Olá!
Sejam bem-vindos a OTOTA :)
Espero que gostem da estória.
Boa leitura!
Após tantos anos de tentativas em vão, finalmente Lucy Heartfilia havia realizado seu precioso sonho: Estudar na melhor escola do Japão. O complicado processo seletivo daquele lugar e as várias vezes em que não havia conseguido não a desanimaram; e a perseverança lhe fora recompensada, conseguira uma vaga no colégio extracurricular para alunos superdotados Fairy Tail High School.
Localizada em Magnólia, a 400 km da cidade natal da jovem Heartfilia, Nagoya, Lucy até mesmo aceitara o desafio de pela primeira vez morar sozinha para concluir seus estudos no lugar em que sonhava.
― Senhorita Lucy ― disse Virgo, com lágrimas caindo incessantemente de seus olhos. Lucy era como uma filha para a mulher de pouco mais de trinta anos e cabelos peculiarmente rosados, cuidara da menina desde que a senhora Heartfilia, mãe de Lucy, morrera em um acidente doméstico. ―, eu vou sentir tanto a sua falta, aquela casa vai parecer vazia sem a senhorita. Cuide-se.
― Não se preocupe, Virgo. Eu vou ficar bem, prometo. Apesar de que isso não significa que não irei sentir sua falta. Pelo contrário. Irei morrer de saudades. ― Respondeu a jovem Heartfilia, dando ênfase na palavra ?morrer?.
― Senhor Jude, o senhor não vai se despedir de sua filha? ― Virgo perguntou ao velho homem, que até então permanecia parado, de costas para as duas.
Ele finalmente a olhou, sua pequena filha que havia se tornado uma linda mulher e ele nem se dera conta. O tempo havia passado rápido demais, parecia que fora no dia anterior que ela a estava segurando nos braços, para acalmá-la após um pesadelo. Mas isso fora há muito tempo...
O velho e duro homem tentava esconder as pequenas gotículas que se formavam nos cantos de seus olhos, porém não conseguia.
― É claro ― disse, caminhando em direção à filha. ― Tome cuidado, Lucy. Suas coisas estão todas em seu novo apartamento, não precisa se preocupar com nada. ― ele lhe entregou um papel e uma chave. ― Este é o endereço, chame um táxi para não se perder. Eu... Vou... Sentir... Sua falta ― Murmurou em tom baixo, não era o tipo de homem que dizia aquelas coisas.
Lucy o surpreendeu com um abraço. Não iria de forma alguma deixá-lo sem se despedir de forma digna.
― Também vou sentir sua falta papai. Prometo ligar todo dia.
Ele se afastou.
― Boa sorte. ― Desejou sorrindo sinceramente. ― Eu te amo.
― Eu também te amo. Amo vocês dois.
Jude e Virgo sorriram. Aquela garota faria falta na grande mansão em que moravam...
― Vamos Virgo
― Sim. Boa sorte, senhorita.
― Obrigada, Virgo.
Eles entraram no carro e partiram, enquanto Lucy observava o carro se afastar, até ele sumir de seu campo de visão e a garota se virar, olhando empolgada para o grande prédio à sua frente.
Assim que subiu as escadas se aproximou de uma garota de cabelos azuis, um pouco menor que Lucy. Estava totalmente perdida, e se continuasse daquela maneira perderia a primeira aula.
― Com licença, pode me ajudar a achar as salas? ― Perguntou.
― Claro. ― respondeu sorrindo amigavelmente, sem parar de andar. ― Você é nova por aqui?
― Sou, meu nome é Lucy.
― Eu sou Levy. Prazer em te conhecer, Lucy. ― Levy parou em frente a um grande mural com várias listas fixadas nele. ― Qual o seu sobrenome, Lucy? E em que módulo você está?
Módulo era a forma de se referir à série naquela escola. O ciclo era composto por cinco módulos.
― Heartfilia. Quinto módulo.
― Ah! ― Levy exclamou, feliz. ― Estamos na mesma sala, 5ºB. Venha, a aula vai começar daqui a pouco, não é bom nos atrasarmos.
Lucy assentiu.
