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Este é o terceiro capítulo de cinco. Aproveitem.
- Seu marido está com outra.
- E sua esposa está morta!
- Exatamente! Então por que se matar por termos transado ontem?!
O silêncio instaurou-se na cozinha novamente. Cada um segurava uma garrafa de cerveja, sentados lado a lado no chão, encostados na parede ao lado da geladeira, pela praticidade de pegar mais garrafas.
- Você simplesmente não entende? - Resmungou a mulher enquanto coçava os olhos. Estava cansada, estressada. Cada um tomou mais gole da cerveja, mas Luiza logo deixou-a de lado, no fundo não queria que tudo aquilo da noite anterior se repetisse.
- Olha? Se você pensar bem, era isso o que queríamos, não? Seguir em frente. E, de certo modo, estamos fazendo isso? Eu acho.
- Você? Acha? - Os dois entre olharam-se por alguns segundos, estavam muito confusos, tudo acontecia muito rápido, mesmo que a uma velocidade devagar. Lucas engoliu a seco e respondeu, numa tentativa de transparecer confiança.
- Sim? Sim, eu acho. - Após mais alguns momentos de silêncio, ela se levanta, sem apanhar a cerveja, e com um certo sorriso e ar de calma no rosto.
- Boa noite, Lucas. - Virou-se e foi até o quarto, no final de um corredor em frente à porta da frente. Ele permaneceu sentado e terminou a sua cerveja e a que foi deixada para trás e mais uma que abriu. Incrível como a geladeira de sua casa estava sempre cheia de cerveja.
Ao final do corredor havia três portas, a da esquerda era o quarto de Lucas, no meio ficava o banheiro e à direita o quarto de Luiza. Na hora em que ele levantou-se da cozinha para ir dormir, parou entre as três portas Dum lado, sua cama, doutro a superação de um luto e à frente uma grande cagada. Talvez a cagada estivesse em mais de uma porta.
Abrira a porta e direcionou-se a cama, ficara só de cueca como de costume, sempre dormira assim. Respirava devagar, movimentava-se com cuidado para não acordá-la, beijava-a o braço que estava por cima do corpo deitado de lado subindo-o aos poucos até a bochecha e depois a boca. Ela acorda com um pequeno susto. - O que você está fazendo?
- Estou nos ajudando. - Voltou a beijá-la algumas vezes. A princípio, encontrou alguma resistência, mas depois de alguns segundos de raciocínio, a tinha em seus braços.