Casos e acasos

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    Capítulos:

    Capítulo 5

    Capítulo V: Casamento Mal-Assombrado #Arquivo 5

    Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Capítulo V: Casamento Mal-Assombrado

    #Arquivo 5

    ? Por Paola Tchébrikov

    ? Então você pretende abandonar o caso, a SPR e eu? ? sem saber por onde começar, Naru decidiu ser direto e dizer de uma vez o que tivesse que ser dito.

    ? Eu não sei. Eu estou com medo, Naru? ? confessou ela virando o rosto para o outro lado. ? Antes de te conhecer eu era uma adolescente comum que gostava de histórias envolvendo fantasmas, mas agora é diferente, a cada dia minha vida corre perigo, e nem consigo contar quantas vezes pensei que iria morrer!

    ? Mas não morreu. Está aqui comigo ? completou rapidamente, eles estavam perdendo o foco da conversa e isso era perigoso.

    ? Por pura sorte ? completou encarando o chefe.

    ? Sorte, destino, ou como quiser chamar. O que importa é que está viva. Mas não é nisso que quero chegar. ? Noll suspirou antes de realmente começar a engolir seu orgulho e falar: ? Levei uma bronca do meu irmão e do espírito que meus funcionários deveriam exorcisar ? Naru suspirou ao lembrar-se das palavras de ambos: ?Se não for atrás dela, a perderá para sempre.?

    ? Como assim? ? perguntou confusa.

    ? A questão é que todos veem uma Mai forte que quer ajudar a todos, mas esquecem da menininha órfã que vive em você. ? a garota arregalou os olhos, surpresa, achara que ninguém se preocuparia com aquilo. ? Depois que perdi meu irmão mais velho, consegui me fechar mais do que já era. Sem o Eugene eu realmente me sentia solitário, mesmo que nossas mentes estivessem conectadas, ele não estava fisicamente presente.

    ? Naru? ? começou ela, mas teve seus lábios tampados pelo dedo indicador do chefe, pedindo silêncio. Sapeca, passou a língua pelo dedo dele e mordeu-o, rindo logo em seguida.

    ? Eu estava levando a vida normalmente, me dedicando aos casos que meu escritório pegava, até uma certa estudante do colegial quebrar minha câmera e mandar meu funcionário para o hospital ? o tom lamentoso indignou Mai.

    ? Naru, a câmera tinha seguro e o Lin está mais do que perfeito, não precisa ficar lamentando! ? brigou fazendo biquinho de forma infantil.

    ? Sim, mas se isso não houvesse acontecido, eu não teria um saco de um metro e cinquenta e cinco me dando trabalho e me fazendo explicar coisas óbvias. ? Naru sabia que Mai iria se irritar com aquilo, adorava irritá-la. Dito e feito!

    ? Óh! Se eu sou um saco de um metro e cinquenta e cinco que só da trabalho, por que não me manda para casa sem devolução? ? merda, Naru realmente a irritava!

    ? É uma proposta sedutora, mas mandá-la de volta seria muito desperdício. ? sussurrou de forma sedutora no ouvido da menina, fazendo-a arrepiar-se. Mordeu a ponta de sua orelha e desceu distribuindo beijos por seu pescoço, arrancando protestos mais parecidos com gemidos de seus lábios. ? Resumindo: você não precisa aguentar tudo sozinha, estou aqui com você.

    ? Quer que eu corra para os seus braços chorando toda vez que estiver confusa, com medo, frustrada ou precisando de carinho? ? perguntou espantada, Naru estava agindo muito estranho propondo algo ainda mais estranho a ela.

    ? Tecnicamente, sim ? assentiu, dando um chupão no vão entre o ombro e o pescoço da garota que sabia que na manhã seguinte estaria marcado, seria divertido vê-la tentando esconder a marca.

    ? Será que é possível Gene ter controle sobre o corpo do Naru? ? perguntou mais para si mesma do que para o rapaz ao seu lado, sem nem notar o que o chefe acabara de fazer.

    ? Por quê? ? perguntou Naru sem entender.

    ? É que estou começando a duvidar que você seja o Naru ? respondeu sem graça, o rapaz ficou imóvel por minutos, em completo silêncio.

