Xeque-mate, a virada

  • Finalizada
  • Aanonimaa
  • Capitulos 31
  • Gêneros Ação

Tempo estimado de leitura: 9 horas

    18
    Capítulos:

    Capítulo 25

    Vigésimo quinto ato ? Lembranças iniciais

    Álcool, Estupro, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Vigésimo quinto ato ? Lembranças iniciais

    Lady Abel Oblivion Araghon

    ? Olha só quem nós temos aqui ? comentou a voz feminina simpática.

    ? Eu que o diga! ? retorquiu o rapaz rindo.

    Os dois se entreolharam, gargalhando logo em seguida.

    Estavam na entrada da mansão do Duque de Heverton, um homem social muito divertido e caridoso, que cedera sua mansão para que a comemoração fosse feita.

    Era a festa da primavera, uma comemoração milenar na cidade, reunindo todos na rua, andando, cantando músicas e divertindo-se. Barracas com comidas, brincadeiras e outras atividades eram montadas e todos esqueciam seus problemas para comemorar mais um ano de Avalanche.

    Naquele ano os anciões haviam recriado o costume para os jovens. Aqueles cuja data de noivado estivesse próxima iriam se reunir em um local para uma festa particular. Cloud sabia que não era só uma festa. Seu avô havia passado o dia fora de casa, e ele desconfiava que o grupo de velhos estivesse em algum lugar da mansão, assistindo a tudo o que acontecia lá.

    O fato era que todos ali divertiam-se, tendo em mente que talvez, na próxima festa que fossem, haveria alguém em seu encalço, usando uma aliança que impedia-o de fazer o que quisesse.

    Todos os jovens sempre temeram os casamentos criados pelos anciões. E, naquele ano, seria pior, porque haveria casamentos interestaduais.

    ? Cloud? ? chamou Aerith, fazendo o rapaz sair de seus devaneios. ? Vamos entrar?

    ? Sim, vamos ? sorriu, oferecendo o braço para ela que, sem pensar duas vezes, entrelaçou-o ao seu.

    Eles subiram a longa escada que havia na entrada da mansão e pararam na porta. Cloud entregou seu convite ao guarda na porta e Aerith fez o mesmo para outro. Os homens olharam para o cartão e depois devolveram aos jovens, liberando a passagem com uma leve reverência.

    Aerith exclamou surpresa ao ver a decoração belíssima da mansão. Era tudo muito sóbrio, mas havia algumas peças que se destacavam, como quadros abstratos, estátuas de bronze e um sofá vermelho carmesim. O local estava lotado, e todos os olhos se voltaram aos dois quando eles entraram. Ela corou.

    ? Todos estão olhando para nós! ? murmurou nervosa, apertando o braço dele fortemente.

    ? É porque você está linda ? contou Cloud, não tirando os olhos da multidão.

    ? Eu estou vestida como uma Lady de cem anos atrás, ao lado de um General bonito e confiável ? murmurou birrenta, fazendo Cloud rir.

    ? Não estou vestido de General. Sou apenas um soldado, no máximo Tenente ? zombou divertindo-se.

    Os dois desceram os poucos degraus que havia até estarem no enorme salão. Não demorou muito para Aerith ser chamada por suas amigas e Cloud ser arrastado para longe por alguns rapazes, que pareciam ser amigos dele.

    A festa prosseguiu animada, com vários jovens conversando, alguns casais se beijando, muita música, comida e risos. Um grupo enorme de jovens se formou em um lado do salão e, no centro dele, estava Cloud, com uma moça de curtos cabelos negros e olhos azuis pendurada em seu pescoço, rindo e tentando beijá-lo.

    ? Moe! Por que você não me beija? ? perguntou ela fazendo bico.

    ? Yuffie, quem foi que deixou você beber algo alcoólico? ? questionou Cloud segurando-a pela cintura, tentando equilibrar-se, pois a garota deixava o peso de seu corpo sobre o dele.

    ? Isso é uma festa, podemos beber e nos divertirmos o quanto quisermos! ? gritou ela, rindo como uma hiena. A multidão ao redor acompanhou o riso da pequena moça.

