Xeque-mate, a virada

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 31
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 27

    Vigésimo sétimo ato ? Conhecendo ele

    Álcool, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Vigésimo sétimo ato ? Conhecendo ele

    Lady Abel Oblivion Araghon

    ? Matteo ? chamou alguém. ?, vamos, está na hora de acordar ? voltou a chamar, chacoalhando o rapaz pelo ombro.

    Cloud abriu os olhos lentamente, não demorando em sentar-se.

    ? Sim Senhor ? respondeu, abaixando a cabeça e esperando as ordens do homem.

    ? Você foi comprado por Rufus Shinra como seu prostituto particular, ninguém fora ele pode tocá-lo. Este é o quarto dele e você não pode sair daqui sem sua permissão. Rufus é General e deve ser respeitado como tal. Se você tiver qualquer problema, venha falar comigo. Não há ninguém nesse lugar que possa ajudá-lo. ? as instruções eram dadas rapidamente, como se ele não quisesse fazer aquilo. ? Está ouvindo?

    ? Sim Senhor ? confirmou Cloud, vendo de relance que quem estava diante de si era o homem que fora vê-lo naquela sala no dia anterior.

    ? Ótimo. Tenha certeza de agradar Rufus ou você será dispensado no mesmo instante ? ameaçou Rude, assoprando a fumaça do cigarro para o alto.

    ? Sim Senhor ? murmurou Cloud com olhos baixos.

    Como que satisfeito com o modo como o rapaz se portava, Rude não tardou em acabar com tudo aquilo e retirar-se do cômodo, deixando Cloud lá, sozinho.

    Não era o melhor dos lugares para se estar. Mas, ao mesmo tempo, era um quarto muito bonito, luxuoso e digno de um General. Cloud observou tudo com desinteresse. Desde os quadros abstratos até o piso azul-escuro, parecia tudo muito superficial, como se o homem que dormisse ali vivesse de aparências.

    Era uma meia verdade.

    Dando de ombros, o rapaz buscou mexer-se, desvendando os limites de sua prisão, não tardando em descobrir que ela era bem limitada.

    Um de seus pulsos estava preso à cabeceira da cama. Só. Suas roupas ainda eram o curto fiapo vermelho que haviam dito ser uma espécie de vestido, que não chegava ao meio de suas coxas e descia em um enorme decote em "v" por seu peito.

    Sem ter muito o que fazer, Cloud encolheu-se contra a cabeceira e escondeu o rosto nos joelhos, aguardando o momento em que o seu verdadeiro pesadelo começaria.

    ? Esse assunto já devia estar resolvido! ? vociferou alguém perto do quarto onde Cloud estava, assustando-o e fazendo ele sair de seu cochilo. ? Resolvam com rapidez antes que eu mesmo vá resolvê-lo ? ameaçou novamente, suspirando logo em seguida.

    O barulho da maçaneta sendo virada e o pequeno rugido da porta sendo aberta fizeram Cloud erguer levemente a cabeça, observando com interesse o homem loiro na porta do quarto, olhando-o surpreso.

    ? Ora ora, o que temos aqui? ? questionou ele com a voz sarcástica e autoritária.

    ? Ru-Rufus? ? indagou Cloud, engolindo em seco.

    ? Ele sabe o meu nome. ? murmurou o loiro para si mesmo, a voz divertida fez a sobrancelha de Cloud arquear-se. ? Mas eu não sei o dele. Qual é o seu nome? ? perguntou fechando a porta atrás de si lentamente.

    ? Eu sou... Matteo. ? respondeu Cloud. ? Você me... comprou ? a última palavra saiu como um sussurro.

    ? Comprei? ? perguntou ele para si mesmo. ? Ah, você. Rude não me disse que o substituto para aquele inútil era tão belo...

    E, aproximando-se lentamente da cama, Rufus sentou-se nela, um pouco longe de Cloud, começando a despir-se.

    ? Eu sou Matteo ? disse Cloud, respondendo à pergunta anteriormente feita novamente.

    ? É um belo nome para um belo rapaz. E me contaram que ainda é virgem ? comentou Rufus jogando seu paletó em um sofá perto da cama.

