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Bobo da Corte
? porque o destino está traçado?
? Por Paola Tchébrikov
Qual o sentido de viver? eu vos pergunto. Sou alguém que não tem família, não tem amigos, não tem destino, sou um parasita da sociedade. Vivo às escuras, sonho com o improvável. Fato, sou utopia. Falta-me calor, alegria, falta vida. Vivia de privilégios, não conhecia a dor, a fome, a miséria. Mas perdi tudo, me deixei levar por algo muito maior do que eu. Virei cinzas à luz do sol, perdi a cor. Quem vos fala agora é um simples plebeu, que, diante de tal alcunha, que era ser Rei, se tornou mero motivo de risos. Sou dissabor, do que vivo? Nada mais mereço, senão piedade e indiferença. Mas não os quero. Não preciso de tais sentimentos. Não há compensação para os meus crimes. Destruir um reino por egoísmo é imperdoável. Volto a lhe perguntar: qual o sentido de viver? Eu não o possuo. Sou o que restou da humanidade, sou mero objeto de chacota. Sou o ás de um reino ruído, sou a sombra da vida que já passa. Sou o ex-bobo da corte. Não há mais reino. Eu o destruí. Estou desempregado. O ruído de uma respiração que aos poucos se finda é meu? É a resposta para estes pulmões que doem? Enfim acabou...