Pokémon: Megaman X Saga

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    14
    Capítulos:

    Capítulo 2

    Companheira da Aura

    Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Bem, aqui está o Capítulo 2. Na verdade, decidi dividi-lo em duas partes já que iria ficar com mais de 6 mil palavras no produto final e sei como a maioria aqui tem aquela "preguiça"...

    Eu sei que a ideia talvez seja maluca para misturar dois universos tão diferentes, mas achei que seria legal imaginar as duas franquias juntas na história de Megaman X.

    Peço que tenham calma porque a história principal ainda não começou exatamente. Eu diria que só no Capítulo 4 que vai começar os eventos pré-Megaman X e no 5 mesmo que começa a história do primeiro jogo! Aguardem até lá!

    Jornal de Viagem de Maddox

    Eu e Niro acabamos de presenciar um evento incrível nessa tarde de 28 de Setembro de 2129. O despertar de um robô bem único, embora chama-lo de “robô” seria injusto sabendo que ele é muito mais que isso... Niro parece gostar dele, o que é estranho considerando que ele normalmente finge em notar a presença de sintéticos quando há um por perto. Mas, mais uma vez, X parece ser mais que uma simples máquina...

    Maddox tirou os olhos de sua PokéDex, onde estava escrevendo suas anotações, para olhar para a tenda de Cain onde X estava no momento. Ele estava sentado num tronco de árvore deitado na borda do acampamento com a floresta juntamente com seus Pokémons que estava comendo alegremente.

    Por ter começado sua jornada há pouco tempo em Kanto, ele só tinha três Pokémons a sua disposição, incluindo Niro. Seus outros dois eram uma Dratini, que encontrou nas praias de Pallet no dia em que foi pegar sua licença de treinador com o Professor Danny Carvalho que era filho do famoso Gary Carvalho, e um Larvitar, que resgatou do abandono em um dos becos da cidade de Viridian. Todos eles gostavam muito de Maddox, mas a Dratini era mais direta entre os três. Ela gostava de se enrolar na cintura de seu treinador e ficar alisando sua camisa de algodão puro. Maddox não sabia o motivo de tanta afeição, mas ele não podia negar que gostava de tê-la daquele jeito.

    Ali, ele ficou pensando se X poderia ser uma versão aprimorada de Megaman. Afinal, ambos eram muito parecidos em questão de design e também eram capazes de interagir com Pokémon. A hipótese até que fazia sentido na mente de Maddox, mas logo deu de ombros e resolveu aproveitar o dia enquanto podia.

    Tirando as conversas dos trabalhadores pelo acampamento, estava tudo calmo na floresta. O céu azul carregava algumas nuvens brancas e o Sol fazia tudo brilhar num tom dourado com seus raios incidentes.

    Ambos Maddox e Niro estavam refletindo no que aconteceu algumas horas atrás. Que Pokémons gostariam de um robô é era uma bela surpresa para os dois, mas o fato de que foi o próprio Niro e o Alakazam de Cain que interagiram por livre espontânea vontade era um choque e tanto. O Zoroark nunca havia se dado ao luxo de ter uma conversa com um sintético antes, nem mesmo se lhe fosse ordenado.  E lá estava ele, cheirando X como se fosse um humano que havia conhecido pela primeira vez na vida. Niro tinha esse hábito também toda vez que conhecia alguém novo.

    - Nunca pensei que uma coisa dessas seria possível! – Maddox observou. – Mas acho que X não pode ser mal já que você gostou quase que instantaneamente, Niro.

    Niro, que estava ao seu lado comendo seu lanche, olhou para ele. – Me pergunto sobre isso também. Normalmente, eu consigo sentir algumas poucas sondas de emoções vindo de pessoas ou mesmo Pokémons e o estranho era que eu conseguia ler as de X... como se estivesse vivo.

    O treinador considerou a explicação de seu Pokémon por algum tempo. – Talvez o Dr. Light tenha conseguido finalmente fazer um androide que estimulasse socialização com Pokémons. Se você pensar bem, todas as peças entram no quebra-cabeça. Ele chegou perto com essa tecnologia na programação de Megaman, então seria lógico pensar que não desistiu desse projeto e realmente conseguiu com X.

    Niro assentiu. – Parece que sim. E ouso dizer que não vai demorar para um Pokémon resolver segui-lo como nós seguimos um treinador.

