Hocus Pocus To Me.

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    16
    Capítulos:

    Capítulo 7

    O despertar retrógrado.

    Álcool, Adultério, Heterossexualidade, Homossexualidade, Linguagem Imprópria, Nudez, Suicídio, Violência

    Olá leitores queridos!

    A menina arregalou os olhos, olhando-o assustada com o peso daquelas palavras proferidas por ele. Atordoada com aquilo, ela continuou o trajeto ao lado do maior em absoluto silêncio.

    (...)

    Àquela álgida manhã no estranho acampamento em meio à floresta congelada, seguiu-se silenciosa. Todas as pessoas, caladas, pareciam extremamente concentradas em seus afazeres.

    A jovem de cabelos róseos, envolvida pelo cobertor espesso, sentada sobre o futon em sua tenda, abraçada às pernas, estava a fitar o nada, na direção da saída. Confusa, mergulhada em seus pensamentos, ela ainda buscava pelo entendimento daquela situação.

    Durante tantos anos ela havia morado naquela casa no campo com a finada avó...

    Como nunca ouvira da velha senhora absolutamente nada sobre as pessoas que habitavam o interior daquela floresta?

    E o mais intrigante... Porque eles viviam ali?

    Seriam eles povos antigos que não se adaptaram à restauração Meiji e permaneceram refugiados, isolados nas matas nipônicas daquela região de Hokkaido?

    O interessante, era que mesmo que todos ali trabalhassem juntos e de certa forma fizessem parte do mesmo arco populacional, tratavam-se como estranhos, sem relações afetuosas aparentes, olhares opacos, vazios. Não teriam estes relações sanguíneas?

    Dúvidas, dúvidas e mais dúvidas, sentia-se completamente desamparada pela lógica dos fatos. A única coisa que ela sabia, era que assim como uma leve pétala de cerejeira, aprisionada em uma corrente de ar, seria carregada para aonde o vento decidisse lhe levar.

    De repente um cheiro agradável de comida invadiu àquela cabana e com ele viera o rapaz de cabelos negros, com duas vasilhas ? com hashi apoiados às bordas ?, em mãos, adentrando rapidamente a tenda e aproximando-se da menina:

    ? Olá! ? perto dela, ele sentou-se sobre as pernas, no chão e ergueu uma das vasilhas na direção da garota. ? Aqui está o seu almoço! Rámen... ? ele avisou inexpressivo.

    ? Oh! Arigatou, Sasuke-kun... Mas eu não estou com fome! ? ela recusou acanhada.

    ? Como assim? Você vive de vento?! ? ele indagou incrédulo.

    ? Não é bem assim... ? ela foi interrompida antes que conseguisse explicar.

    ? Garota, você dormiu por três dias e mesmo depois de ter acordado, até agora não comeu nada... Não é por menos que está tão magricela! ? ele ironizou entediado.

    ? Como ele é cruel... Chamou-me de magricela tão descaradamente! ? ela pensou olhando para o lado. ? Garoto... Não é como se eu não quisesse comer, apenas não estou com fome! ? ela esclareceu enfadada.

    ? Hum... Entendo! ? ele argumentou deixando a própria comida de lado, posta ao chão e trazendo a vasilha que ofereceu a ela para perto de si, destacando os hashi. ? Sabe... Certa vez disseram-me que, nem tudo o que queremos, podemos fazer! Mas se você insistir na ideia de não alimentar-se, simplesmente por não estar com fome... Irei usar da força para tal! ? ele advertiu com um olhar maligno, levando os hashi aos ?macarrões?.

    ? C-Certo, taishou! ? ela engoliu a seco, tomando a refeição das mãos do jovem. ? P-Pode deixar... Irei comer tudo! ? ela avisou levando os hashi até a vasilha e olhando para o conteúdo, que, diga-se de passagem, estava quase transbordando de tão cheio. ? Oh céus, isso é muito mais do que consigo comer... ? ela pensou apavorada. ? I-Itadakimasu! ? agradeceu com dificuldade, antes de comer.

