Eu sou o Sasuke-kun e você tem que me amar.

Tempo estimado de leitura: 3 horas

    16
    Capítulos:

    Capítulo 10

    Especial de Natal.

    Álcool, Linguagem Imprópria, Nudez, Violência

    #NOVIDADE:

    Uma personagem nova na fic u.u/ confiram!

    Boa leitura!

    O moreno estava deitado no sofá enquanto folheava algumas páginas de um livro qualquer, encima da mesa de centro, sentado com uma grande folha de papel entre as pernas e um lápis em mãos, o mini Uchiha escrevia concentradamente, e assim, os dois permaneceram em silêncio por um bom tempo.

    Assim que terminou o que fazia Sasuke-chi dobrou a grande folha colocando-a dentro de um envelope feito por ele mesmo, todo cheio de enfeites.

    ? O que está fazendo monstrinho? ? perguntou espiando o que o menor fazia.

    ? Já acabei! ? concluiu ficando em pé e segurando a grande carta. ? É uma cartinha pro papai Noel! ? disse com os olhinhos brilhando.

    ? Hum...

    ? Bom, Sasuke-kun, eu tenho que sair! ? avisou se aproximando do outro e estendendo a mão. ? Me dê o cartão?!

    ? Hãn?! Como assim te dar o cartão? ? inquiriu confuso.

    ? Ora, preciso preparar a nossa ceia, já estamos na véspera do Natal e não tem nadinha aqui em casa, não tem árvore decorada, nem pisca-pisca, nem sequer tem meias natalinas, poxa, como o papai Noel vai deixar o meu presente aqui se não tem nada preparado pra ele? ? indagou irritado.

    ? Aff, essa coisa de papai Noel nem existe! ? explicou entediado.

    ? É claro que existe! ? rebateu enraivecido.

    ? Claro que não! ? negou começando a ficar nervoso.

    ? Existe sim, o papai Noel é um velhinho gorducho e bonzinho que dá presentes pras crianças! ? afirmou começando a ficar chateado.

    ? Eu já disse que não existe essa porra de papai Noel e ponto final! ? gritou com o menor que rebateu à altura.

    ? Existe sim, você só tá dizendo isso porque não foi um bom menino esse ano e sabe que não vai ganhar presente do bom velhinho! ? disse furioso.

    ? Hahaha... Você é mesmo um trouxa! Acreditar nessa palhaçada, só falta falar que acredita no coelhinho da páscoa... ? proferiu olhando para o lado.

    ? Eu acredito sim, ele e o papai Noel existem sim. Humpf! ? assegurou se impondo ao maior.

    ? Aff, nada disso existe seu monstrengo cabeça dura! ? falou alto em um tom rude.

    ? Mentira sua, malvado! Só diz isso porque não passa de um mentiroso, egoísta e mal amado! ?falou tudo num só fôlego com a voz infantil alterada, sentindo logo após calar-se um formigamento em sua face devido ao ?tapa? que recebera da ponta do dedo do moreno.

    ? V-Você é muito irritante.

    ? S-Sasuke... ? pronunciou levando as mãos ao rosto e com os olhos marejados fitou o outro. ? Eu te odeio! Você não merece os sentimentos de ninguém seu animal, eu vou embora daqui... ? dizia aos berros e soluços.

    Seguiu até o quarto e fez uma trouxinha com a colcha de sua cama onde colocou algumas mudas de roupa. Amarrou tudo na ponta de um pequeno graveto e colocou nas costas. Se agasalhou bem e seguiu até a porta, mas antes de sair, virou-se para trás e fitou uma ultima vez o maior:

    ? É triste a solidão, Sasuke-kun, mas você merece morrer sozinho! ? falou saindo de dentro da casa. ? Adeus!

    Sasuke permaneceu parado na porta olhando o mini partir, estava nevando e logo sua imagem sumiu em meio à brancura da paisagem.

    Fechou a porta por causa do vento frio vindo de fora, seguiu até o sofá novamente sentando no mesmo, percebeu que o pequeno havia esquecido a cartinha em cima da mesa, então, pegou-a em mãos, observou os enfeites, porém não chegou a abri-la, jogando-a novamente sobre a mesinha.

    Deitou-se novamente no sofá prosseguindo a leitura do livro.

    As horas foram passando, da janela da sala dava para ver que a nevasca só piorava, ainda eram dezessete horas, mas já estava escuro.