    ? Vou dormir ? confirmou fechando os olhos e tendo certeza de que Mai estaria bem presa embaixo de seu braço, sem nenhuma chance de fuga.

    E ambos ficaram lá, deitados. A respiração dele lenta e discreta, parecia ter dormido, enquanto a dela estava rapida, inquieta.

    Mai processava tudo o que Naru havia dito de forma lenta, quase não acreditava que aquilo estava realmente acontecendo, quer dizer, ele estava pedindo que ela o usasse como porto seguro.

    ? Está dormindo, Naru? ? perguntou baixo, ele apenas ronronou confirmando. ? Acho que estou sonhando? ? comentou aérea. Sorrindo fracamente e abrindo um dos olhos, Naru se aproximou do pescoço da garota e lhe deu uma mordida um pouco forte, fazendo-a gemer de dor.

    ? Itai Naru, isso dói! ? reclamou remexendo-se na cama.

    ? Aí está a prova de que não é um sonho. ? a garota parou; verdade, se fosse um sonho não sentiria dor, funcionou como um belisco. ? Agora durma! ? ordenou tentando dormir, a garota ficou mais alguns minutos quieta.

    ? Nee Naru? ? chamou baixinho, o rapaz apenas resmungou algo incompreensível. ? Não posso dormir de short jeans e bota ? comentou sem graça, Oliver Davis abriu um olho e observou-a, constatando ser verdade o que a garota disse.

    ? Tem cinco minutos ? murmurou tirando o braço da cintura dela.

    Mai levantou-se rapidamente e correu para o banheiro, não vendo assim o sorriso satisfeito do rapaz, que esperava que ela não tivesse tempo de se olhar no espelho, assim acabaria vendo a marca apenas na manhã seguinte e quando estivesse roxa.

    Minutos depois Naru sentiu o colchão afundar e constatou que Mai já havia voltado. Ela deitou-se ao lado do chefe, na mesma posição de antes, e puxou o lençól, cobrindo ambos os corpos.

    ? Boa noite chefinho ? comentou com sarcasmo na voz e em tom de brincadeira.

    ? Boa noite Mai? ? ronronou já praticamente dormindo.

    O dia estava claro, as nuvens branquinhas flutuavam no céu de forma lenta e cansativa. Mas, o que ela estava fazendo ali?

    Estava em um parque cheio de sakuras, ao qual várias de suas pétalas coloriam o chão de rosa. O clima romântico envolvendo os poucos casais presentes dava ao local um ar de ternura e paixão.

    ? Onde estou? ? perguntou Mai baixo para si mesma.

    ? Num parque ? respondeu com simplicidade uma voz conhecida.

    ? Isso eu notei, Gene ? resmungou ela rolando os olhos.

    ? Então faça uma pergunta menos? óbvia ? riu o rapaz ao seu lado, deixando-a irritada.

    ? O que eu estou fazendo aqui? ? arriscou, tentando algo menos óbvio.

    ? Olhe aquilo ? Gene apontou um casal com a cabeça.

    Ele indicava um rapaz alto e ruivo e uma garota de cabelos castanhos longos e enrolados. Pareciam ser namorados e estavam parados na frente de um banco.

    O rapaz repentinamente falou algo e apontou para o banco. Confirmando com a cabeça, a garota caminhou até o banco, sendo seguida por ele; eles sentam um ao lado do outro.

    Alguns minutos se passam e Mai começa a achar a situação estranha: ficaria quanto tempo observando um casal de namorados aproveitando seus momentos juntos? Já estava entediada!

    ? Ei Gene ? chamou desviando os olhos para fitar a face do irmão mais velho de seu chefe ?, terei que ficar bisbilhotando a vida deles mais quanto tempo? ? perguntou indignada.

    ? Shii! Continue observando ? disse sem sequer olhar para a garota que, cruzando os braços e fazendo bico, voltou seu olhar para o casal.

    Alguns minutos depois o rapaz coçou a cabeça parecendo envergonhado e, em um movimento rápido, tirou de um dos bolsos uma caixinha preta. Mai rapidamente se intrigou, o que será que havia dentro da caixa?