    ? Eu... ? aquilo era vergonhoso demais para ele falar. Entendendo a vergonha do rapaz, o outro riu.

    ? Tudo bem, não precisa falar nada, só pela sua reação já deu para entender. ? disse ele rindo. ? Bem, como você parece já saber, eu sou Rufus Shinra, sou o General desse exército e fui quem ordenou que Rude fosse te buscar. Na verdade eu só mandei ele ir comprar um prostituto, não imaginava que seria você. ? explicou tirando o resto das roupas, ficando apenas de cueca. ? Mas quando ele disse o seu preço, não imaginei que valeria tanto a pena cada centavo. Pelo menos fisicamente vale a pena.

    Cloud não podia imaginar o que aquele comentário significava, mas quando o homem diante de si retirou a última peça de roupa que o cobria, massageando lentamente seu falo flácido enquanto observava-o com olhos intensos, ele soube que era o início de seu pesadelo.

    ? Venha e beije-me ? ordenou Rufus, esticando o braço e pegando na perna de Cloud, puxando-o para si.

    Cloud não conseguiu ir muito longe, o que obrigou Rufus e mexer-se e ir para mais perto do rapaz, o que ele fez com prazer. Os lábios que tocaram os dele eram calmos e suaves, e embora estivessem um pouco judiados, não tornaram o beijo menos prazeroso para si.

    Só que Rufus não gostava de beijinhos calmos, gostava de intensidade, e foi por isso que, pegando o rapaz pela nuca, enfiou sua língua na boca dele, obrigando-o a beijá-lo direito, enquanto pegava a mão do rapaz livre e levava ao seu falo, guiando-a em um vai e vém rápido, gemendo contra os lábios de Cloud.

    O rapaz obedecia prontamente ao outro. Enquanto recebia o beijo afoito de Rufus, fazia os movimentos no membro sexual dele por conta própria, tendo em mente todas as instruções de Barret no navio.

    Afinal, Cloud não podia fazer nada. Havia sido comprado, alguém havia gastado seu dinheiro com ele ? no caso, Rufus. E mesmo que houvesse sido algo ilegal, ainda assim ele usara dinheiro totalmente seu.

    O rapaz sentia em seus dedos que o falo em sua mão tornava-se cada vez mais túrgido, até Cloud ser surpreendido por Rufus.

    Afastando-se do rapaz, o General puxou-o, virando-o de costas para si e deixando-o de quatro na cama. Rufus segurou Cloud pela cintura e, em um movimento rápido, forçou seu membro sexual contra a entrada anal do rapaz.

    Ele ainda tentou detê-lo, tentou olhá-lo e fugir de seu aperto, mas não houve volta. Com um empurrão Rufus estava dentro de Cloud, que não conseguiu deter-se, gritando de dor e sentindo o mundo ao seu redor girar.

    Aquilo era o sexo entre homens? Então por que eles faziam se era tão ruim? As lágrimas escorriam pelo rosto do rapaz enquanto ele sentia Rufus tirar o falo de si e voltar a entrar, causando-lhe ainda mais dor. Seu corpo foi impulsionado para frente e para trás fortemente, aumentando gradativamente a velocidade.

    Sentia seu corpo ser rasgado ao meio, sentia algo escorrer por suas pernas e não duvidava ser sangue. A sensação era horrível. Quando saíra do navio, pensara que tivera sorte por não ter sido estuprado lá, por Barret, mas, pensando agora, talvez se o homem houvesse sido seu primeiro teria sido melhor. Talvez ele fosse menos rude. Dos males, ao menos estaria preparado para o que estava passando naquele momento.

    Sentindo que não aguentava mais, deixou que seu corpo desfalecesse, sua mente se esvaindo.

    Rufus segurou-o com mais força pela cintura ao senti-lo desfalecer. Estava tão bom que ele desmaiara? Riu consigo mesmo, aquele rapaz era ótimo, gostara dele desde que o vira.

    Aumentou ainda mais os movimentos, mais força, mais rapidez, até desfazer-se dentro dele em jorros fortes, que escorreram pelas pernas do rapaz. Deixou que ele caísse sobre sua cama e, levantando-se, rumou ao banheiro. Precisava de um banho.