    A preocupação com uma dose de remorso começava lentamente invadir a mente do Uchiha. Estava cada vez mais frio, o silêncio gélido antes apreciado pelo jovem, agora começava a incomodá-lo.

    Na tentativa de livrar-se de pensamentos relacionados ao bem-estar do pequeno, jogou o livro sobre a mesa e ligou a televisão. Foi mudando de canal entediado, passavam muitos filmes e especiais de Natal, nos comerciais as famílias reunidas, as pessoas cercadas de amigos, o que deixava o moreno um tanto irritado, no entanto, parou num canal que passava um noticiário, que comentava sobre a intensa tempestade de neve, que seguia da região litorânea do país para o interior sem perder a força, em seguida teve a previsão do tempo local, dizendo para as pessoas que pretendessem sair de casa, que o fizesse muito bem agasalhadas, e de preferência evitassem permanecer nas ruas entre as vinte horas e as vinte e duas horas, que seriam o ápice da nevasca.

    Sasuke então desligou a televisão, sentou-se pensativo com o olhar distante, estava começando a ficar preocupado, afinal, achava que era só birra por parte do menor e que logo o mesmo voltaria, no entanto, já tinham se passado horas e nada dele voltar.

    Olhou novamente para a carta sobre a mesa, pegou a mesma, abriu cuidadosamente o envelope e retirou a folha de dentro:

    ***

    Querido papai Noel, fui um bom menino o ano todo! Quero de presente, quero, er... O que eu quero?

    Ah! Eu quero que o Sasuke-kun deixe de ser solitário, que ele não se envolva mais em lutas, que ele seja feliz e algum dia possa me amar!

    Hum, também desejo que todas as pessoas do mundo sejam felizes, que eu possa tomar uma sopa de tomate bem quentinha nesse natal...

    Ahhh! Já tava esquecendo, se possível, bom velhinho, o senhor poderia ?descolar? uma mamãe pra mim?

    Bom! É só isso papai Noel! Obrigado.

    De Uchiha Sasuke-chi.

    ***

    Ler o conteúdo da cartinha só fez aumentar o peso em sua consciência, o maior levantou-se rapidamente, decidido a ir atrás do pequeno que poderia estar em perigo, já eram quase vinte horas, Sasuke dirigiu-se a uma ave que servia de correio, ela descansava sobre seu poleiro em um canto da sala. Escreveu um bilhete para o irmão mais velho e o amarrou nos pés do pássaro.

    Aproximou-se da porta, porém notou que como a tempestade estava ganhando força, seria quase impossível o pássaro forçar suas asas contra aquela ventania, porém, como sabia exatamente a direção do local onde o irmão estava, ele seguiu até a cozinha para pegar um pouco de pólvora, armou uma espécie de ?foguete? improvisado, amarrou na ave e:

    ??Katon?? Goukakyuu no jutsu! ? incendiou o fio preso na ?gambiarra?, o que quase fez churrasquinho do pobre pássaro, e mirou no rumo certo, logo sendo ativado disparou na mão do moreno, voando em velocidade máxima, deixando um monte de penas da ave caídas no chão.

    Após isso seguiu até seu quarto para se agasalhar melhor, e logo saiu da casa.

    Corria em meio à neve pela floresta, os minutos passavam lentos, pareciam até horas, após algum tempo correndo pela mata, avistou uma luz fraca que vinha de uma pequena cavidade no pé de uma árvore ali perto, se aproximou da mesma, e quando se abaixou para ver o que era, identificou o mini, estava sentado ao redor de uma fogueira pequenina e cutucava com um gravetinho os outros em chamas no chão. Seu olhar era tristonho e distante.

    ? Sasuke-chi! ? pronunciou um tanto aliviado.

    ? S-Sasuke-kun?! ? inquiriu erguendo seu olhar para fitar o maior. ? O que você tá fazendo aqui? Vai embora! ? ordenou com a voz chorosa enquanto tentava sugar um catarro congelado que escorria do nariz para dentro novamente.

    ? D-Desculpa monstri...er digo, Sasuke-chi! ? falou olhando para o lado.

    ? Sasuke-kun me pedindo desculpas? ? indagou com deboche e surpresa ao mesmo tempo. ? Uma pena eu não ter um guarda-chuva de aço, pois hoje irá chover canivetes.

    ? Aff, olha, eu admito que peguei pesado contigo, mas, enfim, er ? mordiscou o lábio inferior um tanto envergonhado ? volta pra casa?