Assim que chegaram à sala duas garotas vieram cumprimentar Levy. Altas, uma possuía belos cabelos cor escarlate, enquanto a outra, assim como Levy, tinha cabelos azuis. Devia ser moda naquele lugar ter cabelo azul...
― Bom dia, Levy. ― Exclamou animada a ruiva.
― Bom dia, Erza, Juvia. Ah, essa é a Lucy, ela é nova na escola. ― Lucy agradeceu mentalmente por Levy a ter apresentado. Não era boa fazendo amigos e aquilo seria mais fácil se tivesse ajuda.
― Seja bem-vinda, Lucy, eu sou a Erza, e ela é a Juvia. ― Disse, apontando para a amiga.
― Olá, Lucy. ― Cumprimentou a garota de cabelo azul.
― Obrigada, é um prazer conhecer vocês.
Um grupo de garotos entrou na sala, seguidos pelo professor. Um deles, que assim como Virgo possuía cabelos rosados, fato que chamou a atenção da Lucy, sentou-se atrás da loira. E não tardou até que ele decidisse conversar com ela.
― Yo, loirinha. Você é nova por aqui, não é?
De cara Lucy percebera que não se daria bem com aquele garoto. Loirinha? Quem ele pensava ser para chamá-la daquela maneira?
― Meu nome é Lucy, e não ?loirinha?. E sim, eu sou nova aqui. Agora com licença, estou tentando prestar atenção na aula.
― Tudo bem, tudo bem.
Para alívio de Lucy, ele nada mais disse durante a aula. No intervalo a garota loira decidiu ficar perto de Levy, que já considerava sua amiga, Juvia e Erza. Quando o sinal anunciou o fim do intervalo, todos voltaram para suas salas, sem muita vontade, entretanto. Apenas Lucy se encontrava em um completo ânimo.
― Então Lu-chan, o que achou de seu primeiro dia? ― Perguntou Levy, assim que a aula acabou.
― Foi muito bom. Esse lugar é incrível! ― Exclamou, maravilhada. ―. Todos aqui parecem tão inteligente, com exceção daquele grupo de garotos.
A garota se referia a um pequeno grupo que não estava muito interessado em prestar atenção na aula. Grupo do qual o garoto de cabelos rosados fazia parte, e talvez por isso havia surgido essa má impressão sobre eles. Quando não gostava de alguém de imediato, dificilmente a opinião de Lucy mudava.
― Na verdade eles são bem inteligentes, mas não tanto quanto os outros alunos. Eles possuem bolsas de estudo por serem bons em esportes. E se quer saber, eu achei que você combina muito com o Loke, sabe, o ruivo de óculos. Ele não parou de olhar para você a aula inteira.
― Sério? Eu nem percebi.
Interrompendo repentinamente a conversa, o garoto de cabelos rosados, Natsu era seu nome, segundo Levy, chegara por trás de Lucy, colocando seu braço sobre o ombro da garota.
― Hey, loirinha, estava falando de mim, é?
― É claro que não, e eu já disse que meu nome não é loirinha.
― Ok, Lucy ― disse corretamente. ― Mas você estava falando ?até que ele é bonitinho?, óbvio que só pode estar falando de mim.
― E você não é nem um pouco convencido, não é. ― A loira disse, sarcasticamente, livrando-se dos braços do rosado.
― Eu faço o que posso. ― sorriu sedutoramente. ― Sabe, é tradição por parte das garotas novas aceitar sair comigo. Então, me diga seu endereço e a que horas passo para te pegar. No sentido literal, não entenda errado. Se bem que se quiser podemos usar no sentido conotativo também.
― Sair com você? Não, obrigada, prefiro não fazer parte dessa ?tradição?.
― Tem certeza? Vai acabar se arrependendo depois. Melhor pensar com mais carinho.
― É, tenho certeza absoluta. Você não faz o meu tipo. Sabe, não gosto de garotos que parecem mais com flamingos.
Lucy saiu junto com Levy, deixando Natsu sozinho com Gray, um garoto moreno e forte.