    - Você acha mesmo? – Maddox perguntou. Mas na sua mente, sabia que as chances eram bem altas.

    - Acho, mas só o tempo nos dirá quando.

    ...

    - Parece que vai chover. – Stephen observava o céu subitamente escurecer um pouco com a súbita aglomeração de nuvens cinzentas. Um bocado de coisas estava acontecendo no acampamento, que era difícil de acreditar que o dia ainda não havia terminando ainda. Primeiro, aquele treinador e seu Zoroark apareceram e foram escoltados até a tenda do Dr. Cain. E então, o que seria considerado a maior descoberta na História. Ele mesmo não acreditou exatamente quando ouviu sobre a reação do Zoroark do jovem treinador, até tropeçar nele um pouco depois. Sandslash obviamente gostou dele, assim como a maioria dos Pokémons por ali.

    - Como sabe? – Uma das pessoas que estava o ajudando na escavação perguntou. Cain insistiu que eles tentassem ver se não havia mais algumas coisas ainda enterradas por ali.

    - O amiguinho aqui está ficando nervoso. – Ele apontou para seu Sandslash. Estava feliz cavando a terra ao seu lado, mas de vez em quando, parava e olhava para o céu como se temesse alguma coisa.

    Outra pessoa riu. – Hah! Faz sentido! Sandslash é do tipo Terrestre e por isso detesta água, então é natural para eles sentirem quando vai chover.

    - Droga! Como essa chuva apareceu tão de repente? – Stephen ouviu Maddox correndo pelo acampamento junto com seus três Pokémons.

    - Ei! Aqui! – Ele gritou. O treinador e seus Pokémons viraram para ver o cara com o Sandslash que encontraram antes acenando para eles. Os quatro correram até a tenda, chutando um pouco de lama ao mesmo tempo, e então chegaram todos adentro.

    - Obrigado. – Maddox disse enquanto ele tirou seu chapéu e começou a espremê-lo para desaguá-lo. Niro simples se remexeu e o Sandslash recuou dos pingos de água que saíam dele.

    - De nada. – Foi a resposta de Stephen.

    Enquanto isso, em outra tenda, X estava observando a chuva com Cain ao seu lado e Alakazam tinha voltado a seu trabalho prévio de ajudar o doutor com a organização dos papéis agora que praticamente conseguiram o que queriam. Estavam prontos para terminar com a expedição...

    - Bem inesperada essa tempestade. – Cain comentou, completamente encharcado. Ele estava em sua tenda juntamente com X e lá mesmo estava mostrando o acampamento ao redor quando a chuva começou a cair. Pior que não havia começado com um simples chuvisco. As nuvens se aglomeram sem ninguém perceber e começaram a descarregar uma pesada corrente de água.

    Para X, aquilo tudo era tão novo para ele. Claro, considerando que havia ficado um pouco mais que 100 anos dentro daquela cápsula pelo que ouviu do bom doutor. Ele mesmo não conseguia acreditar que tinha ficado adormecido por todo esse tempo e quando viu Cain pela primeira vez, perguntou o motivo. Dizer que foi bem evasivo era um eufemismo... Mas X estava decidido em persistir em sua investigação para saber sobre sua origem, embora tivesse de esperar Cain e ele estivessem seguros de qualquer tipo de interferência.

    - Então, você só vai me dizer sobre meu passado na sua casa? – X perguntou ao virar o rosto para Cain. O doutor parecia bem calmo apesar de saber sobre o perigo que os relâmpagos podiam trazer ao um acampamento com alguns equipamentos eletrônicos.

    - A informação que estou prestes a te dizer, X, precisa estar segura de todos os ouvidos. Se alguém escutar, é bem provável que todos aqui passem a te ver como uma ameaça. – Cain disse ainda mantendo sua calma.

    X franziu a testa confusa. – Há alguma coisa errada comigo, doutor?

    - Não, não é nada disso. Mas havia uma mensagem sobre suas origens na sua cápsula deixada por seu próprio criador, o Dr. Thomas Light. O conteúdo dela é um segredo que somente eu, você e Alakazam compartilharemos.

    - É tão ruim como imagino?

    - Receio que sim, meu amigo.

    Foi então que X girou a cabeça de repente para uma seção da floresta logo a sua frente. Havia captado alguma coisa em seus sensores ópticos. Dr. Cain notou sua reação.

    - O que foi, X? – Ele perguntou.

