Kunoichi perturbada

  • Darah
  • Capitulos 12
  • Gêneros Fantasia

Tempo estimado de leitura: 1 hora

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    Capítulo 10

    Interferência

    luta estava ficando violenta.

    Podia sentir os singulares olhos do Uchiha me seguindo, gravando meus movimentos, copiando minhas táticas. Era uma grande distração, mas eu não tinha tempo para refletir sobre ela ou os hormônios que vibravam dentro de mim.

    Naruto estava se mostrando um desafio, e eu não esperava mais dele. O garotinho loiro que, uma vez solitário e desprezado, havia se tornado essa máquina, pronta para o próximo nível, Hokage.

    Quando minhas mãos já estavam ensanguentadas, mas ele ainda se mostrava em pé, eu fui tomada por pensamentos atormentados, cenas se repetindo de um passado distante. Seria mesmo que aquela garotinha ainda vivia? Será que eu não havia me livrado de todos esses sentimentos sem sentido?

    Eu queria ser uma máquina de matar, mas eu tinha um defeito: não ter matado meus companheiros.

    Nosso antigo sensei acompanhava a luta, se intrometendo vez ou outra, fazendo com que minha paciência se esgotasse, de pouco em pouco. Meu nível de chakra ia decaindo enquanto a luta se prolongava, nenhum dos ferimentos que eu havia feito no adorador de ramen haviam sido mortais, e minha frustração por essa verdade era assustadora.

    Eu estava cansada de bancar a boazinha.

    - Por que você não desiste, Naruto? Você acha que conseguirá me levar de volta para aquela vila? Para aquele lar de vermes? Fiz um som de escárnio, meus olhos brilhavam um preto monstruoso, enquanto o sangue que me sujava parecia brilhar. Você é um verme, assim como eles. Você abandona, dá ordens inescrupulosas, você mata. Sabia, Naruto, que eu te amava? Cerrando meus punhos, eu me preparava para terminar aquela batalha. Eu acreditava no Time 7, não por causa do Sasuke, nunca por causa dele, mas por causa de você. A intensidade de meu chakra virou assassina, emoções ridículas estavam assaltando meus pensamentos, meu corpo parecia ter vida própria.

    A garotinha estava sofrendo.

    - Agora, eu sou atormentada com esses sentimentos ridículos. Já não sofri demais, Naruto? Você não acha que já deixou claro meu papel na sua vida? Desapareci de repente, sinais de mim não podiam ser encontrados. Kakashi deu um passo para frente, tentando chegar até o Naruto, mas foi acertado por algo invisível, indo se chocar com árvores e desacordando.

    - Kakashi-sen... Naruto não teve tempo de terminar sua frase. A mesma força monstruosa que acertou seu sensei, acabou o fisgando pelo pescoço, o ar ia deixando seus pulmões, a respiração ficando mais rápida. Ele precisava de ar. Ele não conseguia respirar.

    Materializei-me em seu frente, um único fio de chakra enroscava-se a garganta dele, sufocando-o, rapidamente foi substituído por minha própria mão. O chakra dele me queimava, mas a dor apenas deixava essa sensação de controle, de poder, ainda mais doce.

    Ele iria pagar por tudo que havia feito, iria sangrar e implorar por sua vida. Iria chorar e gritar de dor, tudo por causa de seus erros.

    Ele iria sofrer.

    Mas, foi num segundo que a vitória mudou de dono, ou pelo menos os números ficaram desiguais.

    Fui obrigada a soltar Naruto para escapar da areia que tentou me alcançar. Na clareira adentravam três figuras, as reconheci de imediato.

    Parecia que Tsunade havia se certificado do plano B.

    Gaara foi para o lado de Naruto, que respirava como se nunca tivesse sentido ar em seus pulmões antes.

    Eu devia ter acabado com ele quando pude.

    Temari olhava com mágoa para minha figura. Seus olhos traíam sua postura tensa, como se ela temesse sequer me tocar. Kankurou se escondia na sombra da irmã.

    Os patetas de Suna vieram para o resgate.

    Senti uma presença ao meu lado e percebi, de relance, que Sasuke havia acabado com seu clone mal feito. Ele me lançou um sorriso, mas eu apenas encarei-o inexpressiva.

    Como eu, Haruno Sakura, ex-kunoichi de Konoha, ex-membro do Time 7, e ex-adoradora de Sasuke, poderia sequer sorrir para alguém que havia perfurado e quebrado tão profundamente meu coração?

    Ele era o mesmo egocêntrico e egoísta de sempre.

    Gaara virou-se para mim, Kazekage ou não sua postura mostrava uma superioridade. Tive uma sensação que tentava dominar-me novamente.

    Ah, como eu queria poder sentar em cima dele para mostrar quem era o superior.

    Seu olhar não demorou-se muito em minha figura. O mesmo olhar de reprovação e ressentimento que eu já havia visto muitas vezes. Ele ajudou Naruto a se levantar e, passando um dos braços do loiro sobre o ombro, ajudou-o a prosseguir.