    ? Ei garoto. ? chamou alguém, Cloud conseguiu identificar a voz de Rude em seu estado de semiconsciência. ? Eu trouxe comida.

    ? Não estou com fome ? sussurrou ainda deitado.

    ? Coma. Eu sei que você não gosta da sua atual situação, mas ao menos se dê o prazer de comer. Não é muito chique, mas é boa e saudável. Nunca deixaremos que alguém morra de fome em nossa base ? ele dizia tudo com uma voz automática, como se lidasse com aquele tipo de situação todo dia.

    Aquilo era uma verdade.

    Sentindo seu estômago reclamar da falta de alimento nele, Cloud suspirou, se dando por vencido. Abriu os olhos e sentou-se, se arrependendo no momento seguinte ao sentir uma dor infernal em seu corpo. Seus olhos vasculharam todo o local, constatando rapidamente que não era o mesmo onde desmaiara em seu último estado de consciência.

    ? Faz... quantos dias que eu estou aqui? ? perguntou fitando a carequice de Rude, reconhecendo-o e confirmando ser ele o dono da voz.

    ? Hum... nem um. Quer dizer, você não está dormindo há dias. ? explicou ao entender a confusão dele. Depois suspirou, tirando o cigarro dos lábios. ? Ele não foi muito gentil, era a sua primeira vez, mas não há o que fazer. Você desmaiou na cama dele, ele não passou a noite no quarto, mas me mandou vir aqui te acomodar no seu canto. Bem, esse é o seu canto.

    Cloud entendeu que seria tratado como um prostituto particular. Aquele lugar parecia um porão, mas era pequeno. As paredes eram de reboco, e a iluminação era uma luz muito fraca. Ele estava sobre um colchão velho, fedido e muito fino, com uma de suas mãos e um de seus calcanhares presos por correntes à parede. Havia diante da "cama" uma mesa feita de madeira, pequena e baixa, e era onde Rude deixara uma bandeja.

    ? Aqui é o lugar onde os prostitutos ficam? ? questionou Cloud engatinhando com dificuldade para perto da comida.

    ? Não refira a si mesmo como prostituto, é degradante. E sim, é aqui que o amante do General fica. Foi feito especialmente para esse cargo ? informou, observando o local com olhos analíticos.

    ? Você não parece gostar da situação ? comentou o rapaz ao ajoelhar-se diante da mesa.

    ? Não me meto na vida do General, mas creio que ele seria mais feliz se tornasse isso público. Quer dizer, se todos soubessem que ele tem um amante. Talvez até mesmo manter relações com alguém do próprio exército ? disse Rude terminando de fumar seu cigarro.

    ? Você se candidataria? ? perguntou Cloud divertindo, rindo ao ver os olhos do homem crescerem no rosto moreno.

    ? Não, eu não gosto disso! Tenho uma namorada na cidade ? explicou corado, fitando com interesse aquele rapaz. Ele era realmente belo e divertido, não merecia nada daquilo.

    ? Bem, não sei se alguém aceitaria de bom grado viver assim... ? murmurou apontando o quarto com a cabeça. ? Quer comer também? Tem bastante coisa aqui. ? questionou, indicando as torradas e as várias bebidas dispostas a si. ? Aliás, é um ótimo banquete para um pros... para alguém que está aqui sem querer ? comentou franzindo o cenho.

    ? Eu sempre cuidei para que os amantes do General estivessem com a saúde perfeita ? explicou Rude, não resistindo ao cheiro dos ovos mexidos e sentando-se no chão, diante do rapaz.

    Eles continuaram lá, comendo, conversando e rindo. Havia bastante comida e Cloud comeu até encher, recebendo elogios por sua postura à mesa que fizeram-no rir, porque lembrou-se que nunca pensara que alguém o elogiaria por algo tão banal ? recebera uma educação bastante rigorosa em relação à postura diária.

    O principal assunto foi o sistema de Tempestade e a namorada de Rude. Ele contou como ela era, como se conheceram, e que havia sido difícil conquistar o pai da garota, por causa de sua aparência. Fora Cloud quem perguntara sobre o país e suas condutas.