    ? É... Boa garota! Você entendeu rapidinho! ? ele salientou pegando o seu próprio rámen outra vez, começando a comê-lo.

    Após alguns minutos o rapaz entornou a vasilha à boca, tomando o caldo e assim finalizando o seu almoço.

    ? Gochisousama! ? ele agradeceu pela comida. ? Hãn?! ? olhou irritado para a garota que apenas mexia os macarrões com os hashi e vez ou outra, levava uma pequena porção do alimento à boca. ? Olha, se você demorar demais... Vai congelar! ? ele informou estendendo a mão no rumo da jovem.

    ? Hãaan? N-Não é como se eu não estivesse comendo, eu... ? foi interrompida enquanto buscava por uma explicação.

    ? Anda... Dê-me isso aí! ? ele pediu apontando para a vasilha dela.

    ? Hãaan? V-Você não vai usar da f-força, vai? ? ela inquiriu aterrorizada.

    ? Não! Eu entendo perfeitamente que isso é mais do que você consegue comer! ? ele confessou inexpressivo, apanhando o recipiente das mãos frágeis da menina.

    ? Arigatou, Sasuke-kun, eu... ? ela reuniu palavras para agradecer, até mesmo com lágrimas nos olhos, entretanto, foi interrompida outra vez.

    ? Olhe só para você... É tão baixinha, magricela e plana! ? ele enumerou analisando-a dos pés à cabeça e fixando o olhar sobre os seios escassos. ? Óbvio que jamais comeria tudo isso... ? ele zombou cínico.

    ? Baixinha... Magricela... P-Plana?! É... Como ele é mau! Um demônio? ? ela suspirou magoada. ? Pois é... Obrigada pela sua clemência! ? ela abaixou a cabeça.

    ? Hãn? Eu podia jurar que depois dessa frase de efeito ela fosse tomar a vasilha de minhas mãos e devorar o rámen completamente... Acho que preciso rever os meus conceitos sobre essa garota esquisita! ? ele pensou olhando-a confuso e se levantou. ? Tudo bem! Vou levar essas vasilhas de volta... E irei aproveitar para arrumar-lhe algo para vestir! Aliás, muito fofo esse panda estampado nessa tua blusa azul! ? ele comentou deixando o local.

    ? P-Panda?! ? ela indagou-se pensativa e olhou para as roupas que vestia. ? E-Eu ainda estou de pijamas! ? ela notou transtornada. Ainda estava usando a mesma roupa de dormir desde o dia que saíra de casa e se perdera na floresta. ? Pior do que isso... Eu estou há quatro dias sem tomar banho? ? indagou-se aos berros, arregalando os olhos.

    ? Nossa... Que isso nee-sama?! Não precisa contar aos quatro ventos que você não toma banho, sua porquinha! ? alertou a pequenina que surgiu na entrada da tenda, adentrando a mesma.

    ? N-Não é nada disso, N-Nana-chan! ? ela corou envergonhada, tentando desfazer a confusão.

    ? Uhum! Sei... ? a criança sentou-se ao lado do futon. ? Aquele nii-san malvado foi buscar roupas para você e me pediu para ficar aqui fazendo-lhe companhia! ? ela avisou sorridente.

    ? Hum... Obrigada! ? ela correspondeu ao sorriso da outra, assim o fazendo também. ? Né, Nana-chan... O que exatamente é esse lugar? ? perguntou um pouco curiosa.

    ? Não tenho a mínima ideia! Assim como você, eu também conheci esse acampamento recentemente! ? ela respondeu inexpressiva.

    ? Ora... Então o que você faz o dia todo que não te vejo e mal vem até aqui me ver? ? inquiriu atordoada.

    ? Nee-sama, assim como todas as outras crianças daqui, eu ajudo nos afazeres desse povoado! Coletamos lenhas pela mata, alimentos e outras coisas pequenas... Em geral os adultos daqui se encarregam dos trabalhos mais exaustivos! ? ela expôs séria.

    ? Hum... Entendo! ? murmurou chateada. ? Eu tenho de ajudá-los, devo estar sendo um peso para eles! ? pensou mordendo o lábio inferior.

