Gintama!

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    16
    Capítulos:

    Capítulo 20

    Até os irmãos mais velhos cometem erros

    Álcool, Heterossexualidade, Spoiler

    Aqui têm a tão esperada conclusão do arco "Férias em Kamêbushi"!

    Ficou um pouco maior do que estava à espera.

    "Aki!” Gritaram Kagura e Sougo enquanto viam o jovem assassino cair inconsciente, com uma kunai no peito.

    “Vamos, acorda!” Pediu Kagura preocupada, indo para junto do seu stalker.

    “Ei! Estás bem? Responde!” Falou Sougo fazendo o mesmo que Kagura.

    “Ufa! Foi por pouco. Pensei que ia mesmo morrer.” Suspirou Aki levantando-se como se nada tivesse acontecido e tirando a kunai do seu peito, sem uma única gota de sangue, enquanto Kagura e Sougo o encaravam bastante confusos com a situação.

    “O raio aconteceu? Por que é que não estás morrendo?” Reclamou Sougo.

    “Bem, se uma personagem tão popular como eu morresse, o autor iria receber imensas críticas negativas e perder bastantes leitores.” Respondeu Aki normalmente.

    “Mas porque é que estás como se não tivesse acontecido nada?” Perguntou Kagura irritada.

    “Por sorte tinha o meu tesouro comigo.” Respondeu o Sarutobi tirando do seu casaco um livro cor-de-rosa com o desenho de um coelhinho e ligeiramente perfurado. “O diário onde escrevo tudo sobre a Kagura-chan, ainda bem que não ficou muito danificado.”

    “Preocupaste-nos por nada, seu idiota!” Gritaram Sougo e Kagura enquanto chutavam o pequeno assassino contra uma parede.

    “A Kagura-chan preocupa-se comigo! Estou tão feliz!” Falou Aki com lágrimas de felicidade e preso na parede.

    “Qual é o problema dele?” Pensaram Kagura e Sougo, cada um com uma gota de suor atrás da cabeça.

    “Pronto, já podem parar com o espetáculo.” Disse Kentaro revelando-se, segurando algumas kunais.

    “Fujiwara-san! Então foi você que arremessou aquela kunai que quase atingiu a Kagura-chan, eu jamais te irei perdoar!” Falou Aki irritado, libertando-se.

    “Vocês deviam acalmar-se um pouco.” Aconselhou o Fujiwara mais velho pegando num controle com vários botões coloridos e pressionando um deles. Nesse momento, três pequenas celas de metal surgiram e prenderam Sougo, Kagura e Aki.

    “O que é isto?” Indagou Kagura irritada enquanto batia nas grades para se libertar, mas sem efeito.

    “Este castelo tem todo o tipo de armadilhas e estão todas soube o meu controle.” Respondeu Kentaro com um ar superior. “Agora já não me podem incomodar.”

    “Sim, tens razão.” Concordou Sougo encostando-se às grades da sua cela. “Mas acho que não é connosco com que tens de te preocupar.”

    Kentaro começou a ouvir passos vindo de trás dele, então virou-se e viu um certo samurai de cabelo prateado, cuja roupa tinhas leves rasgões e que empunhava uma bokuto.

    “Droga, não acredito que aquelas duas me usaram para aparar a queda.” Murmurou Gintoki massajando os seus ombros.

    “Cada vez estão a aparecer mais empecilhos.” Falou Kentaro encarando o seu novo adversário. “Deves ser bastante convencido, se achas que me podes parar apenas com uma bokuto.”

    “Não preciso de mais nada para acabar contigo.” Respondeu Gintoki com um ar sério.

    “Dá-lhe uma lição, Gin-chan!” Animou Kagura.

    “Isso mesmo, cunhado-san!” Gritou Aki.

    “Não me chames cunhado!” Reclamou Gintoki.

    “Eu não tenho tempo para desperdiçar com alguém como você. Adeus.” Falou Kentaro pressionando mais um botão, então imensas kunais foram lançadas pelas paredes na direção do albino, mas foram todas rebatidas por duas kunoichis que apareceram de repente.

    “Nós não deixaremos que…” Começou Sa-chan com uma expressão séria.

    “…Uses os teus truques sujos neste homem.” Completou Tsukuyo com um olhar determinado.

    “Então conseguiram quebrar o efeito do soro.” Percebeu Kentaro. “Como eu pensei, a fórmula ainda está longe da perfeição.”

    “Obrigado, mas a partir de agora não se metam na luta.” Pediu Gintoki.