    - Acho que vi alguma coisa por ali. – Ele apontou para a direção e logo, correu atrás do que viu com o intuito de segui-lo.

    X estava certo que ele havia avistado um Pokémon, mas o que era não sabia dizer.

    - Ei, espera! – Ele gritou enquanto a criatura se movia rapidamente entre os arbustos. X o seguiu apesar de não saber o porquê.  Sentia que devia pegá-lo... que havia algo importante sobre aquela coisa.

    Ele o perdeu de vista assim que entrou em outra clareira, mas o que havia visto em uma árvore próxima fez com que parasse de qualquer maneira. Deitado embaixo dela, havia um Pokémon todo abatido. Estava em um estado lamentável, com lama e pelagem toda encharcada adicionadas às feridas. O Pokémon em questão tinha a aparência similar a um chacal, só que era azul e preto. Tinha algo que parecia ser uma máscara na região dos olhos, uns solavancos estranhos logo acima de seus punhos e um colar amarelo no seu pescoço.

    X caminhou devagar até a criatura e se ajoelhou perto dela. Relutantemente, ele colocou sua mão direita nela e começou a alisar a cabeça. O Pokémon abriu os olhos com esforço e subitamente se assustou ao ver um estranho próximo dele. X recuou um pouco enquanto observava curiosamente. Ele parecia estar bem amedrontado, essa parte ele já sabia. Os olhos do Pokémon estavam, por um momento, cheios de medo, mas de quê? Aí, a criatura observou X e congelou. Depois, esticou a cabeça e começou a cheirá-lo.

    - Rio... – A criatura disse com uma voz fraca antes de voltar para sua posição inicial. X colocou a mão novamente nela e começou a alisar. Dessa vez, ela não se assustou, nem mesmo seus olhos mostraram medo quando o olhou uma outra vez. Sem saber com certeza o que estava fazendo, X a pegou em seus braços. Ele sabia que a pobre criatura estava machucada e precisava de cuidados. Por alguma razão que não conseguia registrar, não suportar o pensamento de deixa-la aqui. O Pokémon olhou para cima até encontrar X que estava sorrindo para ele. Depois de fazer um som baixo, a criatura se deixou adormecer.

    - X! O que você está fazen-

    - Minha nossa! Olhe! – Maddox interrompeu Cain quando notou o Pokémon machucado nos braços de X. Depois do robô ter saído, o doutor o seguiu atrás junto com Maddox e Niro que haviam notado a confusão.

    O treinador tirou sua Pokédex do bolso e apontou para o Pokémon:

    Riolu, o Pokémon da Emanação

    Ele constantemente emite um tipo de energia conhecida como Aura. Quando está assustado ou triste, essa energia fica mais forte e informa seus companheiros sobre sua situação. É bem conhecido por seu corpo flexível e também seu corpo poderoso. Graças a sua força, ele pode coroar três montanhas e cruzar dois cânions em uma única noite.

    - Wow, nunca pensei que veria um Riolu aqui em Kanto. Bem, eu soube que os Pokémons estão se misturando entre as regiões tanto que os treinadores só carregam a versão internacional da Pokédex hoje em dia. Mas, mesmo assim, Riolus ainda são raros pelo mundo! – Maddox comentou exaltado. Com uma olhada mais atenciosamente, ele notou as feridas. Será que havia sido atacado? Ele se perguntou.

    - O que aconteceu com ele? – Cain perguntou ao examinar o Riolu.

    X deu de ombros. – Eu não sei. Achei ele ali. – Apontou para a árvore onde tinha encontrado o Pokémon.

    De repente, Niro chegou até X que começou a farejar o Riolu. Depois, lançou seu olhar para seu treinador. – Maddox, acho melhor vocês reconsiderarem em chamar nosso amigo aqui de “ele”. Esse Riolu é uma fêmea.

    - Sério!? – Maddox perguntou alarmado, deixando ambos Cain e X confusos.

    - O que foi, Maddox? – Cain perguntou.

    - Niro está dizendo que esse Riolu é uma fêmea. Acredite quando digo isso, o gênero feminino na linhagem dos Riolus é bem raro de se encontrar. Tanto que vi uma pesquisa dizer que, numa gama de dez nascimentos, só se encontra uma fêmea.