    ? Ué, porque ta me pedindo isso se gosta tanto da solidão? ? indagou curioso.

    ? Bom! Éh... De fato, eu gosto da solidão, só que, eu gosto um pouquinho mais de você do que dela, er...s-só um pouquinho. ? explicou desajeitado ficando corado.

    ? S-Sasuke-kun?! ? proferiu o nome do maior com seus olhinhos marejados. ? E-Eu te amo seu cão sarnento! ? seguiu até o moreno abraçando-lhe o rosto que estava perto.

    ? Sasuke-chi, er... Você tá me sujando de catarro! ? avisou fazendo uma poker face a la Ita-chibi.

    Logo o Uchiha pegou seu alter ego e o colocou em seu bolso e juntos seguiram para casa.

    (...)

    Enquanto isso no meio da mata um pássaro preso a um foguete voava a mais de cem quilômetros por hora e um certo moreno que carregava um grande saco com a mão direita e passava por ali avistou a luz se aproximando.

    ? Ahhhhhhhh! Abaixa! ? gritou apavorado puxando os cabelos do maior.

    ? Aiiiih filhote! Isso dói! ? reclamou abaixando-se e logo notando uma ave com os olhos esbugalhados com faíscas de luz saindo de seu rabo, passar como raio sobre suas cabeças batendo violentamente numa árvore que estava atrás deles.

    ? O que foi isso? Um avião? ? indagou assustado ao outro.

    ? Não! Isso é um pássaro... ? disse se aproximando e observando ? Ou pelo menos, ?foi? um pássaro. ? concluiu analisando seu estado deplorável, o bichinho quase todo despenado e as penas que ainda tinham, todas torradas, com os olhos tortos quase saltando da cara e com a língua para fora da boca.

    ? Ahhhhhhhhhhh! Que bicho feio, mata ele... ? pediu levando as mãos ao rosto para tampar os olhos.

    ? Que isso bolota roliço?! ? indagou surpreso. ? Quanta violência... ? disse aproximando as mãos do pé da ave para pegar o bilhete, logo em seguida lendo o mesmo. ? Pelo visto ele leu a nossa mente, afinal, estávamos mesmo indo pra casa dele. ? disse virando-se novamente para o pássaro e pegando-o com a mão esquerda, pois o mesmo não teria condições de retornar ao dono. ? É irmãozinho, quando penso que você não pode ser mais malvado, acabo me surpreendendo.

    Prosseguiram o caminho até a casa do mais novo.

    (...)

    Sasuke-kun trajado de um suéter cinza e uma calça de moletom para o frio, com os cabelos úmidos, pois, havia acabado de tomar um banho quente, junto com o pequeno, estava na cozinha mexendo a sopa vermelha dentro da panela sobre o fogão, enquanto Sasuke-chi fatiava alguns legumes sobre a tábua de cortar encima da mesa.

    Não havia muitas decorações pela casa, afinal, quando chegaram em casa, o comércio já estava fechado há horas, no entanto, Sasuke-chi achou alguns pisca-piscas que comprara no natal retrasado e ainda funcionavam, assim, havia decorado a sala com todas as luzes pequeninas.

    Concentrados no preparo do ?rango?, logo escutaram bater na porta.

    ? Vou lá atender! ? avisou encostando a concha de sopa no canto da panela.

    Dirigiu-se até a porta, abrindo a mesma:

    ? Nii-san! Você veio mesmo. ? afirmou um tanto aliviado.

    ? Não! Eu sou apenas uma miragem! ? disse debochado.

    ? Isso não foi uma pergunta! Eu apenas disse, enfim, obrigado por ter vindo, entre! ? deu passagem para o mais velho.

    ? Não sei porque mandar bilhete, já somos de casa, independente, nós viríamos de qualquer jeito tio! ? explicou com sua poker face costumeira.

    ? Hum... ? olhou para o lado. ? Se arrependimento matasse...

    Sasuke-chi então seguiu até a porta da sala para chamar o maior e se deparou com Itachi e seu chibi juntos.

    ? Tio Itachi-san e Ita-chibi! ? pronunciou surpreso. ? Sasuke a comida tá quase pronta, temos que preparar a mesa. Já volto tio!

    Alguns minutos depois, todos reunidos em volta da mesa enquanto comiam e jogavam conversa fora, principalmente o Sasuke-chi que parecia muito empolgado.