    A dúvida nem durou muito tempo. Assim que a caixa foi colocada à sua frente, a menina sorriu, envolvendo-a em suas mãos, e com os olhos brilhando em expectativa viu o rapaz levantar a tampa, abrindo-a.

    Gene riu, enxergava nos olhos de Mai o mesmo brilho que havia nos olhos da garota sentada no banco: um brilho de total expectativa.

    De repente o rapaz retira algo da caixinha e o ergue na altura do rosto da menina, e Mai vê. Era uma corrente carregando um pingente em formato de coração em um tamanho um pouco exagerado, mas muito belo.

    A garota sorri com lágrimas nos olhos e consente, colocando a caixinha sobre o banco e erguendo o cabelo. Ele sorri, colocando a corrente no pescoço dela e, depois de colocado, ambos se beijam com todo carinho e ternura que um casal pode ter.

    Era uma cena bonita e comovente que encheu os olhos de Mai de lágrimas. Imaginara, por segundos, ela recebendo algo de Naru de modo tão carinhoso e fofo, mas logo tirou aquilo da cabeça.

    ? Se você se emocionou com essa cena, contemple a próxima ? anunciou Gene sério, as cenas em volta de Mai embaçaram. Tudo ficou negro para logo em seguida outra imagem aparecer.

    O céu estava nublado. De suas nuvens cinzas flocos de neve caíam e enfeitavam tudo de branco. As árvores, sem flores, eram cobertas pela neve; os bancos de madeira eram cobertos pela neve. A brisa fria e as pessoas vestindo blusas quentes e aconchegantes, protegendo-se do frio, evitando resfriados.

    Um ótimo clima para os apaixonados, que caminhavam juntinhos e de mãos dadas, compartilhando o calor de seus corpos e unindo-se ainda mais em suas paixões.

    E lá estava. O mesmo parque, o mesmo banco, o mesmo clima romântico, embaixo da mesma árvore, o mesmo casal? O rapaz ruivo, frente a frente com a garota de cabelos castanhos e longos. Apenas a situação que não parecia ser a mesma.

    O mesmo rosto, a mesma vida, o mesmo sentimento? Apenas as lágrimas que eram diferentes. Corriam pela face corada pelo frio com rapidez, atropelando-se umas nas outras na corrida para chegar ao chão, para assim lá se misturarem com as águas congeladas que caíam do céu.

    ? O que está havendo? ? perguntou Mai para Gene, que continuou em silêncio, não entendia o que estava acontecendo e parece que ele não explicaria.

    O rapaz falou algo para a moça que fê-la recuar um passo, hesitante. As mãos masculinas foram colocadas no bolso da enorme jaqueta e o corpo virou-se de lado, pronto para partir.

    Ela disse algo, parecia furiosa. Ele a olhou com compaixão, mas continuou parado. Indignada, ela virou-se com fúria e escorregou na neve, ficou alguns segundos ajoelhada, mas depois levantou-se e andou em passos rápidos para longe do rapaz.

    Ele a acompanhou com os olhos, suspirou e abaixou os olhos para o chão. Deu alguns passos para frente e se abaixou, pegando algo na neve: uma corrente com um enorme pingente em formato de coração.

    O ruivo colocou o objeto no bolso e virou-se, caminhando no sentido contrário ao da garota. Os olhos de Mai se enchem de lágrimas, que dessa vez escorrem livremente por seu rosto, demonstrando todo seu sentimentalismo.

    Mas a história não acaba. Alguns segundos depois a garota volta correndo, procurando no chão algo. Desesperada, jogou-se com ferocidade na neve e não desistiu. Suspirou, levantou-se, e refaz o caminho de onde veio.

    Mai não entendeu, por que ela voltara? Surpreendeu-se ao vê-la novamente retornar. Procurou incessantemente de novo e depois de alguns minutos, pela primeira vez, Mai é capaz de ouvir sua voz.

    ? Eu quero de volta meu coração! ? gritou loucamente, assustando os pombos que pousavam sobre o encosto do banco.

    Dia 4

    Sabia que aquilo era errado, que espiar os outros era feio e descortês, mas o que uma mulher apaixonada não faz em prol do seu amor? Afinal, não ia fazer nada de mais, apenas ia ver o ghost hunter dono de seu coração dormindo, só uma olhada? Talvez duas? Nada mais.

