Gary Stu

  • Masumi
  • Capitulos 4
  • Gêneros Drama

Tempo estimado de leitura: 28 minutos

    16
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Desabafo

    Violência

    Acordei com o sol batendo no meu rosto,eram cerca de três horas da tarde.Eu tinha um dia inteiro de tédio pela frente. Sozinho em casa, tive uma idéia que nunca pensei ter.Visitaria Akane, a julgar pela hora, ela estaria na loja. Coloquei meu tênis e uma camisa preta, e fui vê-la. No meio do caminho, eu me dei conta... O que diria a ela? Agir como se nada tivesse acontecido? Não é de meu feitio... Talvez eu me arrependa disso, de desculpar-me. Mas de certa forma, o que aconteceu comigo hoje me sensibilizou, e eu sinto que o correto é pedir perdão pela minha estupidez. Entrei na loja, ela me viu, estava com o mesmo sorriso de sempre. Dirigi-me até ela.

    Noriko - Akane... Eu gostaria de...

    Ela me interrompeu com sua fala, em tom gentil.

    Akane - Daqui a uns quinze minutos estou saindo, me espere e já conversamos ok?

    Noriko - Certo...

    Fiquei sentado em um dos bancos, olhando ela trabalhar.

    O tempo passou, ela foi trocar-se e pouco depois voltou, olhou-me e disse "vamos". Fomos até um parque, o mesmo que eu sempre vou. Aliás, ele já não é mais tão especial assim, percebi que todos aqui vem, isso faz com que a graça se perca... Sentamos um ao lado do outro em um banco, e ela começou a falar.

    Akane - E então, o que você queria me dizer?

    Noriko - Eu queria te pedir desculpas... Por tudo que eu te fiz. Sei que fui estúpido diversas vezes com você...

    Ela me olhou de uma maneira doce...

    Akane - Tudo bem! Apenas me responda... O que aconteceu com você? Está diferente...

    Droga, ela percebeu... Por que estou surpreso? Qualquer um perceberia, ela principalmente, já que é bastante atenciosa... Falar de mim mesmo, acho constrangedor. Mas ela me inspira confiança, mesmo não a conhecendo tanto assim. Resolvi contar tudo, desde que nos separamos lá na escola. Inclusive sobre Iwao. Sua reação, tenho medo... Não consegui me controlar, fazia tempo que não conversava assim com alguém, comecei a chorar. Merda, não tenho nada para esconder meu rosto, por intuito coloquei minhas duas mãos no rosto. Mas isso só tornou evidente que eu não conseguia me conter. Ela estava me olhando, não dizia nada.

    Noriko - Desculpa.

    Akane - Tudo bem, não precisa ficar assim. Mas tome cuidado, você teve sorte daquela garota aparecer, fique tranqüilo, trate de se enturmar o mais depressa possível, essa gente sempre persegue os novatos, quanto antes você estiver em algum grupo, melhor será.

    Suas palavras me confortavam... Olhei para ela, e sorri. Ela sorriu de volta, fiquei feliz, em saber que posso confiar em alguém...

    Akane - Quer sair?

    Noriko - Para onde? Não conheço muitos lugares aqui...

    Akane - Vamos ao parque! Vai ser bem divertido!!

    Noriko - Não gosto de parques...

    Akane - Vamos, deixa de ser chato! Tenho certeza que você vai gostar!

    Garota insistente... Convence a qualquer um, e comigo não é diferente.

    Noriko - Tudo bem, vamos então.

    Ela foi correndo na frente, tive de correr também para alcançá-la. Em aproximadamente trinta minutos, chegamos ao tal parque. Era um lugar bem... Colorido. De alguma forma, era totalmente a cara dela, feliz.

    Primeiro fomos à montanha russa, depois no trem fantasma, logo em seguida compramos algodão doce e ficamos de pé, conversando sobre diversas coisas. O tempo passou rápido enquanto conversávamos e, por que não dizer, nos divertíamos. Quando o tempo começou a nublar, resolvemos ir para nossas casas.

    Cho - Boa noite, Noriko. Onde esteve?

    Noriko - Fui sair com a filha da vizinha, por quê?

    Cho - Por nada, eu cheguei e você não estava aqui, apenas estranhei, já que você nunca foi muito de sair com amigos.

    Noriko - Pare com esses comentários irônicos! É óbvio que eu não saia antes, naquele fim de mundo que vocês resolveram se mudar não havia nada de interessante. Deixe-me em paz.

    Fui em direção às escadas, ela havia me dito alguma coisa, mas não prestei atenção alguma. No meu quarto, peguei um caderno e comecei há escrever um pouco... Estava inspirado. Geralmente o que motiva, inspira as pessoas a escreverem é a tristeza, já no meu caso é diferente, totalmente o oposto. É a alegria, e esse sentimento é raro para mim.

    Anoiteceu, ouvi meu pai chegando, não fiz questão de cumprimentá-lo. Algumas horas se passaram, ouvi alguém bater em minha porta, e entrar em seguida. Olhei e era ele.

    Ken - Noriko, tudo bem?

    Noriko - Sim, por quê?

    Que conversa estranha... Aposto que minha mãe comentou algo com ele.

    Ken - Por favor, pare de agir assim. Faz mal a você e sua saúde, esse rancor.

    Comecei a rir, acho esse tipo de assunto muito ridículo! Conversa de pastor de igreja...

    Noriko - Foda-se minha saúde, quem se importa com ela?

    Ken - Eu me importo. Gostaria de conversar com você, a respeito da sua mãe. Eu a vi chorar, diante de uma roupa manchada de sangue. Era sua, não?

    Minha mãe... Chorou por minha causa? Nem sei o que pensar, acreditava que ela estivesse brava comigo, me disse cada coisa...

    Olhei para meu pai, com a cabeça baixa. Ele deu um sorriso um pouco triste, e saiu, deixando-me sozinho com meus pensamentos. Guardei o caderno, e fui deitar.

    Tenho que resolver essa situação... Não adianta eu me queixar de meus problemas, tenho de buscar soluções para eles... Foi com esse pensamento em mente que adormeci.


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