    - É mesmo? – Cain perguntou de novo, o que fez assentir para confirmar sua teoria. – Então, vamos leva-la para minha tenda e aplicar alguns medicamentos. Pelo que parece, ela deve ter tido uma jornada e tanto.

    ...

    A Riolu acordou, sentindo-se estranhamente descansada e melhorada. Levou alguns segundos para perceber que estava dentro de algum lugar. Começou a entrar em pânico. Será que foi descoberta? A última coisa que se lembrava era que havia sido achada por alguma coisa azul... bem, não tinha como descrever o que era.

    Logo se sentou para inspecionar seus arredores. Estava numa cama dentro de uma tenda que os humanos costumavam usar como uma espécie de casa temporária e depois, notou aquele que a tinha achado na noite de ontem. Alívio agora tomou conta de pânico. Pelo que parecia, ele estava concentrado na paisagem a fora da construção humana, olhando o que ela não sabia.

    Ela piou e deu um pulo até o colo de X, o que fez o robô se assustar com o movimento repentino. – Riolu!

    X virou a cabeça até ela e logo descobriu o Pokémon balançando o rabo de alegria, o que o fez sorrir.

    - Olá, amiguinha. Dormiu bem? – Ele insistiu em ficar ao lado dela ontem à noite já que temia por seu bem-estar. Cain havia hesitado quanto à ideia, mas Maddox garantiu seu desejo explicando ao doutor que não iria fazer mal. E assim, X começou a alisar a Riolu que fechou os olhos contente.

    Alguma coisa dizia que ficaria segura com ele.

    - Quer dar uma volta? – X perguntou.

    Ela assentiu. – Rio! – E assim, pulou até o ombro dele e se sentou lá oque fez X rir ao sair da tenda.

    E assim que saiu, X viu Maddox, Cain, Niro e Alakazam sentados em uma mesa numa cantina onde serviam as refeições no acampamento.

    Para dizer que ficaram surpresos ao vê-lo com a Riolu em seu ombro era um eufemismo.

    - Bom dia X. É bom ver que a Riolu gostou mesmo de você. – Maddox disse ao assentir em saudação.

    - Realmente impressionante como você conquista as amizades com Pokémon. É como fosse algo natural para você. – Cain acrescentou, mas ele já tinha ideia do porquê e ainda assim não conseguia acreditar.

    - Bom dia para todos. É, pelo menos estou feliz que ela esteja bem. – X disse enquanto a cabeça dela, o que a fez ronronar de alegria.

    Depois, Maddox tentou apalpar sua mão direita na cabeça dela também, mas logo percebeu o avanço e recuou para trás do capacete de X com medo.

    - Não vou machuca-la, garota. – Maddox tentou consolá-la enquanto deixava sua pairar a poucos centímetros do ombro do robô.

    Ao ouvir aquilo, Riolu tirou um pouco sua cabeça de seu esconderijo e observou Maddox por um momento. O humano estava sorrindo para ela e estava com sua mão parada no ar perto dela, esperando algum contato. Mas antes disso, Riolu usou sua Aura para ver se o garoto tinha algum tipo de malícia no coração para ver se podia confiar nele. Após algum tempo, por mais que tentasse, não conseguia ver nenhuma maldade no menino e então, resolveu confiar em seus instintos.

    Assim, a Riolu se deixou ser apalpada pelo jovem treinador apesar de ainda estar um pouco tensa. Mas até que ela gostou do toque dele...

    - Olha só como é mansa. – Maddox riu quando viu o Pokémon ficar contente outra vez.

    - Lu!

    - E então X, já pensou em algum nome para ela? Nós, treinadores, normalmente damos nomes a nossos Pokémons como sinal de nossas novas amizades. – O jovem acrescentou.

    - Na verdade, ainda não. – X respondeu ao cruzar os braços indicando que começou a pensar. Qual nome deveria dar a ela? Foi então que um passou por sua cabeça.

    - Que tal Xylia? – Ele sugeriu.

    - Hmm, é ótimo para ela. Até que combina com o seu. – Cain opinou. – X e Xylia, gostei.

    - É, mas lembre-se que seu Pokémon deve tomar a decisão final. Afinal, é ela que vai dizer se gosta ou não. – Maddox disse.

    X então se virou a cabeça para Riolu. – E então, gostou do nome?

    Riolu assentiu. – Riolu!

    - Então você será chamada de Xylia de agora em diante. A propósito, eu sou X.

    - Lu!


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