Kunoichi perturbada

  • Darah
  • Capitulos 12
  • Gêneros Fantasia

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    Capítulo 8

    Nostalgia

    Se me dissessem, quando eu tinha 12 anos, que eu lutaria com o 'Sasuke-kun' até a morte...

    Eu diria que eram mentirosos.

    Nunca em minha vida me vi chegar a esse ponto; em que eu estava para destruir a pessoa que por anos jurei amar e até mesmo implorei para não me abandonar. Seria eu tão louca a ponto de não me conhecer? Será que essa seria eu? Será que aquela garotinha, a menina inocente e alegre que vivia seguindo Uchiha Sasuke por todos os lados feito um cachorrinho e jurando-lhe amor eterno, morrera?

    Mesmo não querendo, essas perguntas se faziam em minha mente.

    Quando a primeira gota de sangue de nossa batalha veio a cair ao chão, eu já sabia daquilo.

    Já sabia que estava condenada.

    A garotinha deixou de existir no momento em que Uchiha Sasuke também deixou.

    Eu apenas havia usado um simples Shousen no Jutsu (1), dilacerando algumas veias não tão importantes, já que ele desviara no último instante. Mas, mesmo sendo assim, Sasuke cuspiu sangue e a intensidade púrpura infiltrou-se nos meus sentidos, me forçando a ser uma só coisa que eu aprendi a ser durante os anos.

    Uma assassina.

    Foi então que eu compreendi. Não era o fato de eu ter amado Sasuke, ou dele ter me abandonado que me fez ficar como fiquei, que fez a garotinha morrer. Fui eu mesma, eu havia causado a morte dela.

    Eu mesma fiz-me o que sou.

    A revelação me entorpeceu e eu perdi Sasuke de vista, eu sequer ligava para ele no momento. Meus orbes esmeraldas fitavam um ponto só e apenas pisquei quando senti a latejante dor no meu abdômen.

    Ergui minha cabeça, meus cabelos saindo de meu campo de visão e minha visão um tanto quanto turva. Uma katana estava em meu abdômen sendo segurada por Sasuke que se surpreendeu com a dor que pode ver refletida em meus olhos.

    - Eu me matei... Sussurrei a ele antes de um passo à frente, afundando a katana ainda mais em meu abdômen. Um grunhido escapou meus lábios, os olhos dele arregalaram-se, tanto por causa de minhas palavras, quanto por causa de minha ação. Eu não temo morrer... mais uma vez. ?e assim dei mais um passo à frente, a katana atravessando totalmente meu corpo, o sangue formando uma grande poça vermelha no chão. Sua mão presa à minha, ambas envoltas em meu chakra, que havia adquirido uma tonalidade roxa, quase preta. Ele franziu o cenho, observando-me, tentando compreender-me, entender minhas ações.

    Talvez nem mesmo Tsunade me compreendesse mais.

    Sorri, incapaz de conter-me. Meu outro punho conectou-se com a face de Sasuke e, numa linda sinfonia composta de ossos se quebrando, quebrei os ossos de seu braço que segurava a katana. Ele voou e chocou-se contra cinco árvores, derrubando-as, antes de cair no chão.

    Respirei com dificuldade um momento e arranquei a katana de meu abdômen. Sangue escorreu por minha boca e eu, enfim, senti a presença dos outros chakras se aproximando rapidamente de onde estávamos.

    Virei de súbito, sangue escorrendo por meu ferimento aberto, foi quando feras derrubaram as árvores e eu os vi.

    Naruto...

    Ele foi o primeiro a adentrar a clareira. Sua expressão, sempre alegre e calorosa, resumia-se a um olhar cansado e melancólico. Kakashi rompera logo atrás, sua máscara ocultando-o e os ombros tensos quando seus olhos recaíram sobre mim. E, por último, Sai com seu pergaminho em mãos. Pude ver seus olhos se alegrarem um pouco quando me viu.

    Eles pararam em minha frente, em uma linha reta. Eu havia me esquecido completamente de meus ferimentos, ou sequer de Sasuke, que agora se encontrava ao meu lado, tão surpreso por vê-los ali quanto eu.

    Naruto deu um passo para frente, seus olhos azuis tristes focavam-se nos meus, esmeraldas e, agora, gélidos.

    - Sakura... Ele começou a dizer. Meus olhos rapidamente se estreitaram.

    'Mate-o', disse-me a inner.

    O ódio cresceu dentro de mim. Lancei-me contra ele, atacando-o com uma nuvem de shurikens, as quais ele desviou perfeitamente, antes de acertar um soco em seu peito, que fez-lo recuar.

    - O que você está fazendo aqui? Minha voz era calculista, demonstrando que ele não era bem-vindo ali.

    - Eu... Ele abaixou a cabeça, talvez pensativo. Vim buscar algo que não devia ter deixado ir. Novamente a intensidade da dor que era refletida em seus olhos me pegou desprevenida.

    Por um curto tempo fez-se silêncio, até que, lentamente, comecei a rir, um tom de escárnio.

    - Veio buscar o Sasuke, Naruto?

    Talvez eu quisesse machucar a mim mesma lembrando-me de tais fatos do passado. Não tenho certeza. Mas, só sei que doeu pensar que eu não era importante o suficiente para ele ir me buscar, para ele ir tão longe assim por mim.

    Doía pensar que eu não era importante o suficiente para que ele sequer lembrasse de mim...

