Postmortem

Tempo estimado de leitura: 2 horas

    14
    Capítulos:

    Capítulo 4

    Luar

    Drogas, Linguagem Imprópria, Mutilação, Violência

    Já era noite e ela andava pelas ruas da grande carregando sua espada. Suas roupas estavam sujas de sangue. Sangue negro... sangue de demônios.

    Ela caminha até um lugar mais alto onde de lá, ela consegue uma visão clara da cidade. Ela olha para a grande torre e começa a sentir raiva. Raiva dos demônios que tiraram de perto dela a pessoa que ela considerava a mais importante, a pessoa que ela jurou proteger.

    Já se passaram 3 anos desde tal acontecimento. Desde a morte do garoto, ela decidiu caminhar sozinha. Ela viu que não poderia confiar em ninguém e então ela se tornou uma caçadora. Kuro Amano agora não possuia mais um objetivo. Ela apenas irá continuar vivendo e caçando aqueles que brincaram com a vida de uma criança, até que sua hora chegue.

    Ela olha para cima e vê a lua, sua única companheira.

    ? Está linda hoje... - Diz Kuro enquanto observa a lua cheia.

    Kuro de repente escuta um grito vindo de não muito longe de onde ela está. O grito parece ser de uma criança. As memórias daquele dia começam a atormentá-la. Kuro segura firme sua espada e vai correndo até o local onde ela acha que está vindo o grito.

    Ela chega ao local e tromba com uma garota que aparenta ter aproximadamente cerca de 16 anos.

    ? Agh, o qu-!? - Kuro olha para a garota que está desesperada

    ? SAI DA FRENTE! AQUELA COISA ESTÁ VINDO!!! ? Grita a garota que volta a fugir desesperadamente.

    Kuro olha para a rua de onde a garota veio e se depara com um grande monstro de duas cabeças. O monstro tinha pelagem de cor preta e possuia a aparência de um cachorro, se assemelhando ao mítico cão de três cabeças, Cerberus. Ele rosnava e babava furioso. Ao ver Kuro, ele se agita mais. É possível ver em seus brilhantes olhos amarelos que ele está faminto e pronto para devorar Kuro.

    Kuro se põe em posição de batalha com sua katana enquanto o monstro se prepara para partir para cima dela. Bem quando o monstro dá um salto para pegar Kuro, um barreira de energia vermelha aparece em sua frente, fazendo-o cair.

    ? Espere um pouco, meu querido servo. ? Uma voz rouca vindo de um homem encapuzado com vestes vermelhas encima de uma casa próxima se manifesta.

    O homem pula da casa, parando na frente da fera faminta. Ele olha para Kuro, revelando seu rosto. Sua pele é preta com pinturas brancas da cabeça ao pé que se assemelham a um esqueleto.

    ? N-Nebiros? ? Diz Kuro espantada.

    ? Você se lembra de mim, minha bela rosa espinhosa?

    ? Nebiros, general do inferno. O necromante capaz de controlar almas e cadáveres. O que você está fazendo aqui?

    ? Ora essa, eu estava apenas passeando com o meu bixinho de estimação. Você sabe como demônios deixam as bestas sem comida durante dias para torná-los mais ferozes, não é? Você de todas as pessoas deveria saber disso... afinal, não foi o seu irmãozinho que foi devorado por um destes!? ? Diz Nebiros com um sorriso maligno em seu rosto.

    Kuro, furiosa, corre até Nebiros e tenta lhe acertar com sua espada mas uma barreira igual à anterior se forma, separando os dois.

    ?Como ele se atreve a tocar nesse assunto!?? pensava Kuro. Seu único desejo no momento era decapitar e incinerar o corpo do desgraçado.

    ? Kuro, Kuro, Kuro. Você é sem dúvidas a rosa negra que tanto desejo. Me pergunto quanto mais ódio eu sou capaz de colocar em seu pobre coração...

    Um buraco se abriu na barreira permitindo que a mão de Nébiros passasse. Ele leva sua mão até o seio esquerdo de Kuro e o aperta.

    ? ...ou será que seu farto... coração já está com ódio o suficiente para que eu lhe torne minha serva? ? Disse Nebiros logo em seguidar rindo como um maníaco.

    Kuro com um movimento rápido cortou a mão do demônio. A mão logo se dissolveu em uma fumaça negra que foi em direção do braço de Nebiros. A fumaça no braço de Nebiros começou a tomar forma de sua mão. A fumaça desapareceu revelando a mão de Nebiros restaurada como antes.

    ? Kuro... sabe que não pode me causar sérios danos, mesmo com essa sua arma abençoada.

    ? ...tsk.

    ? huhuhu... Você sabe que eu posso trazer ele de volta, não é? Eu ainda guardo a alma dele... É só aceitar se tornar minha escrava, que eu o trago de volta para este mundo.

    Kuro olhou para baixo, afundada em pensamentos. Poderia este homem realmente trazer seu querido irmão de volta dos mortos apenas pelo preço de ela se tornar sua escrava? Mesmo se ela aceitasse o pacto, ela não sabe o que irá acontecer com seu irmão quando ele voltar. Ele continuará sendo o mesmo que ela conheceu, ou apenas alguém diferente em seu corpo? ?Não devemos confiar em demônios?, foi o que um velho amigo lhe disse uma vez.

    ? Volte para o inferno, demônio! ? Disse Kuro em voz alta para Nebiros.

    ? Hehehe... Porque será que não estou impressionado? Você é bela em muitos sentidos, minha Kuro. Mas infelizmente, é igualmente tola!

    O demônio começou a se dissolver em fumaça negra e a ultima coisa que se ouviu dele foi sua voz dizendo ?Pode brincar um pouco com ela, Ortros.?

    A barreira que separava Kuro da fera desapareceu e então a besta correu faminto até a garota que rapidamente pulou para cima da criatura e tentou fincar sua espada na cabeça da fera. No entanto, Ortros se movimentava demais e conseguiu derrubar a mulher de cima dele. Com sua pata encima das pernas de Kuro, a impossibilitando de fugir, as duas cabeças de Ortros tentam mordê-la. Kuro puxa de dois revólveres de seu cinto e atira na cabeça do cão, acertando o olho direito da cabeça esquerda. Ortros, com dor, tira sua pata de cima de Kuro e caminha para trás. Ela se levanta e continua atirando em Ortros e dessa vez, acerta um dos olhos da cabeça direita. Kuro pega sua espada que estava no chão e tenta fazer o mesmo de antes, fincar sua espada na cabeça da besta. Ela pula encima dele e segura sua espada com a ponta para baixo, mirando em sua cabeça direita. Ela finca a espada e a criatura faz sons altos de dor enquanto a cabeça direita para de se mover, ficando inconsciente. Kuro novamente cai de cima da criatura por causa de seus movimentos mas se levanta rapidamente. Ela sabe que se tentar fazer aquilo novamente, ela irá provavelmente matar a besta. Então ela decide fazê-lo, ela mais uma vez pula encima de Ortros e segura sua espada com a ponta para baixo, mirando desta vez na cabeça esquerda. Quando ela está prestes a golpeá-lo, uma faca acerta suas costas.

    O corpo de Kuro de repente fica duro, como se ela estivesse sendo paralizada e sua consciência começa a enfraquecer. Kuro consegue olhar para trás antes de desmaiar e vê uma mulher de vestido vermelho e cabelos negros sorrindo.

    ? ?Bons sonhos, srta. Amano?.

    Kuro desmaia e cai de cima do corpo de Ortros após ouvir a voz da mulher misteriosa.


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