    Poucos minutos depois, o rapaz de olhos negros, adentrou a tenda com uma muda de roupas dobradas em mãos:

    ? Aqui está, Sakura! Proteja-se melhor contra o frio! ? ele alertou, deixando as vestimentas aos pés do futon. ? Até mais! ? despediu-se saindo de lá novamente.

    ? Obrigada... ? ela agradeceu indo até as roupas. Eram um enorme casaco de frio preto, uma calça térmica e botas de neve.

    ? Nee-san! Venha comigo, irei levar-lhe até o ofuro daqui! ? ela anunciou se levantando e pegando a mais velha pelo braço.

    ? C-Certo... ? a garota de cabelos róseos agarrou as roupas e passou a caminhar com a menor.

    Em uma das tendas ficava o local onde apenas as mulheres se banhavam. Sozinha, a jovem adentrou timidamente aquele lugar que, naquele momento, estava vazio, deixando a garotinha na entrada à sua espera. Retirou as roupas ao lado da banheira de madeira e despida, adentrou-a sentando-se rapidamente para aquecer o corpo.

    Após o banho quente, vestindo-se com aquelas roupas adequadas à baixa temperatura, finalmente sentia-se pronta para encarar o mundo congelado lá fora.

    ? Obrigada por ter me mostrado o caminho, Nana-chan! ? ela agradeceu saindo da cabana, desprendendo os cabelos que antes, aprisionados estavam em um coque frouxo durante o banho. O cumprimento dos fios róseos, já ultrapassava os ombros franzinos da jovem.

    ? Não há de que, nee-san! ? respondeu simpática. ? Agora tenho de ir! Aliás, o nii-san pediu para que você ficasse na tenda e esperasse por ele! ? ela avisou pondo-se a caminhar. ? Ja ne! ? a menina correu até a trilha, na direção da mata.

    ? O que? Justo agora que estou à prova de morte por hipotermia e decidi sair à procura de informações? Fora que também queria ajudar nos afazeres deste povoado! ? ela murmurou para si mesma. ? M-Mas será que ele ficará muito bravo se de repente aparecer naquela barraca e eu não estiver lá? ? ela indagou-se engolindo a seco e apavorada só de imaginá-lo furioso. ? É... Deixarei para coletar informações mais tarde! ? ela desistiu seguindo novamente para a tenda.

    As horas transcorriam-se lentamente durante aquela gélida tarde de inverno. Aos poucos as pessoas terminavam as suas atividades e entravam em suas cabanas para descansar.

    O sol já estava desaparecendo do céu cinzento, dando boas vindas à noite, quando o rapaz finalmente chegou e entrou naquela espécie de barraca, onde a garota entediada, novamente sentada sobre o futon, abraçada às pernas e olhando para o nada, o aguardava:

    ? Olá, Sakura! ? ele se aproximou dela, ajoelhando-se e se sentando sobre as pernas. Estava com um grande e espesso sobretudo preto, calça térmica e botas de neve de mesma cor.

    ? Nossa... Até que enfim apareceu! Eu podia ter ido desbravar essa floresta, escalar as montanhas e até mesmo tomar uma xícara de chocolate quente na Suíça sossegada que ainda daria tempo de voltar e esperar-lhe aqui! ? ela comentou com ironia.

    ? Uau... Eu não sabia que uma breve tarde dava para tanto! ? ele retrucou com sarcasmo.

    ? Pois então, diga... O que tens para falar comigo? ? inquiriu direta.

    ? Nada muito importante, apenas tenho algumas perguntas para fazer! ? ele respondeu inexpressivo.

    ? Oras... Nada de importante? Droga, eu fiquei com medo à toa... Deveria tê-lo deixado esperando por toda a eternidade! ? ela pensou exasperada, olhando para o lado. ? Então né... Comece! ? ela aceitou enfadada.

    ? Qual é a sua relação com àquela garotinha chamada Nana? ? ele perguntou sério.

