Capítulo 37

Se foram os dias. Mu ficava cada vez mais deprimido. Depois daquele dia em que ele teve que entrar naquela casa. Todos faziam de tudo para que o menor ficasse melhor. Até mesmo Genbu o levou para se distrair com Kiki, num parque de diversões. No começo ele parecia ter esquecido do ocorrido, mas ficava triste demais.

Shion havia ficado do mesmo jeito por alguns dias, mas pareceu superar. Ou pelo menos, fingiu que tinha superado para não preocupar os irmãos e seu namorado. Mas o contrário do que todos pensavam Shion realmente superou o que viu naquela casa caindo aos pedaços.

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O ariano do meio estava no seu quarto enrolado numa toalha. Mu havia saído do banho e agora escolhia uma roupa para vestir. Quando ele abriu o guarda-roupa, se deparou com a camiseta branca de botão que ganhou de Shaka. O lilás só a usou no Ano Novo e nunca mais.

De seu quarto, ele escuta a campainha tocar. Como ele estava sozinho, teve que atender a porta. Levou um susto ao abri-la e ver o médico loiro parado na mesma. O garoto se avermelhou de imediato. Shaka não esperava encontrar o garoto SÓ de toalha pela casa.

Já o menos, achou que fosse Shion junto de Kiki. Afinal eles saíram e Mu achou que eles estivessem sem a chave.

O loiro ficou meio desnorteado com a visão que tinha. É claro que não fará nada com ele, mas que ele fazia um esforço enorme para não agarrar o menino, ahh isso fazia.

- Está sozinho em casa, Mu? – Ele sabia disso. Shion o ligou pedindo para por perto enquanto não voltava com o casula para casa.

- Estou! Entre. Shion chega daqui a pouco.

- Você já está falando melhor. Isso é bom.

- Dohko me ajuda direto. Não me dá descanso. Kiki é outro. Acho que agora, eu recuperei minha voz, mesmo ela estando muito baixa e um pouco rouca pela falta de uso. Agora se me der licença... E-eu vou me trocar. Acabei de sair do banho.

- Claro! Você já comeu alguma coisa? Posso preparar algo para você comer se quiser.

- E-eu aceito. – E foi para o quarto para poder se trocar.

Shaka foi para cozinha tentar a bela imagem do garoto só de toalha.

- “Foco, Shaka. Foco. Não vá pensar nessas coisas.” – Voltou ao serviço de preparar alguma refeição rápida para menor.

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Milo já havia se conformado de que sentia algo a mais pelo colega de profissão. Só não sabia se era amor ou apenas amizade. Para que ele possa descobrir, decidiu voltar sua antiga casa. Ficar no lugar onde nunca deveria ter saído. Ele sentia falta de sua casa. Ele começou suas malas. Só não esperava sentir ser abraçado por alguém nas costas.

- Para onde vai agora, Milo? Se cansou de mim... Digo se cansou daqui?

- Camus? Não eu só acho devo recomeçar minha vida de novo.

- Por favor, Milo. Não vá! Eu... E-eu...

- Você o que Francês?

- Eu amo você! Por isso não quero que vá embora. Fica. Fica por favor!

- Camus eu não sei se...

O francês não deixou o outro terminar, pois o calou com um beijo de tirar o folego. Depois de um tempo, Milo o empurrou separando seus lábios e seus corpos.

- Camus?

- Milo... Não me deixa. Eu realmente amo você.

- Mas... Mas isso é errado... Eu... Eu... Não sei o que pensar... Eu...

- Só diga que me aceita. Por favor.

- Camus eu realmente não sei o que pensar disso. Dê-me alguns dias... Eu... Eu realmente estou confuso com tudo isso. Preciso de um tempo e...

- Shhh! Eu te dou esse tempo. Te espero o tempo que for preciso.

- Eu preciso ir.

- Vai para onde?

- Para minha antiga casa. Ficarei por lá um tempo enquanto Kardia está aqui. Afinal, ele é meu irmão e preciso ficar um pouco com ele também.

- Só deixo você ir por que é seu irmão pois se fosse outra pessoa eu te prendia aqui.

- Cruzes! Você é doido.

- Mas você sai daqui depois de uma coisa...

- Nem vou perguntar o que é. Mas eu preciso ir. Obrigado pela estádia. Espero não ter sido um fardo para você e para Dégel.

- Não se preocupe. Gostamos de poder ter te ajudado. Mas você sai daqui depois uma coisa. Essa coisa. – O beijou de novo.

Milo não correspondeu assim como não correspondeu antes. Apenas deixou que o amigo o fizesse se fosse para vê-lo feliz.

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As coisas na casa de Mu iam até bem. Shaka fez uma comida rápida para o menor se alimentar. O lilás ainda se vestia de preto, mas com um detalhe que agradou o policial. Ele vestia a camiseta que ele dera. Apenas com ela, quebrava o ar sombrio que o menino trazia em suas vestes.

- Você fica bem de branco. Deveria começar a mudar a cor de suas roupas.

- O preto é o fundo de minha alma. A cor de meu coração. Eu morri por dentro e ninguém percebeu. Preto é e sempre será meu luto.

- Deveria deixar... As pessoas se aproximarem de ti.

- Porque deveria? E se elas me fizerem sofrer outra vez? E se elas me estuprarem como antes? Eu me fechei aqui dentro para tudo. – Disse colocando a mão no peito, indicando o coração.

- E se eu o libertar dessa prisão em que vive? Você me deixaria tentar te fazer ser feliz? Ver o lado bom da vida? Se você me permitir eu faço o que você quiser. É só você querer.

- Eu... E-eu... Não sei... Eu tenho medo e...

- Não precisa ter medo. Você tem a mim, seus irmãos, Dohko e Genbu. Nunca vamos ter deixar só. É só você se permitir ser feliz. Deixar o passado para trás. E viver sem esse medo das pessoas. Me deixa te ajudar, Mu. Eu amo você meu menino.

- Mentira. Você está mentindo. Só quer se aproveitar de mim como... Como...

- Como quem? Como os estupradores de sua família? Se eu quisesse me aproveitar de você já tinha feito a muito tempo. Eu te respeito como respeitei meus outros namorados. Mas diferente de você, eu não os amava com amo você. Acredite em mim. Eu amo você. Muito.

- S-Shaka... Eu...

- Shhh... Vem cá!

O menor se aproximou do mais velho e Shaka só o segurou pelo punho e o abraçou forte. Mu correspondeu ao abraço chorando em seu peito como uma criança. O médico conseguiu separar do abraço, puxando o rosto molhado do outro para cima. Seus olhos estavam mais brilhantes que antes pelas lágrimas. O loiro não aguentou aquela carinha chorosa e o beijou de leve nos lábios para logo depois aprofundar o ósculo entre eles.