    “Do que estás a falar, Gintoki? É melhor se lutarmos juntos.” Reclamou Tsukuyo.

    “Sim, desta vez concordo com a Tsukki.” Concordou Sa-chan.

    “Em vez disso, ajudem-nos a sair daquelas celas.” Respondeu o samurai focado no seu adversário. “Eu fico a enfrentar o chefão.”

    Sa-chan e Tsukuyo assentiram e recuaram, indo para o onde estava o trio.

    “És bastante imprudente.” Comentou Kentaro, desembainhando uma katana que trazia às costas. “Sabes, nunca fui derrotado num duelo de espadas.”

    “Bem, há uma primeira para tudo.” Respondeu Gintoki com um sorriso confiante.

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    Nesse momento, na sala das máquinas, Shinpachi, Mizuki e Gekomaru tinham acabado de chegar e o contador para a autodestruição marcava que faltavam apenas 10 minutos.

    “Ei! Por que é raio falta tão pouco tempo?” Reclamou Shinpachi bastante preocupado.

    “Deve ser porque nós perdemos a meio do caminho e chegamos bastante atrasados.” Explicou Mizuki.

    “Não tive culpa, eu nunca tinha vindo à sala das máquinas antes.” Falou Gekomaru. “Então, algum de vocês tem alguma ideia para parar a autodestruição?”

    “Tu não sabes?” Gritou Shinpachi.

    “Eu disse que nunca estive aqui, não foi? Então é claro que não sei como a parar.” Respondeu Gekomaru.

    “Então por que é que viemos aqui?” Reclamou o samurai megane com uma pulsante veia na testa.

    “Não há razão para nos preocuparmos.” Falou Mizuki com uma voz serena. “Tenho a certeza de que o Shinpachi-kun vai conseguir parar a explosão.”

    “Porquê eu?” Perguntou o Tsukkomi.

    “Os personagens que usam óculos costumam ser bons alunos e perceber bastante de tecnologia.” Respondeu Mizuki com um ar inteligente.

    “Isso não é verdade!” Reclamou Shinpachi.

    “Não temos tempo para isso. Já só faltam 5 minutos no marcador.” Alertou o Fujiwara mais novo.

    “Esse marcador não está a passar um pouco depressa demais?” Indagou Shinpachi, então o marcador passou de repente para 2 minutos.

    “Viste o que fizeste, Shinpachi-kun? Agora ofendeste-o.” Reclamou Mizuki.

    “Espera aí! A culpa é minha?” Perguntou Shinpachi nervoso.

    “Droga! Nada funciona.” Murmurou Gekomaru enquanto carregava em botões aleatoriamente. “O contador está a andar cada vez mais rápido, a este ritmo tudo vai explodir em menos de 1 minuto.”

    “Eu não quero morrer agora! Há muita coisa que ainda quero fazer!” Gritou o megane entrando em pânico.

    “Eu também!” Falou Gekomaru fazendo o mesmo que Shinpachi.

    “É nestes momentos que temos de usar o poder do amor!” Murmurou Mizuki concentrando-se bastante e pegando na sua katana embainhada. Depois com uma grande velocidade e força, esmagou o painel de controle com ela.

    O alarme na sala de repente parou e uma voz robótica informou. “Autodestruição cessada. Felicitações, você não morrerá hoje.”

    “Não acredito que funcionou.” Murmurou Gekomaru.

    “Nem eu.” Suspirou Shinpachi.

    Enquanto o trio descansava de alívio, dois ninjas falavam o suficiente perto da sala para os poderem ouvir.

    “Temos de sair deste castelo, antes que acabemos mortos.” Falou um dos ninjas.

    “Mas o Kentaro-sama está a enfrentar os intrusos. Nós não devíamos ajudar?” Contestou o outro.

    “O Kentaro-sama safa-se bem sozinho. Além disso, estes intrusos são um bando de loucos, especialmente aquele samurai de cabelo branco. Não quero ter nada a ver com eles.”

    “Tens razão. É melhor sairmos daqui ante que algo corra mal.”

    Mas antes que os ninjas pudessem ir embora, alguém os agarrou pelas costas com tanta força que os dois não conseguiram fugir.

    “Vocês sabem onde estão o Onii-chan e os outros, não é? Podiam, por favor, levar-nos até eles?” Pediu Mizuki com uma expressão serena e amável no rosto, mas rodeada por uma aura negra e ameaçadora, enquanto agarrava as golas dos dois ninjas.