    ? Eu a conheci um dia desses... Ela apareceu na minha casa, estava vagando e eu a acolhi! Daí ela foi embora ao mesmo dia e... ? foi interrompida.

    ? Não perguntei como você a conheceu... Quero saber apenas qual a sua relação com ela? ? ele indagou friamente.

    ? Gomen ne... Não temos nenhuma relação sanguínea! Apenas a conheci há alguns dias! ? ela esclareceu apática.

    ? Hum... E porque raios você seguiu essa menina até a floresta, apenas de pijamas e meias, se ela não é nada sua? ? perguntou confuso.

    ? Ora... Ela é apenas uma criança! Como eu poderia deixá-la sozinha por aí? ? inquiriu irritada com o maior.

    ? Entendo... Quantos anos você tem? ? ele indagou indiferente.

    ? Quinze! ? ela contou impassível.

    ? Hum... Onde está a sua família? ? prosseguiu com as questões.

    ? Porque você está me interrogando? ? ela interrompeu, curiosa.

    ? Uma pessoa me pediu para assim o fazer! ? ele esclareceu instantaneamente. ? Vamos, responda a minha pergunta!

    ? Eu não tenho família! Bom, na realidade, tenho apenas um tio psicopata! ? ela expôs desinteressada.

    ? Psicopata? ? ele olhou-a surpreso.

    ? Sim! Foi responsável pela morte dos meus pais, matou a própria filha e ainda disse-me uma vez que seu passatempo favorito é ver-me sofrer! ? confessou exasperada com as lembranças do tio.

    ? Hum... Por enquanto é só! ? ele deixou de fitá-la, pensativo e se levantou.

    ? Tudo bem, mas espere aí... Eu também tenho um monte de perguntas para fazer! ? ela informou puxando o rapaz pelo sobretudo, para que ele se sentasse outra vez.

    ? Seja breve então! ? ele ordenou apático.

    ? Oh, claro Sasuke-sama! Não tomarei muito do vosso precioso tempo! ? ela ironizou incrédula com aquilo. ? Enfim, como é o seu sobrenome? ? ela indagou curiosa.

    ? Não sei! ? ele respondeu diretamente.

    ? Vish... Quantos anos você tem? ? perguntou um pouco mais simpática.

    ? Não sei! ? ele manteve-se indiferente.

    ? Qual é... Ele está brincando com a minha cara? ? pensou o fuzilando com os olhos. ? Cadê a sua família? ? ela inquiriu imaginando a resposta.

    ? Não sei! ? outra vez ele proferiu aquela frase irritante.

    ? O que é exatamente esse acampamento? ? ela perguntou fula de raiva.

    ? É... ? foi interrompido.

    ? Não, espera! Já sei a sua resposta! Não sei, não sei, não sei! Poxa garoto, o que você sabe então? ? ela explodiu, indagando aquilo.

    ? Na realidade, eu ia te responder sobre o acampamento, mas daí... Você me interrompeu! ? ele confessou com deboche.

    ? Sério? Então me diga! ? ela pediu olhando-o atentamente.

    ? Bom! Antes de qualquer coisa um acampamento é um acampamento, ora! As pessoas se reúnem e erguem tendas para habitarem um local por um determinado período! Mas enfim, isso é um acampamento, apenas isso! ? ele esclareceu deixando a menina chocada.

    ? Cara, você está brincando comigo né? ? ela supôs enraivecida.

    ? Na realidade não! Realmente não sei quem eu sou e esse acampamento nada mais é do que um acampamento! Satisfeita? ? ele inquiriu levantando-se novamente.

    ? Tudo bem... Obrigada pelas respostas! ? ela agradeceu inexpressiva.

    ? Não há de que! ? ele seguiu até a saída.

    Antes que pudesse deixar o local, a garota observou o objeto preso ao quadril do rapaz que, tinha a ponta exposta por debaixo do sobretudo.

    ? Hey... O que é isso? ? ela perguntou curiosa.

    ? Isso o quê? ? ele virou-se para ela.

    ? Ao seu lado... É um bastão? ? ela indagou observando as formas.