    Hara Masako colocou a mão na maçaneta com o intuito de abrir a porta, mas um barulho no corredor fê-la puxar o braço de volta e afastar-se alguns passos do batente. Alguns segundos se passaram e nada, ninguém apareceu.

    Suspirando, colocou a mão sobre o coração que batia descompassado. Respirou alguns segundos com calma, tentando acalmar seu pobre e apaixonado coração calmo. Com sucesso!

    Reunindo toda a coragem que possuía, vinda de lugares que jamais pensara que viria, se aproximou novamente da porta. O gosto do ato proibido invadindo sua boca, causando em seu interior o medo de ser vista, descoberta.

    Mas a vontade de continuar prevalecia, fazendo-a colocar novamente a mão na maçaneta sem fazer qualquer ruído. Era tudo ou nada! Não podia desistir. Precisava provar para si mesma que seu amor pelo Davis era forte o suficiente para fazê-la fazer coisas que jamais, em sã consciência, faria.

    Num único impulso forçou seu corpo a obedecer seu coração, mesmo que sua mente dissesse que era errado.

    Sabia que era extremamente cedo, sabia que Naru ainda estava dormindo, sabia que só uma espiadinha não mataria ninguém, afinal, ninguém precisava saber.

    E com isso em mente Masako abriu a porta do quarto do chefe. A cama do lado da janela estava desarrumada e? vazia. Confusa, afinal, ou Naru ou Mai deveriam dormir naquela cama, desviou seus olhos para a cama ao lado e, no momento em que seus olhos pousaram sobre a cena, rapidamente tampou a boca com a manga do quimono, abafando o gritou de surpresa.

    Sobre a cama ao lado da porta, deitados lado a lado, Naru e Mai estavam. O lençol cobrindo-os até a cintura. Ele, deitado de lado, sem camisa, com um dos braços sobre a barriga de Mai e ela, com uma camisola que parecia transparente, deitada de barriga para cima. Os corpos se tocando de forma inocente e as respirações calmas e ritmadas.

    O que era aquilo? Por que estavam deitados na mesma cama? Por que pareciam tão íntimos? E por que aquela sensação em seu peito de desapontamento e? inveja?

    Era para ser ela dividindo o quarto com ele! Taniyama Mai era apenas uma secretária estúpida que tinha alguns sonhos relacionados com os casos e que se importava com todos acima de si mesma! Por isso, por isso que tinha que ser ela a ser a companheira do prepotente Oliver Davis.

    Ela, uma Médium famosa e talentosa, que nascera para brilhar e tornar-se parceira de alguém igualmente talentoso, e não uma mera colegial que por acaso se envolvera com Oliver Davis e que só sabia fazer chá.

    Prometendo internamente que faria algo em relação àquilo, Masako lentamente fechou a porta do quarto e se retirou, como se nada houvesse acontecido, quer dizer, como se não houvesse visto nada de diferente.

    ? Não!? ? gritou Mai sentando-se na cama. Havia sonhado, um sonho extremamente estranho.

    ? Mai? ? chamou Naru deitado ao lado da garota. Sua mão ainda a mantinha presa à cama, mas, com o movimento brusco que ela fizera, acabara acordando o rapaz. ? Já é a segunda vez em três dias que você acorda gritando ? comentou de modo arrogante.

    ? Gomenasai, eu estava sonhando ? disse sem graça, fechando os olhos e rindo baixinho.

    ? Algo relacionado ao caso? ? perguntou interessado.

    ? Não sei ? a garota pôs o dedo indicador sobre os lábios numa pose pensativa. Suspirando, Naru sentou-se na cama ao lado dela e puxou seu rosto com a mão, beijando-a de modo lento e provocante.

    Dando algumas mordidas nos lábios carnudos e selinhos demorados, aproveitando o momento de calma e paz tão difícil de ver entre os membros do SPR.

    Depois da bela saudação de ?bom dia?, Naru foi fazer sua higiene matinal enquanto Mai trocava de roupa no quarto, iniciando assim mais uma manhã aparentemente normal para o casal.

    ? Ohayo minna ? saudou Mai alegremente entrando na base, sendo seguida de perto por um Naru quieto e fechado.