    - Konohagakure está sendo atacada. Tsunade requisitou a ajuda de seu time para proteção da vila. Sua antiga missão deve ser ignorada. Ele lançou um olhar inexpressivo para mim, rapidamente voltando-se para o loiro. Vamos.

    Percebi naquele momento que eles queriam acabar com minha diversão. Temari tinha Sai nos braços e Kankurou carregava Kakashi, que se encontrava inconsciente. Uma raiva começou a borbulhar quando o Kazekage virou as costas para mim e foi caminhando pacientemente para fora da clareira e longe de mim, com Naruto seguindo-o e os outros dois indo atrás.

    - Já vão tão cedo? Perguntei irônica. A diversão só havia começado e não deixaria que eles a tirassem de mim.

    Gaara parou por um momento, antes de olhar para mim. Naruto mantinha o olhar para baixo, nem sequer virando para me fitar.

    - Acho que você já causou muito estrago por um dia, Haruno.

    E assim eles desapareceram sem mais nem menos. Meus olhos se arregalaram com uma loucura que não podia ser explicada com palavras. Tudo ia se quebrando em minha volta, todo um mundo construído de amor, carinho, se transformava mais uma vez em um mundo rubro, sombrio, cheio de ódio, rancor e o mais importante, dor.

    Só fui acordada de minha divagação quando ouvi o som de ferro batendo contra ferro e depois alguém tossindo sangue. Ao me virar descobri Sasuke, tomado pelo selo, lutando contra Itachi, que parecia mais que entediado.

    Uma luta que não me interessava.

    Perdendo momentaneamente o desejo de matar Sasuke, vasculhei o campo de batalha em procura de alguém. Até que avistei um corpo jogado ao lado, uma grande poça de sangue circulando-o.

    Deidara.

    Me encaminhei para seu lado, não me importando se havia uma luta acontecendo. Ele tinha um grande ferimento no abdómen, assim como o maxilar quebrado. Fui tomada por um desespero que não sentia há tempos. O medo de perdê-lo deixava minha mente nublada, as respirações saindo descompassadas, o batimento irregular.

    Como, em tão pouco tempo, ele conseguiu ultrapassar minhas barreiras, é um mistério.

    Mas, ele havia reconstruído um coração em migalhas, porém não podia ser a última peça do quebra-cabeças.

    Só alguém que sentia, que respirava, que ardia de ódio como eu, podia me completar.

    Mas, isso não significava que ele não me era especial.

    Ele era.

    Abaixando-me ao lado dele, comecei a sessão de cura.

    Ele era a pessoa que eu não queria que morresse no momento.

    E eu não o deixaria morrer.

    Por nada.

    ((xoxXOXxox))

    Cinco figuras se aproximavam de Otogakure, todas vestindo o mesmo manto negro com núvens vermelhos. Caminhavam numa marcha rápida, mas não apressada.

    - Nos separamos aqui. Você irão ficar vasculhando o perímetro, enquanto eu, Kisame e Sasori iremos para o local da batalha. Se alguém tentar se aproximar da vila, vocês irão matá-los. A voz feminina e seca disse embaixo de um dos mantos e chapéus.

    - Hai. As outras figuras proferiram.

    Três dos cinco continuaram a jornada para dentro da vila, desaparecendo após alguns segundos. As outras duas encararam a direção das outras.

    - Você acha que a porra daquele merdinha do Itachi vai finalmente se ferrar? Perguntou uma das figuras.

    - Não sei. Acho que a organização ainda precisa da presença dele pra continuar a faturar. Respondeu a outra, virando-se de costas para o companheiro. Vamos formar um arco em torno da vila. Nos encontramos aqui em uma hora. E assim as duas figuras desapareceram também, uma andando para o lado oposto da outra.

    ((xoxXOXxox))

    - Tsunade-sama! Tsunade-sama! Gritava Shizune, enquanto rompia para dentro do escritório da Gondaime.

    A velha senhora sentada atrás da mesa levantou a cabeça lentamente. O rosto, antes perfeito, agora estava cheio de rugas, imperfeito. Os olhos estavam vazios, tristes.

    - Para que tanto estradalhaço, Shizune? A voz rouca perguntou enquanto alcançava um copo, que antes de toda essa situação apresentaria sakê, mas agora apresentava chá.

    - Konoha está sendo atacada! Gritou a mulher para a Hokage que se levantou rapidamente, embora a aparência decrépita.

    - Mande a Katsuyu mandar uma mensagem para o Kazekage: precisamos do Time 2 aqui, AGORA! Gritou a mulher com cabelos cor-de-mel. Parecia que a idade que ela aparentava não tinha nada a ver com sua postura; ela parecia jovem, renovada.

    A outra mulher acenou com a cabeça e saiu rapidamente da sala, deixando a Gondaime sozinha. Esta se encaminhou para uma das janelas da sala em que podia olhar toda a vila.

    - Me perdoe, Sakura, mas eu ainda tenho um dever com a vila. Suspirando a Gondaime caminhou para fora de seu escritório.

    - Mas, prometo trazê-la de volta para seu lar.


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