    ? Não! Essa é a minha katana! ? ele respondeu desembainhando a lâmina lustrada e afiada. ? Ah... É mesmo, lembrei-me de uma coisa! ? ele pronunciou, apoiando o sabre no chão e levando as mãos até o cabo.

    Ele rasgou uma fina parte da fita azul que envolvia a ponta de sua arma branca e embainhou-a outra vez. Seguiu até perto da garota, ajoelhando-se em frente a ela:

    ? Dê-me a sua mão! ? ele pediu calmamente.

    ? C-Certo! ? ela estendeu uma das mãos frágeis para ele.

    O rapaz então envolveu a pequena fita no delicado dedo mínimo da jovem, amarrando-a. Soltou-se da garota e se levantou:

    ? Porque você tem uma katana? Você é um ninja, samurai, assassino ou algo do tipo? ? ela perguntou voltando a mão às pernas, abraçando-as.

    ? Não necessariamente! ? ele comentou entediado.

    ? Hum... Porque você amarrou isso no meu dedo? ? ela inquiriu curiosa.

    ? Para que não se perca por aí! ? alertou sério.

    ? Hãn? Como assim? Essa fitinha por acaso funciona como bússola? ? ela indagou com um misto de confusão e deboche.

    ? Não, sua boba! Enquanto estiver com essa fita amarrada no dedo, não importa como, onde quer que esteja, eu a encontrarei! ? ele esclareceu dando de costas. ? Boa noite! ? ele saiu da cabana.

    ? Que garoto estranho... Se bem que na realidade, tudo aqui é estranho! ? ela murmurou cansada. ? Ah... Preciso ir dormir! ? suspirou derrotada.

    (...)

    Os olhos abriram-se repentinamente, o corpo que repousava sobre o futon levantou-se abruptamente. Os passos involuntários levaram-na para fora da tenda.

    Em plena madrugada, caminhando pela trilha da floresta congelada, os cabelos róseos esvoaçados ao vento frio. A cada passo dado sobre a neve, doía ainda mais os ossos que latejavam com a temperatura baixa ao extremo.

    Estava consciente, levou as mãos à garganta. Queria gritar por ajuda, para que alguém a parasse, mas a voz não saía. Sentia-se perder-se cada vez mais, na imensidão branca daquela paisagem. Aos poucos os sentidos foram seguidamente lhe abandonando, até que tudo se tornou escuro.

    A claridade daquela manhã que, adentrava pelas vidraças da janela, a fez despertar. Os olhos verdes abriram-se assustados, o rosto suado, a jovem de cabelos róseos sentou-se rapidamente...

    ? Um pesadelo? ? ela suspirou aliviada e caiu outra vez, deitada. ? Espera...

    Ela sentou-se novamente apavorada. Olhou ao redor, estava sobre o sofá antigo. As paredes, o assoalho lustrado, os móveis rústicos, a arquitetura tradicional da casa, tudo lhe parecia tão familiar.

    ? O que? ? ela se levantou, analisou-se, notando que ainda estava de pijamas e meias.

    Caminhou sorrateiramente até o corredor e finalmente constatou:

    ? Eu estou em casa? Tudo... Tudo não passou de um sonho? ? ela perguntou-se transtornada. ? Impossível! Não pode ser... ? boquiaberta, ela sentou-se novamente no sofá e encostou-se no mesmo.

    Como ela estava em casa?

    Aquele acampamento, aquelas pessoas, aquela menina, aquele rapaz, as dores que sentiu e as palavras que proferiu...

    Do nada, como em um passe de mágica, tudo aquilo se extinguiu?

    Nunca existiu?

    Um mero sonho?

    Completamente frustrada, a garota tentava entender tudo o que estava acontecendo. Beliscou-se para confirmar se estava acordada ou permanecia aprisionada dentro de algum sonho, mas a dor era real, assim como também havia sido naquele acampamento!

    No fim das contas, aquele despertar retrógrado havia confundido ainda mais a perturbada cabeça da menina que se encontrava estarrecida naquele momento.


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