    O papo foi bom até a porta do local ser aberta e por ela entrar um loiro alto e de porte orgulhoso.

    ? O que seria de mim sem o meu Coronel? ? ditou Rufus divertido, fitando a cena diante de si com uma incredulidade fingida, estava acostumado com os modos de Rude.

    ? Coronel? ? questionou Cloud, levando minutos para entender o que acontecia.

    ? Você veio alimentá-lo e acabou comendo a comida dele? ? havia ainda mais incredulidade na voz do General ao ver que o outro estava mastigando algo.

    ? Eu estava com muita fome e ele disse que era muita comida para um só. Você sabe como eu como muito ? murmurou Rude dando de ombros, apoiando-se na mesa para fica de pé.

    ? Tudo bem, pode continuar comendo ? comentou Rufus rindo, fazendo o Coronel corar de vergonha.

    ? Já terminamos. ? explicou ao ver Cloud arrumar os talheres, pratos e copos na bandeja. ? Eu estava explicando para o garoto como as coisas funcionam.

    ? Sei. Bom, se já terminaram, precisamos ir. Há uma reunião com o prefeito da cidade e depois precisamos tratar de algo no centro. ? disse Rufus para Rude, depois virou-se para Cloud. ? Eu estarei de volta amanhã e espero que você esteja pronto para me receber de prontidão. Use esse tempo para descansar ? e saiu, deixando para trás o silêncio dos outros dois.

    Rude recolheu a bandeja e caminhou até a porta, virando-se para fitar o rapaz que ele mesmo levara até ali. Por um lado se culpava por ele ter que passar por tudo aquilo, por outro se sentia orgulhoso, porque o salvara de algo muito pior. Ele podia estar sofrendo, apanhando e sem comer em algum lugar horrível.

    ? Eu deixei uma bacia com água, remédios e roupas ao lado da porta. Tome banho e cuide de suas feridas, depois descanse. Designarei alguém para trazer de tarde e de noite sua comida hoje, já que estarei fora ? disse e saiu, trancando a porta e deixando Cloud lá, com o silêncio do ambiente e de seus pensamentos.

    O rapaz não conseguia se concentrar em nada. Ficou sentado no colchão, olhando para baixo por tanto tempo que mal pôde contar. Depois, no automático, caminhou até a bacia, despindo-se lentamente e logo tomando um banho, lavando-se com calma, rangendo os dentes diante da dor em seu corpo. Rude trouxera uma calça e camiseta, ambos pretos, que Cloud vestiu posteriormente sem pestanejar.

    A parte mais difícil foi tratar de seu machucado. Sem ter como ver como estava e onde colocar a pomada, precisou aventurar-se por locais de seu corpo nunca antes explorados por si.

    Ou seja, pela primeira vez, Cloud enfiou o dedo em seu canal anal, e não foi uma situação ou ação muito satisfatória para si. A pomada gelada, em contato com o local machucado, fê-lo apertar fortemente os lábios, suspirando ruidosamente.

    Apesar de ser uma situação desconfortável, Cloud foi forte e firme até o final. Aplicou várias vezes durante o dia a pomada, vestindo-se e deitando de bruços, evitando movimentos bruscos. No fim, de tardezinha, depois que um homem levou sua refeição ? tão boa quanto a primeira ?, Cloud deixou-se levar pelo sono e, quando acordou, já era manhã do dia seguinte ? podia ver pela pequena janela que havia no local, bem lá no alto, de onde uma mínima quantidade de sol entrava.

    E foi quando Rufus voltou, abrindo a porta do quarto rapidamente, deitando sobre o rapaz no colchão e abrindo o zíper de sua calça, deixando o membro sexual já ereto evidente, que Cloud soube que sua tormenta apenas começara.

    ? No começo ele parecia ser gentil ? disse Sephiroth com o cenho franzido.

    ? Não, ele só quiser ser amigável. Os olhos de um homem não conseguem esconder sua essência ? comentou Cloud diante da fala do General.

    ? Ele era um monstro ? murmurou o líder, fechando os olhos.