    ? Você sabe como o tio e a tia vão ficar se souberam sobre isso ? Cloud tentou ser sensato, mas ela parecia não se importar.

    ? O problema é que vocês são primos, Yuffie. Cloud não aceitará beijá-la por causa dos laços de sangue entre vocês. ? disse uma garota alta, de cabelos ruivos e uma fantasia de pirata. ? E que tal se o nosso soldadinho favorito soltar sua amada prima e deixá-la aos meus cuidados, para que eu possa levá-la ao banheiro antes que ela vomite no seu uniforme? ? perguntou ela séria.

    A multidão soltou uma exclamação de nojo e dissipou-se, não querendo ser alvo de Yuffie vomita-em-todos Kisaragi. Os amigos do rapaz zombaram dele, dizendo que era babá de sua priminha enquanto Cissnei, amiga de sua prima, pegava a garota pelos ombro e a ajudava a chegar ao banheiro, onde, segundos depois, foi possível ouvir o som do choro alto dela e do vômito incessante.

    Aerith ria ao aproximar-se de Cloud, observando o olhar de derrota dele enquanto passava a mão nos fios loiros.

    ? É difícil o cargo de primo de Yuffie Kisaragi? ? questionou risonha, colocando sua taça com um líquido azul em uma mesa ao lado de Cloud.

    ? Ela, às vezes, é muito criança e mimada ? murmurou Cloud suspirando.

    ? Às vezes? Cloud, você mima demais ela! Yuffie parece ter 12 anos grande parte do tempo! ? comentou, balançando a cabeça negativamente para ele.

    ? E você é uma Lady de 30 anos experiente e bem-sucedida. ? disse rindo, vendo ela cruzar os braços emburrada. O primeiro som de uma sinfonia longa, calma e bonita soou no salão. ? Será que essa bela Senhora daria a mim a honra de uma dança? ? questionou zombeteiro, fazendo uma longa reverência a ela antes de beijar sua mão educadamente.

    ? Vou pensar no seu caso! ? respondeu rindo, abanando-se teatralmente com seu leque antes de aceitar dançar com o rapaz.

    Os dois caminharam até o centro do salão, parando no local. Cloud abraçou-a com uma das mãos na altura da cintura, juntando as mãos com a outra e recebendo a pequena e enluvada mão dela em seu ombro. Ao som de um violino eles começaram a dança, dando um passo longo para direita, logo dando outro ? Cloud indo para frente, levando-a junto.

    Não demorou para os dois estarem deslizando graciosamente pelo salão, olhando um nos olhos do outro, sorrindo bobos.

    ? Eles são lindos juntos! ? disse uma garota emocionada.

    ? Dançando com Aerith qualquer um fica assim ? murmurou um rapaz ao fundo, cruzando os braços e virando o rosto.

    ? Eles são muito bonitos juntos ? comentou Cissnei séria para Yuffie.

    Os comentários ao redor dos dois duraram enquanto eles dançaram. Foram longos minutos em que apenas os dois reinavam o salão, até que outros casais resolveram ir dançar também, passando a ser um conjunto de pessoas dançando de um lado a outro.

    ? Por que você não me contou? ? questionou Aerith ao diminuírem a velocidade dos passos, envolvendo o pescoço dele e sendo abraçada pela cintura. Os dois dançaram juntinhos por um longo tempo.

    ? O quê? ? indagou inocente.

    ? Que você é Cloud Strife ? respondeu ela.

    ? Você sempre soube o meu nome ? murmurou ele, fitando-a profundamente nos olhos, tentando entendê-la.

    ? Sim, mas você não disse o seu sobrenome, apenas o nome ? contradisse franzindo o cenho.

    ? O meu sobrenome é irrelevante. Não havia qualquer necessidade de ele ser dito. Eu sou Cloud e pronto. ? diante daquelas palavras ela calou-se, irritando-o. ? Ou você teria me tratado diferente se eu tivesse dito que era um Strife? ? perguntou com a voz mordaz.