    ? Ohayo Mai-chan ? saudou Bou-san abraçando carinhosamente a garota. Naru olhou de relance a cena entre o monge e sua secretária, depois caminhou até uma cadeira e sentou-se.

    ? Bou-san, Mai. ? ambos se concentraram no chefe. ? Como todos, menos a Mai, sabem, ontem tentamos um exorcismo ? Naru encarou todos seriamente.

    ? E falhamos, mesmo agindo juntos, falhamos ? lamentou Ayako de modo dramático.

    ? Como assim? ? perguntou Mai confusa se aproximando rapidamente da cadeira onde Naru estava sentado, fitando-o com intensidade à espera da resposta.

    ? Isso mesmo. Ontem você não apareceu quando fomos fazer o exorcismo? ? observou Bou-san.

    ? Bom, acho que foi quando eu estava conversando com o Yuki-san ? comentou ela pensativa.

    ? Conversando com o esposo da cliente? ? perguntou Yasuhara.

    ? Hai ? confirmou Mai.

    ? O espírito facilmente repeliu os exorcismos ? Naru abaixou os olhos para alguns papéis espalhados sobre a mesa, não dando a mínima atenção para os comentários dos outros presentes. Pegando-os, passou a analisá-los, já que eram os dados das reações das câmeras ao espírito na noite anterior.

    ? O que faremos então, Naru? ? perguntou Mai preocupada.

    ? Procure Tôkio-san e diga que quero ter uma conversa com ela, talvez ela forneça informações que ajudem no caso. ? comunicou sem nem encarar a assistente. ? E quando estiver voltando, faça chá ? era um pedido, mas soara como uma ordem.

    ? Nee Naru. ? chamou a secretária. ? O que você acha que está prendendo o espírito a esse casamento? ? perguntou pensativa.

    ? Não estaria tentando descobrir se soubesse ? comentou ele o óbvio.

    ? Eu? ? hesitou em contar. ? Sonhei com o espírito ? todos desviaram seus olhos para a menina, inclusive Naru.

    ? Viu o passado? ? perguntou Bou-san se aproximando da garota.

    ? Vi, duas cenas. ? respondeu ela juntando as mãos sobre o peito e entrelaçando os dedos. ? O objeto relacionado parecia ser uma corrente.

    ? Uma corrente de ouro? ? perguntou Ayako.

    ? Não, não parecia ser de ouro ? respondeu Mai pensando no objeto.

    ? Algo sem valor? ? perguntou dessa vez Yasuhara, franzindo o cenho.

    ? Com um grande valor sentimental, talvez ? disse Mai.

    ? Valor sentimental? ? perguntou John, o padre.

    ? Está agindo como uma colegial apaixonada, Mai. ? comentou Masako em um canto afastado, atraindo a atenção da garota. ? Não confunda as coisas, no meio da ciência e de ações paranormais, amor e sentimentos não têm espaço para atuar. ? comentou de forma fria. ? Se não for contribuir com informações que ajudem no caso, é melhor não atrapalhar. Junte suas coisas e volte para casa!

    ? Devo concordar com Masako, se não for ajudar, não atrapalhe ? apoiou Noll voltando seus olhos para os papéis.

    Os olhos de Mai rondaram de Masako a Naru algumas vezes antes de a garota sorrir sem graça para os outros companheiros e sair, indo na direção do saguão principal.

    ? Parecia que ela iria chorar ? comentou Yasuhara, Ayako confirmou com a cabeça e disse:

    ? Ela saiu abatida, mas parece que foi cumprir a ordem do chefe ? cruzou os braços e desviou os olhos para Naru.

    ? Você pegou pesado, Naru-bou. Ela estava apenas expressando sua opinião ? Bou-san disse encarando o chefe com indignação.

    ? Tenho pena da Mai-san? ? comentou John.

    ? Hum, ela fez o certo em retirar-se do meio dos mais experientes. Todo aquele papo de valor sentimental já havia passado dos limites ? Masako soltou virando o rosto, escondendo a satisfação por humilhar a outra.

    ? Por que está com tanta raiva, Masako? ? perguntou Ayako estranhando.

    ? Iie, nande monai ? respondeu a Hara. Na verdade, a cena que havia visto no início do dia não saia de sua mente.


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