    “Ela é assustadora.” Falou Gekomaru.

    “Acho que a Mizuki-san está a passar demasiado tempo com a minha irmã.” Comentou Shinpachi.

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    Gintoki e Kentaro estavam no meio de uma intensa e equilibrada luta, os golpes do samurai demonstravam uma enorme força, mas os ataques do ninja eram mais rápidos e precisos.

    “Devo admitir que és melhor do que eu pensava.” Falou Kentaro desviando-se da bokuto do albino. “Mas porque te estás a esforçar tanto por um assunto que não te diz respeito? Queres assim tanto proteger o mesmo Bakufu que nos descrimina e nos trata como lixo?”

    “Eu não quero saber nada sobre o Bakufu ou sobre quem domina este país. A única coisa que estou a fazer é cumprir o pedido de um moleque chorão que está desiludido com o seu próprio irmão mais velho.” Respondeu Gintoki conseguindo acertar na cara de Kentaro, projetando-o para longe, fazendo-o deixar cair o seu controle, sem que o mesmo se apercebesse.

    “O Geko consegue ser bastante teimoso, ele ainda não percebeu que eu estou a fazer isto por ele.” Falou Kentaro com o cabelo fazendo-lhe sombra nos olhos, enquanto se levantava lentamente. “Neste mundo não existe nada como a compaixão, a lealdade, o respeito ou a confiança, não se pode confiar em ninguém, pois todos só pensam no seu próprio bem. Eu não quero que o Gekomaru viva num mundo assim, não quero que ele passe pelo mesmo que eu passei. É por isso que vou controlar este mundo podre e torna-lo num mundo sem traições onde possamos ser felizes.”

    “Controlando todos com aquele soro? Não me faças rir. Achas mesmo que com essa falsa confiança e felicidade podes de verdade ser feliz?” Falou Gintoki colocando-se em guarda. “Em vez de viveres nesse falso mundo de sonho, luta pelos teus sonhos até que estes se tornem reais!” E com isto partiu para o ataque.

    Kentaro desviou-se e pregou-lhe uma rasteira, fazendo-o cair no chão. O Fujiwara preparou-se para perfurar a cabeça do samurai, mas este conseguiu esquivar-se no último segundo e levantar-se.

    “Tu não entendes nada!” Reclamou Kentaro lançando-se mais uma vez sobre Gintoki.

    “Tu é que não entendes!” Respondeu o albino prestes a atingir o ninja no estômago, mas este esquivou-se com uma bomba de fumo.

    Gintoki ficou desorientado com a tática do seu adversário e este aproveitou essa abertura para causar um grande, mas não muito profundo, corte nas costas do samurai.

    “Um ninja pode aparecer e atacar de qualquer direção.” Falou Kentaro com um ar frio.

    “Ei. Não estás a ficar um pouco convencido?” Perguntou Gintoki sarcasticamente com uma respiração ofegante, devido ao cansaço e à dor.

    Enquanto estes dois continuavam o seu duelo, Tsukuyo e Sa-chan tentavam libertar Kagura, Sougo e Aki, mas sem sucesso.

    “Droga! Nada do que tentamos resulta!” Reclamou Sa-chan.

    “Parece que nada as consegue abrir.” Falou Tsukuyo.

    “A única forma de as abrir é com o controle do meu irmão.” Explicou Gekomaru chegando com Shinpachi e Mizuki, que arrastava dois ninjas com vários hematomas e dentes partidos.

    “Mas como vamos conseguir pega-lo?” Indagou Aki.

    “Ele deixou cair o controle bem ali.” Falou Sougo acordando do cochilo que decidira fazer no meio de toda a ação, apontando para onde estava o controle.

    “Porque raio estavas a dormir numa altura destas?” Gritou Kagura irritada.

    “Nós não podemos fazer mais nada, portanto decidi aproveitar.” Respondeu Sougo voltando a colocar a sua máscara para dormir.

    “Não adormeças outra vez!” Reclamou a jovem Yato.

    “Vou buscar o controle.” Avisou Gekomaru começando a correr na direção do controle.

    “Espera! Não vás sozinho, Geko-chan!” Advertiu Sa-chan, mas não foi a tempo de ser ouvida.

    No meio da sua luta com Gintoki, Kentaro reparou em seu irmão correndo e conseguir pegar o seu controle, mas pode também reparar que o teto estava prestes a ruir, provavelmente por causa das pequenas explosões que ocorreram antes. Então desviou-se de mais uma das investidas do albino e começou a correr na direção do seu irmão.

