Athena e Palas: Reminiscências da Gigantomaquia

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    Capítulos:

    Capítulo 8

    A Armadura Reluzente

    Itália ? Sicília - Meio do Monte Etna

    Mal percebendo o que acontecia, vendo apenas o borrão de Palas e uma intensa luz branca, Marcus de Órion foi arremessado a alta velocidade e força contra uma parede rochosa, destruindo-a completamente. Palas se vira para Athena e diz:

    - É aqui, então, que me vingarei de você Athena. Adeus!

    Palas abre sua mão direita em direção de Athena, então uma explosão de energia e luz verdes saem de suas mãos, indo contra a deusa. O trajeto seguido pela rajada de energia mal deixava poeira, pois as lascas de rocha que se desprendiam eram pulverizadas. Quando a luz se chocou contra Athena, todo o chão tremeu e uma grande nuvem de poeira subiu, contudo, Palas viu perfeitamente Athena barrar o seu golpe com sua poderosa cosmo-energia, criando uma espécie de esfera de proteção em sua volta. Palas, vendo o seu golpe suspenso, tentando avançar contra o seu alvo, exclamou:

    - Ainda tem força Athena, isso não posso negar...mas não é o suficiente contra o meu poder! Você irá desaparecer antes que perceba a diferença esmagadora entre nós dois!

    Dito isso, Palas elevou seu cosmo de maneira absurda. Envolto por uma luz vermelha, esticou as duas mãos em direção da energia verde que Athena barrava com sua força. Então, sorrindo, lançou outra rajada de energia, porem, com o dobro de tamanho e intensidade. Quando as duas energias se fundiram, a força que nasceu disso sobressaiu à esforçada barreira que Athena tentava manter. O impacto da força de Palas fez com que o chão se rachasse em dois para depois explodir, fazendo com que Athena fosse atirada ao alto, e indo contra uma das muralhas de pedra que envolviam o Etna. O embrulho em papel branco, que Yana havia dado à Athena, caiu e ficou soterrado nos escombros. O som de um trovão caindo bem ao lado ecoava naquela desesperada cena. Com o cosmo crescendo mais, Palas urrou para Athena:

    - Hahahahaha, sua fraca e tola! Veja o resultado da sua pretensão de rejeitar meus desejos! Infelizmente, nenhum dos seus cães de guarda verá você sendo rechaçada em dois!

    Com a mão direita, Palas criou uma grande esfera de energia vermelha e a lançou, com alta velocidade, contra Athena que ainda estava no ar, indo contra as rochas. No mesmo segundo que aquele risco vermelho, que fulminava tudo que entrava em sua trajetória mortal, outro risco, branco, chegou antes à Athena. Surpreso, Palas apenas pôde ver Marcus de Orion abraçando Athena, envolvendo-a numa luz que ficava cada vez mais dourada, antes que seu golpe o acertasse em cheio nas costas. A explosão e o som de vidro estourando com gritos surdos duraram vários segundos, bem menos do que a poeira asfixiante daquele solo de cinzas vulcânicas levaram para dispersar. Andando lentamente, Palas se aproximou o suficiente para ver uma Athena com arranhões e filetes de sangue no seu braço e pelo rosto, olhando com um sincero desespero para o cavaleiro tombado ao seu lado, de bruços, com um sinal de que pólvora entrara em combustão nas suas costas. Palas riu maldosamente vendo a deusa que amava e odiava chorando nas costas de Orion. As lagrimas de Athena escorriam naquela armadura chamuscada, antes prateada, faltando um belo pedaço no local em que o golpe acertou.

    - Que tolo...precisava usar suas ultimas energias para se sacrificar no seu lugar, Athena? Ele pensou mesmo que essa armadura patética poderia com uma força que sobrepuja os deuses? Hahahahahahaha! Humanos também são criaturas patéticas, não? Dizem que podem realizar milagres...que sempre superam as expectativas...Enfim, não é do meu gosto entrar nessas questões utópicas do ser humano. Está sozinha agora, Virgem do Olimpo, e sozinha morrerá! Mas aguarde, pois o seu Santuário na Grécia será o primeiro lugar que meu irmão e eu iremos começar com o nosso expurgo! Logo mais, outros imbecis estarão com você, Athena...

    Erguendo as duas mãos acima da cabeça, formando uma esfera, Palas fechou os seus olhos e elevou seu cosmo de modo incoerente. O chão, já avariado, começou a sofrer mais perturbações devido aqueles poderes incomuns. As pesadas e profundas nuvens negras que circundavam o Etna começaram a se mover com violência, juntamente com o vento que soprava com ódio. Relâmpagos começaram a estourar naquela extensão. A escuridão se intensificava cada vez mais a ponto que apenas o cosmo vermelho e gigante de Palas fosse a única coisa possivel de se ver ali. Então uma minúscula bolota de luz vermelha começou a crescer e se incorporar, formando uma esfera brilhante, que imitia um som elétrico, no espaço que havia entre as duas mãos de Palas.

    - Nesse estado, nem preciso usa-la completamente...você não merece, Athena... o que? O que pensa que esta fazendo? Hahahahaha, a morte iminente esta te deixando confusa, deusa dos olhos sagazes? Hahahaha, suma com sua estupidez toda!

    Athena havia se levantado, ficando na frente de Orion, que estava esticado no chão, inconsciente. Encarava Palas com fulminante decisão nos olhos, o que fez com que Palas hesitasse por alguns segundos. Então ele lançou aquela esfera contra Athena e Marcus, a uma grande velocidade. Destruindo todos os obstáculos do terreno pelo caminho que seguia, a esfera foi contra Athena, que não se moveu um milímetro, sendo envolvida por uma clara e quente luz dourada. No instante que a esfera atingiu outro corpo, a explosão violenta fora tal que fez o próprio Palas se mover alguns metros para trás. Ouvindo o som de raios chiando em metal, Palas parou chocado. Acabara de sentir doze poderosos cosmos naquele recinto. Não era possível, jamais nessa realidade, que os 12 cavaleiros de ouro estivessem ali, envolvendo Athena. Vendo toda a fumaça que o seu golpe gerou dissipar rapidamente, ele viu Athena em pé, também com a expressão de surpresa, e um pequeno objeto dourado na sua frente. Minúsculos raios vermelhos ainda percorriam aquela maravilhosa peça que salvara Athena, aquela peça que ainda tinha a impressão de doze vidas que não mais existiam...

    - Isso é... aquele embrulho branco que Yana me deu...mas essas cosmo-energia que eu senti...

    Fechando os seus olhos, Athena elevou seu cosmo ao Maximo que pôde. O pequeno objeto à sua frente, reagindo àquela energia divina, brilhou e, para maior deslumbre de Palas, uma poderosa e revigorante luz dourada como o sol brilhou por todo aquele campo, fazendo com que o cavaleiro de Orion acordasse e visse, tomado de forte emoção que emanava daquilo, Athena vestida com sua Armadura. Pela segunda vez nessa era a Armadura de Athena veio em auxilio à deusa da sabedoria. A voz rouca de Palas pronunciou:

    - Não...não é verdade...simplesmente...isso não é verdade...

    Naquele momento, rasgando as grandes e sombrias nuvens geradas por Palas, um raio de sol iluminou Athena, fazendo com que a Armadura de Athena refletisse filetes de luz furta-cor. Palas, assombrado, recuou alguns passos.


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