    ? Com o tempo eu acabei me acostumando ? Cloud deu de ombros.

    ? Com o tempo? Você ficou quanto tempo com ele? ? questionou o albino segurando o Sargento pelos ombros.

    ? Pelas minhas contas quando cheguei aqui uns... dois anos. Sabe, trancado em um quartinho, sem qualquer contato com o mundo exterior, é impossível saber quanto tempo se passou ? comentou o rapaz divertido, vendo os olhos dele se arregalarem.

    ? Você ficou dois anos... ? murmurou Sephiroth para si mesmo, soltando o Sargento e sentando-se na cama. ? Foi bastante tempo.

    ? Você achou que tinha sido quanto tempo? Dez dias? ? perguntou Cloud sarcasticamente, sentando-se ao lado do General.

    ? Três meses, no máximo. Sabe Cloud, você é forte. ? contou Sephiroth, fitando o rapaz profundamente nos olhos. ? Muitas pessoas teriam desistido da vida. Ou teriam se matado se estivessem no seu lugar. Mas você não. Você suportou e venceu. ? elogiou sorrindo para o rapaz. ? Só tem algo que está me incomodando faz um tempo.

    ? O quê? ? perguntou Cloud interessado.

    ? Você é forte, quer dizer, tem poderes excepcionais. Por que ficou preso por tanto tempo? Como não conseguiu fugir? ? questionou o General.

    ? Porque eu nunca tentei. Eu não cogitei a hipótese de fugir, de lutar ou de morrer. Foi um choque ser vendido por Aerith e, diante do choque, meus instintos de autoproteção sumiram. Em nenhum momento eu pensei que podia lutar contra tudo aquilo. Por dois longos anos eu aceitei quietamente tudo o que me foi feito. Nunca reclamei, nunca questionei, nunca tentei fugir nem cogitei a possibilidade. Eu só vivia e vivia, esperando o dia em que tudo aquilo acabaria ? disse Cloud distante.

    ? Você consegue entender como isso foi tolo? Você é forte e tem opinião própria, porque ficar preso a algo contra a sua vontade? ? perguntou o General, nervoso diante daquela revelação.

    ? Esse é o problema: eu não tinha vontade. Eu não conseguia pensar em nada, não conseguia fazer nada e não tinha forças para ir contra tudo aquilo. Eu era só uma carcaça. Não havia mais nada de Cloud Strife naquele corpo que estava em Tempestade. Eu era Matteo, o prostituto belo e obediente ? confessou Cloud.

    ? Como assim? ? indagou Sephiroth com o cenho franzido.

    ? Não era eu, entende? Era como se outra pessoa tivesse tomado o meu corpo, como se o desespero houvesse feito com que alguém capaz de aguentar tudo aquilo tivesse entrado no meu corpo e estivesse vivendo por mim ? o Sargento tentava explicar sua situação.

    ? Eu já ouvi falar de algo do tipo. É uma troca completa de personalidade. Na realidade os médicos do grupo poderiam explicar melhor. ? disse Sephiroth rapidamente. ? Bem, eu acho que a história termina por aqui.

    ? Na verdade aconteceram muitas coisas. Coisas que eu poderia contar, mas que tomariam muito tempo. Detalhes bobos, momentos difíceis ou pensamentos até mesmo masoquistas, já que, naquela época, tudo o que eu fazia era diretamente ligado à resignação. Mas que tal deixar o passado no passado?

    ? Desculpe-me por fazer você reviver aqueles terríveis momentos apenas para me satisfazer ? Sephiroth era sincero em seu pedido.

    ? Eu não te contei por obrigação. Eu contei para provar para mim mesmo que eu já superei tudo aquilo. Eu quero ter certeza de que o passado está morto e enterrado, e que eu posso seguir em frente.

    ? Bem, você pode, porque eu estou ao seu lado ? comentou o General prepotente.

    Cloud riu, abraçando Sephiroth pelo pescoço e beijando-o nos lábios suavemente. Aquele homem era tudo o que ele precisava.

    ? Hum, me diga o que mais eu posso só por ter você ao meu lado ? pediu malicioso, retribuindo o sorriso travesso de Sephiroth.


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