    ? É tão bom passar o natal junto com todos! Obrigado Sasuke-kun, Tio Itachi e Ita-chibi, por serem a minha família. ? agradeceu esboçando um sorriso sincero e inocente.

    ? Ahh! Eu é que agradeço. ? disse o Uchiha mais velho passando o dedo sobre os cabelos do pequeno deixando-os bagunçados.

    ? Hum... ? deu um ligeiro sorriso de canto em seguida disfarçando.

    ? Hoho...eu vi você sorrir, tio Sasuke! ? disse com cara de sapeca.

    ? Você não viu nada, sua rolha de poço! ? falou olhando para o lado.

    ? ?Paiêeeee?, olha ele, me ofendendo...

    ? Ahh! Filhote roliço, é inveja. Não dá moral pra ele não.

    Após o jantar todos permaneceram na sala, exceto um certo mini Sasuke que seguiu até seu quarto e pegou sua câmera e ligou:

    ? Yo minna-san! Tudo bem com vocês? Bom! Eu espero que sim. ? disse sorridente. ? Hoje, não tenho muito tempo pra falar com vocês, pois preciso aproveitar o natal rápido, para dormir mais cedo e esperar o bom velhinho amanhã né? Por isso vou passar um resumo básico! ? pigarreou. ? Ultimamente, estava magoado com o Sasuke-kun, e hoje mais cedo foi a gota d?água, pois discutimos e eu fui embora de casa, só que pela primeira vez na vida, ele foi atrás de eu...e isso me deixou super emocionado. ? pausa para secar as lágrimas. ? Enfim, por mais malvado que o exterior do Sasuke-kun demonstre ser, eu ainda acredito que exista um ser humano caloroso dentro dele. Enfim, obrigado por me acompanharem em mais um dia, desejo a todos um feliz natal! Kissus de tomates para todos.

    Desligou a câmera.

    No dia seguinte...

    ? Ahh! ? sentou-se na cama espreguiçando-se em seguida levando as mãos ao rosto para coçar os olhos. ?Nossa já é de manhã, será que o papai Noel já deixou meu presente lá na sala? ? indagou para si mesmo descendo rapidamente da caixa de sapato, seguindo até o cômodo.

    Aproximou-se dos presentes que Itachi tinha trazido noite passada dentro do saco que carregava, e não notou nada que pudesse ter sido deixado pelo velhinho.

    ? E-Então o papai Noel n-não existe mesmo? ? indagou entristecido para si mesmo. ? Não! Deve ter sido porque o meu pedido era muito complicado. Também né? Uma mamãe de natal?! Onde é que eu tava com a cabeça quando pedi isso?! ? Perguntou chateado a si mesmo.

    Quando virou-se para trás para tomar o rumo de seu quarto novamente, escutou alguns barulhos vindos de um embrulho perto da janela.

    ? Hum, tão quentinho aqui dentro!

    ? Hãn?! Quem está aí? ? inquiriu se aproximando do embrulho e puxando-o.

    Ao puxar o pacote, revelou uma pequena alter ego de cabelos rosados que parecia ter dormido lá a noite toda. Suspirou admirado com a beleza da chibi que coçava os olhos.

    ? Q-Q-Quem é v-você? ? indagou corado.

    ? Sakura-chi! Me desculpe pela invasão, é que a gente estava numa batalha, daí eu me perdi dela, desmaiei e vim parar aqui... ? interrompeu-se olhando ao redor assustada. ? Mãe! ? pronunciou assustada. ? Será que ainda está lutando? Ai meu Deus, me desculpe, tenho que ir! Obrigada e até mais.

    ? A-Até mais! ? despediu olhando-a sair pela janela rente ao chão que estava semi-aberta. ? Ela disse mãe? Será que é essa que o papai Noel mandou pra mim? Hum, enfim, coitada, lutando em pleno natal, ao menos espero que essa mamãe sobreviva. ? disse feliz para si mesmo, satisfeito com o seu possível presente do bom velhinho.

    Assim que o pequeno seguiu até o seu quarto novamente para voltar a dormir, ali bem escondidinho atrás do sofá:

    ? Ho... Ho... Ho! Feliz natal meu pequeno. ? disse baixinho e seguiu de fininho até a lareira para ir embora dali, no entanto, quase enfartou ao ver um certo pássaro semi-defunto, que parecia ter saído de um ritual de macumba, pendurado de cabeça para baixo no cabideiro ao lado.


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