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Tempo estimado de leitura: 24 minutos
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Oiiii gente!!! Aqui é a MuraAka-chan!! Vim postar pela primeira vez uma longfic, e acreditem, estou muito nervosa....acho que o capítulo não saiu bem como queria porque acho que ficou chato demais....ainda não acontecem muita coisa....mas também é o prólogo né? XDDD
Quero agradecer muito à minha querida Alice-chan ♥, à Gryphon-san ♥, e à Yume-san por me apoiarem tanto! Agora, ao capítulo né XDD Espero que gostem!
Fogo. Porque é que havia tanto fogo em todo o lado? Ele tinha adormecido por dois segundos e nesse tempo a cidade ficou um caos incompreensível. Os seus amigos tinham lhe prometido acordá-lo para irem brincar juntos. Onde é que eles estavam? Porque é que não o avisaram, não o acordaram? Mas afinal porque é que ainda confiava neles depois de tudo? Era apenas esperanças idiotas.
? A-ajudem-me!!! Alguém me ajude!! Por favor!! - um garoto de cabelos azulados gritava enquanto tentava escapar do fogo que o circundava. Parecia que de novo todos o ignoravam e não o viam. Afinal não tinha o título de fantasma por nada. Infelizmente, não era isso que o ia proteger da morte naquele momento.
Sentiu as lágrimas a escorrer-lhe dos olhos. O fogo estava mais próximo e ele parado.
? SALVEM-ME!!!
?X-
Um jovem de cabelos azuis claros acordou repentinamente coberto em suor, ofegante, e com uma expressão aterrorizada no rosto. Este deixou a respiração acelerada acalmar até deixar-se cair de volta para o monte de palha que fazia de cama e tapar-se com o cobertor de tecido pobre. Era horroroso só pensar que voltou a ter um pesadelo daquele acontecimento. Já passou tempo e ainda não conseguiu esquecer. Conseguiria algum dia?
Virou a cabeça e olhou para a trovoada pesada que caía do lado de fora da casa pequena por uma pequena brecha na parede. Os olhos azuis observavam atentamente a chuva que como agulhas espetavam-se em qualquer superfície. Por momentos ponderou como estariam as suas cultivações no dia seguinte depois do aguaceiro abundante que acontecia. Contudo nem com essa preocupação conseguiu abstrair a mente do sonho.
As suas pálpebras já estavam quase a permitir-se fechar para o azulado entrar de novo no mundo da fantasia quando uma batida à sua porta o espertou. Os únicos que alguma vez visitavam a sua casa eram sempre os guardas, e quando o faziam nunca eram boas notícias para o seu lado.
Levantou-se hesitantemente, pegou numa pá que se encontrava perto da porta e lentamente levou as mãos à maçaneta de madeira velha. Ao abrir a mesma num movimento veloz sentiu um corpo humano grande colapsar para cima dele e assustou-se não só com o peso e tamanho mas mais com o rasto de sangue que este arrastava com ele e que era dissipado pela água da chuva.
Colocou o corpo do homem inconsciente na sua 'cama' e após fechar a porta para não permitir a chuva entrar concentrou-se em tentar desinfetar e tapar as feridas profundas que o outro carregava. Só quando esse trabalho estava concluído e estava minimamente orgulhoso do resultado deixou soltar um suspiro e olhar para a cara do homem que quase o matou do coração.
Ele era ruivo, tinha umas feições aguçadas e um ar sério e impenetrável que não contrastava a expressão inocente que tinha ao estar inconsciente. De alguma maneira aquela cara parecia-lhe familiar. Não o mau familiar, o familiar do qual ele admirava e observava de longe. E ao deitar-se no chão frio, com a cabeça deitada nos braços, adormeceu a ponderar onde já o tinha visto.
?X-
Olhos azuis abriram-se em sobressalto quando ouvi o barulho de algo pesado a cair e criando um estrondo que ressoou pelo local. Passou os olhos por toda a casa até estes assentarem numa figura grande que se encontrava deitada no chão com os raios de sol que trespassavam a porta a iluminá-lo. O azulado soltou um suspiro ao aperceber-se que já era de manhã deslocou-se até onde se encontrava o ruivo para o abanar um pouco.
? Não devia-se esforçar tanto, ainda está ferido. - tentou soar o mais gentil que conseguia e a preocupação que realmente sentia ajudava nisso.
? H-hm..? - a cara do ruivo ergueu-se do chão e os olhos cor de rubi tentaram encontrar de onde vinha o som até que pousaram nos olhos inexpressivos de Kuroko e arregalaram-se. - GAHHH!! - o outro deu um salto para trás e rastejou até à parede. - D-DE ONDE VOCÊ APARECEU?!!!
? Eu estive aqui o tempo inteiro....esta casa é minha. - o ruivo tirou a expressão chocada e ficou mais sério. - Não saia, ainda está a recuperar. - o azulado tentou ajudar o maior a voltar a sentar-se na cama e logo se sentou na sua frente.
