Onde tem ódio tem amor

Tempo estimado de leitura: 10 minutos

    18
    Capítulos:

    Capítulo 1

    Aposta

    Álcool, Hentai, Heterossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Sexo, Violência

    Olá!

    Sejam bem-vindos a OTOTA :)

    Espero que gostem da estória.

    Boa leitura!

    Após tantos anos de tentativas em vão, finalmente Lucy Heartfilia havia realizado seu precioso sonho: Estudar na melhor escola do Japão. O complicado processo seletivo daquele lugar e as várias vezes em que não havia conseguido não a desanimaram; e a perseverança lhe fora recompensada, conseguira uma vaga no colégio extracurricular para alunos superdotados Fairy Tail High School.

    Localizada em Magnólia, a 400 km da cidade natal da jovem Heartfilia, Nagoya, Lucy até mesmo aceitara o desafio de pela primeira vez morar sozinha para concluir seus estudos no lugar em que sonhava.

    ― Senhorita Lucy ― disse Virgo, com lágrimas caindo incessantemente de seus olhos. Lucy era como uma filha para a mulher de pouco mais de trinta anos e cabelos peculiarmente rosados, cuidara da menina desde que a senhora Heartfilia, mãe de Lucy, morrera em um acidente doméstico. ―, eu vou sentir tanto a sua falta, aquela casa vai parecer vazia sem a senhorita. Cuide-se.

    ― Não se preocupe, Virgo. Eu vou ficar bem, prometo. Apesar de que isso não significa que não irei sentir sua falta. Pelo contrário. Irei morrer de saudades. ― Respondeu a jovem Heartfilia, dando ênfase na palavra ?morrer?.

    ― Senhor Jude, o senhor não vai se despedir de sua filha? ― Virgo perguntou ao velho homem, que até então permanecia parado, de costas para as duas.

    Ele finalmente a olhou, sua pequena filha que havia se tornado uma linda mulher e ele nem se dera conta. O tempo havia passado rápido demais, parecia que fora no dia anterior que ela a estava segurando nos braços, para acalmá-la após um pesadelo. Mas isso fora há muito tempo...

    O velho e duro homem tentava esconder as pequenas gotículas que se formavam nos cantos de seus olhos, porém não conseguia.

    ― É claro ― disse, caminhando em direção à filha. ― Tome cuidado, Lucy. Suas coisas estão todas em seu novo apartamento, não precisa se preocupar com nada. ― ele lhe entregou um papel e uma chave. ― Este é o endereço, chame um táxi para não se perder. Eu... Vou... Sentir... Sua falta ― Murmurou em tom baixo, não era o tipo de homem que dizia aquelas coisas.

    Lucy o surpreendeu com um abraço. Não iria de forma alguma deixá-lo sem se despedir de forma digna.

    ― Também vou sentir sua falta papai. Prometo ligar todo dia.

    Ele se afastou.

    ― Boa sorte. ― Desejou sorrindo sinceramente. ― Eu te amo.

    ― Eu também te amo. Amo vocês dois.

    Jude e Virgo sorriram. Aquela garota faria falta na grande mansão em que moravam...

    ― Vamos Virgo

    ― Sim. Boa sorte, senhorita.

    ― Obrigada, Virgo.

    Eles entraram no carro e partiram, enquanto Lucy observava o carro se afastar, até ele sumir de seu campo de visão e a garota se virar, olhando empolgada para o grande prédio à sua frente.

    Assim que subiu as escadas se aproximou de uma garota de cabelos azuis, um pouco menor que Lucy. Estava totalmente perdida, e se continuasse daquela maneira perderia a primeira aula.

    ― Com licença, pode me ajudar a achar as salas? ― Perguntou.

    ― Claro. ― respondeu sorrindo amigavelmente, sem parar de andar. ― Você é nova por aqui?

    ― Sou, meu nome é Lucy.

    ― Eu sou Levy. Prazer em te conhecer, Lucy. ― Levy parou em frente a um grande mural com várias listas fixadas nele. ― Qual o seu sobrenome, Lucy? E em que módulo você está?

    Módulo era a forma de se referir à série naquela escola. O ciclo era composto por cinco módulos.

    ― Heartfilia. Quinto módulo.

