Adolescentes, escolas e muitas confusões.

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    Capítulos:

    Capítulo 3

    Adolescentes, escolas e o flashback maligno.

    Álcool, Bissexualidade, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Olá pessoal!

    A música do capítulo é uma OST do Anime Danshi Koukousei no Nichijou!

    Link: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=oF8ueHmCPn0

    Enfim, divirtam-se!

    Boa leitura!

    — É... A tortura começou... — comentou adentrando o quarto. — Se ele não morrer dessa vez... Ele não morre nunca mais!

    (...)

    Segunda-feira:

    Pi – Pi – Pi – Pi... Monitor cardíaco.

    Os olhos negros foram abrindo-se com dificuldade. O excesso de branco naquele lugar fazia com que a luz que adentrava pelas vidraças da janela tonificasse ainda mais aquela cor, dificultando ainda mais a visão turva daquele que aos poucos despertava:

    — Hum... O-Onde estou? — ele olhou ao redor.

    — Já está tudo bem, o senhor pode descansar! — tranquilizou-o, a voz feminina.

    — O q-que houve comigo? — perguntou forçando um pouco a vista e enxergando a enfermeira trajada de branco, que trocava a bolsa de soro ao seu lado.

    A enfermeira nada respondeu.

    Um homem adentrou a sala em silêncio e parou em frente ao garoto. De repente Itachi fechou os olhos novamente e todas as cenas do que havia acontecido anteriormente, voltaram à sua mente.

    A partir daquele momento, destemidamente ele mergulharia naquele flashback maligno...

    No dia anterior, domingo:

    A mulher, após colocar o filho mais novo para fora e fechar a porta da cozinha, se aproximou do primogênito, sentando-se à mesa:

    — Né, filhinho... É uma pena o seu irmãozinho não poder almoçar conosco! — comentou desapontada. — Mas tudo bem, né? Afinal, eu tenho você! — ela sorriu docemente para o moreno.

    — Ah... Claro, mãezinha querida! — ele confirmou disfarçando o medo terrível que estava sentindo.

    — Aqui! — ela pegou a concha de sopa e a mergulhou na panela, pegando a gororoba roxa escura. Jogou a substância sobre o prato de porcelana, fazendo um barulho horrendamente nojento. — Pronto! Como tudinho pra ficar fortinho! — ela avisou divertida.

    Ao olhar para aquela coisa pegajosa o rapaz teve ânsia de vômito, chegando a amargar a boca, mas rapidamente ele engoliu de volta:

    — Ah... Sabe, mãe, eu não tô me sentindo muito b-bem, e... — foi interrompido por ela, ao tentar se levantar.

    — Não senhor! — ela ordenou pegando-o pelo braço e o sentando novamente na cadeira. — A comidinha da mamãe vai te ajudar a melhorar! — ela afirmou pegando a colher do filho e afundando-a na “sopa”. — Abra a boquinha, filhote! — pediu com cara de cãozinho abandonado e olhinhos brilhando.

    — N-Na... Não, espera... Glup! — sua mãe enfiou a colher de uma vez, em sua boca e ele engoliu.

    — Isso aí... Você vai papar tudinho! — advertiu a mulher com sua doce expressão facial.

    — NÃOOOOO!

    Após isso, tudo havia ficado escuro e ele não se lembrava de mais nada.

    ***

    O jovem, depois daquela recordação pavorosa, levou as mãos à cabeça, massageando-a:

    — Aff... Então foi isso o que aconteceu! — ele concluiu abrindo os olhos outra vez. — Hum... Ai... Que dormência incômoda que estou sentindo nos “fundos”! — murmurou observando o homem vestido de branco, que ainda estava na sala.

    — É rapaz! Essa foi por pouco... — contou o outro, enquanto checava alguns aparelhos estranhos sobre a pequena mesa ali perto.

    — Hãn? O que a-aconteceu? — Itachi olhou assustado para uma borracha enorme que o enfermeiro segurava. Começou a tremer e suar frio, temendo a resposta.