    Ele me olhou, a expressão de pura de dor. Eu sabia que minhas palavras o atingiam em cheio, mas eu não podia deixar de falar a verdade. Não podia mentir para mim mesma.

    - Não, Sakura. Ele disse, a voz de repente adquirindo uma coragem que meu Naruto tinha. Eu vim buscar você...

    Ao ouvir as palavras dele, uma esperança tão serena criou-se no meu peito.

    Talvez eu pudesse voltar para meu lar, e descobrisse que tudo havia sido um sonho ruim, um pesadelo.

    Mas, eu não vivia de contos de fada.

    Eu sabia que eu nunca mais voltaria à Konoha, que eu nunca mais voltaria a ser amiga de Naruto, muito menos de Kakashi.

    Eu tinha certeza que Konoha não era meu lugar.

    Sorri para ele, um sorriso docemente azedo.

    - Você não devia ter vindo. A esperança aos poucos foi esvaindo de seus olhos e me impedi de falar algo que pudesse trazê-la de volta. Ele deixara de ser o garotinho que eu via como irmão no momento em que ele me esquecera. Um Kage não abandona sua vila, Naruto.

    - Não, não, Sakura. Ele chacoalhou a cabeça, os olhos brilhando a beira de lágrimas. Eu decidi que eu não quero ser Hokage sem você lá... Tsunade-baa-chan ainda é a Hokage, eu sou só um vice. Ele disse sorrindo, porém eu apenas o olhei ceticamente.

    - Eu não vou voltar. Mais uma vez o lembrei, para o caso dele ter se esquecido. O sorriso desapareceu rapidamente de sua face e certa amargura, causada apenas por uma dor não curada, tomou o lugar dela.

    - Se você não vier de boa vontade, terei de forçá-la a vir conosco.

    Sakura nada disse, mas sua expressão vazia indicava sua escolha. Os shinobis de Konoha nem a viram mexer-se, porém pressentiram a nuvem de senbons próxima e desviaram da maioria, sendo atingidos por várias outras pelo corpo.

    - Poupe-me, Naruto. Ela disse, sua expressão vazia se intensificando, assim como o chakra maligno do local. Você e Konoha não significam mais nada para mim, além de um fardo que eu devo destruir. Você sabia que eu precisava de você, e mesmo assim você me abandonou como fez o Uchiha... vocês são iguais. O ferimento foi engolfado por uma luz azul esverdeada, Sasuke teve de ir para mais longe dela, pois o chakra lhe era nocivo a uma distância tão pequena.

    Inyu Shometsu (2)

    Seu ferimento foi-se fechando rapidamente, até não sobrar nenhum indício de que um dia ele de fato tivesse existido.

    Seu corpo voltou a aparência normal, embora seus olhos tivessem uma chama, ou talvez algo obscuro, proibido que fez Naruto recuar. A Kyuubi o alertando quanto ao perigo.

    Sakura sorriu ao vê-lo recuar, tomou uma instância de ataque e seu sorriso se tornou maldoso aos olhos de Naruto. Aquela figura felina que estava a sua frente, não era mais sua amiga, Sakura.

    Seu coração se apertou ao pensar que a culpa fosse dele, e de certo ponto era. Ouviu a voz dela e saiu de seus devaneios, sendo tomado de surpresa pelo tom tão cortante com que ela pronunciara e que o afetara profundamente.

    - Com medo, medroso?

    O time 7 nunca mais voltaria.

    O time 7 estava morto.

    ((xoxXOXxox))

    Deidara lutava de olhos fechados. Ele estava fazendo aquilo pela pessoa que amava, e não se importava de morrer lutando por ela. Sentiu-se sendo jogado contra uma árvore, porém logo utilizou o Doton: Doryuuheki (3), escondera-se embaixo da terra, para no próximo segundo ser tirado à força por um braço.

    - Pensa que pode fugir de mim, Deidara? Franziu o cenho para seu oponente, lembrando-se de não olha-lo nos olhos.

    Não seria pego num genjutsu dessa vez...

    Não desta.

    Porque... dessa vez... ele fazia isso por alguém muito mais precioso para ele...

    Ela.

    - Nunca. Ele sorriu debochadamente, sentindo um fio de sangue escorrer por seus lábios no momento em que o punho do Uchiha acertou-lhe em cheio o peito.

    Respirando com dificuldade, se levantou. Sentindo o chakra bem em sua frente.

    Ele não poderia usar sua arte para salvá-la...

    Ele não queria ser salvo por ela... não daquela maneira.

    Pois... ela já havia o salvado.

    Dele mesmo.

    - Com medo, Uchiha? Perguntou, sua respiração descompassada e seu peito dolorido.

    - Por que estaria? Não sou eu que irei morrer hoje... Ele o ouviu grunhir e formulou um plano. Não sabia se funcionaria, mas tentaria mesmo assim.

    - Você sabe qual é o gosto dos lábios dela? Ele provocou, sendo socado no rosto e prensado diretamente contra uma parede de rocha. Seu rosto estava sujo de sangue.

    - Cale-se. Ouviu Itachi falar numa voz baixa e perigosa.

    Ele sabia que não era sábio fazer isso.

    Provocar um Uchiha só resultaria numa morte violenta.

    - Cereja. Foi o que disse antes dos olhos do Uchiha se tornarem o Mangekyou e, com a katana nas mãos, a enfiar contra Deidara.

    - Ela é minha. Foi o que disse Itachi antes de deixar Deidara e se virar para sua flor.

    Ela era dele, e de mais ninguém.


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