Kunoichi perturbada

  • Darah
  • Capitulos 12
  • Gêneros Fantasia

Tempo estimado de leitura: 1 hora

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    Capítulos:

    Capítulo 4

    Promessa

    Impulsionando o Uchiha a me atacar foi muito divertido. Eu podia sentir seu chakra assassino penetrando nas minhas células. Eu queria provar do poder dele. E eu havia feito o que eu diria necessário para isso.

    O silêncio pairava sobre a sala de treinamento. Os olhos do Uchiha queimavam de ódio e estavam na sua forma mais forte, o Mangekyou. Meu medo por aqueles olhos era nulo, eles não me afetariam e eu tinha certeza disso, ou pelo menos queria ter.

    Quando o Uchiha deu um passo para frente, eu já esperava por sangue escorrendo no chão da sala de treinamento. Mas, o que mais me assustou, foi que os olhos do Uchiha haviam voltado a cor ônix.

    Ele havia desativado seu kekkei genkai.

    Será que ele pensava que eu não era alguém por quem valia a pena utilizar o sharingan? Será que ele me achava fraca? E se achasse...por que eu sequer ligava para o que ele pensava sobre mim?

    Todos estavam com os olhos arregalados quando Itachi começou a andar até mim. Seus passos eram calmos e ele tocava muito pouco o chão. Em vez de me encarar, ou me atacar, ele passou por mim sem nenhum contato.

    ? Você terá de fazer bem mais se espera que eu perca a calma. Ele sussurrou para mim e desapareceu pela porta sem olhar para trás uma vez sequer.

    Minha raiva recomeçou a borbulhar por dentro de mim e eu cerrei meus pulsos tão fortemente que o sangue começou a escorrer pelos meus dedos e cair no chão.

    O silêncio era o pior. Eu me sentia enlouquecer com todos aqueles olhos centrados em mim. Tobi estava com a boca aberta e a mão segurando pipoca parada no meio do caminho. Os outros membros não estavam muito melhores.

    Quando eu pensei em matar algum deles, o líder se levantou.

    ? Sakura, se arrume, você tem uma missão. Apareça em meu escritório daqui a uma hora pronta para partir. O resto está dispensado. Eu me virei e fui englobada pela escuridão da caverna. Minha raiva ainda borbulhava dentro de mim e eu estava meramente me controlando para não perder a calma.

    O Uchiha iria ver o que era inferno.

    E eu mostraria a ele.

    Pegando todos os suprimentos necessários, eu me preparei para minha primeira missão. O prazo de uma hora estava se acabando, então coloquei minha capa preta com nuvem vermelhas, peguei minha bolsa com tudo aquilo que era necessário e me dirigi para o escritório de Pein.

    Eu precisava matar alguém, e essa missão seria uma ótima desculpa.

    Adentrando na grande sala, eu percebi que não era a única ali. Encostado em uma das paredes estava o loiro que eu sabia ser Deidara.

    ? Bem na hora, Sakura. O silêncio que se seguiu era desconfortável, mas não dei sinal algum de meu estado de espírito. Pein observava-me com olhos analisadores e Deidara apenas olhava para o chão.

    ? Sua missão é muito simples. Você deve ir à Vila Oculta da Pedra e receber as informações de um de nossos ninjas infiltrados na torre do Tsuchikage. Após receber as informações, mate o ninja. Deidara irá com você, já que é sua terra natal. As palavras do líder deixavam claro que eu não tinha direito a reclamar. Eu acenei para ele e me virei para partir, com Deidara no meu encalço.

    A viagem não foi longa, iríamos acampar não muito próximos de Iwa, mas pertos o suficiente dela. O silêncio não havia sido quebrado desde que saímos da sala do líder, e ele estava começando a me incomodar.

    Depois de montarmos o acampamento numa clareira, nos sentamos em torno da fogueira esperando os peixes, que Deidara havia pescado, assarem. Foi ali que resolvi quebrar aquele silêncio infernal.

    ? Deidara? Perguntei incerta. Talvez ele me odiasse por ter quase matado seu companheiro, o Sasori.

    ? É meu nome, yeah. Seu jeito de falar quase arrancou um sorriso de mim, porém a parede de gelo que havia sido construída em torno de meu ser me impediu de demonstrar qualquer coisa.

    Haruno Sakura era um quebra-cabeça sem solução.