    ? Não! Não é isso! É só que... ? Aerith desviou os olhos, olhando para um botão no paletó dele.

    ? Conte-me, Aerith ? pediu Cloud, erguendo o rosto dela, fazendo-a olhá-lo nos olhos.

    ? Você é neto do Senhor Strife, o líder dos anciões, e o seu pai é o Ministro da Saúde... Você é da Elite de Avalanche! Como quer que eu o trate... ? ela começou a falar, mas Cloud interrompeu-a.

    ? Como quer que eu o trate como alguém normal? É isso o que você ia me dizer? ? perguntou Cloud sério, em seus olhos um tom magoado de azul reinava.

    ? Não, quer dizer... Eu sou só uma pessoa normal comparada a você... ? ela estava confusa.

    ? Eu não te disse o meu sobrenome exatamente por isso! Eu só queria ser tratado normalmente ? explicou Cloud com as sobrancelhas arqueadas.

    Diante da confissão dele, Aerith manteve-se quieta. Os dois dançaram só mais aquela música e saíram do centro do salão, cada um indo para um lado.

    ? Foi a primeira briga de vocês, né? ? perguntou Denzel parando ao lado de Cloud. ? Qual foi o motivo? ? indagou interessado.

    ? Do que você está falando? ? Cloud fingiu não entender o que ele dizia.

    ? Eu notei que você estava estranho enquanto dançavam, não tente mentir para mim ? exclamou sorrindo, pegando um petisco na mesa ao lado deles e colocando na boca.

    ? Eu... menti para ela. Quer dizer... Ah... ? ele estava tão confuso que, suspirando, caçou os olhos.

    ? Vamos cara, desembuche! ? brincou o garoto, dando um leve tapa no ombro do amigo.

    ? Eu não fui sempre sincero com ela. Mas eu só queria que ela me tratasse normal ? contou ele com uma nota de desespero na voz.

    ? Continue ? incentivou Denzel.

    ? Eu não disse o meu nome completo para ela! ? disse ele exaltado, olhando para o amigo com aflição.

    ? Meu Deus, você é um grande mentiroso, precisa morrer na guilhotina e ir para o inferno! ? ironizou Denzel teatralmente.

    ? Não faça piada! ? resmungou Cloud nervosamente, agarrando o rapaz pelos ombros e bagunçando os fios castanhos-avermelhados, divertindo-se e ouvindo o agradável riso dele. ? Eu não queria ser tratado bem porque sou um Strife.

    ? Eu te entendo, cara. E você não fez nada tão grave assim. Vocês se conheciam há muito tempo? ? questionou sabiamente.

    ? Não ? respondeu Cloud de prontidão.

    ? Então! É claro que ambos hesitariam em contar tudo sobre vocês um ao outro. E eu não entendo porque ela ficou brava ? disse Denzel, soltando-se dos braços do amigo.

    ? Ela não ficou brava. Talvez ficou receosa pelo modo como me tratou, mesmo que não soubesse quem eu era ? refletiu Cloud pensativo, aos pouco entendendo o motivo do comportamento dela.

    A festa da primavera seguiu sendo um sucesso. Às onze horas os jovens saíram da mansão e foram às ruas para comemorar o feriado e se divertir. Cloud manteve-se perto de Yuffie, pois era sua obrigação levá-la para casa ? já que a garota estava, incrivelmente, bêbada.

    Não era de todo ruim, já que Cissnei estava com eles. A melhor amiga de sua prima era muito madura ? o oposto da outra ?, e levava com Cloud uma conversa sempre bacana e divertida. Ele chegava a achar que ela gostava de uma outra forma de sua prima, mas sonsa como Yuffie era, Cissnei nunca teria uma chance de se declarar.

    O passeio pela cidade conversando com uma viciada em física e uma garota desastrada elevado a cubo por conta da bebida foi agradável.

    Mas as notícias que vieram logo depois daquele adorável dia não foram nada agradáveis. Foram amargas como o fel. E Cloud engoliu em seco ao sair do escritório de seu avô, os punhos estavam comprimidos fortemente no bolso da calça, já que não podia esboçar reações sentimentais na frente do Senhor da família, ex-Marechal Strife.

