. Aproximei-me lentamente e beijei-o.
Inicialmente percebi que ficou relutante em corresponder. Mas aos poucos acabou por movimentar os seus lábios ao ritmo dos meus.
Paramos o beijo por falta de ar. Eu estava na sua frente com as minhas pernas, uma de cada lado das suas coxas. Os seus olhos estavam semicerrados, olhando intensamente nos meus.
Sakura- Há quanto tempo estás aqui? – Pelo seu estado ele tinha de estar ali há mais de dois dias, bastante mais. As minhas mãos continuavam a segurar o seu rosto à espera de uma resposta.
Sasuke- Não sei ao certo. – O que ele queria dizer com aquilo? – Um mês, dois talvez não sei. Cada dia é pior que o outro. – Tossiu inclinando-se um pouco para a frente.
Sakura- Tu estás demasiado fraco. – Amparei um pouco o seu corpo. – Eu vou curar alguns dos teus ferimentos. – Acariciei o seu rosto, pronta para começar a usar o meu chacra.
Sasuke- Espera. – Virou o rosto na direcção da porta. – Vem aí alguém! – Raios o guarda deve ter estranhado a minha demora. – Tu não tens autorização para estar aqui, pois não? – Os seus olhos estavam novamente presos nos meus.
Sakura- Não. – Sussurrei.
Sasuke- Isto é uma idiotice. – Aquelas palavras fizeram-me doer. – Sabes que podes ser julgada por estar aqui, sem autorização. É perigoso para ti! – Então era comigo que ele estava preocupado.
Sakura- Sasuke eu…
Sasuke- Vai. Eu fico bem. – Vi um pequeno sorriso no seu rosto.
Sakura- Eu vou tirar-te daqui. – Levei as mão ás algemas para o tentar soltar
Sasuke- Não. Agora tens de sair daqui.
As lágrimas caiam pelo meu rosto mas ele tinha razão se eu fosse apanhada lá nunca mais o poderia ver. Aproximei novamente o meu rosto do dele e beijei-o intensamente. Desta vez ele não hesitou e correspondeu logo. A minha língua abriu passagem para a sua boca e comecei a explorá-la até que a dele se juntou aos movimentos da minha.
Ele parou o beijo, entendi que não tinha mais tempo. Apesar de não querer tinha de sair dali.
Sakura- Eu ainda te amo. - Levantei-me e dirigi-me à porta rapidamente.
Sasuke- Sakura! – Eu virei-me para o olhar. – Obrigado.
Sakura- Não me agradeças. – Sorri apesar das lágrimas que teimavam em escorrer. – Eu vou voltar e tirar-te daqui. Prometo.
Saí a correr sem voltar a olhar para traz, se o fizesse sabia que não seria capaz de o deixar ficar ali naquele estado.
Corri rapidamente pelos corredores, continuando a ouvir as manifestações dos que estavam presos. Quando cheguei ao portão principal não parei e saí desenfreada pelo portão deixando certamente o guarda que lá estivesse a olhar.