    ? Por que você entrou na Akatsuki? Minha voz era fria, embora eu e minha Inner estivéssemos explodindo de curiosidade.

    ? Não tive muita opção, un. O Uchiha me pegou num genjutsu no momento em que eu aceitei lutar com ele valendo minha entrada na Akatsuki. Eu acabei perdendo, yeah. Rancor era uma das coisas que eu podia ver claramente em sua voz, ele odiava o Uchiha mais até do que eu mesma. Sua face mostrava a repudia e a amargura por ter tido de se tornar o que é hoje. E, pela primeira vez em um longo período de tempo, senti algo diferente de ódio ou raiva.

    Eu senti compaixão por ele.

    O silêncio voltou a se instalar sobre nós, mas minha cabeça estava longe demais para que eu sequer pudesse pensar em quebra-lo novamente.

    Eu estava pensando neles.

    E isso me machucava. Abria antigas feridas.

    Uma nova onda de ódio começou a queimar dentro de mim. Mesmo longe deles suas lembranças tentavam me segurar e me deixar fraca. Eles eram as criaturas mais repudiáveis que eu havia conhecido e, até mesmo o detestável Uchiha mais velho, perdia para eles.

    Eu os odiava mais que tudo e todos.

    Deidara notou a mudança brusca em meu chakra e se virou para mim. Seus olhos azuis, focados sob minha figura, deixavam clara sua curiosidade. Depois de alguns instantes com seus olhos sob mim, ele resolveu falar.

    ? E você, un?

    A pergunta me pegou desprevinida. Meu coração palpitou por um instante enquanto eu me lembrava daqueles dias do Time 7. Nós três éramos um time estranho, um era mais diferente do que o outro, mas no final, isso é o que nos tornava um bom time.

    Algum tempo passou, eu estava calada, pensando nos velhos tempos, tempos que nunca mais voltariam. Tempos que eu não queria que voltassem. Meus pulsos cerraram-se sem eu perceber e as gotas de sangue já caíam deles quando senti uma mão sob a minha.

    ? Por que tanto ódio, un?

    Meus olhos focalizaram nos azuis de meu companheiro e, embora eu estivesse inexpressiva, eu gostaria de poder me abrir com ele. Ele havia se tornado alguém que eu não odiava. E o porquê disso, eu ainda não conseguia compreender.

    Sua mão ficou sob a minha por alguns instantes, até eu finalmente conseguir me recompor e afastar sua mão de mim.

    ? Não é um assunto que lhe interesse. Minha voz estava firme e fria, diferentemente de meu interior que gritava, berrava da dor que eu sentia.

    E eu achei engraçado.

    Achei engraçado que, mesmo depois de tantos anos sem ter aproximação com meus companheiros de equipe, eu ainda me lembrava deles e sofria por causa deles.

    Achei engraçado que, mesmo depois de tanto sangue que foi derramado pelas minhas mãos, eu ainda me sentia inocente.

    Achei engraçado que, mesmo depois de amar tanto Sasuke, agora eu estivesse tão próxima de seu irmão mais velho sem intenção alguma de matá-lo.

    Achei engraçado que agora eu era inimiga de Konoha e de meus companheiros de equipe.

    Eu já não mais sabia o que eu havia me tornado, mas eu não queria ter de volta meu coração que me tornava tão fraca. Eu não queria voltar a demonstrar todos os sentimentos tão abertamente.

    Eu gostava de ser um quebra-cabeça sem solução.

    Olhando para o céu preto, eu prometi a mim mesma que eu não mais deixaria alguém chegar no resquício de meu coração. E, se alguém por ventura conseguisse, eu o mataria.

    Sorridente olhei para onde Deidara estava e paralisei. Sua face era serena, de certa forma inocente e juvenil. Seus cabelos caíam soltos sob seu rosto e um pequeno sorriso traçava seus lábios.

    E, por um breve momento, eu tive ciúme dele.

    Tive ciúme dele ser capaz de sorrir mesmo depois de tanto sofrimento. E, então, me lembrei:

    Ele não tinha mais ninguém para deixá-lo fraco.

    Sorrindo maldosamente voltei a olhar para o céu negro.

    Eu iria matar aquelas pessoas que me deixavam fraca.

    Eu iria matar Naruto, Kakashi e Sasuke.

    E isso era uma promessa.


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