    “Geko! Cuidado!” Gritou Kentaro pegando no seu irmão, que tinha acabado de libertar o trio aprisionado, e jogou-o na direção de Gintoki, que o agarrou, e gritou mais uma vez. “Rápido, tira o Gekomaru daqui! Se algo acontecer toma conta dele.”

    Começaram a cair destroços do teto, obrigando todos a saírem dali. Quando Kentaro tentou fugir, tropeçou num pequeno destroço e caiu, mas outro grande destroço caiu do teto, aterrando na perna do Fujiwara, impedindo assim que fugisse. Poucos momentos antes de o teto ter caído por completo, Kentaro ainda pode ouvir o seu irmão gritar. “Nii-san!”

    –-----------------------------------------(Flashback On)-------------------------------------------

    Há cerca de 5 anos atrás, na casa dos Fujiwara, Gekomaru treinava no jardim, enquanto Kentaro estudava.

    “Nii-san, quando é que me vais ensinar a lançar corretamente as kunais?” Perguntou o jovem Gekomaru de 5 anos segurando numa kunai e mirando em alguns bonecos de panha.

    “Agora não posso, Geko. Ainda tenho muito que estudar.” Desculpou-se o Kentaro adolescente com uma expressão bastante amigável.

    “Já faz dois anos desde que foste aceite no Oniwabanshuu. Por que é que continuas a estudar?” Perguntou o jovem Fujiwara.

    “Para um ninja, a informação é a sua melhor arma.” Respondeu Kentaro. “Por isso que eu tenho de estudar todos os dias, assim poderei ser um ninja tão habilidoso como o papai e tão inteligente como a mamãe.”

    “Não é justo, tu tens sempre tempo para treinar o Aki-san.” Reclamou Gekomaru.

    “Isso é porque me foi imposto treina-lo até que o seu sensei particular melhore.” Respondeu Kentaro suspirando.

    “Sério? Pensei que fosse para passares mais tempo com a irmã dele, ouvi dizer que é muito bonita.” Falou Gekomaru com um sorriso matreiro.

    “Não digas idiotices, Geko.” Falou Kentaro com uma leve coloração vermelha no rosto, fechando o seu livro. “Além disso, eu ainda mal falei com a Sarutobi-senpai.”

    Enquanto os dois irmãos falavam, um membro do Oniwabanshuu apareceu de repente e parecia que trazia más notícias.

    “Fujiwara Kentaro, vim informa-lo que os seus pais morreram em serviço.” Informou o ninja com um olhar triste.

    Aquela notícia abalou os dois irmãos, especialmente Gekomaru, que ficou tão chocado que nem conseguiu pronunciar uma única palavra, deixando cair a sua kunai lentamente.

    “Como assim?” Perguntou Kentaro revoltado, levantando-se bruscamente.

    “Sofremos um ataque Amanto no castelo e os seus pais sacrificaram-se para poder salvar o Shogun-sama.” Respondeu o mensageiro. “O Hattori-san quer que você ocupe o posto deixado por eles.”

    “Preciso de alguns dias para pensar. Vamos, Geko.” Falou Kentaro com a franja fazendo-lhe sombra nos olhos e pegando na mão do seu irmão, que nesse momento estava a chorar. Mas quando o Fujiwara mais velho estava prestes a entrar no interior da casa, pôde-se ver uma lágrimas a escorrer pela sua face.

    “Entendo.” O ninja assentiu e retirou-se.

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    Alguns meses depois, Kentaro foi convocado pelo Shogun.

    “O que deseja, Shogun-sama?” Perguntou Kentaro fazendo uma vénia.

    “Estou a pensar entregar este país aos Amanto, eles disseram que se nos rendermos seremos bem recompensados e eu poderei permanecer numa posição de alto poder. E como uma das exigências, vou desmantelar o Oniwabanshuu.” Respondeu o Shogun Sadasada. “Mas não te preocupes, decidi que farás parte da minha guarda pessoal.”

    “Como você se pode render a estes Amanto que nos estão a tentar escravizar?” Indagou Kentaro indignando. “Mesmo que o senhor desista, tenho a certeza de que os Jouishishi vão continuar a lutar, então devíamos unir forças. Tenho a certeza de que era isso que os meus pais queriam quando o protegeram.”