    — Bom! Você deu entrada aqui no hospital já inconsciente... Estava com intoxicação alimentar aguda! — o homem se calou por alguns segundos e colocou a borracha dentro de uma vasilha com água. — Tivemos de fazer lavagem retal em você!

    — O QUÊEEEEE? — o garoto perguntou se recuperando instantaneamente do estado fraco em que se encontrava, sentando abruptamente sobre a cama. — Como você pôde fazer isso comigo? — aos berros ele indagou, os olhos arregalados transbordavam ódio. — Você feriu o orgulho de um homem, seu desgraçado... Você me violou! — ele acusou insanamente. — EU VOU TE PROCESSAR, seu filho da puta! — o rapaz surtou de vez, arrancando do braço as agulhas que lhe forneciam soro.

    — Hãn? — o homem de branco espantou-se com aquela cena. — Rápido... Traga algum sedativo! — pediu para a enfermeira que assentiu com a cabeça e saiu do quarto.

    — Nem me venha com essa de sedativo! Eu quero a sua cabeça, A SUA CABEÇA! — gritou tentando se soltar de algumas borrachinhas de soro que enroscaram nele. — PORRA! O que eu lutei tanto pra preservar naquele maldito colégio interno, esse arrombado me tirou assim? — inquiriu-se indignado. — Eu fui violentado... Não posso acreditar nisso! — começou a chorar, repetindo aquelas palavras incansavelmente.

    (...)

    Os dois jovens, que empurravam o carro, aos poucos aproximavam-se da casa. Era um belo sobrado. A garota avistou-os pela janela de seu quarto e logo desceu para recepcioná-los:

    — Nossa! — ela esbugalhou os olhos. — O que houve com vocês dois? — a loira perguntou analisando-os dos pés a cabeça. Estavam encharcados, com as calças sujas de lama.

    — Ah... Nada d-demais, ai... — respondeu o loiro acabando de empurrar o carro para a garagem. — Vai cuidar da sua vida, pirralha! — ele mandou nervoso com a menina.

    — Hey... Não liga pro mané do seu irmão não, Ino-chan! — comentou o garoto de cabelos alaranjados. — Nós... Estávamos na estrada ontem quando começou aquela chuva de pedra e... — foi interrompido por ela.

    — Oh não! Yahiko-san, você está ferido? — perguntou se aproximando do rapaz e o checando para ver se estava inteiro.

    — Eh... Não precisa se preocupar, não está faltando nada! — ele sorriu simpático.

    — Ufa... Que bom que você está bem, fico mais aliviada assim! — ela confessou voltando-se rumo à porta, sem sequer olhar para o irmão.

    — Hãaan? — Deidara que já estava com os braços abertos esperando que ela o examinasse também, se indignou. — Calma aê! E eu? Não vai perguntar se eu tô bem também não, é?

    — Ah... Você? — ela indagou desdenhosamente desinteressada. — Tenho certeza de que está bem... Afinal, vaso ruim não quebra! — ela afirmou seca e ia adentrando a casa, porém, antes se virou para trás. — Yahiko-san, eu irei preparar um banho quentinho pra você e um café da manhã reforçado! — ela informou com um grande sorriso.

    — Né, Ino-chan... Não precisa se incomodar, eu já estou de saída... — foi interrompido pela loira.

    — Não senhor! Você não está em condições de voltar pra casa, precisa cuidar desses ferimentos primeiro! — ordenou autoritária. — Aliás... Vocês devem ter tomado muita pedrada para terem ficado tão machucados assim! Acho melhor irem ao médico!

    — NÃO, é... — o irmão mais velho se atrapalhou em suas palavras, sendo interrompido pelo amigo.

    — Oh... Não foi nada demais! Com um bom descanso tenho certeza de que logo estaremos novinhos em folha! — ressaltou despreocupando a menina que finalmente entrou na casa.

    — Aff! Como você consegue? — inquiriu o outro se aproximando inconformado.

    — O quê? — perguntou confuso.