? O que lhe aconteceu?? estas palavras conseguiram fazer descer a atmosfera do local e a expressão do ruivo ficou enraivada e austera. O menor até se sentiu arrependido de ter perguntado - ele não era alguém de se meter nos assuntos pessoais das outras mas não conseguiu conter a curiosidade fervente que continha.
Uns minutos passaram e nesse tempo um silêncio sepulcral rastejava pelo quarto. O ruivo pareceu ganhar coragem para falar por mais que tentasse manter um ar forte e impenetrável.
? E-eu não lhe posso dizer tudo m-mas... - o maior fez uma careta ao ouvir a sua própria voz fraquejar e o azulado teve um pressentimento que sabia o que o outro iria dizer. Foi ele de novo. - Ordens do imperador...tortura...
Não sabia porque estava minimamente admirado. Não entendia porque ainda continuava tão zangado mesmo sabendo que era inútil. Nada iria mudar.
Desde que Akashi Seijuuro, um nominado prodígio perfeito com habilidades físicas e intelectuais muito para além do normal foi descoberto e eleito de líder do reino Rakuzan, um inferno começou. O seu reinado era terrífico e cruel, os seus olhos bicolores enterravam-se nas almas dos aldeões e julgavam-nos, avaliavam-nos e desintegravam completamente a existência dos não merecedores. Num espaço de 6 meses 1700 pessoas foram mortas na guilhotina por "desobediência" e "falha em obrigações". 3400 foram torturadas em afogamentos e empalação por motivos semelhantes. O medo foi instalado rapidamente e espalhado por rumores sobre aquele tirano. Contudo, o rei rapidamente se tornou ditador de um império constituído por várias cidades conquistadas pela sua armada indestrutível e com tantas pessoas a venerá-lo parecia que a insanidade dele se propagava. E ninguém se movia para fora da sua posição como peça no jogo de Akashi.
Os olhos azuis já se enfrentaram com os bicolor mais que uma vez - o imperador tratava-o pior que qualquer outro, ao qual ele apenas tinha apenas desprezo, e sempre que via naquele olhar inexpressivo do azulado tanta desesperança e pavor, sorria maliciosamente. Um sorriso tão ameaçador que tirava as forças a qualquer um que o fitasse.
? OLHE!! - um grito retirou o azulado dos seus pensamentos e fê-lo dirigir o olhar para o maior - Você está bem? Já estou a chamá-lo faz um bocado e não responde..
? Não é nada, desculpe...o que queria dizer? - este recompôs-se rapidamente.
? Desculpe por ter sido um incómodo.. - o ruivo coçou a nuca. Era óbvio que estava desconfortável com aquele tipo de situações. - Acordei-o no meio da noite e fiquei aqui como um estorvo--...
? Não faz mal, você não é um estorvo...e eu não poderia deixar uma pessoa ferida ao frio e a sangrar, por isso, não se precisa de desculpar.
? Hehe, mesmo assim.. - passou uma mão pelos cabelos enquanto a outra agarrou uns fios de palha da cama - Obrigado...ahm..c--
? Kuroko Tetsuya.
? Oh, obrigado Kuroko...o meu nome é Kagami Taiga. - o maior soltou um sorriso falso que foi denunciado pelo olhar pensativo e sisudo que se refletiu nos seus olhos. Por momentos o ruivo quis ignorar porém o seu instinto afirmava-lhe que aquele nome tinha algo de muito importante por trás. Mas essa informação estava-lhe inalcançável no momento.
A porta da casa foi chutada várias vezes com força para que fosse aberta e os dois olharam para esta. Kuroko estremeceu.
? Kagami-kun, esconde-te.
? Eh? Porquê? Se forem os guardas eu posso te proteger--
? Kagami-kun, tu acabaste de sair do estabelecimento prisional do castelo, se os guardas reais te virem comigo eu sei que eles vão-te mandar de volta, para um sítio ainda pior. - Kagami engoliu em seco e aceitou as ordens, indo-se esconder por trás de uns barris num canto do quarto. - Não saias daí, Kagami-kun. - Só ouviu o som da porta ser aberta e de um corpo a embater com o chão. Espreitou pelo lado dos barris e cerrou os punhos - Kuroko estava a ser chutado.
? Parece que não tem cultivações para entregar a Akashi-sama. - um pontapé foi emitido na barriga no pequeno que se ajoelhou em frente dos dois homens.
? C-como...?...E-estava tudo...muito bem ontem...
? Parece que alguém arrancou e queimou tudo o que tinha~ que pena, né~? - os guardas riram-se em sincronia e continuaram a deitar uma chuva de agressões no azulado.
Kagami sentiu-se mais irritado mas prometeu ao outro que não faria nada. Mas não aguentava ver alguém que o ajudou sem hesitações a ser magoado. Queria ajudá-lo. Queria saber quem ele era. Queria saber porque é que os guardas o tratavam pior Kuroko do que o trataram a ele quando esteve enclausurado.
Queria saber porque é que os olhos azuis em vez de zangados ou confusos demonstravam tanto arrependimento.
Contínua..