    “Falas daquele casal de ninjas? Os Fujiwara, sim, eu lembro-me deles.” Falou Sadasada com um sorriso malicioso. “Eles foram bons escudos, deves estar bastante orgulhoso por eles terem tido alguma utilidade.”

    Aquelas palavras encheram Kentaro de puro ódio. Ele preparou-se para cortar a cabeça do Shogun nesse preciso momento, mas foi detido por três membros da Naraku.

    “Pensei que pudesses ser um bom cão obediente, mas parece que me enganei. Levem-no para fora do castelo, já não preciso dele.” Ordenou o Shogun.

    “Eu vou acabar contigo, podes esperar!” Rugiu Kentaro enquanto era levado pelos membros da Naraku.

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    Mais tarde, nesse dia, Kentaro tinha acabado de chegar a casa e foi recebido pelo seu irmão mais novo.

    “O que o Shogun queria?” Perguntou Gekomaru curioso.

    “Ele desmantelou o Oniwabanshuu.” Respondeu Kentaro com uma expressão triste no rosto.

    “Por que é que ele fez isso?” Indagou Gekomaru.

    “Ele apenas disse que devia-mos render-nos para podermos poupar mais vidas.” Mentiu Kentaro com um sorriso amargo, esfregando os cabelos do seu irmão, enquanto pensava. “Não deixarei que o Gekomaru sinta a mesma tristeza e o mesmo ódio que sinto, em vez disso, eu sentirei a tristeza e ódio pelos dois.”

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    Alguns anos depois, Kentaro vivia em Kamêbushi com o seu irmão e criou o seu próprio exército de ninjas que aceitava qualquer trabalho de espionagem ou assassinato, por uma certa quantia. Um dia recebeu uma visita inesperada.

    “Fujiwara-sama, um samurai que se diz chamar Takasugi Shinsuke deseja falar com você.” Anunciou um ninja completamente vestido de preto.

    “Podes deixa-lo entrar.” Permitiu Kentaro.

    Então o ninja abriu a porta corrediça, permitindo passar o samurai cujo olho esquerdo estava coberto por bandagens.

    “Você tem um belo castelo, deve ter sido bastante caro.” Comentou Takasugi entrando sem fazer nenhuma cerimónia.

    “O que te trouxe aqui?” Perguntou Kentaro com um olhar sério.

    “Tu também queres destruir este mundo podre, não é?” Falou o líder do Kiheitai, atraindo a atenção do Fujiwara. “Se quiseres, eu posso ajudar-te. Até te posso dizer um bom lugar para começares a tua vingança.”

    “Qual?” Perguntou Kentaro que por alguma razão estava a começar a ficar interessado nas ideias do samurai que estava à sua frente.

    “A cidade de Edo.” Respondeu Takasugi com um olhar de pura destruição.

    –----------------------------------------(Flashback Off)--------------------------------------------

    O salão estava completamente destroçado e Kentaro, por baixo de alguns destroços, observava o tudo de ensaio que transportava a amostra de soro, completamente quebrada.

    “Era a única amostra que restava, agora não vou conseguir recria-la.” Murmurou Kentaro sem se conseguir libertar dos destroços. “Talvez aquele samurai tivesse razão e este plano fosse uma idiotice. Agora o Gekomaru deve odiar-me.”

    “Já vais desistir da tua vida?” Indagou Gintoki que se encontrava ao lado do ninja.

    “O que fazes aqui? Eu disse para tomares conta do Gekomaru!” Reclamou o Fujiwara mais velho.

    “Eu já cuido de demasiadas crianças, mais uma seria um saco.” Respondeu o samurai preguiçoso. “Além disso, eu já te tinha dito que ia cumprir o pedido daquele moleque chorão.”

    –-----------------------------------------(Flashback On)-------------------------------------------

    “Vocês trabalham num Yorozuya, não é?” Falou Gekomaru com um olhar determinado. “Eu tenho um pedido para vos fazer. Por favor, salvem o meu irmão!”

    –----------------------------------------(Flashback Off)--------------------------------------------

    “Por quê? Por que é que ele disse isso?” Indagou Kentaro com algumas lágrimas nos olhos.

    “Aceitar e perdoar os erros dos outros faz parte de ser uma família.” Falou Gintoki enquanto retirava os destroços de cima de Kentaro. “Agora vamos. Tens alguém à tua espera.”

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    Nesse momento, numa praia de Kamêbushi cheia rochedos, Kamui caminhava tranquilamente e olhava para o castelo.

    “Parece que no fim não explodiu por completo, é uma pena.” Murmurou o sanguinário Yato.