― Ui! Essa ofendeu. Quer um curativo para o seu coração, flamin... quer dizer, Natsu? ― Provocou Gray, enquanto ria do amigo. ― Eu não acredito que vi isso, o grande Natsu, que consegue qualquer garota que quiser, levou um fora, isso é hilário!
― Cala a boca Gray, até o fim do ano essa garota terá se rendido a mim. Gosto de desafios.
Gray o olhou ambiciosamente.
― Isso me parece uma aposta.
― Ok. Se eu conseguir... quer dizer, quando eu conseguir transar com ela você terá que vir para a escola totalmente nu, e não vale trazer roupas na mochila, mas se eu não conseguir sou eu quem vai ter que pagar esse mico.
― Apostado.
Gray estendeu a mão, e Natsu retribuiu, fechando aquela aposta.
― Eu tenho que ir. Aluguei uma nova casa e parece que vou ter que dividir o apartamento com alguém, o dono do prédio fez uma confusão e acabou acontecendo isso. Quero saber quem é, quem sabe tenho sorte e é alguma gata.
― Então boa sorte, ganharão. Até mais.
Lucy foi para sua casa tranquilamente, queria logo ligar para seu pai e contar como foi seu primeiro dia de aula. Tudo tinha sido muito bom, com exceção de Natsu. Só de pensar naquele garoto já ficava com raiva.
Achar o apartamento que seu pai havia alugado foi fácil. Era um prédio pequeno com vários apartamentos, de três andares. Encontrou o síndico assim que adentrou o recinto.
― Com licença, meu pai alugou um apartamento aqui. Jude Heartfilia.
― Ah sim, o senhor Jude. Bem, tem um pequeno problema, mas não chega a ser algo muito ruim.
― O que é? ― Perguntou a loira, curiosa.
― Eu acabei misturando uns papeis e alugando o apartamento duas vezes. Você vai terá que dividi-lo. Mas não se preocupe, o apartamento possui dois quartos.
― Tudo bem ― disse Lucy, sem parecer se incomodar. ―, seria ruim ficar sozinha mesmo, desde que essa pessoa seja legal não tem problema.
― Ah sim, é uma ótima pessoa. O apartamento fica no segundo andar, é a porta da direita.
― Obrigada. ― Agradeceu sorrindo.
Lucy subiu as escadas pensando em quem seria seu companheiro de apartamento, mal sabia que teria uma surpresa ao descobrir quem era, e não era algo bom.
Abriu a porta ansiosa, sabia que a pessoa estava ali pois era possível ouvir o som da TV.
― Oi, meu nome é Lucy, eu vou dividir o apartamento com você ― Assim que percebeu quem era sua reação não fora das mais empolgantes. ―...Só pode ser brincadeira.
― Loirinha! Então é você que vai dividir o apartamento comigo? Parece que tirei a sorte grande. ― Exclamou, sorrindo de forma sacana.
O pior pesadelo de Lucy bem ali, sentado no sofá, sem camisa. Só podia ser algum castigo
― O que foi que eu fiz para merecer isso?! ― Perguntou a si mesma em voz alta.
― Não se preocupe. Prometo cuidar bem de você.
― Como se eu precisasse de você cuidando de mim. E o meu nome é Lucy! L-U-C-Y! Quantas vezes terei que repetir isso?! E coloque uma camisa.
― Por que? É difícil parar de olhar? Eu sei que eu sou gostoso, um pedaço inteiro de mau caminho, mas se esforce, gata.
― Ah, cala a boca. Qual dos quartos é o seu? ― Perguntou sem paciência.
― O da esquerda, quando eu cheguei suas coisas estavam no quarto da direita ? Lucy foi para o seu quarto, ignorando Natsu. A última coisa que ouviu foi a voz irritante do garoto dizendo: ― A educação mandou lembranças, não custa nada falar obrigada, ouviu Lucy?
― Até que enfim você falou corretamente!
Lucy ficou deitada na cama, torcendo para que aquilo fosse um pesadelo. Não bastava ter que aguentá-lo na escola, agora em sua casa também? Era Natsu em tempo integral, 24 horas por dia, 7 dias por semana. Não iria aguentar aquilo, era muita tortura para uma pessoa só.