    ― Ah! ― Levy exclamou, feliz. ― Estamos na mesma sala, 5ºB. Venha, a aula vai começar daqui a pouco, não é bom nos atrasarmos.

    Lucy assentiu.

    Assim que chegaram à sala duas garotas vieram cumprimentar Levy. Altas, uma possuía belos cabelos cor escarlate, enquanto a outra, assim como Levy, tinha cabelos azuis. Devia ser moda naquele lugar ter cabelo azul...

    ― Bom dia, Levy. ― Exclamou animada a ruiva.

    ― Bom dia, Erza, Juvia. Ah, essa é a Lucy, ela é nova na escola. ― Lucy agradeceu mentalmente por Levy a ter apresentado. Não era boa fazendo amigos e aquilo seria mais fácil se tivesse ajuda.

    ― Seja bem-vinda, Lucy, eu sou a Erza, e ela é a Juvia. ― Disse, apontando para a amiga.

    ― Olá, Lucy. ― Cumprimentou a garota de cabelo azul.

    ― Obrigada, é um prazer conhecer vocês.

    Um grupo de garotos entrou na sala, seguidos pelo professor. Um deles, que assim como Virgo possuía cabelos rosados, fato que chamou a atenção da Lucy, sentou-se atrás da loira. E não tardou até que ele decidisse conversar com ela.

    ― Yo, loirinha. Você é nova por aqui, não é?

    De cara Lucy percebera que não se daria bem com aquele garoto. Loirinha? Quem ele pensava ser para chamá-la daquela maneira?

    ― Meu nome é Lucy, e não ?loirinha?. E sim, eu sou nova aqui. Agora com licença, estou tentando prestar atenção na aula.

    ― Tudo bem, tudo bem.

    Para alívio de Lucy, ele nada mais disse durante a aula. No intervalo a garota loira decidiu ficar perto de Levy, que já considerava sua amiga, Juvia e Erza. Quando o sinal anunciou o fim do intervalo, todos voltaram para suas salas, sem muita vontade, entretanto. Apenas Lucy se encontrava em um completo ânimo.

    ― Então Lu-chan, o que achou de seu primeiro dia? ― Perguntou Levy, assim que a aula acabou.

    ― Foi muito bom. Esse lugar é incrível! ― Exclamou, maravilhada. ―. Todos aqui parecem tão inteligente, com exceção daquele grupo de garotos.

    A garota se referia a um pequeno grupo que não estava muito interessado em prestar atenção na aula. Grupo do qual o garoto de cabelos rosados fazia parte, e talvez por isso havia surgido essa má impressão sobre eles. Quando não gostava de alguém de imediato, dificilmente a opinião de Lucy mudava.

    ― Na verdade eles são bem inteligentes, mas não tanto quanto os outros alunos. Eles possuem bolsas de estudo por serem bons em esportes. E se quer saber, eu achei que você combina muito com o Loke, sabe, o ruivo de óculos. Ele não parou de olhar para você a aula inteira.

    ― Sério? Eu nem percebi.

    Interrompendo repentinamente a conversa, o garoto de cabelos rosados, Natsu era seu nome, segundo Levy, chegara por trás de Lucy, colocando seu braço sobre o ombro da garota.

    ― Hey, loirinha, estava falando de mim, é?

    ― É claro que não, e eu já disse que meu nome não é loirinha.

    ― Ok, Lucy ― disse corretamente. ― Mas você estava falando ?até que ele é bonitinho?, óbvio que só pode estar falando de mim.

    ― E você não é nem um pouco convencido, não é. ― A loira disse, sarcasticamente, livrando-se dos braços do rosado.

    ― Eu faço o que posso. ― sorriu sedutoramente. ― Sabe, é tradição por parte das garotas novas aceitar sair comigo. Então, me diga seu endereço e a que horas passo para te pegar. No sentido literal, não entenda errado. Se bem que se quiser podemos usar no sentido conotativo também.

    ― Sair com você? Não, obrigada, prefiro não fazer parte dessa ?tradição?.

    ― Tem certeza? Vai acabar se arrependendo depois. Melhor pensar com mais carinho.

    ― É, tenho certeza absoluta. Você não faz o meu tipo. Sabe, não gosto de garotos que parecem mais com flamingos.

    Lucy saiu junto com Levy, deixando Natsu sozinho com Gray, um garoto moreno e forte.