    De repente sentiu a presença de alguém que ele já conhecia, começou a olhar em todas as direções, até que finalmente o encontrou dormindo em cima de um enorme rochedo.

    “Não esperava encontra-lo neste planeta, Tokegawa-san.” Cumprimentou Kamui com o seu típico sorriso.

    “Bom dia, Kamui-kun.” Bocejou o Taiyo acordando e saltando do rochedo, aterrando à frente do Yato. “Vejo que ainda usas esse sorriso para mascarar os teus verdadeiros sentimentos.”

    “Você veio aqui para se vingar pelo que aconteceu com o seu filho.” Perguntou Kamui preparando-se para lutar. “Sabes, eu fiquei bem mais forte.”

    “Pensei que tivesse mais bom senso. Eu só vim caçar uns bandidos procurados, que se escondem numa ilha aqui perto, mas come o meu olfato me disse que estavas aqui, decidi fazer uma visita.” Respondeu Tokegawa com o seu típico ar descontraído.

    “E ainda dizes que sou eu que uso uma mascara.” Comentou Kamui.

    “Só mais uma coisa, Kamui-kun. Nesta ilha também estão umas crianças que eu protejo. Portanto se te voltas a meter com elas…” Falou o velho samurai com um repentino ar sério, sacando a sua espada tão rápido que nem Kamui conseguiu ver e cortando o gigantesco rochedo que se encontrava atrás dele, ao meio e deixando a superfície do corte completamente polida e sem qualquer falha. “…Não mostrarei a mesma piedade que demonstrei naquela vez.”

    “Eu gostava bastante de voltar a ver a sua sede de sangue, mas parece que a minha boleia já chegou.” Respondeu Kamui apontando para o céu, onde estava agora um navio espacial que atirou uma escada de madeira para o Yato poder subir. “Foi bom voltar a velo, tio.”

    “Ele é realmente uma criança problemática.” Suspirou o Taiyo, enquanto Kamui embarcava na nave. “Gostava de cumprimentar o Gintoki e os outros, mas também vou ter de me ir embora agora.”

    “Há imenso tempo que não tinha esta sensação.” Comentou Kamui, já no convés da nave.

    “Qual, capitão?” Perguntou Abuto.

    “A sensação de que podia morrer a qualquer momento.” Respondeu o ruivo com o seu olhar de carnificina.

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    No interior da ilha, Gintoki saía do castelo quase em ruínas, apoiando o braço de Kentaro nos seus ombros, enquanto todos os esperavam.

    “Nii-san!” Gritou Gekomaru em lágrimas, atirando-se para os braços do seu irmão.

    “Geko, se continuas a apertar-me assim tão forte, vai partir os ossos que ainda tenho inteiros.” Falou Kentaro que mal aguentava o forte abraço do seu irmão mais novo. “Obrigado por me teres perdoado, mas eu cometi demasiados erros, agora vou ter de pagar por eles e ser preso.”

    “Não, eu não quero que isso aconteça.” Choramingou Gekomaru.

    “Na verdade ninguém sabe o que aconteceu nesta ilha.” Falou Sougo. “E como estou de férias, não tenho o direito de prender ninguém.”

    “Estás a demonstrar compaixão, Okita? Será que estás a delirar?” Perguntou Aki surpreendido. Mas recebeu como resposta, um murro de Sougo.

    “Viva, adoro finais felizes!” Festejou Mizuki animada.

    “Oi maninha!” Gritou Kamui na nave que passava agora perto do castelo. “Não sabia que o Samurai-kun era teu amigo!”

    “Kamui! Desce já daí se tens coragem, para eu poder te dar uma lição!” Respondeu Kagura irritada.

    “Então a Kagura-chan tem um irmão. Não acredito que não sabia isto.” Murmurou Aki enquanto apontava a nova informação sobre a sua amada no seu diário.

    “Da pró…”

    “Da próxima vez que te voltar a ver, vou dar cabo de ti!” Gritou Sougo, interrompendo Kagura que estava prestes a dizer o mesmo que ele.

    “Os samurais são mesmo interessantes.” Murmurou Kamui voltando para o interior do navio espacial.

    “Ei! Não nos ignores, seu grandíssimo idiota!” Reclamou Kagura ainda mais irritada, enquanto a nave partia.

    “Deixa-o.” Falou Gintoki deixando os irmãos Fujiwara a conversarem sozinhos. “Estou com vontade de tirar umas férias destas férias.”


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