    Comprovando suas suspeitas, seu avô estava observando tudo o que acontecia naquela festa. Pior do que isso: ele estava de olho em tudo o que ele fizera naquela festa.

    E agora, por infelicidade do destino, Cloud engolia em seco, preparando-se para começar a pensar em (1) uma solução ou (2) um modo de conseguir se livrar de tudo aquilo.

    Caminhou até o jardim dos fundos da enorme propriedade da família, procurando um lugar calmo e pacífico. No meio do caminho acabou esbarrando na prima que, sorridente, contou-lhe insinuante que o avô havia conseguido ótimos companheiros para os netos. O dela seria um príncipe de uma aldeia de Cascatas, bonito e gentil, que desejava firmar fortes laços com Avalanche casando-se com uma jovem do país.

    E é claro que Yuffie adorara o fato de casar-se com alguém de Cascatas tanto quanto o fato de que seria uma princesa. Ora, Cascatas era um país muito rico, principalmente por causa de exportação, e possuía pessoas influentes e homens lindos ? como ela mesma contara.

    E mesmo tendo visto um lampejo de esperança nos olhos dela de que o primo diria que aquele casamento devia ser cancelado, porque ele iria casar-se com ela, Cloud parabenizou-a, dando-lhe um doce beijo na bochecha antes de voltar a andar até o jardim, sabendo que ela entenderia sua recusa, mas levaria o beijo como um bom pedido de desculpas.

    Só o que queria naquele momento era sentar-se, espreguiçar-se e suspirar de alívio.

    A semana seguinte à da comemoração da primavera foi, para Cloud e para alguns, um inferno. Notas oficiais eram lançadas em jornais e anúncios eram dados em todo canto: havia começado a temporada de noivados. O da neta do ex-Marechal, Yuffie Kisaragi, com um pretendente de Cascatas, deixou todos muito felizes e satisfeitos.

    Várias outras Senhoritas foram dadas como comprometidas, seja com alguém de seu próprio país ou do Deserto ou de Tempestade. Todas estavam cientes de seus destinos e se esforçariam para serem boas esposas. Alguns rapazes também haviam sido alvo dos anciões, e o anúncio de seus noivados, grande parte com estrangeiras, foi feito três dias depois do outro anúncio.

    E o último, menos pomposo, mais chocante, foi o de Cloud Strife, neto preferido do ex-Marechal. Ele era bem simples e afirmava que o velho queria ver o neto feliz, por isso ele iria casar-se com alguém que lhe fosse compatível e que ele conhecia.

    Alguém de Avalanche.

    Alguém que Cloud soube de imediato quem era.

    Suspirou de aflição diante do anúncio de que a noiva dele seria Aerith Gainsborough, filha de um amigo do velho. É claro que houve muita bagunça por um filho de Avalanche casar-se com uma filha de Avalanche, mas Cloud não queria aquilo.

    Era contraditório, já que, na verdade, quando a conhecera pensara exatamente que seria muito bom tê-la como esposa. Mas o fato era que, ao saber, uma semana antes, a escolha do avô, pensara muito e chegara à conclusão de que preferia que sua noiva fosse alguém que nunca havia visto antes.

    Não estranhou quando, naquela tarde, uma mensagem de Aerith lhe fora entregue, pedindo que a encontrasse no início da madrugada em um hotel perto do porto, em uma área mais deserta e afastada de todos.

    Com certeza ela queria esclarecer tudo aquilo.

    ? Cloud, querido, que bom que você veio ? exclamou Aerith, sorrindo feliz, quando abriu a porta do apartamento e deu de cara com um Cloud vestido formalmente.

    ? Bem, estou aqui ? disse ele simpático, abrindo os braços enquanto ria da situação.

    ? Venha, entre. Precisamos conversar ? convidou ela, abrindo caminho para ele passar.