    ― Ui! Essa ofendeu. Quer um curativo para o seu coração, flamin... quer dizer, Natsu? ― Provocou Gray, enquanto ria do amigo. ― Eu não acredito que vi isso, o grande Natsu, que consegue qualquer garota que quiser, levou um fora, isso é hilário!

    ― Cala a boca Gray, até o fim do ano essa garota terá se rendido a mim. Gosto de desafios.

    Gray o olhou ambiciosamente.

    ― Isso me parece uma aposta.

    ― Ok. Se eu conseguir... quer dizer, quando eu conseguir transar com ela você terá que vir para a escola totalmente nu, e não vale trazer roupas na mochila, mas se eu não conseguir sou eu quem vai ter que pagar esse mico.

    ― Apostado.

    Gray estendeu a mão, e Natsu retribuiu, fechando aquela aposta.

    ― Eu tenho que ir. Aluguei uma nova casa e parece que vou ter que dividir o apartamento com alguém, o dono do prédio fez uma confusão e acabou acontecendo isso. Quero saber quem é, quem sabe tenho sorte e é alguma gata.

    ― Então boa sorte, ganharão. Até mais.

    Lucy foi para sua casa tranquilamente, queria logo ligar para seu pai e contar como foi seu primeiro dia de aula. Tudo tinha sido muito bom, com exceção de Natsu. Só de pensar naquele garoto já ficava com raiva.

    Achar o apartamento que seu pai havia alugado foi fácil. Era um prédio pequeno com vários apartamentos, de três andares. Encontrou o síndico assim que adentrou o recinto.

    ― Com licença, meu pai alugou um apartamento aqui. Jude Heartfilia.

    ― Ah sim, o senhor Jude. Bem, tem um pequeno problema, mas não chega a ser algo muito ruim.

    ― O que é? ― Perguntou a loira, curiosa.

    ― Eu acabei misturando uns papeis e alugando o apartamento duas vezes. Você vai terá que dividi-lo. Mas não se preocupe, o apartamento possui dois quartos.

    ― Tudo bem ― disse Lucy, sem parecer se incomodar. ―, seria ruim ficar sozinha mesmo, desde que essa pessoa seja legal não tem problema.

    ― Ah sim, é uma ótima pessoa. O apartamento fica no segundo andar, é a porta da direita.

    ― Obrigada. ― Agradeceu sorrindo.

    Lucy subiu as escadas pensando em quem seria seu companheiro de apartamento, mal sabia que teria uma surpresa ao descobrir quem era, e não era algo bom.

    Abriu a porta ansiosa, sabia que a pessoa estava ali pois era possível ouvir o som da TV.

    ― Oi, meu nome é Lucy, eu vou dividir o apartamento com você ― Assim que percebeu quem era sua reação não fora das mais empolgantes. ―...Só pode ser brincadeira.

    ― Loirinha! Então é você que vai dividir o apartamento comigo? Parece que tirei a sorte grande. ― Exclamou, sorrindo de forma sacana.

    O pior pesadelo de Lucy bem ali, sentado no sofá, sem camisa. Só podia ser algum castigo

    ― O que foi que eu fiz para merecer isso?! ― Perguntou a si mesma em voz alta.

    ― Não se preocupe. Prometo cuidar bem de você.

    ― Como se eu precisasse de você cuidando de mim. E o meu nome é Lucy! L-U-C-Y! Quantas vezes terei que repetir isso?! E coloque uma camisa.

    ― Por que? É difícil parar de olhar? Eu sei que eu sou gostoso, um pedaço inteiro de mau caminho, mas se esforce, gata.

    ― Ah, cala a boca. Qual dos quartos é o seu? ― Perguntou sem paciência.

    ― O da esquerda, quando eu cheguei suas coisas estavam no quarto da direita ? Lucy foi para o seu quarto, ignorando Natsu. A última coisa que ouviu foi a voz irritante do garoto dizendo: ― A educação mandou lembranças, não custa nada falar obrigada, ouviu Lucy?

    ― Até que enfim você falou corretamente!

    Lucy ficou deitada na cama, torcendo para que aquilo fosse um pesadelo. Não bastava ter que aguentá-lo na escola, agora em sua casa também? Era Natsu em tempo integral, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Não iria aguentar aquilo, era muita tortura para uma pessoa só.


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