    — Esse demônio o qual eu chamo de irmã... Com você ela é um anjinho! — explicou irritado.

    — Bem... Com um irmão como você, até eu me tornaria um demônio na sua vida! — salientou com cara de tédio. — E sobre ela me tratar bem... Como eu posso dizer? Eu sou um doce... E no amplo sentido da palavra! — se gabou com sarcasmo.

    — Ha... Ha... Ha... Haaa! — riu pausadamente ironizando o que o amigo havia dito.

    — Quê foi? — inquiriu com um olhar de interrogação.

    — Nada não... — olhou para o lado entediado.

    (...)

    A mulher elegante, preocupada, andava de um lado para o outro na enorme sala da casa. O garoto deitado no sofá, jogando seu game portátil, apenas ignorava:

    — Oh céus! — ela levou as mãos à cabeça massageando as têmporas. — Bem que ele me disse que não estava se sentindo bem... — ela lembrou entristecida.

    — Hum... — o moreno impassível murmurou. — Até que bem lá no fundo eu... Estou com um pouco de pena dele! — pensou o caçula entediado.

    — Filho! Eu vou ter de viajar daqui a pouco por conta de alguns compromissos e... — ela avisou pegando a bolsa no sofá e caminhando até a porta. — Mais tarde você irá visitar o seu irmão e levará algumas mudas de roupas! Ele já está bem, porém disseram que ele precisa ficar em observação!

    — Hum, mas eu... — ele não teve tempo de questionar, pois a mãe logo saiu e fechou a porta. — Compromissos? Sei... Ela nem trabalha, só fica marcando esses encontros para tomar chá com suas amigas peruas e ir às compras... Aff! — ele resmungou irritado.

    (...)

    No quarto, um certo moreno levantou-se da cama com dificuldade:

    — Ah... Como dói! Ui... Ai... — resmungava o rapaz pondo-se a caminhar com as pernas arreganhadas até o banheiro daquele quarto de hospital.

    — Já está mais calmo? — perguntou a enfermeira que adentrou o quarto, surpreendendo o jovem. — Cuidado quando for limpar após fazer as suas “necessidades”... Seja delicado! — advertiu a bela mulher vestida de branco, notando que o garoto se dirigia ao banheiro.

    — Hãaan? — Itachi corou na hora.

    Morrendo de vergonha por causa daquele aviso constrangedor que aquela linda enfermeira havia lhe dado, arranjou forças do além, desviou do rumo do banheiro e saiu correndo do quarto para qualquer lugar desconhecido, afinal, se ficasse ali não tinha ideia de onde enfiaria a cabeça para se esconder.

    Corria sem parar pelos corredores do hospital:

    — Oh Deus! O que eu fiz pra merecer isso? — indagou chegando perto do elevador. — Ahhh... Eu quero fugir daqui... — repetia inconformado. — Eu quero a minha mã... quer dizer, eu quero ir pra “casa”!

    Com a demora, desistiu de esperar o elevador e resolveu ir pelas escadas. Chegando lá, parou por um momento:

    — Vamos! Você consegue... Vai doer, mas você aguenta! — dialogava consigo mesmo, tentando se convencer a descer pelas escadas.

    Enquanto isso, num quarto ali perto:

    — Tem certeza de que quer caminhar? — inquiriu o médico à senhora. — O choque com a porta foi forte, está certa de que está bem? — perguntou preocupado.

    — Hum... Obrigada doutor, já estou me sentindo melhor! — informou a velhinha com suas muletas, já saindo do quarto.

    — Ok, então! — concordou o médico.

    Itachi desceu lentamente o primeiro degrau e quando conseguiu chegar ao segundo, olhou para trás:

    — VOCÊ! — gritou a velha com cara de psicopata, banguela, de muleta, parada no meio do corredor, apontando para o garoto que descia as escadas.

    — Oh... NÃOOOOOOO! — berrou o moreno arregalando os olhos, apavorado, levando as mãos ao rosto, cobrindo as bochechas.


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