    Aerith guiou-o até o quarto e fê-lo sentar-se aos pés da cama, caminhou até um criado-mudo e encheu duas taças de vinho tinto, oferecendo uma ao rapaz, que deu um pequeno gole, observando-a beber grande parte do líquido em um único gole.

    ? Você quer falar sobre o anúncio? ? questionou Cloud quando já não aguentou mais o silêncio repentino dela.

    ? Anúncio? Sim, claro. Quer dizer... Eu ainda não entendi muito bem ? confessou bebendo o resto do vinho e indo encher novamente sua taça.

    ? Foi uma decisão do meu avô. ? disse o rapaz suspirando, passando a mão nos fios loiros. ? Parece que ele acha que nossa amizade será um bom alicerce para um casamento bem-sucedido e "eterno" ? explicou, tomando outro pequeno gole de seu vinho.

    ? E você tem algo a ver com a escolha dele? ? perguntou insinuante, voltando com a taça cheia e sentando-se ao lado dele.

    ? Não! Quer dizer... Bem, eu imaginei que ele podia estar assistindo à festa que participamos, mas não achei que ele pensaria em nos casar ? assumiu, fechando os olhos em aflição.

    ? Assistindo... Sim, entendi. Ele quis nos casar porque nos viu conversar, dançar, rir e fazer algumas coisinhas em uma festa que ele nos obrigou a ir. Faz sentido ? assumiu, sorrindo com escárnio para seu copo de vinho. ? Sabe Cloud, você é bonitinho...

    E, debruçando-se sobre ele, deixando à mostra a fenda de seus seios no pequeno decote do longo vestido negro, Aerith beijou-o lentamente. O gosto do vinho prevalecendo no ósculo, as mãos dela nos cabelos loiros dele.

    Aquilo era tão bom, mas o que queria dizer? Será que Aerith estava bem com o fato de que eles teriam que se casar?

    Cloud confessava para si mesmo que havia guardado certa esperança dentro de si, ainda mais ao ver a carta. Pensara na moça o dia inteiro e chegara a imaginar como seria vê-la com um vestido belo e sofisticado de casamento, andando pela igreja até ele, sorrindo feliz enquanto trocavam votos.

    O rapaz aprofundou o beijo, deixando-o sensual e intenso. Ela arfou, gemendo contra os lábios dele e rindo ao receber uma leve mordida nos lábios. Ele era sem dúvida satisfatório.

    Afastando-se dele e refazendo-se do longo beijo, Aerith levantou-se. Parou de frente para a enorme janela que havia diante da cama e questionou com a voz indiferente.

    ? Bem, creio que você tomou alguma providência em relação à decisão de seu avô ? comentou ela, deixando sua taça sobre uma mesa de canto.

    ? Providência? ? questionou Cloud incerto.

    ? Sim, conversou com ele, convenceu-o a desistir dessa união ? explicou, virando-se de lado para fitá-lo pelo canto dos olhos.

    ? Não, eu não o fiz. Meu avô é o Chefe da família, não posso ir contra suas decisões. Imaginava me casar com alguém de outro país, mas sendo de fora ou daqui, acatarei ao casamento e tentarei ao máximo ser um bom marido ? disse dando de ombros, nada poderia fazer contra tudo aquilo.

    ? Ah, mas eu sabia que você era um covarde! Vou dizer algo: não há nada que me faça querer casar com você! Olhe só para você, a sombra dos Strifes, um garotinho sem graça e patético. Eu quero um homem! ? ela dizia, encarando-o furiosamente. Sua voz erguia de tom a cada palavra.

    ? Então vá lá e diga isso ao meu avô, dizer a mim não mudará nada ? anunciou ele levantando-se da cama e caminhando na direção da porta.

    ? Ah, não! Você é quem vai conversar com o seu avô e cancelar essa palhaçada toda! ? gritou ela indo atrás dele.

    Cloud tentou abrir a porta, mas ela estava trancada. Franziu o cenho, virando-se para encarar aquela moça que, por algumas horas, achara que seria a esposa perfeita e que aceitaria casar-se com ele com alegria. E lá estava ela: xingando-o, criticando-o e menosprezando-o.

