Postmortem

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    14
    Capítulos:

    Capítulo 13

    Sacrifício

    Drogas, Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Aconteceu a três anos atrás, dia 13 de Novembro de 2020. Naquela época, o QG da Postmortem ficava na cidade de Osaka. Aquele lugar era bem maior e bem mais avançado do que o atual já que lá costumava ser uma prisão.

    Já se faziam aproximadamente duas horas desde que eu, Mathew, Sid e John haviamos voltado de Nagasaki, onde fomos para pegar mais sangue negro com o padre Frederic. Foi nessa viagem em que conhecemos Shiro Hirano e Mathew tentou convecê-la a se juntar à Postmortem. Meu irmão, Hikaru, assim que percebeu a minha chegada, foi até a entrada da prisão para me receber. Ele ainda era bem jovem, tendo apenas 16 anos. Eu estava cansada por causa da viagem e fomos para o nosso ?quarto? descansar.

    Não passou muito tempo e o alarme da prisão começou a soar, o que não era um bom sinal. Eu me levantei e olhei ao meu redor, procurando por Hikaru, mas ele não estava lá. Isso era estranho pois eu me lembrava de ter entrado com ele. Imaginei que ele havia saído enquanto eu descansava. Embora um tanto preocupada com ele, eu decidi pegar minhas armas e ir até a sala de Vincent para ver o motivo do alarme. No caminho, eu ouvi um alto estrondo seguido da voz de Vincent sendo transmitida através dos alto-falantes da prisão. Ele dizia para evacuar o prédio e que estávamos sendo invadidos por tropas inimigas. John veio correndo até mim, dizendo que precisávamos sair dali e me pedindo para que eu o seguísse. Eu fiz o que ele pediu e comecei a segui-lo pelos corredores da prisão até chegar na sala de Vincent. Nervosa, eu o perguntei sobre o que estava acontecendo exatamente. Antes que ele pudesse responder, eu olhei para os monitores que mostravam imagens das câmeras de segurança de todo o QG. Um deles estava mostrando a área principal da prisão, onde a maioria dos detentos ficavam presos. Um grande buraco havia sido feito do lado de fora. Na frente da abertura, estava um homem de capa vermelha, Nebiros, em cima de um monstro enorme que aparentava ser um cão de três cabeças, acompanhado de alguns demônios patrulheiros e outros comuns. Haviam muitos cães menores espalhados pelo local, e eles estavam perseguindo membros do grupo. Vincent disse que não teríamos chances contra Nebiros e que a decisão mais sábia seria evacuar o prédio. Ele explicou que haviam preparado explosivos por todo o QG, prontos para explodir caso uma invasão acontecesse eventualmente. O plano seria evacuar todo o prédio e ativar o procedimento de bloqueio completo emergencial para prender Nebiros e sua tropa dentro da prisão e então explodi-los. John apontou o fato de que eles ainda teriam uma saída, que seria a abertura que haviam feito para entrar. Vincent respondeu que os demônios pensarão que ainda existem pessoas lá dentro, e que também não saberão que estão sendo trancados. No entanto, para isso funcionar, o bloqueio precisaria ser feito imediatamente para que quando os demônios percebessem, já fosse tarde demais. Eu e John entendemos o plano e Vincent logo ativou o bloqueio. Antes de sair, dei uma ultima olhada para o monitor de antes e percebi Hikaru no local, correndo de um daqueles cães demoníacos. Eu disse que iria até lá para garantir que o número máximo de pessoas conseguissem sair de lá. Eu iria lutar contra aqueles demônios e salvar o meu irmão, mesmo que para isso, eu acabasse sendo a única a ficar para trás. Vincent insistiu que eu não fosse, afirmando que eu era importante demais para o grupo e que não poderiam me perder. Eu o ignorei e comecei meu caminho em direção ao local onde Hikaru e os inimigos estavam, mas... antes que eu começasse a correr, eu senti um forte impacto na nuca. O tempo parecia ter ficado mais lento, minha visão logo começou a escurecer-se e senti minha consciência se esvaindo. Eu perdi meu equilíbrio mas antes que meu corpo atingisse o chão, algo... ou alguém, me segurou. Antes de perder minha consciência completamente, eu ouvi a voz de Vincent dizendo ?Espero que você me perdoe por isto. vamos John.........?.

    ....

    Eu acordei assustada em um quarto. Era tudo muito estranho para mim, uma hora tudo estava um caos e, de repente, eu estava em um lugar... calmo demais. Tentei organizar minha memória e me lembrei do que aconteceu. Me levantei rápido e corri para fora do quarto, gritando pelo nome do meu irmão. Sem resposta, eu comecei a andar pelos corredores daquele local desconhecido, chamando Vincent. Mathew me encontrou no corredor e respondeu minhas perguntas de onde eu estava enquanto caminhávamos até uma sala. Eu entrei na sala com ele e lá estavam Vincent, John e alguns outros membros do grupo. Todos me olhavam atentamente, sem dizer uma palavra sequer. Me virei para Mathew e lhe perguntei onde estava meu irmão, temendo o pior. Ele tirou seus óculos e, olhando para o lado, disse que sentia muito... e que Hikaru não havia conseguido sair do prédio a tempo. Aquelas palavras me atingiram como uma espada atravessando o meu corpo. Eu comecei a tremer e, após dar alguns passos, confusa, eu perdi o equilíbrio. Mathew me segurou enquanto eu chorava silenciosamente, ainda em estado de choque. A única pessoa que me restava neste mundo havia desaparecido... minha única família, aquele a quem jurei que iria proteger... havia sido tirado de mim.


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