    De repente a porta do banheiro se abriu e de lá saiu um homem alto, ruivo e com um porte físico muito bom. Ele fumava um cigarro e, abraçando-a pela cintura, sorriu para Cloud com um sorriso de triunfo.

    ? Esse é Genesis, Strife. O homem que eu amo ? disse ela de modo apaixonado.

    ? Sim, e é por isso que ela não irá casar-se com você! ? zombou ele, logo em seguida assoprando a fumaça de seu cigarro.

    ? Ótimo, agora basta você formalizar a relação de vocês e estará livre do casamento comigo ? anunciou Cloud, franzindo o cenho em estranheza para Aerith.

    ? O problema, imbecil, é que não iremos formalizar nada. Então trataremos de dar um jeito nesse casamento ridículo... ? disse Genesis, avançando na direção do rapaz.

    A última coisa que Cloud viu foi Aerith mordendo os lábios e desviando os olhos, repletos de lágrimas. Entendera que ela gostava do rapaz, mas ele só queria brincar com ela.

    Infelizmente Cloud não pôde fazer nada.

    ? O que aconteceu em seguida? ? perguntou Sephiroth interessado, acariciando as costas nuas de seu amante.

    ? Eu fui espancado por Genesis até ficar inconsciente. Havia algo na minha bebida que me fez apagar em poucos minutos ? contou o Sargento suspirando.

    ? Se eles estavam juntos, não bastava dizer isso ao seu avô? ? questionou o General confuso.

    ? Eles precisariam noivar para que o meu avô aceitasse que ela era comprometida. Mas como eles poderiam noivar se o cara possuía uma aliança no dedo? ? indagou Cloud retoricamente.

    ? Ele já estava noivo? ? perguntou ainda confuso.

    ? Ele era casado, Sephiroth! Casado! Para casar-se com Aerith teria que se divorciar, um processo que demoraria anos. E ele não parecia interessado em separar-se de sua mulher... O fato é que ele era um cantor de uma banda de rock muito conhecida, sua mulher era compositora da banda e eles tinham um bom casamento. Nunca entendi o motivo da relação extraconjugal dele com Aerith ? contou o Sargento franzindo o cenho.

    ? Relações extraconjugais fazem parte de um relacionamento ? comentou Sephiroth dando de ombros.

    Foi surpreendido quando Cloud ergueu-se, apoiando-se em seu peito, e fitou-o mortalmente. O General repassou tudo aquilo o que havia dito na mente e sorriu ao notar o que aborrecera o menino, puxando sua cabeça de volta ao seu peito.

    ? Eu quis dizer que fazem parte dos casamentos normais, quando o casal cai na monotonia e deixa a chama se esfriar ? explicou apertando levemente as nádegas nuas do rapaz.

    ? Hum, então precisamos manter a chama acesa ? sussurrou Cloud, deslizando seus lábios pelo peito do General, dando-lhe leves beijos, subindo devagar até o queixo, mordendo o maxilar de leve e deslizando para o pescoço, dando uma longa lambida no local.

    ? Com você fazendo isso é impossível a chama parar de bruxulear afoitamente ? comentou o General divertido.

    Puxando o rosto do amante para si, Sephiroth beijou-o apaixonadamente, brincando com seus lábios enquanto uma de suas mãos ia até a nuca de Cloud, mantenho-o onde estava, e a outra acariciava a cintura dele, para cima e para baixo.

    As mãos de Cloud foram até a cama, apoiando-se nela, e ele deixou-se levar, mordendo e lambendo os lábios finos do mais velho, tentando-o ao afastar minimamente as bocas, deixando que as respirações se misturassem.

    Gemeu manhosamente ao sentir os dedos do General deslizarem para muito perto de seu membro sexual, mas ele sorriu, afastando-se, puxando o amante novamente contra seu corpo, sussurrando em seu ouvido:

    ? Continue me contando o que aconteceu ? pediu sensualmente, ouvindo o riso em consentimento do Sargento.


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